A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo Max Weber




Resenhas - A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo


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Clio0 18/03/2024

Leitura básica para estudantes de História, Economia e áreas afins.

Nessa obra, Weber argumenta sobre como a mentalidade religiosa - em particular a Protestante Calvinista - tornou-se um terreno fértil para as práticas do Capitalismo, tanto em seu cerne exploratório quanto na própria noção de trabalho.

Mais do que apenas expor noções como "Trabalho correlaciona-se a oração" e "Riqueza à benção divina", Weber também contrapõe os problemas que o Catolicismo enfrenta ao se relacionar ao mesmo sistema com a dificuldade de conciliar dogmas como ócio paradisíaco e o pecado da usura.

Recomendo.
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Eduars 17/07/2009

A ética protestante e o espírito do capitalismo
Tese fundamental na área de ciências socias, embora, infelizmente, muitos lêem a tese de Weber sem antes entender o contexto da teologia calvinista, o ambiente político da renascença e, principalmente, as quebras de paradigmas teológicos.



Primeiro devemos compreender que mudanças lentas, mas graduais começam na Idade Média: o intelectual escolástico começa a ceder lugar para o moralista humanista, as Artes Liberais e Artes Mecânicas começam a se entrelaçar, por exemplo: temos Mchelangelo se ocupando das duas artes ou, ainda, Da Vinci. Por isso o trabalho manual aos poucos vai deixando de ser considerado depreciativo, relegado aos servos - vale lembrar que a etimologia da palavra "trabalho" é "tripalium" correspondente a um instrumento de tortura. Para uma maior compreensão sobre tudo isso a leitura de medievalistas, tais como: Marc Bloch e Jacques Le Goff é indispensável.



A Reforma Protestante de Lutero contribuirá significativamente para que o trabalho manual seja visto como dom de Deus, ou seja, o trabalho digno, seja qual for, deve ser feito para a honra e glória de Deus.



No entanto, nessa época ainda não podemos associar a ética protestante do trabalho com o "espírito capitalista". Calvino com sua Obra "As Institutas da Fé Cristã" irá dar significativa contribuição, todavia, sua teologia da predestinação não menciona os sinais externos dessa eleição, ou seja, para Calvino na eleição divina não existe sinal aparente, tudo é um mistério e os amadurecidos espiritualmente cogitam até mesmo a possibilidade de não serem escolhidos.



Portanto, onde começa a nitida associação entre ética trabalhista e capitalismo? Começa com o Catecismo de Westminter no século XVII. Nesse Catecismo fica evidente que o sinal externo para os eleitos é a prosperidade financeira, logo, o trabalho deixa de ser apenas um meio para o louvor e a glória de Deus, mas também uma tábua de salvação para que se adquira dinheiro, lucro etc., e que isso culmine com a certeza, por parte do fiel, da salvação.



Portanto, julgo que a tese de Weber deve ser lida acompanhada de todos os recursos históricos e teológicos e não somente pelo campo das ciências sociais.
LuckazTavares 21/08/2022minha estante
Muito boa leitura, mas eu acho que, o fator religiosidade, presente na grande massa mundial, dificulta o entendimento de, não só Weber, mas todas as factualidades sociológicas que norteiam o poderio da Igreja diante do capital. As igrejas manipulam todos, para que, tudo que for à esquerda, ou que abnega a fé cristã e não concorda com todos os moldes, sejam descartados. Consequentemente, transformam os fiéis em seres acríticos, que não se refletem diante da manipulação ferrenha que sofrem. Acho que o principal a ser combatido são os falsos profetas e alternar a consciência coletiva dos ditos conservadores, que, na verdade, são retardados falsos intelectuais. Muito boa resenha, tamo juntooo. Ah, eu sou cristão, só desacredito de tudo da Igreja, e que, para mim, é somente um lobo em pele de cordeiro, move todo o capital e usurpa os fiéis, enquanto distribui comidas e faz trabalhos sociais para que esqueçam da própria maldade. Tamo juntoooo.




