A Filosofia da Adúltera

A Filosofia da Adúltera Luiz Felipe Pondé




Resenhas - A Filosofia da Adúltera


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Aguinaldo 09/12/2013

a filosofia da adúltera
De Luiz Felipe Pondé já havia lido "Contra um mundo melhor: Ensaios do afeto", livro marcadamente autobiográfico, interessante e poético na medida certa. Esse "A Filosofia da adúltera: Ensaios selvagens" é dedicado a reflexões sobre o pensamento de Nelson Rodrigues. Não se trata de uma análise crítica e/ou literária de toda a obra de Nelson, mas sim reflexões pontuais sobre o uso dramatúrgico da mulher adúltera em sua obra, bem como dos desdobramentos deste (digamos assim) arquétipo, na sociedade brasileira contemporânea. Pondé fala sobre democracia e ciências sociais, sobre política e educação, sobre mídia e cultura, sobre feminismo e sexo. Enfim, seu livro se equilibra entre o jornalismo de costumes e a filosofia, usando a mulher adúltera como representação da condição humana, da escravidão mental, do tédio da repetição, da tristeza da mentira social. Trata-se de um livro pequeno, formado por capítulos curtos, que se não são aforísticos, ao menos tendem a clareza e a concisão. O livro inclui várias fotografias de mulheres em poses fetichistas, sensuais, típicas dos anos 1950 ou 1960, uma provocação explícita às convenções do mundo politicamente correto. Pondé pergunta menos do que afirma, do que responde. Ele não se preocupa em convencer ou justificar completamente para o leitor as suas verdades (ou as verdades que parece extrair dos livros de Nelson Rodrigues). De qualquer forma ele alcança fazer o leitor pensar sobre temas que por demasiado óbvios nos escapam na correria dos dias. Num país como o Brasil, onde praticamente ninguém pensa com independência, preferindo repetir mecanicamente idéias prontas dos outros (de políticos, jornalistas, professores, religiosos e outros farsantes) pessoas como Pondé são normalmente classificadas como politicamente incorretas, quando não achincalhadas com dureza. Não é o meu caso. Gosto de seu estilo. Ele não é hipócrita ou tenta seduzir o leitor com argumentos dúbios. Tampouco tem medo em nos lembrar que tudo o que está ou não institucionalizado no Brasil, das regras de conduta que aceitamos aos juízos de valor que praticamos, certamente irá se esgarçar, piorar, destruir-se até, e muito, muito mesmo, antes de melhorar. Diminuir um tanto o pântano em que vivemos deveria ser a ambição genuína dos jovens brasileiros, caso eles tivessem interesse em viver no futuro em um país menos patético, tosco e ridículo como o Brasil é hoje, mas, paciência, o desejo, até esse meu, é sempre triste.
[início: 16/11/13 - fim: 19/11/13]
"A filosofia da adúltera: Ensaios selvagens", Luiz Felipe Pondé, São Paulo: editora LeYa, 1a. edição (2013), brochura 16x22,5 cm., 190 págs., ISBN: 978-85-8044-862-7
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Marcone 16/09/2013

Nesta coletânea de ensaios curtos, Luiz Felipe Pondé revisita, com seu olhar atual, alguns temas abordados por Nelson Rodrigues em sua época.

A primeira nítida impressão é a de que "as coisas parecem ter ficado piores". Isto é, aquilo que Nelson criticava no seu tempo, parece ter tomado uma proporção ainda maior nos dias de hoje. O autor examina as questões com extrema erudição e seriedade - o que não é nenhuma novidade para quem já conhece o filósofo de outros livros.

A outra impressão que fica, é a de que este livro é um verdadeiro presente aos leitores de Nelson Rodrigues, chegando às livrarias no ano seguinte ao do seu centenário de nascimento.

