Histórias de Canções: Vinicius de Moraes

Histórias de Canções: Vinicius de Moraes Wagner Homem




Resenhas - Histórias de Canções: Vinicius de Moraes


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Aryta 08/02/2022

Por que alguém escreveu algo que ultrapassa gerações?
Eu já tinha tido a experiência com a leitura do livro sobre as canções de Tom Jobim. Muitas de suas letras me causavam muita curiosidade para saber o contexto em que foram escritas (a principal delas era ?Lígia?, já que minha irmã tem esse nome por causa da música. Porém, infelizmente o livro não matou minha curiosidade kkkk).

Tanto com Tom Jobim quanto com Vinicius de Moraes, percebi que mesmo com a alma de poeta, não era incomum que várias músicas simplesmente tenham sido ?encomendadas? para um projeto específico. Na primeira experiência, isso me frustou um pouco (confesso ?).

No entanto, agora já vi de forma diferente. Vinicius de Moraes vivia movido pela paixão. Essa, até, que o cegou muitas vezes e o levou a seguir caminhos um tanto quanto duvidosos (me utilizando bastante do eufemismo).

Mas, essa paixão que fazia com que ele colocasse tudo de si e de forma muito verdadeira, em uma letra, mesmo que fruto de uma ?encomenda?.

A ideia de Tom e Vinicius bebendo, olhando pela janela e transformando o sentimento daquele momento em um música linda e eterna é perfeita (inclusive, aconteceu!). Mas, a ideia de que com a necessidade de se criar uma letra para um fim específico, o poeta teria que provocar seu sentimento e conseguir transformar em beleza da mesma forma também é.

O livro traz as letras das canções e vai ?passeando? pela vida de Vinicius de Moraes, o que torna irresistível não fazer a leitura acompanhada do Spotify do lado.

Um adendo bem particular, é que Vinicius é o meu poeta preferido. Parte do Soneto do gato morto diz assim: ?Um gato vivo é qualquer coisa linda. Nada existe com mais serenidade?. E, como amo gatos e todos os dias, saindo da minha casa no Flamengo e indo para a faculdade, para Emerj, trabalhar etc. seguia pela Praia do Flamengo, vendo no Aterro todos aqueles gatos, existindo exatamente como ele escreveu, tatuei em mim: ?Nada existe com mais serenidade?. E, no caos do dia a dia, por anos (e até hoje), mesmo nos dias mais turbulentos, olho ou penso naqueles gatinhos e naquela paisagem, penso no que eu escrevi em mim e no que representa na minha vida. Então, sinto uma paz enorme.

Eu gostei muito desse livro! Pretendo ler o de Chico Buarque.
Flávia Menezes 09/02/2022minha estante
Arrasou na resenha, Aryta! E que mestres da música brasileira são esses dois, hein? ????


Dhewyd 09/02/2022minha estante
Esse é o que mais gosto dele:
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Aryta 09/02/2022minha estante
Muito obrigada, Flávia! ? Mestres mesmo, não é? Eu sou apaixonada. ?


Aryta 09/02/2022minha estante
Dhewyd, também amo esse. No livro é mencionado muitas vezes como Vinicius era intenso em tudo, principalmente no ?amar?, por isso, o ?infinito enquanto dure?. ?




Flávia 15/06/2017

Muito melhor do que o do chico
Apesar de ser do mesmo autor, esse livro sobre o vinicius e suas canções supera o feito a espeito do chico. tem até fotos. o texto é mais fluido, li de uma tacada só. e nem estou aqui avaliando personalidades (vinicius extrovertido e chico recluso. estou falando do estilo e de outros elementos graficos).
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Valdilene 25/08/2015

Que homem!!!
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Helena Eher 22/03/2015

Um passada superficial na vida do poeta
O livro não relata toda a vida do poeta, mas sim histórias relacionadas com suas parcerias (Toquinho, Tom Jobim, Chico Buarque, Baden Powell,…) e situações que retratam como determinados textos foram produzidos (músicas e poemas).

Pelo relatos apresentados, conhecemos um pouco mais de Vinicius, uma pessoa passional, que gostava de falar tudo no diminutivo, que bebia muito, que era apaixonado por mulheres e capaz de produzir músicas como “uma máquina”. Fica claro a facilidade que ele tinha para escrever.

Seus amigos diziam que o que diferenciava Vinicius de outros poetas é que ele realmente vivia e sentia as palavras de suas poesias e músicas. “Em seus temas e versos, Vinicius não inventava um clima, uma situação alheia a ele próprio ou uma personagem. A melancolia, o despojamento, a euforia, ou a paixão, presentes em cada verso, são sua própria história.”

Apesar de trazer essas informações, achei que o livro fica muito na superfície, com histórias muito curtas e rápidas. No fim, fica uma impressão de “Só isso?! Quero saber mais!!!”.

site: http://doslivrosumpouco.wordpress.com
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Carlozandre 24/11/2014

Vinicius e suas parcerias
Vinicius de Moraes não era muito adepto do “preciso aprender a ser só” dos irmãos Marcos e Paulo Sergio Valle. Casou nove vezes e seus trabalhos mais marcantes e conhecidos são fruto de parcerias com grandes nomes da MPB. A história da música de Vinicius é, assim, também uma crônica de suas grandes amizades, e é esse o caminho que tomam Wagner Homem e Bruno De La Rosa no livro Histórias de Canções: Vinicius de Moraes, sobre os bastidores íntimos da criação de grandes canções do poeta.