Elen Ximenes @quemleganhamais 07/05/2023

Você concorda com Marx ou Weber?
O Calvinismo é uma corrente do protestantismo que acredita na doutrina da predestinação. Segundo esta visão teológica, Deus já determinou quem será salvo e quem está perdido. Diferente de Lutero que denfendia não ser possível distinguir salvos de perdidos, Calvino acreditava que havia evidências visíveis da salvação. E uma dessas evidências era uma ética de vida racional baseada no trabalho, na prosperidade econômica, no abondono dos prazeres carnais. O Racionalismo, segundo Weber é uma herança do Calvinismo.

É muito interessante como essas ideias contribuíram para a expansão e fortalecimento do capitalismo. Palavras comuns na linguagem do mercado têm origem na religião: missão, valores, visão, negócio (em latim: negar o ócio).

Mais interessante ainda é a diferença de pensamento entre Marx e Weber. Para Marx o que sustenta o capitalismo são as relações de exploração, para Weber é a ética protestante que coloca o trabalho como dever moral, vocação, forma de glorificar a Deus. Se você comparar países de origem protestante com países católicos, vai perceber que as ideias de Weber fazem sentido.

Esta é uma forma ultra simplificada de falar sobre o conteúdo deste livro, que exigiu muita concentração de mim! Nunca havia lido nada da Sociologia, agora as portas se abriram ?.
denis.caldas 08/05/2023minha estante
Uma vez li sobre uma teoria que fala sobre a diferença de prosperidade material de países colonizados por católicos e por protestantes, por exemplo, Brasil e EUA. Talvez a ideia veio daí, né Elen?


Elen Ximenes @quemleganhamais 08/05/2023minha estante
Faz sentido!!!


Barbara.Schirato 08/05/2023minha estante
Pior que eu não tenho muito cacife pra discutir isso. Eu tendo a concordar com o Marx que é sim pautado na exploração, mas eu acredito que tem países em que o capitalismo é menos selvagem, só que isso entre os cidadãos desses países, agora vai saber se pra eles terem IDH alto países de terceiro mundo não estão sendo explorados? É bem complexo e eu não tenho conhecimento de área pra poder bater o martelo




doceluzz 04/09/2011

O nascimento do capitalismo
Foi o primeiro livro de Weber que li, e foi paixão a primeira leitura.
Weber aborda de maneira clara e objetiva a "real" influência das religiões no nascimento do capitalismo. Ele destaca o metodista, calvinista, católico e protestante. e como cada um exerceu um papel nesse sistema social econômico.
Ele dá enfâse principal ao nascimento do protestantismo, considerando o ascetismo e a linha econômica fechada do protestante como primeiros vestígios de acúmulo de capital.

Católicos "comprariam" a penitência aos pecados e sua salvação doando dinheiro a igreja(burguesia).
Protestantes/calvinistas tinham metodos de certificar-se se eram pre-destinados(ESCOLHIDOS) a ter uma comunhao direta com Deus, medindo pequenos sinais, entre eles o de prosperidade. Guardavam dinheiro e exibiam esse dinheiro, não como forma atual de consumo, mas como modo de dizer em símbolos que era pré destinado(escolhido) a terem a benção de Deus, usavam isso como forma de destaque social e exibição da graça de Deus(engrandecendo o nome de Deus).
Ou seja, catolicos poderiam"comprar" sua fé,"comprar" a escolha de Deus por si e pagar seus pecados "literalmente", (logo católicos seriam de costumes e moral duvidosa).
Protestantes não compravam nada, poupavam suas moedas para mostrar o quanto Deus era bondoso e generoso com os seus, e media através de pequenos sinais diários o quão abençoado é, se era ou não escolhido.

De acordo com Weber, católicos poderiam comprar financeiramente e bem aceito moralmente a fé,perdão de seus pecados, caridade física, e a escolha de Deus por ele. o dinheiro compraria "tudo" religiosamente.