Como está escrito na própria contracapa do livro, certamente o grande público detestará este livro do começo ao fim - o que já é um excelente indício de que o livro é ótimo, e de que as unanimidades continuam e continuarão estúpidas para todo o sempre, amém!
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Guilherme Lopes 16/02/2020

Veja bem, o livro mais fraco do Pondé. E eu gosto dele, concordo com parte da visão dele sobre o mundo contemporâneo mas esse livro parece um monte de coisa óbvia que quem já leu Nelson Rodrigues e a respeito de Nelson Rodrigues, vai achar bobo.
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Erika 06/12/2015

Para deixar na bolsa.
Cansada desse discurso feminista barato...as "viúvas de Che Guevera"
(...) uma das marcas das mulheres socialmente emergentes, que perceberam que fingir que sofrem pela indiferença social é uma das marcas do pseudossucesso econômico, assim como uma Prada ou Louis Vuitton falsa. Em seu mais alto momento de glória, ela afirma sua fé numa educação cultural para os mais jovens (...)
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Alex 19/06/2017

O VIAGRA FEZ MAIS PELO MUNDO QUE 200 ANOS DE MARXISMO
Cunhando reflexões acerca da obra de Nelson Rodrigues, o mais ácido do que nunca Luiz Felipe Pondé combate, indomitamente, toda a gente de bem que almeja monopolizar virtudes, a troco de magnitude social.

Atacando a ideologia daqueles que (intimamente) não arrumam o próprio quarto mas (publicamente) querem arrumar o mundo (típico de quem salva animaizinhos abandonados mas briga com os irmãos, até a morte, para ficarem com a herança dos pais), Pondé trafega pelo universo da adúltera sonhada por um selvagem Nelson Rodrigues, relacionando a forma como a mulher, ao buscar se tornar relevante para a sociedade, torna-se cada vez menos relevante para as outras pessoas, do ponto de vista mais orgânico de sua própria natureza.
É o típico ensaio para causar raiva nos bondosos e inteligentes eleitores do PT. Se essa gente odeia Olavo de Carvalho, odiaria Pondé um pouco mais.
O que mais me cativa nos textos deste autor é a forma afrontosa como lida com a obrigação de ser gentil com o mundinho coletivo que se estabeleceu nas últimas 6 décadas. Numa era em que ter opinião contrária às grandes massas é praticamente um crime, Pondé vomita em cima de toda este estado de coisas que acomete os países e civilizações que estão em coma profundo, devido a essa gente que se acha inteligente demais porque viajou pra Europa, leu 1 livro na vida e assistiu uma palestra sobre Platão.

Uma obra para ser lida numa única tacada. Para ler todas as segundas-feiras pelo resto da vida.
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Zé - #lerateondepuder 12/06/2023

O que leva uma mulher a trair?
O que leva uma mulher a trair? Quais as complexidades emocionais e sociais que envolvem a figura de uma adúltera? É o desejo, a liberdade ou a busca pelo sentido da vida? E como fica tudo isso pelos olhos da moral, a de hoje e de antigamente?
Começando com uma provocação, o autor parece não querer oferecer uma resposta simplista ou moralizante, mas um aprofundamento nas motivações, contextos e implicações desse ato. Combinando filosofia com psicologia, literatura e sociologia, irá explorar essas questões complexas e multifacetadas, em A filosofia da Adúltera.
Dividido em capítulos curtos, as abordagens são centradas em aspectos da filosofia daquela que trai. Pondé, autor dessa obra, inicia com uma reflexão sobre a natureza humana e a monogamia, questionando se a fidelidade é uma construção social ou uma inclinação biológica. Ele examina as visões de filósofos como Friedrich Nietzsche e Arthur Schopenhauer, que argumentam que a traição é uma expressão natural do desejo humano.
Em seguida, o escritor mergulha na história da traição feminina, abordando exemplos literários como Madame Bovary, Ana Karenina e Emma, de Jane Austen. Como essas personagens são retratadas e como seus atos de traição podem ser interpretados, é uma boa análise, além de uma mera condenação moral.
Ao trazer os clássicos, o autor ilustra como a infidelidade tem sido apresentada, condenada e estigmatizada, justificando não ser uma mera invenção contemporânea, mas sim uma parte complexa da experiência humana.
A atmosfera da dimensão psicológica da traição será explorada, questionando sua autenticidade, a busca por satisfação pessoal e a necessidade de transcendência. Há uma boa investigação da influência das expectativas sociais, a pressão pela conformidade e a dificuldade de encontrar sentido em relacionamentos estagnados.
Outro tema é a relação entre o amor e a traição. A argumentação é a de que se trai não somente pela falta de amor, mas por uma busca de experiências sexuais e, principalmente, emocionais diferentes. Pondé examina como as expectativas românticas podem ser opressivas e limitantes, e como a infidelidade pode ser uma forma de autodescoberta e liberdade.
Mais para o final, há uma imersão nas implicações éticas da traição, como a posição sobre a honestidade, a responsabilidade e as consequências para todas as partes envolvidas. Ali, não se busca justificar ou condenar a traição, nem mesmo fazer qualquer apologia, mas provocar uma reflexão mais abrangente sobre o tema, questionando normas sociais arraigadas e abrindo espaço para um viés menos moralista.
"A filosofia da mulher adúltera" é um livro corajoso e provocativo que desafia as convenções sociais e as ideias preconcebidas sobre a traição feminina. Pondé consegue abordar um tema delicado de maneira aprofundada e respeitosa, oferecendo uma visão multidimensional das motivações por trás da infidelidade.
Sob a ótica do seu preferido e admirado Nelson Rodrigues, que é citado inúmeras vezes, principalmente por suas clássicas perspectivas de “A Vida Como Ela É” e seu caráter realista, muitas vezes, cruel da sociedade e das relações humanas. Nelson observa sem filtros, a vida com um olhar agudo e penetrante, revelando as facetas obscuras e os dramas ocultos por trás das aparências.
"A filosofia da adúltera" é um livro escrito por Luiz Felipe Pondé, filósofo e escritor brasileiro conhecido por suas reflexões instigantes e provocativas sobre a condição humana. Publicado em 2019, suas rápidas 120 páginas são divididas em capítulos breves, com uma linguagem gostosa e provocante, sobre esse tema, por vezes, espinhoso.


