Fer - Mato Por Livros 04/01/2016Uma leitura leve, divertida e nada clichê.“Nós somos duas ovelhas perdidas na floresta sem saber como voltar ao pasto, sem saber como voltar atrás porque tudo isso que estamos sentindo é completamente novo e assombroso.”
Duas palavras: fascinante e encantador.
Ah gente eu amo os clichês (já falei isso umas mil vezes, eu sei, tá parei). Mas é o fato de amar os clichês que nos fazem pegar uma obra como essa e admira-la por tudo o que ela é, ou não é, sei lá rs.
NADA CLICHÊ.
Ainda estou aqui tentando encontrar palavras para definir mais essa leitura e... não encontrei, fui até ao Google buscar ajuda e nada define bem. Então desisti de procurar a palavra e vou tentar resenhar essa história que com certeza me cativou, me surpreendeu e me fascinou.
Por onde eu começo?
Passados.
Alice tem um passado nada fácil. Abandonada pela mãe aos sete anos que a preteriu pela irmã.
Ela cresceu sendo uma pessoa meio “louquinha” podemos assim dizer. Nunca sabemos o que esperar dela. Em alguns momentos ela é uma pessoa madura, segura de si e que sabe o que quer. Em outras ela é totalmente o oposto e ainda consegue ser um pouco mimada e achar que o mundo gira em torno do seu umbigo. Acontece que Alice é muito mais que tudo isso, ela é humana. Alice reflete perfeitamente e sem sombra de dúvidas um pouco de cada um de nós.
Somos inseguros, maduros, infantis, medrosos, corajosos, covardes, muitas vezes somos cruéis, preconceituosos, somos amorosos, amamos incondicionalmente, odiamos em toda nossa potencia... Ufa, até cansei. E com certeza tem mais de onde veio essas “virtudes”.
“Porque é mais fácil ser outra pessoa. Às vezes, é esplendido fugir da realidade, mesmo que por alguns segundos.”
Acontece que essa é Alice, acima de tudo ela é humana. Ela erra, ela acerta, ela cai, ela levanta, mesmo que ás vezes ficar ao chão parece ser a melhor opção.
Alice tem um melhor amigo, o Derek. Derek é lindo, é bom, é o melhor amigo que toda mulher sonha em ter. Ele é companheiro, ele é verdadeiro e por vezes também acho que sabe ser cruel. Mais uma vez temos um personagem que saiu da vida real para dar vida a um “personagem de papel”.
E ai temos Alec. Ah Alec! O que dizer de você? O que fazer com você meu amado Anti-herói?
Alec é nada ou tudo ao mesmo tempo. Alec é uma confusão de sensações e sentimentos.
Ora eu o odiava, ora eu o amava, ora o queria em meus braços, ora queria matá-lo com todas as minhas forças.
Seu ogro, seu insensível. Seu apaixonante e encantador. Apaixonarmos por ele foi quase tão fácil como comer um chocolate em momento de tristeza.
É tão doce e tão amarga sua presença.
“-Uh, pelo visto estava certo com relação a você. Sempre estou.
- Não, isso é só para prova que eu posso sim fazer o que me dá na telha.
- Não pedi que me provasse nada, Alice, sério.
Mas é bom saber que você pode ser manipulada facilmente. Sabe, isso me da esperança, uma certeza de que se eu continuar te envolvendo em minha teia, cedo ou tarde você estará na palma da minha mão, completamente apaixonada.”
Os caminhos de Alec e Alice se cruzam nessas coincidências da vida.
Ambos se atraem e se repelem como imãs e forças opostas.
E sem que percebamos (e nem eles). Estão envolvidos. Seja lá que tipo de nome podemos dar para o que acontece com eles.
Como eu disse ainda não encontrei uma forma de definir nada que acontece na história. A cada página virada era um novo fato em suas vidas.
Era o hoje que regia suas vidas como uma orquestra.
Quando ambos acham que não irão mais se encontrar, um jogo pode mudar tudo.
Verdade ou consequência?
Esse jogo se torna uma aposta e agora Alice está totalmente perdida no limite entre o que pode ser verdadeiro ou não.
O quanto ela está disposta a se arriscar? O quanto cada um esta disposto a perder e a ganhar?
Nesse jogo qualquer um pode ser vitorioso ou perdedor, mas todos podem ser derrotados e ter seus corações despedaçados.
Sua vida é feita de escolhas, verdades e mentiras. Cada ato, cada pensamento, cada ação, cada decisão pode te levar a um resultado inesperado.
E ai... Bem ai vocês terão que ler para compreender o caminho cheio de curvas que esses personagens vão trilhar.
O que eu tenho a dizer?
- Droga, Alice me faltam palavras.
- Porra Alec eu vou para o inferno se você estiver lá me esperando.
E por fim eu digo:
- Caraca Matheus! Cara onde você e esse livro estavam esse tempo todo escondidos?
Meu o mundo precisa te encontrar!
Bem, vamos voltar Fernanda.
O autor construiu personagens extraordinários. Fico imaginando de onde veio sua inspiração? Afinal, eles só podem ser reais.
Alice e Alec são como fogo e pólvora. São como o sol e a lua. Mas é ai que a magia os transforma.
Alec não é o mocinho que esperamos. No começo da história, achei que encontraria o herói, o mocinho que iria se apaixonar perdidamente e jogaria tudo para o ar. Aquele que seria capaz das loucuras mais extremas.
E sim, ele é tudo isso, mas também é muito mais.
