Platina23 08/01/2015"Amar não quer dizer ser amado"Segundo volume da trilogia Entre Dois Mundos, continua a contar a história exatamente no ponto em que o primeiro volume terminou. Alícia estava seguindo carreira de modelo internacional junto ao namorado Raul, com quem vai se casar em breve para impedir que a profecia de Noah, o anjo do mau, se realize.
Ao final do desfile em Nova York, Noah reaparece para Alicia e faz um acordo. Se Alicia conseguir mostrar por que vale a pena deixá-la viver, Noah não a violentará e, depois que o bebê nascesse, não a matará. Quebrando a profecia. Para isso, porém, Alicia deixa Raul seguir para Milão sozinho e volta para o Brasil( eu acho, ela não fala muito de onde as personagens são). Então assim que ela pisa aqui Noah vira o humano Thales. Bonito, gentil, educado, tudo que o homem perfeito precisa ser em um romance YA.
Daí eu fiquei: Mas! Pera! Você não era o vilão??
Pois é. Não é mais.
Noah, vira Thales, o mocinho com um passado trágico e uma segunda personalidade(Noah) que é maligna e não ele. Nem preciso dizer o quanto me decepcionei com o sumiço do vilão que eu até estava gostando, e o substituir por uma força bem maior de maldade. Foi quase um Alícia versos o inferno. Realmente não gostei da história tomar proporções tão épicas só pelo fato de Alícia ter sobrevivido e de Thales mais para frente descobrir que é especial( sim, ele ainda precisa ser único e raro u.ù).
Continuando a história, Alícia vai ajudando Thales a se adaptar, ele compra uma cobertura em um bairro super chique, uma moto e mais pra frente um carro( O dinheiro não se sabe de onde vem!). Alícia, por ser um amor de pessoa e não por estar interessada, começa a trazer Thales para o grupo de amigos dela, mostrando quão bom e gentil ele é. A partir de certa parte, a história fica muito parecida com a do primeiro livro, com apenas uma troca de cenário: o mar virou uma piscina.
Outro problema que tive com a história foi no setor da escrita. Em várias cenas a autora opta por discursos indiretos, tornando o texto muito desinteressante e muitas vezes não dando a devida importância, para mim leitora, das informações que serão apresentadas. Em um YA eu não recomendaria o uso dessa artimanha, mas tem gosto pra tudo. Outro problema que eu tive foi a mudança da voz narrativa do texto. Não sei se foi proposital ou acidental, mas em várias cenas o texto começava em primeira pessoa pela visão da Alícia, depois se tornava terceira em algum observador oculto, só me interrompia a leitura e me deixava confusa tentado descobrir de onde vinha aquele ponto de vista.
Enfim, o livro é recheado de cenas de pegação, traição e sentimento de culpa( nem tanto) vindo da personagem que se vê em um triangulo amoroso. Porque não existe um bom romance adolescente sem ter dois caras para uma menina que se recusa a decidir para não magoar ninguém, mente pras pessoas e ainda consegue dar uns bons pegas! E o que mais me irritava no sentimento de culpa da personagem era ela sempre se auto intitular "puta", não por ferir os sentimentos dos caras ou por ser indecisa, apenas pela imagem que ela tinha com o mundo externo, A cada duas trocas de palavras ela ia correndo pra um dos dois, cedia ao calor da carne e depois ficava se martirizando. Isso foi muito, MUITO, irritante!
E só mais duas passagens que eu fiquei realmente confusa, mas uma delas eu fiquei confusa mais por não querer reler o primeiro volume:
-Ela sempre teve uma irmã mais nova? O único irmão dela não era o Leo, que agora é guardião dela?
-Que cor é o azeite de oliva? Essa dúvida está me matando! Devido ao seguinte trecho:
"[...] o seu corpo era lindo, sua cor como azeite de oliva, bem bronzeado[...]"
p. 57 da minha edição
A partir daí eu primeiro rachei bico imaginando um ET verde no meio da cena, mas depois eu fiquei com essa dúvida e até agora as cores sugeridas para azeite de oliva foram: verde, amarelo, amarelo esverdeado ou verde amarelado. Ainda não sei o que a autora queria transmitir. No skoob acabei dando uma estrela a mais que seu antecessor por conta da boa apresentação gráfica da capa, que só será explicada no final do livro. Do resto: igual ao primeiro, pra quem gostou do anterior, é um prato cheio.
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http://livrosenipon.blogspot.com/2015/01/resenha-entre-dois-mundos-revelacoes.html