site: https://linktr.ee/prof.josepascoal
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Luiz298 14/04/2019

Interesante
Dono de uma escrita concisa, o autor expõe penosamentos acerca de um de nossos mais brilhantes escritores - Nelson Rodrigues. Talvez o nosso Bukowski Latino.
Não menos ou mais que ele, Nelson gravou nossa literatura com seu estilo e voracidade sutil. Nisso, Pondé tem seu ponto de vista mais fiel no livro. Reviver a chama do pântano de Nelson nos dias de hoje que confirmam a sua profecia ou sua praga.
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Diego.David 15/05/2022

A realidade por Pondé
Um ?pós crédito? de Nelson Rodrigues por Pondé, ou seja, leitura que começa e termina sem vontade de largar o livro.
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Alberto 11/08/2014

Filosofia da adúltera
Fiz uma resenha do livro no meu blog Verdades de um Ser.


site: http://verdadesdeumser.com.br/2014/02/10/filosofia-da-adultera-livro/
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Carol Guimarães 05/12/2014

É assim que a vida é
Dentro de cada breve capítulo Luiz Felipe Pondé nos diz o que sabemos, mas que por mau-caratismo ou burrice não queremos assumir e/ou aceitar. A partir das obras de Nelson Rodrigues e da chamada filosofia rodrigueana faz uma análise sobre o comportamento humano, principalmente do feminino, mostrando como as mulheres são mais sensíveis e profundas quando o assunto é essência do cotidiano.
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Paulo 25/11/2015

A Filosofia da Ad?ltera: Ensaios Selvagens (2013)
Texto postado no blog Uma Dica de Cultura (http://umadicadecultura.blogspot.com.br/2015/11/a-filosofia-da-adultera-ensaios.html)

Hoje n?s teremos a nossa primeira dica do dia relacionada apenas a um livro. E o livro em quest?o ? A Filosofia da Ad?ltera: Ensaios Selvagens, de autoria do fil?sofo Luiz Felipe Pond?, lan?ado no ano de 2013 pela Editora Leya.

Luiz Felipe Pond?, para quem n?o conhece, nasceu no Recife, Pernambuco, no ano de 1959, e teve boa parte de sua forma??o acad?mica em filosofia pela Universidade de S?o Paulo (USP). Atualmente, ? professor de ci?ncias da religi?o pela Pontif?cia Universidade Cat?lica de S?o Paulo (PUC-SP) e de filosofia pela Funda??o Armando ?lvares Penteado (FAAP).

Ele escreve toda semana na Folha de S?o Paulo e ? o autor de outros livros bem-sucedidos no Brasil, em termos de vendagens, tais como Contra Um Mundo Melhor: Ensaios do Afeto (2010) e Guia Politicamente Incorreto da Filosofia (2012).

Inclusive, ele obteve bastante espa?o na m?dia nos ?ltimos anos, em raz?o de sua maneira firme de se expressar e de seus posicionamentos aliados a uma vis?o conservadora e darwinista de mundo. E, no livro objeto deste artigo, Pond? presta uma homenagem ao dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues, que tamb?m era pernambucano e faleceu no final do ano de 1980, por causa de complica?es card?acas e respirat?rias.

