O enigma de Espinosa

O enigma de Espinosa Irvin D. Yalom




Resenhas - O Enigma de Espinosa


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Luan 22/02/2022

?O enigma de Espinosa | Irvin D. Yalom
Ficção-histórica | Drama | 432 pág.

O livro aborda, de maneira ficcional, eventos históricos divergentes, mas que se conectam pelos personagens principais: Bento Espinosa, filósofo holandês que foi excomungado da comunidade judaica por desenvolver ideias controversas a respeito da Torá (Bíblia hebraica), e Alfred Rosenberg, conselheiro de Hitler e líder do escritório de pólitica externa do partido nazista.

A premissa inicial é justamente o por que Alfred Rosenberg, com sua ideologia de antissemitismo e nazista, tem uma conexão e interesse pelas obras de Espinosa, este que foi judeu e dotado de uma profunda filosofia racional e métodos lógicos, atributos que diferenciava de Alfred. Qual foi a razão por trás da ordem de Alfred ter chamado a força-tarefa para vasculhar o museo de espinosa em busca das obras originais do filósofo? O que ele queria? O que ele buscava naquilo que ele mais repugnava?

O autor, Irvin Yalom, com toda sua magistral imaginação, nos faz percorrer uma incrível história, de Amsterdã no século XVII até à Alemanha nazista, para descobrir este paradeiro, ou melhor, este enigma por trás de Espinosa.

A obra no geral é esplêndida e poderosa! A genialidade de como tudo se conecta em meio aos eventos históricos é fantástica, e não há outra definição que eu ache. Tudo, absolutamente tudo, é bem estruturado e tremendamente rico, além de ser bastante aprofundado no tange as ideias de Espinosa.

Espinosa sempre foi meu filósofo querido, precisamente, pelas suas ideias revolucionárias em discernimento das tradições e rituais religiosos, na qual ainda hoje, infelizmente, há uma barreira em discutir ou debater suas ideias. Algo que ele já enfretava na sua comunidade judaica e pela qual havia sido expulso.

Sobre o livro, você encontrará uma profundidade absurda no que tange a emoções, sentimentos e ideias nos persongens, que são intercalados por conversas, diálogos e terapias presentes em ambos personagens principais, tanto Alfred com seu psiquiatra quanto Spinosa com seu melhor amigo.

Minha conclusão, é basicamente exaltar tamanha obra que trouxe uma aproximação incrível de um dos maiores filósofos e de suas ideias. E adiciono um valor especial para os diálogos que faz uma imersão tremenda conosco, fazendo assim, estarmos presentes ali junto dos demais personagens conversando e entendendo suas mentes. Simplesmente extraordinário. Não é atoa se tornar um dos melhores livros que já li.
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Elisa 16/10/2014

Um dos documentos utilizados como prova, após a II Guerra Mundial, no tribunal de Nuremberg, contra Alfred Rosemberg, foi um relatório sobre a apreensão que fez de todos os livros pertencentes à Spinozahuis, ou casa de Espinosa, museu que abrigava uma representação fiel de quase todos os livros originalmente pertencentes à biblioteca pessoal do filósofo Holandês. Segundo o relato do oficial que o acompanhou no dia, Rosemberg alegou precisar dos livros para resolver o "problema de Espinosa" - e é a partir daí que se iniciam as especulações históricas as quais constroem o enredo do livro.

A ideia principal do livro foi boa, realmente boa. Rosemberg sempre teve um problema de auto-estima e, a fim de aplacar suas dores emocionais, teria recorrido à mais famosa obra de Espinosa, Ética, a qual teria também aplacado os dramas internos do grande escritor alemão Goethe. É claro, isso seria um enorme paradoxo, visto que Espinosa nasceu judeu e Rosemberg foi um dos maiores pregadores da ideologia anti-semita. Por isso, Rosemberg teria se agarrado a ideia de que Espinosa, na verdade, não podia ser mais do que um grande plagiador - e que melhor maneira ele teria de descobrir a verdade que não analisando os livros que o pertenciam?

