Emanuela 28/12/2020AINDA NÃO ME ARREBATOUNão conheço muito da escrita de Mario Vargas Llosa. Antes de "O Herói Discreto", havia lido apenas "A Menina Travessa", um romance que não se destaca, da mesma maneira que neste último lido. Uma pena, pois tenho uma queda por autores latinos, mas Llosa ainda não me arrebatou.
Em "O Herói Discreto", acompanhamos duas histórias: uma protagonizada pelo proprietário de uma empresa de transporte, Felícito Yanaqué, que passa por uma tentativa de extorsão; e a outra por Ismael Carrera, dono de uma importante seguradora, que resolve casar-se novamente, dessa vez com uma empregada 40 anos mais jovem.
As duas narrativas não apenas são completamente distintas, como se passam em cidades diferentes no Peru, a primeira em Piura e a segunda em Lima, ambas no Perú.
Percebe-se a tentativa do autor em tratar de temas universais e atuais como a ganância, traição, conflitos familiares, amor, ódio... mas é feito de maneira tão simplista que não chega a empolgar. Inclusive quando nos apresenta o personagem Edilberto Torres, um homem que até o fim do livro não sabemos se é real ou fruto da imaginação do jovem Fonchito, filho de Don Rigoberto, melhor amigo de Ismael.
Apesar das duas histórias não se sobressaírem em si (na verdade, esperava que o mistério envolvendo as cartas da rainha tivesse um desenvolvimento e desfecho mais trabalhados), a maneira como as histórias são contadas paralelamente e, em um certo momento se encontrarem, permitem ao leitor, momentos de diversão com a leitura.
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