O Livro dos Prazeres Proibidos

O Livro dos Prazeres Proibidos Federico Andahazi




Resenhas - O Livro dos Prazeres Proibidos


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Yasmin 12/12/2013

Diferente, um histórico com duas tramas interessantes e bem construídas.

Assim que vi o livro entre os lançamentos da Bertrand pensei em duas coisas: "parece um ótimo histórico" e "ah não, mais um erótico disfarçado". Entre esses dois pensamentos opostos acabei solicitando o livro a editora em um impulso intuitivo que felizmente se provou acertado. O argentino Federico Andahazi construiu uma história peculiar e riquíssima sobre duas indagações distintas, mas sutilmente ligadas. Gutenberg foi um genial inventor ou um grande falsificador? Quando a sexualidade deixou de ser algo sagrado para se tornar algo proibido?

Mainz, 1455. Enquanto Gutenberg, Fust e Schöffer escutam a inflamada acusação feita pelo promotor e copista Sigfrido de Mangúcia contra o que ele chama invento do diabo do outro lado da cidade Ulva, a prostituta mãe do Mosteiro de Sagrada Canastra lamenta a morte de mais um de suas meninas. O Mosteiro, o mais luxuoso bordel de Mainz, vem sendo alvo de um assassino cruel e silencioso, que chega sem ser visto, sufoca suas vítimas e leva suas peles consigo sem ser notado. Após o terceiro hediondo crime Ulva sabe atrás de que o assassino está. E de uma forma sutil os misteriosos assassinatos estão ligados ao julgamento que acontece na cidade. Por um lado mergulhamos nas lembranças de Gutenberg e por outro conhecemos os segredos e a história do Mosteiro da Sagrada Canastra. A tradição que remonta aos antigos cultos da Babilônia. A arte que era sagrada e que a Igreja tornou profana e proibida.

A narrativa de Andahazi é bastante fluida e o autor consegue levar ao leitor duas histórias, sutilmente interligadas e com fortes bases históricas. Duas perguntas, dois temas distintos juntos em um livro que os interliga de forma sutil em favor de desenvolver cada uma a seu modo. Por um lado essa não foi a melhor decisão tomada pelo autor, mas por outro funciona. A sensação de estar acompanhando duas histórias diferentes é superada pela riqueza e destreza que Andahazi imprimira ao apresentar e desenvolver as histórias. A ambientação é outro ponto que merece destaque, as descrições se sobrepõem as minúcias históricas, aliando o visual as curiosidades dos temas desenvolvidos.

A partir de muita observação e alguma pesquisa Andahazi reconstrói a vida do homem que mudou a forma como a humanidade via os livros. Teria Gutenberg inventado a prensa com a intenção de mudar a forma de fazer os livros, de facilitar e aumentar o mercado de livros ou com a simples intenção de falsificar algumas bíblias em busca de dinheiro? Sim, devemos a evolução dos livros a seu invento, mas indo além da genialidade de seu invento Andahazi desconstrói a vida de Gutenberg a partir de suas lembranças, desde criança quando conheceu com fascínio o ofício do pai, cunhador na Casa de Moedas e a silenciosa reverência que tinha pelos copistas até a desgraça da família, a fuga dos judeus de sua cidade natal a vida financeira apertada e aos estudos que o levam a prensa.

Do outro lado da história o autor mergulha dos detalhes da antiga tradição babilônica, desde o culto a deusa Ishtar até os detalhes cerimoniais, enquanto especula sobre a sobrevivência através dos séculos do que para um pequeno grupo ainda é considerado sagrado. Andahazi faz viver a impressão de que seu relato é mais do que ficção e enquanto acompanhamos os tormentos da vida de Gutenberg especulamos sobre o estranho culto do Mosteiro da Sagrada Canastra.

Leitura rápida e curiosa, que instiga o leitor e conta duas histórias curiosas, com riquezas históricas próprias e que debatem questões interessantes. A prosa de Federico Andahazi é bastante rica e a desenvoltura com que ele debate suas perguntas na trama é notável, sendo um dos pontos que mais surpreende e cativa durante a leitura. No mais a estranheza diante do segundo tema é passageira frente ao tom da narração e a curiosidade do assunto. A edição (...)