Porém, a trama da história carece daquela típica construção desenvolvimento/clímax/desfecho, o que torna a leitura, em sua grande parte, extremamente chata. Em alguns livros isso pode até funcionar, mas este não foi o caso. A maior função do livro, afinal, seria uma obra de fácil entendimento sobre a filosofia de Espinosa, uma vez que romances são muito mais facilmente digeridos pelo cérebro do que textos acadêmicos, mas ficou mais parecendo um livro de história com informações hipotéticas.
Lucas 26/01/2015minha estante
Isto apresentado por ti é uma resenha? Eu imagino que não, o conceito e a organização textual de uma resenha não consigo de maneira alguma distingui-la. Compreende o que eu digo, não digo isso por mal.


Elisa 27/01/2015minha estante
Lucas, ficarei feliz em corrigir meu texto se você me apontar os erros de forma clara, mas, até onde eu aprendi na escola e li ultimamente, isto foi uma resenha, sim. Apresentou um resumo simples da história e minha opinião sobre ela; se estas não são as características de uma resenha, quais são?


Cesar.Ming 10/02/2018minha estante
Olá, não acho este livro nas livrarias para comprar. Toparia vender seu usado? Obrigado. César




Carlos531 13/01/2022

Obra incrível
Fiquei bastante emocionado ao ler esta obra. Embora conheça os dois fatos históricos abordados no livro.
RhD 13/01/2022minha estante
Li "Quando Nietzsche chorou" quero ler "A cura de Schopenhauer"


Carlos531 13/01/2022minha estante
Eu o indico " O enigma de Espinosa" a obra traz uma temática muito forte: a biografia de Espinosa de forma Romântica, seus principais fundamentos que o fizeram ser expulso da comunidade judaica e suas influências para seus pensamentos racionalista. Por outro lado, Alfred Rosenberg, o principal teórico do Nazi-facismo alemão, conselheiro pessoal de Hitler, responsável por milhões de mortes judias, propagou as ideias do antisemitismo. Não se sabe bem porque Rosenberg invadiu pessoalmente a biblioteca de Espinosa, roubou as obras do museu, porém os protegeu e não queimou como de costumo, afinal, Espinosa era judeu e Rosenberg Nazista. Aí está o Enigma. Fora os vários diálogos filosóficos a vida e a forma como lidamos com nossas raízes. Vale a pena


RhD 13/01/2022minha estante
Legal!! Obrigado por compartilhar


Carlos531 13/01/2022minha estante
???




Sophia1534 16/05/2021

O mais fraco da trilogia
Deixei por último este livro após ter devorado os outros dois algumas semanas atrás. De todos, é o mais fraco, mas não deixa de ser brilhante.

A narrativa alterna entre a história de Bento Espinosa, filósofo do século XVII, e Alfred Rosenberg, uma figura influente do círculo nazista de Hitler. As partes de Rosenberg eram um pouco entediantes e achei que a conexão entre o filósofo e Alfred foi meio... nada a ver. Pareciam apenas duas histórias paralelas enfiadas num mesmo livro, tangenciando-se aqui e acolá.

As partes de Bento eram maravilhosas, cheias de diálogos instigantes e esclarecedores. Fiquei apaixonada pela filosofia de Espinosa e com certeza vou tentar me aprofundar mais nos seus escritos.

No geral, o livro peca em tentar reproduzir a mesma dinâmica dos outros 2. É muito descritivo, os fatos históricos atrapalham o andamento da leitura em vez de auxiliá-la. Ainda assim, a introdução aos pensamentos de Espinosa é feita de modo impecável, um prato cheio para leigos e amantes da filosofia.
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Sapere Aude 22/08/2021

Interessante introdução ao Pensamento de Spinoza
?Permita-me amar a Deus do meu próprio jeito?. Essa é a maneira sedutora e encantadora que Spinoza nos propõe a ideia do divino, um Deus inteiramente equivalente à natureza e que não joga dados com o Universo. A potência de Deus é a sua própria essência!

Einstein era espinozista e quando interpelado sob a crença em Deus, afirmava: ?acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens?.

