Tami 22/12/2013Bom, mas não é o melhor do autorNota: 3,5
Resenha publicada no blog Gaveta Abandonada
"O homem de 96 anos estava sentado em sua confortável poltrona apreciando um livro sobre Joseph Stalin. Nenhuma grande editora quis chegar perto do manuscrito repleto de devaneios, pois ele era completamente parcial, elogiando o sádico líder soviético. Porém, a opinião positiva sobre Stalin, apresentada naquele livro autopublicado, agradava muito ao velho." (primeiras linhas, pág. 7)
Este é o segundo livro do personagem Shaw (o primeiro, já resenhado aqui, é Toda a verdade). Não tem problema se você não leu o primeiro, as histórias são como as do James Bond - praticamente só o personagem principal é o mesmo, e pouquíssimas coisas são mencionadas sobre o outro livro.
Neste livro Shaw vai atrás de Evan Waller, um traficante de mulheres que neste momento inicia um novo negócio que pode trazer consequências mundiais. O problema é que ele acaba encontrando com Reggie Campion, que está atrás do mesmo homem mas por motivos diferentes. Reggie faz parte de uma agência não regulamentada que está atrás de Evan devido ao seu passado. Ele foi Fedir Kuchin, um genocida que conseguiu fugir da Ucrânia.
Ambos começam a se investigar para saber quais as intenções de cada um. Quase igualmente talentosos, vão precisar de muita sorte e agilidade para conseguirem cumprir suas missões.
Este é o terceiro livro de Baldacci que leio. Não me decepcionou, mas achei os outros dois melhores. Neste o autor tem o ritmo um pouco mais lento do que o normal (que é frenético) e o relacionamento entre Shaw e Reggie ganha um bom destaque. Gostei do livro, contudo essa parte meio romanceada não se encaixou tão bem na história como aconteceu em Toda a verdade. Além disso, acabou indo tanto para esse lado de romance que me decepcionou um pouco, e foi algo completamente dispensável.
"Vi genocídios na África, na Ásia e no Leste Europeu que estão além da imaginação. O mal não tem fronteiras geográficas. Quem pensa de outra maneira é um idiota." (pág. 35)
O tema abordado aqui são os genocidas do mundo que conseguiram fugir (muitos para a América do Sul inclusive). Por trás da história fica a pergunta: até quanto os nossos atos podem ser relevados se forem por um bem maior? Será que Reggie e seus companheiros podem ser considerados inocentes já que matam por uma boa causa? É uma questão bem abordada no livro/seriado Dexter também, e bem polêmica.
Baldacci tem uma escrita leve e de fácil acompanhamento. A narrativa se intercala entre os personagens, nos ajudando a conhecer um pouco mais as motivações de cada um. A edição da Arqueiro está simples como sempre. Demorei um bom tempo para me dar conta de que a capa era um tambor de revólver, notaram? Mesmo assim acho as capas bem melhores do que as originais, que parecem ter parado nos anos 80 ou 90. Vi um ou outro errinho de digitação, mas nada que atrapalhe.
Se tiver oportunidade, leia. Porém, se tiver oportunidade de escolher, comece por Traição em família. Dos três, foi o que mais gostei e o que tem a história com mais ação e reviravoltas. Continuo adorando o Baldacci e ainda o considero um dos melhores autores neste estilo, por isso mesmo esperava um pouco mais. Repito: não é um livro ruim, mas sei que ele pode bem mais.
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http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2013/12/resenha-livrai-nos-do-mal.html