Histórias de Canções:Vinicius de Moraes é o quarto exemplar de uma coleção que teve início em 2009 com o lançamento de um volume dedicado a Chico Buarque. Wagner Homem, organizador do site oficial de Chico, decidiu escrever o primeiro livro depois de ver o grande número de perguntas que inundavam a página sobre os bastidores da composição desta ou daquela canção. Na sequência, teve origem a coleção, com volumes dedicados a Toquinho (com João Carlos Pecci, 2010) e Tom Jobim (em parceria com Luiz Roberto Oliveira, 2012). Pela mesma série, Paulo César Pinheiro já escreveu o livro de suas próprias canções. Neste volume, Homem se une ao cantor e compositor Bruno De La Rosa para registrar as histórias, causos e anedotas por trás dos grandes sucessos de Vinicius.

Pela própria natureza do projeto, o livro não traz muitas surpresas ou contribui para mudar a imagem pública que a esta altura está cristalizada no imaginário nacional sobre Vinicius. Nem seria o caso. O livro alinhava casos que mostram Vinicius no máximo de sua persona “poetinha”: o homem apaixonado, lírico, faminto de vida e de amores e que tinha a mania de nomear as coisas no diminutivo. A estrutura do livro se organiza, diferentemente de outros exemplares da série, menos por períodos cronológicos e mais pelos parceiros de composição do poeta: Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Edu Lobo, Francis Hime, Toquinho, entre outros.

Ao lado das letras das composições (que, na página, parecem algumas vezes um pouco desenxabidas, amputadas de seu casamento orgânico com a melodia, fazendo lembrar das considerações de Antonio Cicero sobre a natureza heterotélica da letra de música, ou seja, sem finalidade em si própria, mas na canção de que faz parte), Homem e De La Rosa alinhavam o contexto do período, um pouco da carreira e da biografia de Vinicius e de cada parceria e as circunstâncias e anedotas que envolvem a criação de uma música em particular. Uma delas: Vinicius se encontrou certa noite com Baden Powell em seu apartamento e passaram ambos a madrugada bebendo uísque, com o poeta enrolando para pôr letra na melodia recém apresentada de Samba em Prelúdio. Quando já raiava o dia e a terceira garrafa de uísque era história, Baden Powell conseguiu por fim arrancar de Vinicius a razão de seu desconforto: a melodia, em sua opinião, era um plágio, mesmo que não intencional, de Chopin. A confusão só foi dirimida acordando-se a mulher de Vinicius, Lucinha Proença, sua quarta esposa, com quem foi casado entre 1957 e 1963, pianista e conhecedora de Chopin. Depois que Lucinha ouviu a música, veio o veredito: não era Chopin. Só aí Vinicius sentou-se para fazer a letra, não sem antes largar um teimoso “Então Chopin esqueceu de fazer essa”. A história era contada pelo próprio Baden em shows, como este.

Há mais histórias, claro. Se com Baden a parceria era regada a madrugadas de conversa e litros de uísque, com Carlos Lyra a dinâmica era outra: Lyra deixava a música registrada em um gravador na casa do poeta e este trabalhava a letra em cima. Toquinho, outro de seus parceiros constantes, havia tocado violão em um disco italiano de Sergio Endrigo com versões das músicas de Vinicius, lançado em 1970. O poeta gostou do resultado e ligou para falar com o jovem violonista, que quase desligou achando que era trote. O telefonema rendeu a Vinicius mais um grande“parceirinho”.

É um projeto saboroso e interessante, mas, em seu quarto volume, revela alguns dos problemas de se trabalhar sempre com os mesmos nomes em um universo tão interconectado como a MPB. Depois de volumes dedicados a Chico, Tom Jobim e Toquinho, é inevitável que algumas histórias deste livro repitam, com apenas ligeiras variações, coisas já contadas nos títulos anteriores – principalmente os de Tom e Toquinho, que mantiveram com Vinicius relação intensa de amizade e parceria. Por exemplo, até algumas frases são as mesmas no causo de como Toquinho conseguiu musicar a letra de Tarde em Itapoã, que Vinicius pretendia oferecer a Dorival Caymmi. Segundo contam os dois livros, com as mesmas palavras praticamente, Toquinho “numa noite, antes de embarcar para São Paulo,simplesmente pegou a letra e viajou.” Mesmo Chico, que só foi parceiro de Vinicius em seis trabalhos, passa pelo repeteco, como o episódio em que o poeta, mordido de ciúmes da parceria entre Toquinho e Chico, insistiu para que seu nome constasse na composição de Samba de Orly, apesar de sua única contribuição para a canção, a troca de um verso, tivesse sido derrubada pela censura. Para quem se interessa por um ou outro personagem isolado, não faz muita diferença. Quem pretender ler todos os volumes talvez se incomode.

site: http://wp.clicrbs.com.br/mundolivro/2013/10/09/vinicius-e-suas-parcerias/?topo=13,1,1,,,13
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Daniel432 15/04/2014

Leitura Melodiosa e Prazerosa
Não há como a leitura deste livro ser classificada de forma distinta da que consta no título desta resenha. Afinal de contas, estamos lendo poemas e músicas criadas por gênios da música popular brasileira.

O livro contém inúmeras histórias de como as músicas "nasceram" das parcerias formadas entre Vinicius de Moraes e outros grandes compositores brasileiros, dentre eles, Tom Jobim, Toquinho, Chico Buarque, Carlos Lyra. Há também algumas de histórias de músicas que quase não nasceram.

Este livro, com certeza, merece ser lido, ou melhor, desfrutado.
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