Se vivêssemos em um lugar normal

Se vivêssemos em um lugar normal Juan Pablo Villalobos




Resenhas - Se Vivêssemos Em Um Lugar Normal


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@admiravel_leitura 08/03/2024

“O pior não era ser pobre: o pior era não ter ideia das coisas que se pode fazer com o dinheiro.”
Com um humor ácido e criticas pertinentes à sociedade mexicana dos anos 80, essa é uma leitura interessante que nos surpreende em alguns instantes por apresentar uma história peculiar e que diverge da normalidade, afinal o autor, Juan Pablo Villalobos, opta por entregar uma narrativa com um pé no Realismo Mágico.

E embora esse seja o volume 2 de uma trilogia seu entendimento não é prejudicado, pois as histórias não são sequenciais e podem ser lidas separadamente.

Funcionando como uma espécie de denúncia social, a obra evidencia através de uma escrita ácida e um humor mordaz a discrepância entre os pobres e ricos apresentando críticas pertinentes capazes de expor a desigualdade social vivida no México durante os anos 80.

As críticas são muito bem alocadas no enredo e nos fazem refletir sobre um país minado pelos seus próprios governantes, que ao invés de proverem o ideal pro povo optaram por prover o necessário inflacionado para os pobres e o vantajoso para os ricos.

Para além, um ponto que chama a atenção na narrativa é a linguagem do narrador Orestes, um adolescente sem papas na língua e capaz de refletir de forma violenta, crua e intimista sobre a situação do país, sua família e ele próprio. Ou seja, aqui não temos um narrador heroico.

E a cultura mexicana é descrita de uma forma exemplar pelo autor, responsável por expor com eloquência o México dos anos 80, exibindo a cultura do país e seus pratos típicos. Tudo exprimido pelo olhar julgador do protagonista.

Essa é uma interessante jornada ao México dos anos 80. Um livro repleto de uma crítica ácida e mordaz a sociedade e política da época e que nos brinda com uma narrativa intimista repleta de humor e sarcasmo.

Se você deseja conhecer um pouco mais desse país da América Central, sem dúvida essa é a leitura perfeita pra você!
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Layla.Ribeiro 27/12/2020

Atenção, o livro contém um humor ácido, crítico , um pouco de surrealismo e bastante, mas bastante quesadillas. É o segundo livro do autor que leio seguindo a ordem da trilogia (as histórias são independentes) onde o autor no transporta para o México dos anos 80, marcado pela desigualdade social e a corrupção, sim, você vai notar muita semelhança com o Brasil. Diferente do primeiro livro, o protagonista é um adolescente da classe pobre que vai tentar entender o contexto que vive. Não sei porque este livro foi somente ok pra mim, a história não me conquistou, mas foi importante no meu ponto de vista pra conhecer esse lado mexicano que vai além de comidas, festas tradicionais e sombreros.
Inaiara.LAbo 28/12/2020minha estante
lembro de ter gostado mais do primeiro também




Bruno Silva 23/10/2013

Comecei a ler o livro já o amando. O início cheio de impropérios me fez gargalhar por muitas vezes. Muita criatividade, crítica sobre um México em meio a uma revolução política nos anos 80, sarcasmo e... quesadillas. Muitas quesadillas!
O livro é melhor na primeira metade que na segunda. Algumas passagens mal explicadas e com cortes secos na narrativa mostram que a cabeça do autor é um turbilhão de idéias, mas que se se confundem um pouco do meio para o fim. Isso não ofusca a grandeza da literaruta de Juan Pablo Villalobos. Excelente livro pra quem quer curtir uma leitura bem humorada e ácida.
Taisa 12/02/2014minha estante
Esse livro é muito louco, eu terminei ele e não sabia se tinha gostado ou não. No fim das contas ele é uma grande metáfora. Vc está certíssimo quando disse que a cabeça dele é um turbilhão de idéias.




