Ju 03/12/2013Noites ItalianasNoites Italianas é baseado na história real da autora, Kate Holden. Ela foi prostituta e também uma viciada em heroína por muito tempo, mas decidiu - e conseguiu - largar essa vida. Bom, não posso dizer que ela seja a mulher mais comportada do mundo. A intenção dela era encontrar um amor, ok, mas eu acredito que decidiu fazer isso do jeito errado. Continuou se envolvendo com homens comprometidos, e se entregando a eles com uma rapidez assustadora. Kate é absurdamente fácil.
"Algo faltava dentro dela, já haviam lhe dito isso antes, ela já havia sentido dentro de si. Um tipo de passividade. (...) Se nada importasse, nada poderia feri-la. Talvez ela precisasse de algo que a machucasse para tornar tudo real."
Tá, entendi, ela gosta de sexo, isso não é pecado. Mas se envolve com tantos homens em tão pouco tempo que eu me irritei profundamente. Queria sacudir essa mulher e dizer para ela parar, gritar que ela estava fazendo tudo errado. Foi muito triste observar a Kate se afundando cada vez mais com as besteiras que fazia. É que, no fundo, ela não conseguia acreditar que alguém pudesse se interessar realmente por ela, principalmente depois de ouvir sua história.
"- Sempre percebo que, quando alguém se apaixona por mim, parece que eu perco o respeito pela pessoa. Fico achando que há algo de errado nela."
O livro é bem escrito, narrado em terceira pessoa. Tem muitas cenas de sexo e eu, particularmente, me incomodei muito com elas. Alguém sorria para a Kate e ela já ia para a cama com ele (estou exagerando um pouquinho, mas só um pouquinho mesmo). Ah, me poupe.
O que eu mais gostei no livro foi o fato da maior parte da história se passar na Itália. Todo mundo sabe que eu amo a Itália, né? As cenas, em sua maioria, acontecem em Roma, e eu até me arrependi um pouquinho de não ter ficado mais tempo na cidade. Achei os moradores super antipáticos, mas tem muitos lugares legais que eu perdi a oportunidade de conhecer. Pelo menos joguei minha moedinha na Fontana di Trevi, então, segundo a lenda, voltarei lá... rs... Mesmo que vocês não tenham vontade de visitar Roma, existe uma boa chance da vontade surgir depois da leitura desse livro, já que Kate se apaixona pela cidade e a adota.
As personagens são muito bem construídas. Acho que não tinha como ser de outra forma, uma vez que é um livro autobiográfico. Então, provavelmente, todas elas foram baseadas em pessoas reais.
A Novo Conceito lançou, em 2008, o primeiro livro de memórias da autora, Na Minha Pele. Ele conta a vida da Kate na época da prostituição. Acho que não tenho coragem de ler. Deve ser bem pesado.
O final do livro é meio deprimente. Quando a gente acha que as coisas vão dar certo, elas desandam. Mas o fim é um recomeço. Pelo menos a Kate, finalmente, consegue se encontrar.
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