Baruch Espinosa, filósofo judeu do século XVII responsável por obras que revolucionaram o pensamento ocidental ? e o fizeram ser excomungado da comunidade judaica aos 24 anos.

A anátema de expulsão é forte e de 27/07/1656: ?maldito seja de dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar e levantar, ao sair e ao entrar? Que não queira Adonai perdoa-lo mas antes inflame-se o seu furor e rigor sobre esse homem e lancem contra a ele todas as maldições escritas no livro desta Lei. E que Adonai apague o seu nome de sob os céus?. Por que? Spinoza acreditava que as palavras da Torá não deviam ser interpretadas ao pé da letra e sim no contexto das épocas. A superstição e a razão nunca andaram juntos. Falsas ideias propiciam um consolo frágil e falso

Sua ética se divide em cinco partes: Deus; a natureza e a origem da mente; a origem e a natureza dos afetos; a servidão humana ou a força dos afetos e; a potência do intelecto ou a liberdade humana.

Neste livro, Yalom construiu uma narrativa ficcional em que intercala supostos acontecimentos da vida do filósofo iconoclasta e a do cruel assassino em massa Rosenberg, em uma história sobre as origens do bem e do mal, a filosofia da liberdade e a tirania do terror.

Em 1942, a força-tarefa de Alfred Rosenberg, servo fiel de Hitler e principal responsável pela política racial do Terceiro Reich, confiscou toda a obra de Spinoza. Que interesse um oficial nazista teria pelos livros de um pensador judeu? Por que o governo hitlerista não os queimou, como fez com tantas outras obras em vários lugares da Europa? O que seria ?o problema de Spinoza?, utilizado como motivação para o regime estudar e preservar seus livros?

Há interessantes diálogos estoicos e epicurista, a ataraxia, a harmonia ou a condição imperturbável da alma. Em se tratando dos objetivos geradores, sempre que um é atingido gera necessidades adicionais. Quanto mais se corre, mais se busca, ad infinitum. O verdadeiro caminho para a felicidade imperecível, está em outro lugar qualquer não em objetos perecíveis. Não está fora, está dentro. Está na mente o que determina o que é assustador, o que não vale nada, o que é desejável ou valiosíssimo, e, portanto, apenas nela que pode ser modificado.

Como pode haver harmonia interior em alguém que não é fiel a si mesmo? A busca das riquezas, reputação e indulgência nos prazeres sensuais estão condicionadas:
(1) parecem provir do fato de a felicidade ou a infelicidade consistirem somente numa coisa, a saber, na qualidade do objeto ao qual aderimos pelo amor; (2) nunca nascem brigas pelo que não se ama, nem haverá tristeza se perece, nem inveja se é possuído por outro, nem temor nem ódio e, para dizer tudo em uma só palavra, nenhuma comoção da alma; (3) o amor de uma coisa eterna e infinita alimenta a alma de pura alegria, sem qualquer tristeza, o que se deve desejar bastante e procurar com todas as forças.

Spinoza era um universalista. Seu amor intelectual por Deus, amor dei intellectualis, se expressa: ?amar algo que é imutável e eterno significa que você não está sujeito a caprichos, inconstâncias ou a finitude do ser amado. Não se deve tentar se completar por meio de outra pessoa. Não se deve esperar reciprocidade?.

Sejamos como Spinoza, que o desejo de continuar florescendo, impulsione todos os nossos esforços!

Carlos Roberto de Souza Filho, 22/08/2021.
Igorvinsky 22/08/2021minha estante
Muito gostosa tua resenha, Carlos. ;)




Josi 01/02/2021

Mais um livro incrível do Yalom
Em mais um romance impecável Yalom nos leva pra duas épocas diferentes da história: uma na qual acompanhamos parte da vida de Espinosa e outra na qual acompanhamos a problemática relação de um porco nazista com as refinadas ideias do filósofo. O tratamento psicológico dados aos personagens (incrível, pois psiquiatra e ex terapeuta) nos leva pelos meandros da mente humana e nos dá várias perspectivas à respeito de uma mesma situação. Ainda não tinha tido contato com Espinosa, foi uma ótima porta de entrada para conhecer suas ideias, realmente uma personalidade muitos séculos à frente do seu tempo. De brinde ganhamos um pós escrito onde o autor nos apresenta o quanto de fato histórico ele trouxe para o seu texto (o que é empolgante demais por si só), o que é ficção e o que o orientou a levar a história pra esse ou para aquele lado. É só o segundo livro do ano, mas com certeza vai estar no pódio dos melhores de 2021, leitura recomendadíssima!
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Ayrtonmcn 01/12/2020