Termine o último parágrafo em:

site: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/11/resenha-o-livro-dos-prazeres-proibidos.html

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Luiz Pereira Júnior 22/05/2022

Um gorduroso chocolate caseiro
Eis a verdade: comprei esse livro apenas porque estava em promoção em um site famoso. Embora não tenha gostado do título, quando li a sinopse, os temas, em sua maior parte, chamaram-me a atenção.

Enredo resumido: ao mesmo tempo em que Gutemberg luta contra as acusações de um tribunal eclesiástico por ter roubado, falsificado, divulgado e vendido cópias de uma Bíblia manuscrita, monjas-prostitutas de um convento passam a ser mortas por causa de um livro proibido, guardado na enorme biblioteca delas.

Primeira “qualquer semelhança é mera coincidência” (será?): um livro proibido que é guardado em um convento por monjas envolvidas em tenebrosos segredos sexuais. Começa a ocorrer uma série de assassinatos com requintes de crueldade pavorosa cuja chave é o tal livro proibido. Se você for um leitor, com certeza, já sabe de qual outro livro esse parece buscar o tema (ou homenagem, ou plágio puro e simples, ou tema que se repete).

Segunda “qualquer semelhança é mera coincidência” (será?): a sexualidade feminina envolta em religiosidade cristã. Dessa vez, a semelhança é bem mais leve, mas fica na boca (ou melhor, na mente) aquela sensação de “já li isso em algum lugar”...

Parodiando o Sheldon de “Big Bang Theory”: 1) Idade Média, um livro acerca de outros livros e do amor pela palavra escrita, outras culturas - adoro; 2) suspense, mistério, religiosidade – gosto; 3) descrições de sexo – não tão fã...

E, antes que me chamem de pudico, leiam as narrações de ordem puramente erótica do livro (o capítulo 8, por exemplo). Sinceramente, considero-os dispensáveis, não passando de mera pornografia disfarçada de erotismo feminino, chegando ao machismo. Afinal, ao afirmar implicitamente que a mulher tem a alma para Deus e o corpo para o homem e nada mais do que isso, a que outra conclusão eu poderia chegar?

Vale a pena? Vale, sim, mas não espere a obra-prima de Umberto Eco, em sua extensa erudição, em sua trama bem-amarrada, em seu erotismo sutil, em seus detalhes infinitos...

Imagine um daqueles bombons caseiros de qualidade inferior, que deixam um gosto estranho, gorduroso, pastoso na boca. Podem não ser bons, mas não deixam de ser chocolate...
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Pandora 20/07/2015

Achei interessante romancear a história de Gutenberg e da prensa, até mesmo de relacionar livros e conhecimento a prostitutas. Mas o desenvolvimento do livro considero mediano. Algumas partes eu gostaria que fossem mais desenvolvidas, como a passagem referente a Laurens Koster. Sem contar que o título é chamariz, jogada de marketing mesmo. Não que eu esperasse um livro erótico, muito pelo contrário, mas o gancho inicial ficou um tanto perdido no resto da história. Gostei, mas senti falta de algo mais.
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Carlinha 02/03/2020

Intrigante
É uma leitura viciante, vc sempre quer saber o que vai acontecer nos próximos capítulos. Confesso que tenho uma preferência maior pela parte erótica do livro, mas a história num geral, nos prende até o final.
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Nathan Soares 19/11/2022

Uma boa ficção atrelada a fatos históricos. O enredo da ficção erótica é bem interessante e traz muitos elementos históricos de todo o mundo no que diz respeito à prostituição e como ela pode ser amaldiçoada ou venerada por várias culturas. O enredo por trás da narrativa da invenção da prensa gráfica de Gutenberg foi bem explorado. Recomendo a leitura.
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Nemec 09/03/2023

Fantástico
Primeiro livro que leio de um escritor argentino e, consequentemente, do Federico Andahazi.

