Pablo Paz 31/03/2024
Clássico dos clássicos
Teologia não é estudo de religiões, mas um ponto de vista interno da religião sobre a qual o teólogo se debruça. É por isso que não existe e nunca existirá Teologia com maiúscula, senão teologias: cristã, budista, judaica, islâmica, hinduísta etc. E dentro de cada uma, as subteologias como, por exemplo, dentro do cristianismo, a católica e a protestante; e, dentro da protestante, as inúmeras teologias, dada suas inúmeras seitas (luterana, calvinista, anglicana, mormonista, pentecostal, neopentecostal etc.). Teologia não é conhecimento no sentido lato, é aprofundamento de pré-conceitos no interior de uma dada religião ou de uma seita específica. Alfim, como especialização do paradigma, é conhecimento no sentido estrito para quem já é convertido.
Mas se um dia tu te interessares por estudo da religião no sentido lato, tens que começar por três: 'As formas elementares da vida religiosa' de Emile Durkheim, 'O homem e seus símbolos' de Carl Jung e este 'Tratado de história das religiões' de Mircea Eliade. Das três, poucas obras tiveram tanta influência num determinado campo e em estudiosos das mais diferentes vertentes teóricas quanto Durkheim e Eliade. Eles eram daqueles chatos geniais, de cuja leitura nenhum leitor sai senão no mínimo transformado - e até 'avivado' de sabedoria, para usar um termo (neo)pentecostal. Racionalmente avivado.