A paixão pela razão
O livro acompanha dois personagens históricos: Baruch Espinosa, um judeu que seria banido da sua religião por suas ideias contrárias às crenças e costumes judaicos, mas que também se aplicam a outras religiões, e Alfred Rosenberg, principal ideólogo do antissemitismo nazista.

Os dois personagens estão separados por aproximadamente 260 anos na história, mas o autor utiliza-se de uma única ligação entre ambos para dar origem ao livro: durante o período nazista a força-tarefa criada por Rosenberg confiscou a pequena biblioteca de Espinosa mantida na Holanda e foi escrito em relatório que ela poderia ajudar no estudo do “problema de Espinosa”.

Quando resolvi ler “O Enigma de Espinosa” fiz com a intenção de ser apresentado aos pensamentos de Espinosa. Confesso que não conhecia absolutamente nada a seu respeito.
A forma como Irvin D. Yalom escreve seus romances, explorando as ideias e os pensamentos de personagens históricos através de situações hipotéticas, mas tendo como pano de fundo acontecimentos reais, é impecável e favorece esse primeiro contato.

Bom livro!

“Creio que, quanto mais pudermos conhecer, menos coisas haverá que só Deus conheça. Em outras palavras, quanto maior for a nossa ignorância, mais coisas atribuiremos a Deus.”
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Christiane 24/07/2021

A história do filósofo judeu que influenciou uma das maiores mentes nazistas.

Yalom é um terapeuta e psiquiatra que escreveu vários livros, entre eles alguns se utilizam dos filósofos como Niestzsche e Schopenhauer e agora Espinosa para nos ajudar a compreender a mente e o psiquismo do ser humano, além de proporcionar através de uma leitura gostosa uma introdução a estes que são considerados grandes filósofos e para muitos difíceis de compreender ao se ler os livros que eles mesmos escreveram.

Neste aqui é Espinosa, o filósofo judeu holandês que é mais conhecido pela sua excomunhão do que pela sua filosofia, até porque ler A Ética não é tarefa fácil. Yalom desejava escrever sobre ele mas não encontrava a maneira de fazê-lo até que foi à Holanda e visitou o museu do filósofo, com a esperança de encontrar lá algo que pudesse lhe permitir escrever sobre ele, mas foi ao ouvir seus acompanhantes falarem sobre o problema de Espinosa e sobre o nazismo que ele acabou encontrando seu material para a escrita.

Soube nesta ocasião que a ERR, a força tarefa nazista que se incumbiu de saquear as obras de arte para o Reich havia ido lá especialmente para pegar os livros de Espinosa. Yalom então recria esta história misturando história e ficção, e tentando imaginar porque Alfred Rosenberg, que chefiava a ERR poderia querer estes livros e qual era o problema.

Trabalhando com dois tempos, o de Espinosa no ano de 1656 e com Alfred no tempo antes e durante a Segunda Guerra Mundial ele traça um panorama da história dos judeus e também do racismo e antissemitismo, além da filosofia de Espinosa que neste livro se torna acessível.

Yalom vai além pois é um psiquiatra, e tenta desvendar a mente e o psiquismo destas duas figuras históricas, e para isto cria dois personagens fictícios, Franco no caso de Espinosa e Friedrich Pfister para Alfred.
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Samuel 03/02/2022

Um livro de conhecimento e de prazer
São raros os livros que você lê e lhe proporcionam prazer e conhecimento, normalmente nos contentamos com um deles, o que por si só já nos traz bastante felicidade.