Para protestantes, o dinheiro era frutos do esforço(ascetismo) e benção de Deus. Logo eles poupavam e nasceu daí uma grande geração de capital.
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Denise 04/10/2009

Habitualmente, tenho grande facilidade de leitura, entretanto achei um livro dificil de ler. Tive dificuldade de seguir seu raciocínio, talvez por discordar.
A quantidade de notas é imensa, no final do livro. A leitura se transforma num grande vai e vem, cansativo.
Primeiro livro de Max Weber que li, tinha alguma expectativa por sua fama. resultado um tanto decepcionante.
Ou não entendi nada da leitura ou dentro da minha visão a articulação entre protestantismo e espírito do capitalismo é fraca.
Durante toda a leitura, contrapontos ao texto me vinham à lembranças. Outras religiões podem ter igual favorecimento ao capitalismo, como o judaísmo, ou outros fatores culturais e econômicos podem ser tão ou mais importantes e determinantes. Enfim, não me convenceu.
O tempo todo pensava sobre as origens do trabalho, tentava lembrar o que li sobre a antiguidade, na qual penso o "trabalho" tal como o vemos hoje, era visto pejorativamente, como algumas supostas elites intelectuais brasileiras ainda veem.... Eu queria articular com contextos mais amplos, em função do que penso hoje e não consegui. Embora seja área que não domine, me faltam conhecimentos, acho que não foi só falha minha. Sinto faltar algo no livro. A estreita relação proposta não me convenceu.
Bruninha Silva 04/05/2011minha estante
A proposta do Weber é essa mesmo: pegar uma "pequena amostra" pra fazer uma análise, já que ele achava improvável que alguém pudesse explicar a sociedade em toda a sua infinita complexidade, apenas aspectos dela, como ele explica a ética do trabalho no capitalismo.




Bruno939 06/04/2023

A parábola do servo que foi rejeitado pelo senhor, por não ter feito frutificar o talento que lhe fora confiado, parece confirmá-lo claramente. Querer ser pobre era, como foi mencionado várias vezes, o mesmo que querer ser doente; era reprovável em relação à glorificação do trabalho e derrogatório quanto a glória de Deus. Especialmente a medicância por parte dos que estão aptos para o trabalho não é apenas um pecado de indolência, mas também uma violação, segundo as próprias palavras do apóstolo, do dever de irmandade.
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Karin 19/06/2021

Uma tese do protestantismo
Esse livro é fundamental para conhecer as raízes do protestantismo e das relações com a sociedade. Confesso que li em 2009 alguns capítulos e agora, questionada por minha filha em algumas questões sociológicas, decidi ler novamente. Eu me delicie com o conhecimento e análise preciosa de Max Weber que, independentemente de ideologias e período histórico, apresenta sua pesquisa de forma clara e precisa. Leitura obrigatória para todo teólogo e pesquisador na área!!!
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Caio 23/03/2021

A ética protestante e o espírito do capitalismo.
Na minha opinião, uma das obras essenciais das ciências sociais. Weber, um dos pais da sociologia, faz uma análise das correlações entre as religiões de matriz protestante e o desenvolvimento sócio-econômico do seu povo.

Diferentemente da religião católica, que abomina o lucro e qualquer forma de acumulação, as religiões protestantes (em especial o calvinismo) aceitam o lucro e a acumulação, entendendo ambos como dignos, caso sejam frutos de trabalho honesto.