@buenos_livros 15/12/2021

Se Vivêssemos Em Um Lugar Normal - Juan Pablo Villalobos
?A coincidência é prima-irmã da confusão, essas duas safadas se beneficiam da mesma condição: do caos, do bendito caos.?
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. Se Vivêssemos Em Um Lugar Normal (2012)
. Juan Pablo Villalobos ??
. Tradução: Andreia Moroni
. Romance | 160p.
. @companhiadasletras
-
. No segundo livro da sua trilogia mexicana, Villalobos cria uma fábula sobre a luta de classes, navega pelo cenário cultural e político do México dos anos 80 através da visão de um jovem protagonista engraçado com passagens quase surrealistas. Uma leitura interessante recheada com curiosidades sobre a política mexicana.
. ??????5??
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Taisa 05/12/2014

Original e maluco!
Que livro louco. Sério, muito louco. Quando terminei a leitura fiquei com aquela sensação de choque, não sabia se tinha gostado ou odiado. O final mesmo é a loucura da loucura.

Mas vamos pelo começo. Ele é narrado em primeira pessoa por Orestes um menino de treze anos, filho de um professor de escola pública, uma mãe bem estereotipada no estilo "mãezona", e que tem como irmão mais velho Aristóteles e os mais novos são Arquíloco, Calímaco, Electra e os gêmeos (que eles chamam "gêmeos de mentira" pois são gêmeos com aparência diferente) Castor e Pólux.

Só por esta breve introdução já da para perceber o tipão da família. Eles moram em um bairro chamado Puta Que Pariu situada na cidade de Lagos (México). Orestes vai contando sobre o cotidiano deles, em como a casa, apelidada de caixa de sapatos, foi ficando pequena a cada novo irmão que nascia, como é a guerra na hora da comida para ver quem consegue pegar mais quesadilhas, como a falta de dinheiro interferia no tamanho delas, e outros fatos corriqueiros, até que um acontecimento muda toda essa rotina e o que era ruim pode ficar bem pior.

Fica claro que o autor quis dar uma cutucada na sociedade mexicana, em como há famílias esquecidas, no grande abismo entre ricos e pobres, como o lado mais fraco sempre é prejudicado e como a luta pela sobrevivência começa é dentro de casa. Ele usa muito humor acido, cinismo e sarcasmo para contar os apuros que essa família passa.

Em alguns momentos o Orestes me chocou, pela pouca idade ele tem uns pensamentos bem egoístas e as vezes sinistro. Mas nada surreal também, é que foi uma verdade tão crua que foi espantoso para mim, mas acredito que existem muitos Orestes por ai.

Acho que não é todo mundo que vai gostar desse livro, o autor usa um linguajar bem rebuscado no meio de vários palavrões, a história em si é uma loucura absoluta, o final como mencionei a cima é maluco total, mas sem dúvida acho que vale a pena experimentar porque ultimamente eu tenho a impressão de ler vinte livros e depois não sei qual é qual, as histórias são tão parecidas que sempre pego um personagem de um e acho que esta no outro e assim por diante.

Originalidade sem duvida é a palavra chave aqui, tudo nesse livro é diferente e incomum.

site: http://leiturasdataisa.blogspot.com.br/
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Vitoria489 06/04/2023

Não gostei, achei bem confuso a história em si, pra ser sincera não recomendo, mas talvez você goste talvez.
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Paizinha 03/05/2020

Este é o segundo livro de uma trilogia sobre o México.

Uma história tragicômica, narrada pelo adolescente Orestes, que questionava a pobreza
diante da situação econômica precária de sua família, medida pelo número e qualidade de quesadillas que sua mãe distribuía a ele, pai e irmãos, e a oposta vida confortável da família que passa a avizinhar-se de sua casa.

Claro, um tema social como esse não poderia deixar de consubstanciar-se em críticas sarcásticas à política e suas politicagens.

Além disso, a trama se desenvoove em meio a acontecimentos reais e surreais - que ironizam o estigma de o México ser um país surrealista .

Bem, como passei a conhecer o autor, Juan Pablo Villalobos, a partir desse segundo livro, e não tinha conhecimento da trilogia, até então, foi por ele que comecei a leitura.

Mas, para meu alívio, embora o ambiente seja o mesmo, o México, os três livros não possuem relação entre si, podendo ser lidos em qualquer ordem.