Alec é realmente o anti-herói. Para que ser príncipe se é muito melhor ser o vilão? Ele sabe ser cruel e muito ordinário ás vezes, sem contar seus momentos ogro, deixando o seu lado “estúpido” fluir muitas vezes.
Mas ahhhhh meninas. Não pensem mal de Alec antes de conhecê-lo, ele apenas é... bem ele é o Alec e vamos falar sério. Qualquer uma de nós daria tudo por um desses. Eu o odiei em muitos momentos, por tudo o que ele fazia e por tudo o que ele falava para Alice, a forma como falava, mas mesmo ele sendo um grande babaca ás vezes, não demorou e eu estava aos seus pés, e compreendendo toda a insensatez de Alice.
Ele com certeza faz o pior de Alice vir a tona. Já o seu pior, parece estar sempre no “topo”.
Alice é levada ao seu limite. Cansada de todos dizerem que é certinha demais, que não faz nada sem analisar o que os outros vão pensar e dizer, em muitos momentos ela resolve jogar tudo para cima e deixar o momento a conduzir. Ela irá fazer coisas que nunca sonhou, atos inconsequentes, situações que podem colocar sua vida em perigo...
Ela realmente esquece tudo o que é e se entrega a uma loucura que com certeza não tem mais volta. Afinal quem controla o coração?
“Se correr o bicho pega, se eu ficar o bicho come. Engulo em seco e subo na garupa de um desconhecido e agora sou oficialmente uma desconhecida dentro do meu próprio corpo.”
Alice está loucamente apaixonada, mas não consegue se entregar por insegurança. Ela sabe que tem algo de muito errado com Alec e tem medo de que quando esse “errado” vier á tona, tudo o que ela construiu em sua vida, desmorone em cima dela.
Por outro lado Alec já teve sua vida destruída. Ele acha que já perdeu tudo o que poderia. Mas Alice parece ser sua nova chance de ser feliz. Mas nossos segredos nem sempre permanecem onde queremos.
Eu sei que essa resenha já está grande demais, mas eu ainda queria falar tanto.
Ainda estou maravilhada com a história que Matheus criou. A premissa é incrível, é um tema totalmente novo e lindo. Eu sempre quis ler uma história que tivesse um garoto de programa (isso não é spoiler, leia a sinopse rs), queria tanto que imaginava uma história em minha mente e disse a mim mesma que um dia iria escrever só para que eu pudesse ler kkkk, a louca.
E então encontrei a obra de Matheus, e o que falar? Primeiro que gente, homem escrevendo romance é tudo de tão lindo. Sei lá, mas eles têm algo só deles, como se tivesse uma fórmula mágica desconhecida.
Segundo que trabalhar a temática prostituição com certeza não deve ser nada fácil. Afinal o autor precisa tomar cuidado para não banalizar a situação toda e ao mesmo tempo trabalhar o preconceito. E palmas para o autor, ele conseguiu lidar muito bem com a situação e com certeza nos fazer refletir sobre o que envolve uma pessoa que optou por esse caminho.
Outra coisa linda são as cenas de amor descritas pelo autor. Apesar do Alec não ser dos mocinhos mais delicados e gentis a primeira vista, ele nos surpreende com toda a delicadeza e docilidade.
A história é narrada em primeira pessoa, pela visão de Alice, então imaginem a dificuldade do autor. Ou seja, Matheus nasceu para brilhar, com certeza ele é um autor em todos os poros rs. Recebeu o dom com toda a sua grandeza.
Devo ir finalizando por aqui, se não sou capaz de escrever um livro para falar sobre essa história. Ainda queria falar mais sobre Alice, seus sonhos, seus medos. Mais sobre Alec, suas dores, suas chances. Mais sobre Derek, poxa vida, acho que ele merece um livro só dele rs.
E sobre tudo o que me emocionou nessa história.
Como disse, esse não é um romance clichê que conta a história de uma mocinha e mocinho envolvidos em um jogo. Não, vai além, vai muito além. Vamos entender a dor de Alice, vamos nos afogar nos traumas de Alec, e droga, como eu chorei nesse momento. E pensar que tantas vidas passam exatamente por isso que ele passou. Ás vezes o mundo é uma droga!
O final? Bem, o “quase” final, sinceramente achei digno de uma novela mexicana, mas nossa, foi perfeito, afinal depois de tanto, mas tanto chorar e sentir a dor de Alec, acho que eu precisava de uns sorrisos no rosto e com certeza Matheus fez isso conosco.
Terminei a história com o coração apertado, um pouquinho de dor, e muito de felicidade. Lágrimas ainda faziam parte de meus olhos, mas o sorriso ao finalizar a leitura e fechar o livro com certeza foi das melhores sensações.
“Acredita que as coisas vão se ajeitar um dia e que esse vazio que você sente aí dentro logo será preenchido por alguma coisa boa? Acredita que as coisas não acontecem aleatoriamente?.”
A diagramação é delicada e a capa lindaaaa demais, apesar de que, não imagino Alec com esse rostinho rs.
Então leiam!
Uma história que não trata só sobre o jogo do amor, apostas do destino. Trata de confianças, de decisões, daquilo que tanto desejamos, mas que muitas vezes não sabemos como manter em nossa vida e deixamos escapar por entre os dedos.
Trata de amor, de amizade, de companheirismo. De perdão, de superação. De seguir em frente, mesmo quando uma corrente nos puxa sempre para trás. De muitas vezes esquecer de nossos sonhos por aquilo que fala mais alto em nosso coração.
E o amor?
Ah, o amor! Ele pode muitas vezes ser uma...
VERDADE OU CONSEQUÊNCIA.
A decisão é toda sua!
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