Em A Filosofia da Ad?ltera: Ensaios Selvagens, Pond? nos oferece uma sequ?ncia de ensaios feitos n?o sobre a obra de Nelson, mas a partir da obra de Nelson, como ele mesmo nos diz no in?cio do livro, sem qualquer preocupa??o com um m?todo cient?fico espec?fico, expondo as suas pr?prias reflex?es filos?ficas com base na vasta obra liter?ria do dramaturgo pernambucano, sobretudo no que diz respeito ? intrincada quest?o do adult?rio.

Isso porque, segundo o fil?sofo, as mulheres ad?lteras, bem como as pessoas que cometem suic?dio, praticam uma atitude que vai muito al?m de uma conduta reprov?vel, do ponto de vista social, pois praticam uma atitude que denota um ju?zo de valor sobre o mundo.

O suicida, pensando sob uma perspectiva dostoievskiana, seria o profeta da falha do ser humano em sua tentativa de produ??o cont?nua de sentido para a exist?ncia. A mulher ad?ltera, por sua vez, seria a profeta da fal?ncia de institui?es que, tradicionalmente, se pretendem castas e eternas, como o casamento e a fam?lia.

Assim, segundo o fil?sofo, e tomando a obra de Nelson Rodrigues como refer?ncia, quando a mulher trai o seu marido, principalmente quando este n?o merece, s?o postas em xeque essas institui?es, bem como s?o exaltados ?o desejo que pinga? por entre as pernas das mulheres e o eterno conflito social entre a liberdade e a seguran?a.

Para al?m disso, Pond? aproveita para, de acordo com a sua ideologia e com o seu modo ir?nico e firme de falar e escrever, provocar os setores de esquerda, que, segundo ele, sa?ram vitoriosos do Regime Militar e est?o no comando das principais inst?ncia de produ??o de conhecimento e de forma??o de opini?o p?blica no Brasil, espalhando uma ideologia que se mostra preocupada com o pr?ximo, mas que, na realidade, estaria a servi?o de interesses pessoais, como sempre na hist?ria da humanidade. Voc? concorda com ele?

Fica dada, portanto, a dica de cultura do dia, que fica por conta do livro A Filosofia da Ad?ltera: Ensaios Selvagens e do pensamento conservador e pessimista do fil?sofo Luiz Felipe Pond?, um dos principais representantes da direita no debate p?blico brasileiro, conferindo-lhe uma necess?ria din?mica.

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Mauricio.Alcides 18/11/2016

A filosofia da adúltera
A obra de Pondé peca por simplesmente ser uma espécie de imagem refletida do próprio autor. Um “filosofo” conservador e que enrustido por uma carreira com alguma relevância académica se julga no direito de nem argumentar seus posicionamentos, talvez pelos fato de que os mesmos são carentes de fundamentos, Pondé prefere utilizar de figuras de linguagens e do relativismo moral para fazer piadas desmoralizadoras a posicionamentos contrários ao seu durante todo o decorrer da obra.

A obra de Pondé é composta quase que exclusivamente por frases prontas e conceitos simplórios de fácil fixação, francamente direcionada a um publico com baixos conhecimentos de conceitos filosóficos e de história contemporânea.

É possivelmente o segundo pior livro dos quase 200 que li esse ano, não sendo pior apenas que “A era do ressentimento” do mesmo autor.
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Paula 20/11/2017

Um livro sobre Nelson
Um livro machista que sequer se mantem no assunto referente ao titulo e que só parafraseia Nelson. Um livro que mais passa dizendo o que Nelson dizia ou diria, pensava ou pensaria, e blablabla. Bem decepcionante.
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Alonso Jr. 20/12/2017

Fantástico
Pondé é como aquele amigo mais esperto que gostamos de ouvir por suas "tiradas" geniais, que não usa uma linguagem rebuscada a ponto de fazer com que nos sintamos idiotas.

"A filosofia da adúltera" carrega sua já conhecida acidez do início ao fim. É um deboche cheio de verdades e, como tal, só desagrada os que preferem viver num mundinho mais bonito, mesmo que imaginário.
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ajaviz 26/01/2018

Lamentável essa filosofia de autoajuda que vemos atualmente, nunca se usou tantas vezes a palavra "idiota", talvez seja porque é uma expressividade projetiva dos ditos autores que a serviço do "marketing" oferecem o paliativo para o senso comum...
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