Vou, então, ao primeiro livro: Festa no Covil.
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edgardie 06/11/2013

Quando o humor nao atrapalha
O final inusitado e bastante dinâmico do romance não poderia ter sido diferente para fechar com leveza a história da família protagonista, que eu julguei ser muito dramática e repleta de tristezas. O humor impresso pelas palavras e expressões utilizadas pelo autor funcionam menos como um desrespeito aos episódios das personagens, mas como uma lente que suaviza o leitor diante de tanta tragédia.
Edu 29/01/2017minha estante
bem observado, curti muito também




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Paulo.Vitor 29/08/2022

"A sua mãe está louca? - Não sei - respondi, porque não sabia com certeza absoluta, nunca tinha precisado refletir sobre isso."
Esta foi minha primeira experiência lendo no Kindle, e apesar de meu ritmo de leitura ser muito mais lento com este, gostei bastante da experiência.
O livro conta, de acordo com a perspectiva de um garoto, a vivência de uma família classe média (ou devo dizer, neste caso, classe baixa) e suas vivências no México durante a década de 1980.
O livro faz uma crítica direta e principalmente direcionada aos EUA, e toda sua maneira de viver pós guerra fria, no caso, aqui, são representados por poloneses.
Quanto ao ódio justificado aos políticos, vemos muitas semelhanças com o Brasil, onde temos que peneirar muito bem pra saber quais presidentes/governadores/prefeitos foram bons, benfeitores e não corruptos. Vemos inclusive, ao final do livro, uma breve explicação sobre cada um citado, onde cada um tem seus próprios crimes, ideologias retrógradas, imbecis e preconceituosas. (mais uma semelhança com o Brasil)
O Livro mostra também como as famílias tem suas disfunções e problemas, onde existem brigas, discussões, personalidades irritantes e até manias dos pais que acabam respigando nos filhos.
O livro acaba num devaneio mais cômico do que significativo, visto que o significado deste se encontra durante e não ao final.
Mais uma vez a leitura do Juan Pablo Villalobos se mostra muito boa, rápida, divertida e inteligente, mas devo dizer que gostei mais do primeiro, Festa no Covil.


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Pedro3906 02/08/2023

? Mamãe, um dia vamos deixar de ser pobres?
Esta sendo a segunda obra que leio de Juan Pablo e já há tempos estou minimamente familiarizado com trecho ou outro por ter adiado a leitura, é perceptível a construção temática peculiar. Estamos acostumados aos infortúnios e aos dramas que ler tamanha tragédia ou desespero que seja rindo da própria desgraça soa delicioso e contemplativo e reafirma o poder da comédia em ferramenta de ação, de mensagem e entretenimento.

"Se vivêssemos em um lugar normal" foi bom o bastante para me deslocar até a cozinha unicamente para esquentar pão-folha com queijo muçarela de lombriga por quesadilla. Decerto não era uma quesadilla normal, pois o que há de normal na América Latina? O mais viável é colocá-la como quesadilla desvalorização, boa liberdade poética para a depressão crônica seja singular ou nacional. A erudição distorcida com palavrões, linguagem chula, humor ácido e passagens gostosas de ler: ri terrivelmente das fatias de frios fantasmagóricas e dos nomes gregos, Electra foi o cúmulo.

Desfecho melhor não haveria, uma loucura, um atentado à realidade tal qual o pobre que pensa ser classe média.
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Victor Hugo 23/05/2020

Meu 3º dele em 1 mês. O homem é uma máquina de fazer livro bom
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jota 15/04/2014

Quesadillas e tortillas surreais
Festa no Covil (Companhia das Letras, 2012) foi meu primeiro contato com a literatura de Juan Pablo Villalobos. E que contato: ótimo livro, divertido o tempo todo, umas das melhores leituras que fiz em 2013. Um relato breve, preciso e muito bem-humorado, um recorte de uma parte do México - a do narcotráfico, sobretudo, vista pelos olhos do filho pequeno de um traficante.

Em Se Vivêssemos em Um Lugar Normal (Companhia das Letras, 2013), o personagem principal também é um garoto que faz reflexões típicas de adultos. Então esperava coisa parecida do livro, principalmente pela abertura do primeiro capítulo – três palavrões numa frase curtíssima e muitos mais ao longo de toda a história. Da mesma forma, temos aqui um recorte da periferia de uma cidade mexicana durante um período catastrófico que o país latino do norte viveu.