Recomendo a leitura a todos aqueles que desejam entender um pouco sobre a sistemática econômica global, além disso, entender também porque países com a população em sua maioria protestantes possuem indicadores de qualidade de vida e educação melhores do que países com população majoritariamente católica.
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Amós 13/04/2022

Resenha da obra “A Ética Protestante e o Espírito da Capitalismo” do Max Weber; Leitura finalizada em Oito de Abril de 2022
Autor e obra em questão dispensam apresentações, sendo considerado, junto a Marx e Durkheim, um dos pais fundadores da sociologia e sua obra é seminal para o pensar o desenvolvimento do sistema capitalista através da modernidade. Max Weber é nascido na Alemanha pré-unificação em 1864 e iniciou seus estudos na Universidade de Humboldt de Berlim, tendo se dedicado ao estudo de religiões ocidentais e orientais. Seu trabalho tem importância destacada devido a sua formulação do método de análise sociológico empregado por ele e que se difundiu no meio acadêmico contemporâneo, método esse que engloba em si apreensões da História, Economia, Direito e Filosofia para construção de teses sociológicas.
Já a obra em si, foi escrita nos primeiros anos do século XX, em meio a um apogeu do imperialismo europeu sob Ásia e África, onde muitos pensadores se dedicavam a entender o porquê da disparidade no desenvolvimento econômico europeu frente às colônias na periferia do sistema capitalista. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo foi escrita em forma de artigos que posteriormente foram reunidos e organizados em forma de ensaio, que destrincha pontos centrais da mentalidade protestante frente ao desenvolvimento do capitalismo europeu e estadunidense. Sua tese no livro serve de contraponto ao pensamento marxista, pois pensa o desenvolvimento do capitalismo a partir de uma ótica culturalista, dando maior atenção às formas de pensar/agir das sociedades analisadas frente ao método materialista histórico-dialético de Marx.
Logo no primeiro capítulo, Weber irá pensar como as diversas formas religiosas se posicionam dentro dos estratos sociais dos países analisados, pois dessa forma busca entender de que forma suas práticas privadas contribuem em maior ou menor medida para seu ascenso econômico. Dessa análise o autor conclui que postos chaves da economia capitalista são ocupados majoritariamente por protestantes de diversas denominações e de como isso se construiu historicamente a partir de uma ética de trabalho árduo e ascetismo pessoal dessa parcela da população. Partindo disso, o segundo capítulo busca fazer uma definição melhor do que o autor entende por “espírito do capitalismo”, colocando que isso vai além da simples formulação econômica da busca de lucros - que na visão de Weber é possível de ser identificado em outros vários contextos do mundo e do tempo - mas sim por um ethos de racionalização do trabalho em torno de um propósito de aumento de produtividade sistemático a partir do reinvestimento dos lucros obtidos. Isso se dá devido à lógica supracitada de uma vida ascética. Isso em grande medida se contrapunha aos “capitalistas tradicionais”, que apesar da busca por obtenção de grandes margens de lucro, não o reinvestiram na produção de mercadorias, mas sim gastavam boa parte do que era adquirido com bens e com uma vida mais luxuosa. Isso fica claro no seguinte trecho (pg. 72): “ O tipo ideal do empreendedor capitalista [...] evita ostentação e as despesas desnecessárias, bem como o desfrute consciente de seu poder, e sente-se embaraçado com os sinais externos de reconhecimento social que recebe.”
Já no terceiro capítulo o autor se dedica ao entendimento do conceito de vocação, que é percebido para além do simples trabalho, mas alcança a compreensão que o exercício de uma profissão com dedicação absoluta é uma virtude elevada a ser alcançada pelos indivíduos. Essa lógica é presente dentro da ética protestante na medida que o trabalho justo é uma forma de expressão de amor fraternal pela sua comunidade e em última instância, uma forma de louvar a Deus. Isso se contrapõe aos capitalistas tradicionais, que tinham sua vida luxuosa condenada pelo ethos ascético dos protestantes. Essa forma de compreensão de vocação se desenvolveu dentro das diversas correntes do protestantismo moderno, em especial os calvinistas, metodistas, pietistas e outras seitas protestantes que o autor irá abordar no capítulo seguinte. O que cabe destacar desse trecho é a abertura da possibilidade da obtenção de lucros capitalistas como forma de demonstrar sua vocação ao trabalho exercido e consequente enriquecimento como forma de demonstrar de sua fidelidade a Deus, extrapolando isso ao ponto de que a posse de riquezas passa a ser visto como uma marca dos verdadeiros cristãos.
No quarto capítulo o autor se dedicará a análise aprofundada da ética das diversas correntes do protestantismo, destacando de cada uma delas pontos que irão se constituir numa ética protestante mais geral. Dos calvinistas a ideia de predestinação dos salvos se relaciona profundamente com o entendimento de que o sucesso econômico são as marcas de um salvo, visto que dentro dessa lógica não haveria outras possíveis marcas dessa salvação cristã e que somente os escolhidos por Deus tem sobre si sua bonança divina. Dos metodistas se tem o fortalecimento de uma sistematização racional do trabalho em vistas do aumento de produtividade, retomando a ideia de que o exercício de sua vocação com dedicação é uma forma de amor fraternal cristão. Já os pietistas tem destaque devido ao reforço de sua lógica ascética e da repreensão de uma vida com luxos. Por fim o autor vê nas diversas seitas (como quakers, batistas e puritanos) uma mescla dessas diversas correntes do protestantismo que em menor ou maior medida se fizeram presentes nos Estados Unidos da América e de como essas influenciaram grandemente o desenvolvimento do capitalismo.
No capítulo final da obra o autor recolhe todas essas compreensões para construir sua tese, afirmando que essas características do protestantismo em conjunto construíram um novo ethos, que se contrapunha ao cristianismo medieval católico e que valorizava o acúmulo de riquezas como marca do verdadeiro cristão. Isso fica transparente no seguinte trecho (pg. 243-244): “A riqueza só é, portanto, ruim, do ponto de vista ético, conforme seja uma tentação ao ócio e à fruição pecaminosa da vida, e a sua aquisição somente é ruim quando é realizada como último propósito, o de uma vida folgada e sem cuidados. Entretanto, enquanto realização de um dever para uma profissão, esta não é apenas moralmente permitida mas é, na verdade, ordenada." Com isso temos uma nova mentalidade burguesa se solidificando dentro dos países de maioria protestante, o que se espalha para outras nações, tornando ideias como vocação ao trabalho presentes na lógica capitalista como um todo.
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Douglas.Bonin 27/10/2021