É uma história do tipo Ficção histórica, contando com riqueza de detalhes e uma narrativa muito fluida, a invenção da prensa.

Além disso uma história paralela de um assassino que acaba se enredando com a história principal torna a experiência de leitura muito marcante.

Recomendo.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 18/07/2018

Sexo, Dor E Mistério
O argentino Federico Andahazi é considerado um dos mais talentosos autores latino-americanos da atualidade. Conhecido mundialmente pelo best-seller "O Anatomista", seu último romance acaba de ser publicado No Brasil e, confirmando as expectativas, "O Livro dos Prazeres Proibidos" apresenta uma leitura impactante, carregada de sexo, morte e mistério.

Dono de uma vasta bagagem cultural, o autor realiza uma impecável reconstrução de cenários medievais, transportando o leitor para o século XV com o intuito de recriar a trajetória de Johannes Gutenberg, o famoso inventor da prensa gráfica.

O romance possui duas tramas que correm paralelas, tendo como cenário a cidade de Mainz na Alemanha. De um lado, há o julgamento do protagonista cuja vida é esmiuçada e suas reais intenções com relação ao invento são questionadas, já que é acusado de heresia e falsificação de manuscritos. Já do outro, uma série de brutais assassinatos roubam a atenção do lugar, especialmente, por conta de suas vítimas,prostitutas de um bordel de luxo conhecido como "Mosteiro da Sagrada Canastra".

O elo entre as histórias é o enigma que envolve a leitura e a solução só vem a tona nos capítulos finais, revelando um caso macabro, habilmente construído por Andahazi.

Aliás, o romancista é conhecido pela abordagem de temas polêmicos. Com seu estilo rude e direto, ele não poupa o leitor de sua erudição nem de descrições minuciosas e chocantes que beiram a vulgaridade, por exemplo, ele explica tanto o processo de cunhagem de moedas como oferece uma aula completa sobre felação. São essas qualidades, defeitos para alguns, que fascinam seus admiradores.

Finalmente, ao retratar um mundo arcaico avançando com dificuldade para a modernidade, na verdade, Andahazi está fazendo uma alusão aos problemas com a censura, velada ou direta, enfrentados pela Argentina, na atualidade.

Boa edição, traduzida por Luis Carlos Cabral, com índice ativo e adaptada à nova Reforma Ortográfica.
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regifreitas 24/04/2023

O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS (El libro de los placeres prohibidos, 2012), de Federico Andahazi; tradução Luís Carlos Cabral.

Em O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS, o argentino Federico Andahazi, na mesma linha dos seus trabalhos anteriores - O ANATOMISTA (1997) e A CIDADE DOS HEREGES (2005) - nos apresenta uma ficção histórica entremeada com elementos de romance policial e erotismo. São duas as linhas narrativas: de um lado acompanhamos, em 1455, na cidade de Mainz, na Alemanha, o julgamento de Johannes Gutenberg e seus sócios, Johann Fust e Petrus Schöffer, acusados de falsificação. Ao mesmo tempo, no Mosteiro da Sagrada Canastra, um luxuoso bordel, prostitutas são brutal e misteriosamente assassinadas por uma figura desconhecida.

Ambas as tramas são igualmente interessantes e despertam a curiosidade. Contudo, a opção do autor em conduzir as histórias de forma paralela acaba não funcionando muito bem. As narrativas possuem uma ligação que será revelada apenas no final da obra. Entretanto, esse arremate acaba se mostrando muito forçado, conveniente demais, um artifício tão somente para justificar o desfecho do romance.

No meu entender, há mesmo um problema de estruturação do romance. Toda a trama envolvendo o Mosteiro e os assassinatos ocupam um espaço muito menor do que o julgamento de Gutenberg e as passagens da sua vida pregressa. Muitas vezes, parece que Andahazi esquece da primeira parte, pois se passam longos trechos nos quais a história paralela sequer é mencionada.

