Serivaldo 23/06/2014 Esse pequeno livro da mestra Ana Maria Mendez González tenta responder à pergunta que dá título à obra, pois a cada leitura que fazemos nos fica esta dúvida, será que fomos capazes de ler e abstrair o cerne do conteúdo exposto pelo seu autor?
O livro que está dividido em três partes nos encaminha para uma resposta que deve ser dada pelo próprio leitor, visto que é ele o alvo do grande questionamento.
Primeiramente podemos acreditar que existem modalidades e, principalmente, finalidades de leitura. O livro foi destinado àqueles que desejam desenvolver a competência da leitura, seja para concluir um curso universitário, passar em concurso público ou aprender sobre textos.
A qualidade da leitura é o principal objetivo a ser atingido. O cenário externo (o espaço, a postura física, a boa iluminação, o silêncio, a privacidade) colabora para a concentração. O cenário interno (preocupações, emoções, cansaço) não ajuda na compreensão do texto.
A leitura começa com o envolvimento do leitor com o conteúdo a ser lido e apreendido. Porém, as ideias de um texto não devem se misturar com as opiniões pessoais já formadas, pois “confundem e pervertem nossa compreensão do que está sendo lido”.
O leitor deve estar sempre em diálogo com o texto lido, pois ele é produzido conforme uma unidade textual e linguística, de ordem e significados. O título de um texto deve encaminhar o leitor para os conteúdos que serão encontrados ao longo da leitura textual.
A compreensão de um texto depende de uma situação contextual na qual ela está inserida, ou seja, é necessário que entendamos que ele “faz parte de um quadro mais amplo de informações” do qual devemos ter prévio conhecimento.
A autora traz os conceitos de linguagem e discurso, nas perspectivas da linguagem como representação do pensamento, instrumento de comunicação e forma de ação ou interação. O discurso de um texto representa e expressa posições sociais, ideológicas e culturais de seu autor, devendo ser percebido pelo leitor. Os textos são bastante variados, pois apresentam discursos que estão condicionados a fatores históricos e sociais.
A quantidade de leituras de um texto vai influenciar na compreensão de seu conteúdo e na esquematização de suas ideias. Quanto mais vezes se lê um texto maior é o número de abstrações de informações. Através de uma leitura crítica e reflexiva é possível passarmos de uma leitura superficial para uma leitura de maior profundidade de compreensão.
Os textos se organizam em blocos de palavras, os blocos vão se juntando e formando um texto único, até a construção de um sentido. A coesão de um texto é estabelecida por intermédio de elementos (frases e parágrafos) que se encadeiam entre si com a função de estabelecer a relação entre as partes que o compõem. A coerência trata da forma como a argumentação foi construída no nível mais profundo, o semântico (sentidos e significados).
Ana González cita exemplos de leitura, quando analisa pormenorizadamente, dois textos publicados em revistas diferentes, fazendo um levantamento das ideias apresentadas para construção dos textos e destacando as diferentes maneiras de apresentá-los. Destaca, ainda, duas técnicas para registrarmos nossas leituras. A folha de registro na qual são anotadas as ideias principais do texto lido e o diário de bordo, no qual se registra o andamento da leitura, seu acompanhamento, os objetivos a atingir, o caminho percorrido e a percorrer dos conteúdos pretendidos.
A autora conclui afirmando que não é fácil ler ou estudar, pois necessita-se de disciplina e compromisso; recursos de leitura, de memorização e de atenção, além de que existem uma infinidade de textos para serem lidos e interpretados.
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http://memorialdelivros.blogspot.com.br/2014/06/voce-sabe-mesmo-ler.html