Poucas e boas
Durante anos este livro me chamou a atenção, acredito que Weber - entre os sociólogos clássicos - foi aquele que melhor soube escolher um título para sua obra. Este escolha, inclusive, é explicada pelo autor. Existem ótimos livros que se escondem em capas e títulos bregas, resta a nós, leitores, encontra-los.

Na obra é buscado compreender de que forma o capitalismo assimilou o protestantismo, que como destaca o auto, o primeiro é anterior ao protestantismo.

Este processo todo é descrito através de uma recapitulação doutrinária das vertentes protestantes. Partindo de Lutero e sua visão mais fechada sobre "as coisas do mundo", chegando até as vertentes mais americanisadas do protestantismo "acético", que criaram este espírito do qual o cristão tem um dever de buscar ser o melhor no trabalho, ao mesmo tempo abnegar qualquer desejo por riqueza, entendendo que se a riqueza vier, ela é "um presente de Deus, que deve ser potencializado".

Estou admirado de como um texto clássico seja tão claro em suas ideias de forma que desbanca muito de seus teóricos. Mas acho interessante que aquele que leia, tenha um conhecimento no mínimo superficial sobre o protestantismo e suas dogmaticas.

Ps. Recomendo a edição da Companhia das Letras pelo respeito dado nas duas edições que o autor escreveu.
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Jolly 14/10/2022

Leitura maçante e um pouco arrastada, melhor ler no ebook do que no físico por conta do dicionário fácil.