A escrita de Federico Andahazi é fluida e envolvente. Além disso, as duas histórias são muito boas, de forma independente. Um livro que tratasse apenas do misterioso Mosteiro da Sagrada Canastra e das suas residentes seria bem-vindo. Os fatos envolvendo o julgamento de Gutenberg também despertam a curiosidade de conhecer mais sobre essa importante figura histórica e do que existe de verdade e de invenção na obra de Andahazi. Contudo, as duas tramas, juntas, acabaram não funcionando tão bem, entregando um passatempo apenas mediano.
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Susi 19/10/2022

Diferente e Sensual.
Esse livro me ganhou pelo título, diferente de tudo que já li. Escrita muito inteligente e cheia de detalhes. Muitas informações a serem processadas, mas nem por isso a leitura se torna cansativa. Gostei muito ?
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Renata (@renatac.arruda) 30/01/2014

O não-thriller erótico de Gutenberg
À primeira vista o livro do argentino Federico Andahazi se passa por um instigante relato erótico: o nome, O Livro dos Prazeres Proibidos, sugere fantasias inconfessáveis enquanto a capa traz uma flor rosada ao lado de aspas da revista Notícias que declaram ser esta "a incursão mais audaz" de Federico no gênero. É uma estratégia inteligente de marketing em tempos de sucessos como 50 Tons de Cinza e derivados mas a verdade é que no final das contas o que O Livro... trata mesmo de é da vida do inventor da prensa de tipos móveis, Johannes Gutenberg em uma biografia romanceada - e essa é uma agradável notícia.

Mas o que será que a vida de Gutenberg tem a ver com um thriller erótico?

Leia mais no Prosa Espontânea:

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2014/01/o-livro-dos-prazeres-proibidos-federico.html
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Xandy Xandy 01/02/2017

Suspense erótico, ou apenas uma biografia Romanceada de Gutenberg?
O livro prometia muito suspense e erotismo, contudo, não consegui notar quase nada disso, só mesmo uma repetição desnecessária de palavrões. As duas histórias também não conseguiram desenvolver-se muito bem juntas, dada a demora na conexão entre elas, o o que foi mesmo uma pena. Já a ideia do autor de criar uma biografia romanceada de Johannes Gutenberg: o pai da tipografia – foi excelente e serviu para salvar o livro de um possível fracasso. Só por isso, vou deixar um nota 7.

Quer conhecer minha resenha inteira? Dê uma olhadinha no meu blog:
O livro prometia muito suspense e erotismo, contudo, não consegui notar quase nada disso, só mesmo uma repetição desnecessária de palavrões. As duas histórias também não conseguiram desenvolver-se muito bem juntas, dada a demora na conexão entre elas, o o que foi mesmo uma pena. Já a ideia do autor de criar uma biografia romanceada de Johannes Gutenberg: o pai da tipografia – foi excelente e serviu para salvar o livro de um possível fracasso. Só por isso, vou deixar um nota 7.

site: https://lendomuito.wordpress.com/2017/02/01/o-livro-dos-prazeres-proibidos-federico-andahazi/
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Francisco 08/03/2021

O Livro dos Prazeres Proibidos, o título não faz jus ao nome. Deveria ser A Invenção de Gutemberg, pois relata em sua maior parte, como hipoteticamente ele desenvolveu seu método de impressão com tipo móveis metais.

Com elementos do realismo fantástico, o Livro também aborda o bordel da Sagrada Canastra e o assassinato de suas putas, onde interesse do matador é extinguir o Livro dos Prazeres Proibidos, cujo o acesso é de apenas as putas mais velhas e experientes.

Ao final, ambas as histórias se entrelaçam.
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Thomas.Jordao 24/09/2022

Ficção histórica
E o vício pelas ficções históricas vai aumentando...
Muito bom escritor, visceral, bruto. O conhecia de "o anatomista", que é sensacional também. Digo que esse é igualmente bom, com mais História ainda, mergulhando na vida de Gutenberg e das prostitutas de Babilônia, uma suposta seita secreta muito interessante. Vale muito a pena.
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