Os personagens formam uma família de esfomeados comedores de quesadillas, prato que a mãe, especialista em produzir melodramas domésticos, também produz diariamente para o consumo de todos eles. O pai, professor de educação cívica, devotado ao helenismo é, como diz a editora brasileira do livro, “mestre em propagar todo tipo de insulto.” São nove pessoas vivendo numa casa pequena e desconfortável, uma “caixa de sapatos” e, por conta do pai, todos os filhos têm nomes gregos: a única menina se chama Electra e o primogênito, Aristóteles.

O narrador é Orestes (ou Oreo, como o biscoito da Nestlé), garoto da periferia de Lagos de Moreno (no estado de Jalisco); ele pinta desse lugar e de sua grande família um retrato muito pouco agradável, mas quase sempre engraçado, mesmo quando se encontram a um passo de uma tragédia. Afinal de contas, é através deles – ou de seus nomes e de certas situações que vivem – que se estabelece uma relação do México com a Grécia. Sem os deuses do Olimpo para trapaceá-los ou ajudá-los – ou então eles entram disfarçados na luta de classes que se verifica durante a trama. (Curioso é que um dos oponentes é uma família de descendentes de poloneses. Enfim...)

Também às vezes Oreo insere algum comentário filosófico sobre si mesmo ou os membros de sua família ou ainda sobre a realidade bruta em que vivem, especialmente quando as coisas parecem assumir ares de grande tragédia. Como quando um grande empreendimento imobiliário surge para ameaçar de destruição o barraco onde vivem. A coisa pode passar de, digamos, um estado aristotélico para um estado socrático em pouco tempo. (E são às vezes as pequenas coisas que Orestes diz ou pensa que tornam o livro mais saboroso do que as tais quesadillas diárias de sua mãe.)

O barraco da família fica num lugar que dispensa descrição ou comentários, no morro Puta Que Pariu. Isso mesmo; não sei se existe ou existiu tal lugar em Lagos ou se foi outro exagero do autor, embora em certos países latino-americanos a realidade muitas vezes suplanta a ficção. A Colômbia teve o realismo mágico de Gabriel García Máquez, o México de Villalobos é pródigo em surrealismo. Daí que os personagens, ou pelo menos o menino Orestes quer deixar de viver num lugar surreal e passar a viver num lugar normal, como diz o título da obra.

Pois eles não vivem num lugar normal e tampouco num tempo normal. A ação se desenvolve nos anos 1980, uma época politicamente conturbada no México, faltava muita coisa, havia desemprego, corrupção, hiperinflação, etc. Qualquer semelhança com a atual Venezuela seria mera coincidência? Não: não apenas é surreal como é trágica a história de um país em que o próprio presidente, um déspota ou ditador, manda prender adversários políticos para acabar com a oposição, reprime a imprensa e estimula elementos motorizados a atirar para matar estudantes e populares que se manifestam contra o estado bolivarista de coisas absurdas que seu governo desastrado impôs à Venezuela. Com a leniência do Brasil, registre-se...

Bem, de volta ao livro sem dele ter exatamente saído, Villalobos escreve clara e saborosamente, quase todos os capítulos são bastante engraçados ou curiosos, então a leitura flui gostosamente; podemos até ficar com vontade de experimentar algumas das especiarias mexicanas feitas de milho que a mãe de Orestes prepara diariamente – são tantas ou o alimento é tão usado na cozinha mexicana que a certa altura ele registra que “o mundo do milho era amplo e vasto.” Com razão; e tome tortillas e quesadillas no café da manhã, no almoço e na janta. E muito prazer com este livro de poucas páginas, mas extremamente pitoresco, saboroso, interessante.

Lido entre 13 e 15/04/2014.


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Carolizons 21/05/2020

Boas risadas com forte crítica social
É um livro bom, mas não o melhor de Villalobos. Com muitas tiradas engraçadas, o livro faz uma forte crítica às desigualdades sociais do México.
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robespierr3 14/06/2020

Bom!
Eu queria ter tido um humor melhor pra aproveitar o livro enquanto tava lendo mas gostei muito.
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