Da uma visão boa da maneira como economia e religião estão conectadas.
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Enzo.Baleeiro 25/09/2020

Weber, ecônomia ou história?
Evitarei aqui comentar sobre o conteúdo em si, visto que o mesmo é extremamente conhecido na áera de humanidades. Bem, ele começa como se fosse um livro de antropologia e economia, falando sobre as sociedades antigas, orientais e sua forma de capitalismo. Porém no meio dele (onde eu mais demorei pra ler) é uma análise das Igrejas e seitas protestantes, seu modo de vida, suas políticas, seu dogma e sua práxis. Por exemplo, no Igreja Católica e Luterana, seu modo de salvação da alma é por conta das confissões, mas no Calvinismo, sua salvação é na busca pela glória de Deus essa vida.

Weber é extremamente inteligente, seu trabalho muito lúcido e metódico, além de citar vários autores famosos, como Goethe, Søren Kierkergaard, Kant... e claro, Karl Marx. E sua principal tese desse livro, no meu ponto de vista, seria um ant Marx. Sua clara oposicão afirmando que a sua dialética materialista histórica não é válido como uma forma única, mas sim que essas duas relações são muito mais complexas (Weber não ignora a relevância do fator econômico), além de mostrar a fundamental importância da ética protestante para o gatilho do capitalismo moderno. Enfim sem enrolar muito, Weber me enganou nessa obra, pensei que seria uma forte análise econômica, porém o livro é uma profunda análise histórica-sociológica das religiões protestantes com vista na sua racionalização e caráter burguês.
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xLeoSaraiva 24/03/2022

"[...] antes de tudo, o trabalho é da vida o fim em si prescrito por Deus. [...] A falta da vontade de trabalhar é sintoma de estado de graça ausente".
Penetrar nas ideias de um dos mais importantes sociólogos da história, feito Weber, é apenas uma das infinitas possibilidades oferecidas por esta leitura. Tratando-se de um ensaio científico, e um dos mais conhecidos do século XX, é natural que o(a) leitor(a) se depare com um texto bastante denso e complexo, com parágrafos enormes e digressões que facilitem a distração.
Particularmente, e em sendo uma produção de cunho acadêmico, não se trata de uma recomendação aberta de leitura, tampouco algo para ser lido numa tarde gostosa de sábado pós-churrasco. A Ética Protestante e o "Espírito" do Capitalismo é um exemplo de obra que vale a pena ser estudada com bastante tranquilidade e atenção. Em vista disso, é fundamental que a leitura seja acompanhada de idas e vindas a um bom dicionário ou ao próprio glossário que pode ser oferecido a depender da edição do livro.
Vale a pena destacar o teor incisivamente crítico que o sociólogo Max Weber tem acerca da relação entre o campo religioso e o desenvolvimento do capitalismo. Ao longo de toda a obra, Weber busca descontruir o asceticismo por trás das doutrinas religiosas reformistas, seja por meio de uma curiosa abordagem teológica, seja por meio do apontamento de incongruências nas próprias doutrinas.
Sintam-se convidados(as), ou até mesmo desafiados(as), a fazer esta leitura que indubitavelmente tem a minha recomendação.

SARAIVA, L.

"Livros que li na USP" #001 - A Ética Protestante e o "Espírito" do Capitalismo.
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Laura 24/07/2020

Um marco!
Weber definitivamente sabia fundamentar os seus estudos!
Nessa obra, ele faz uma análise das éticas das religiões protestantes que protagonizaram o século XVII na Europa e na América (EUA), de maneira a mostrar quais as suas influências sobre o espírito do capitalismo. O autor não é absolutista em suas colocações, muito pelo contrário, ele sempre elucida que esse é um estudo focado exclusivamente em uma das diversas variáveis que conduziu a economia ao longo dos séculos.
Uma obra completa, complexa e que cabe muitas reflexões e releituras.

Única crítica da estrutura que faço é: muitas notas!
A quantidade exacerbada de interrupções na leitura integral para verificação de notas, acaba cortando um pouco do raciocínio.
É necessário falar ainda que, existe um tópico destinado ao Calvinismo, ao Pietismo e outros, mas não para o Luteranismo. Entretanto, mesmo sem ter seu espaço específico de descrição, conseguimos compreender as posições de Lutero frente às questões colocadas.
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