Thuanne Hannah 14/08/2017Frankie Landau-Banks é uma garota que acabou de completar seus 15 anos e, como toda garota dessa idade, muda completamente. Seu corpo sofre várias modificações, ela fica bem mais bonita e as curvas aparecem. Junto com isso, Frankie também muda suas atitudes, ela não aceita ser tratada de uma forma diferente por ser garota e decide provar para si, e para todos os outros, que é capaz de fazer o que quiser.
– Como se você tivesse sido invisível (...). E agora não é mais. – Só porque os meus peitos cresceram? Não pode ser; eles devem olhar para os rostos das meninas de vez em quando. Se não, como é que iam reconhecer as pessoas?
Em casa, ela é conhecida como a princesinha da família, onde todos a veem como uma criatura sensível e incapaz de fazer qualquer coisa que fosse fora do padrão. Mas este ano, Frankie decide mudar a opinião de todos eles.
A garota começa a estudar num colégio bem tradicional, onde seu pai estudou, e sua irmã saiu de lá pouco antes de Frankie entrar. Ela não é muito popular, tem poucos amigos, mas acaba sendo “notada” por Matthew, o rapaz mais bonito do lugar.
Pouco tempo depois disso, Frankie e Matthew começam a namorar, e ela descobre que ele participa de uma sociedade secreta, a mesma que seu pai participou quando estudava no colégio. Só que ela sabe que essa sociedade é exclusiva para garotos e não acha isso justo, sendo assim, sente que precisa mudar isso.
A tal sociedade se chama A Leal Ordem dos Bassês e não faz grandes coisas, só causam algum tipo de desordem no colégio de vez em quando. Mas ainda assim, Frankie quer participar e mostrar que garotas também merecem um lugar no grupo.
Neste livro, encontramos a história de como Frankie fez pra mudar isso. O livro apresenta o tema feminismo de uma forma bem divertida, a garota tem uma mente brilhante e, com ajuda de um diário há muito tempo perdido, ousou muito nas travessuras. Seus planos eram bem mais interessantes que qualquer um outro já bolado pela Leal Ordem.
Frankie é uma garota que não quer passar pela vida sem ser vista, quer mostrar que não é só mais um rostinho bonito em meio a tantos outros. Mesmo com pouca idade, ela se mostra bem consciente sobre os fatos, sobre como é a sociedade. Ela quer que todos vejam o que ela pode ser, o que pode fazer. Não aceita ser diminuída pelo seu gênero e quer provar que pode ser tão boa quanto qualquer outra pessoa. No colégio, todos os presidentes foram homens. Frankie se incomoda muito com isso, ela sente que a mulher tem um papel muito inferior na sociedade e não quer que isso permaneça assim.
Então eu fui um monstro, ela pensou. Mas pelo menos não fui a irmãzinha de alguém, a namorada de alguém, uma aluna qualquer do segundo ano, uma garota qualquer – alguém cuja as opiniões não importavam.
Com relação aos personagens secundários, não tenho muito o que dizer. Matthew é muito chato, sem graça e, ainda por cima, se acha superior a todos ao redor. Ele parece ser totalmente manipulado por Alfa, o líder da Leal Ordem dos Bassês, que é outro personagem insuportável! Alguns outros amigos desse grupo também são bobos, aquele tipo de gente bem sem noção mesmo. Os únicos que gostaria de saber um pouco mais, é sobre Trish, a melhor amiga de Frankie, e Artie, seu namorado. Os dois parecem ter uma relação bem bacana, mas ficou bem escondida no meio da história, por não ser o foco do livro, claro.
Matthew tinha dito que ela era inofensiva. Inofensiva. E estar com ele fazia Frankie se sentir como se estivesse esmagada dentro de uma caixa – uma caixa onde ela deveria ser encantadora e sensível (mas não sensível demais); uma caixa para as garotas jovens e bonitas que não eram tão brilhantes ou poderosas quanto seus namorados. Uma caixa para pessoas cuja força não merecia ser levada em conta. Frankie queria ser uma força.
O livro é narrado em tom de confissão, relatando tudo o que Frankie havia aprontado na escola. O enredo é bem adolescente e possui um toque de humor, mas a autora conseguiu passar sua mensagem de uma forma muito clara. A escrita é simples e fluida, os capítulos são curtinhos, o que parece tornar a leitura bem rápida. Achei a capa muito bonita e chamativa. Em cada começo de capítulo, havia um Bassê, o que deixou o livro super fofo! Mesmo sendo uma leitura infanto-juvenil, recomendo a todos que desejam conhecer um pouco sobre feminismo de uma forma leve e divertida.
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http://www.gettub.com.br/2017/07/o-historico-infame-de-frankie-landau.html