Israel145
04/05/2013“O visconde partido ao meio” me decepcionou um pouco. Apesar de ser uma história bem ambientada e ter uma estrutura simples que beira a fábula e riquíssima em termos de referências, além de muito criativa, o autor acabou dando um tropeço e tornou o livro chato, mas muito chato. Tão chato que suas 94 partes parecem intermináveis, principalmente depois do meio para o fim.
Essa eterna dicotomia “parte boa-parte mau” já foi explorada até o esgotamento pela cultura pop, inclusive a literatura. Nem o surrealismo da história consegue salvar o livro.
O bom é que isso não inviabiliza toda a obra do autor, pelo contrário. Só estimula a buscar a sua essência em outros livros. E analisando friamente a coisa, é muito fácil tropeçar com um personagem partido ao meio que só tem uma perna. E o pior, em algumas correspondências o Calvino disse que fez o livro pra se divertir. Quem sabe ele devesse ter feito pra divertir os leitores.