A forma suave e instigante que o autor trata sobre a filosofia, já demonstrada no outro livro que li, Quando Nietzsche Chorou, se mantém nesse e ainda tratando de forma complementar de um tema tão triste da nossa história, que foi a segunda guerra mundial.

Não posso deixar de destacar a habilidade de tratar as duas histórias paralelas e a inegável força que faz com que vão se misturando ao longo da leitura.

Em algumas situações você chega a se colocar no local dos personagens e tentando responder a questão o que faria no lugar ou com a ideia que surgiu.

Foi muito grata a leitura, principalmente por abordar a filosofia, que fazia muito tempo que não lia nada dessa forma.
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Rafael 01/11/2020

APAIXONANTE
É um romance tão bom que eu já reli ele umas mil vezes .
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Bianca 26/11/2020

Excelente
Livro narrado pela ótica de dois personagens e em dois tempos distintos, o filósofo judeu Bento Espinosa e o anti-semita Alfred Rosemberg. Ambos personagens reais que tiveram suas narrativas criadas para ilustrar esse brilhante livro. Controverso e contestador, me despertou o interesse pela filosofia.
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Bruno 22/01/2021

Excelente escolha do autor na construção da narrativa
O livro surpreendeu muito. Apesar de ja ter lido outros dois livros do autor esse é o que tem a melhor forma de narrativa. O jeito criado pelo autor na construção da narrativa foi muito criativa e deixa a leitura fácil e gostosa. Excelente livro, muito enriquecedor!
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Pereira 01/03/2015

Razão e Paixão
"A razão não é forte o bastante para enfrentar a paixão... A única maneira de nos libertarmos das armadilhas da paixão, é transformando a razão em uma paixão.". Com essa teoria o autor permeia duas épocas bem diferentes e, em paralelo, tece a trama dessa incrível obra. Tendo esse par como foco, ele busca uma explicação, mesmo que quase impossível, para o entendimento de algumas atrocidades históricas.

É notório que não existe ganho sem perda. Mas o perfeito equilíbrio entre razão e paixão pode amenizar bastante esse prejuízo.

A paixão é o nosso combustível para o prazer pessoal diário. Sem ela seríamos como zumbis. Não viveríamos... Apenas sobreviveríamos. Infelizmente não a podemos criar. Felizmente ela é mais comum do que pensamos. Pode surgir de repente na figura de uma pessoa, ou acontecer naturalmente na execução de uma determinada atividade.

Outrossim, a NÃO necessidade de reciprocidade é o que faz esse sentimento tão nobre e importante. A pessoa pode até não saber que você existe e que nutre algum tipo de admiração. A coisa inanimada nem essa faculdade possui. Não interessa! O sentimento vai estar ali... Injetando ânimo em você. Tornando possível a satisfação pessoal.

Entretanto, quando nos deparamos com algo ou alguém que é a fonte dessa paixão, tendemos e, na maioria das vezes, fazemos coisas desarrazoadas. A quantidade e o grau de temeridade dessa atitudes é que proporcionam o equilíbrio. É impossível encontrar a paixão e manter a normalidade, ou não aumentar o nível de loucura.

Quando enveredamos pelo caminho da paixão cega, esquecendo o mundo ao redor, produzimos dor e danos a nós mesmos e aos outros que nos cercam. Todavia, se lidamos com a situação de forma natural, reconhecendo sua força em nos trazer alegria, atingimos o patamar da satisfação pura.

Assim como a luz precisa da escuridão para ter importância, a razão precisa da paixão para ser desfrutada na sua essência. Reconhecer o que nos faz bem é tarefa simples. Manter essa situação por um longo período de tempo já não é tão fácil.

A razão pode ser concebida como o fim por si só, já a paixão é a ferramenta perfeita para o execução desse objetivo.

