Ali 16/09/2015
Um pouco sobre Hitman: A Condenação
Autor: Raymond Benson.
O Agente 47 é um assassino geneticamente modificado para que os sentimentos não interfiram em suas missões e seu corpo seja uma máquina perfeita para as execuções. Nem ele sabe ao certo se é humano ou não. Mas isso não importa, afinal, por natureza, ele não tem sentimentos.
Hitman (Agente 47, ou ainda, se preferirem, assassino) trabalha para uma espécie de agência poderosa que basicamente oferece o serviço de extermínio e espionagem. No início, Diana Burnwood, que era a ligação entre a Agência e ele, traí a ambos e foge, deixando 47 numa "fria" (literalmente). A traição custa a permanência dele nesses esquemas, e o 47 acaba por sumir de vista também.
Não demora muito para que a Agência o encontre, pois há um trabalhinho especialmente difícil e que apenas o melhor assassino conhecido seria capaz de cumpri-lo. Ele teria que matar duas figuras influentes da política e que estavam em promoção, e ainda por cima a primeira delas seria uma execução pública, com milhares de pessoas assistindo ao ar livre.
Isto é tudo que posso dizer sem spoilers.
Hitman é um livro de ação, onde seu ponto mais alto está no desenvolvimento. O autor sabe a hora de começar e parar, e não fica enrolando pra ganhar páginas. A narrativa é por vezes em primeira ou terceira pessoa, com alternância de foco entre as personagens. Normalmente quando em terceira pessoa ele é onisciente, e sabemos o que a personagem pensa.
As personagens são assustadoramente bem definidos. Cria-se empatia e rancor por todos eles, passa a sensação de que você os conhece e sabe do que cada um é capaz. Nos apegamos mesmo ao protagonista desprovido sentimentos. E todas as personagens tem seu lado bom e ruim, o que os torna críveis mesmo dentro de um contexto fantástico.
A narrativa do livro disputa fortemente entre as melhores qualidades junto do desenvolvimento e das personagens. É fluída e antecipativa, simplesmente você começa e não consegue largar. É um livro de ação, do gênero que eu tenho mais dificuldade de visualizar plenamente, e eu não reli nenhum trecho. Não há prova maior que essa.
No livro há um certo """envolvimento""" (muitas aspas mesmo) amoroso entre o Hitman e uma outra personagem. Só que o 47 é quase um assexuado, e por não ter sentimentos, fica meio difícil de realmente as coisas andarem. Enfim, de começo eu torci o nariz, depois me apeguei e shippei os dois. Estou sofrendo, só digo isso.
O saldo final é um livro extraordinariamente bem escrito e desenvolvido, com uma trama intrigante e alguns personagens inesquecíveis.