Dennis.Pereira 17/12/2015minha estante
Falou bonito, mas não disse porra nenhuma! Use menos tempo escolhendo palavras "elegantes" e mais esforço com a qualidade do conteúdo. Seu basal... Lugar de DJ Pereira é no Detona Funk


Cesar.Ming 10/02/2018minha estante
Olá, não acho este livro nas livrarias para comprar. Toparia vender seu usado? Obrigado. César




Val 22/11/2017

A Melhor Defesa de Deus.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a Minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Baruch Spinoza, ou Bento Espinosa em sua língua mãe, fundador do racionalismo e da moderna filosofia, sempre foi um contestador das religiões. Não por ser ateu. Ele sempre acreditou no Criador, mas de uma forma natural, pura, sem vícios humanísticos como a prevalente nas igrejas, templos e sinagogas. Filho de família judaica portuguesa, nascido e criado em Amsterdã, favorito do rabino por sua inteligência, desde cedo começou a contestar as cerimônias da sinagoga e a dar interpretações corretas, simples e racionais aos textos religiosos. Excomungado do judaísmo holandês, viveu como artesão, professor livre de teologia e como filósofo. Por seu racionalismo, fundou o criticismo bíblico moderno. Sua definição de Deus – abaixo reproduzida - deixa bem claro o posicionamento de sua escola. O difícil, sem dúvida, é contestá-lo sem esbarrar na religiosidade e, portanto, no sentimentalismo religioso e no interpretativo fantasioso.

Esta introdução faz-se imperativa para abordarmos mais uma obra excepcional de Irvin D. Yalom intitulada “O Enigma de Espinosa”. Este escritor judeu americano, psicoterapeuta e fascinado estudioso de filosofia que escolheu estudar medicina por se sentir mais perto de Dostoievsky ou de Tolstoi, não poderia deixar de ser, assim, um grande escritor.

De fato, nesta obra adentramos nas vidas de duas personagens centrais – e reais -, por um lado temos Bento Espinosa – como dito acima - e por outro, Alfred Rosenberg, um forte ideólogo e criador de algumas das principais crenças do Nazismo, com uma estranha fascinação por Espinosa. Ambos, com o liame do grande poeta Goethe como um enigma. Os capítulos vão alternando entre as vidas dos dois protagonistas e, ao explorar a de Spinoza, nos é permitido penetrar em seus pensamentos e ideias, como também mergulhar numa época conturbada, com a inquisição perseguindo os judeus por toda a Europa, mas especialmente pelos governos ibéricos e luteranos alemães. Já na abordagem da vida de Rosenberg, é explorada a sua personalidade e pensamentos, a sua interação com Hitler, além de episódios decisivos para a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha. A forma que o autor cria diálogos ficcionais entre as personagens (que retratam pessoas reais) é credível, a narrativa explora diversos tópicos, onde podemos encontrar filosofia, psicologia, teologia, historia e política, além de termos apresentada uma dualidade de conceitos, pelo meio da narrativa, e ainda nos deparamos com fatos históricos passados no século XVII e no século XX.


Desta forma, Yalom explora a mente de dois homens separados por trezentos anos, dois homens que mudaram o rumo do mundo, as vidas interiores de Espinosa, o virtuoso filósofo secular, e de Rosenberg, o ímpio assassino de massas. Yalom tem um talento único para personificar de forma inesquecível os maiores pensadores da História. Deixa-nos fascinados e os seus livros marcam-nos para sempre, como são o caso dos best-sellers “Quando Nietzsche Chorou” e “A Cura de Schopenhauer”.


O Deus cósmico e universal de Espinosa

Em seu “Livro I da Ética e no Tratado sobre a Religião e o Estado”, Espinosa delineia a sua concepção de um Deus despersonalizado e geométrico, contrária a todas as formas de se idealizar Deus como uma espécie de entidade, oculta e transcendente, que age conforme os seus desígnios e a sua vontade suprema. Vejamos:
“Pare de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que eu fiz para ti.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pare de me culpar da tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho..., não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Pare de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se eu te fiz, eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se eu sou quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse, como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pare de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Sentes-te olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... Aí é que estou batendo dentro de ti.

Baruch de Espinosa (1632-1677)

site: http://contracapaladob.blogspot.com.br/
Cesar.Ming 10/02/2018minha estante
Olá, não acho este livro nas livrarias para comprar. Toparia vender seu usado? Obrigado. César




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