O clube de boxe de Berlim

O clube de boxe de Berlim Robert Sharenow




Resenhas - O clube de boxe de Berlim


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Ju 02/11/2013

O Clube de Boxe de Berlim
Karl Stern é um garoto que tem sangue judeu de (quase) todos os lados da família. Ele tem apenas um avô não judeu. Apesar disso, sua família nunca praticou a religião. Karl nem mesmo consegue entender direito a crença judaica. Mas isso não faz diferença. Ele passa a ser perseguido pelas pessoas que conhecem suas origens. Felizmente para o garoto, ele não parece judeu. Tem traços delicados, é loiro, magro e alto, o que o ajuda a circular sem medo pelas ruas. Mas, na escola, precisa estar sempre atento aos valentões.

Um dia Karl leva uma surra, e Max Schmeling, amigo de seu pai, campeão de boxe, percebe. Propõe, então, uma permuta: levará um quadro da galeria do pai de Karl e pagará com aulas de boxe para o garoto. Karl se anima desde o início. Seu pai, apesar de não gostar nada da ideia (a vida já não estava nada simples nem fácil, e o dinheiro da venda seria mais que bem-vindo), acaba concordando. Karl, então, conhece O Clube de Boxe de Berlim, e descobre que o esporte pode fazer mais por ele do que imaginou.

"- Às vezes você precisa dar a impressão de que está fazendo uma coisa a fim de fazer outra e sobreviver. Você nunca deve dar a seu adversário uma ideia clara de suas reais intenções."

A história do livro se passa entre 1934 e 1938, ou seja, no período que antecede a Segunda Guerra Mundial. Nem por isso é menos chocante ver tudo o que acontece com os judeus. Eles perdem seus direitos aos poucos, até não restar nada. Um crime contra um judeu não é mais considerado um crime, e sim um direito dos arianos. Afinal, nenhum deles deveria existir. São vistos como obstáculos à evolução da raça e, quanto antes forem eliminados, melhor para a Alemanha. Os nazistas podem fazer o que quiserem contra eles.

"- O mundo está enlouquecendo, Karl. E quando o mundo está louco, um homem são nunca está bem."

Eu gostei demais da história. Apesar de mostrar muita coisa ruim acontecendo, não achei deprimente (não tenho nada contra histórias deprimentes, rs, mas sei que tem gente que não gosta). A narrativa flui, mesmo com o tema pesado. E tem personagens que fazem com que a gente continue acreditando que a raça humana pode ter atitudes boas, corajosas e desinteressadas.

O boxe é um esporte que nunca me atraiu. Ver pessoas se socando não me parece nada agradável... rs... Mas é incrível ver a transformação que ele causa no Karl. Como em todo esporte, a primeira coisa que o garoto adquire é disciplina. Precisa treinar todos os dias, por um longo tempo. Depois, ele começa a ver o resultado de todo aquele trabalho em seu corpo: ganha músculos. Mas o maior prêmio por sua dedicação é o ganho de confiança em si mesmo.

"Apesar de toda a minha força física, jamais me sentira tão fraco, porque era incapaz de secar as lágrimas dos olhos de minha irmã ou de livrar seu coração da tristeza."

Karl se apaixona pelo esporte. Só que essa não é sua única paixão. Ele ama desenhar desde sempre, e cria histórias em quadrinhos. Essa é uma parte fantástica do livro. As ilustrações, que nada mais são do que as tirinhas criadas pelo rapaz e alguns outros desenhos que ele faz, como retratos de seus adversários nos ringues com anotações sobre seus pontos fortes e fracos. Tudo se encaixa perfeitamente no enredo.

"- Você desenha em seu diário desde que conseguiu segurar uma caneta. Não poderia fazê-lo parar se eu quisesse. E você tem o mesmo tipo de paixão pelo boxe. É por isso que você tem tudo para ser grande."

Eu me surpreendi ao chegar no final do livro e descobrir que algumas das personagens foram baseadas em pessoas reais (nunca tinha ouvido falar em Max Schmeling, mas ele foi um lutador de verdade!). Isso só aumenta o valor dele para mim. O autor ouviu vários depoimentos para escrever a história, acredito que isso tenha ajudado bastante a tornar tudo tão crível. Infelizmente, a época abordada existiu, e é importante que ela nunca seja esquecida, para que não se repita.

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/11/resenha-rocco-o-clube-de-boxe-de-berlim.html
Lore 03/11/2013minha estante
Sempre fui a favor os esportes, apesar de ser uma sedentária de carteirinha, mas incentivo as outras pessoas a praticá-lo pois sei dos seus benefícios. Achei a história do livro, apesar de meio triste, bem interessante, uma história de superação, e eu gosto de ler coisas dessa época nazista e tudo o mais. Adorei a resenha Ju, e não gostei muito da capa do livro.


Jess 03/11/2013minha estante
Eu amo um romance e já vi que ai não tem nada disso =/
Seria perfeito se tivesse romance porque eu adoro lutadores de box asuhauhsaus
Travis Madox aiai
Enfim, a resenha ficou bem legal deu uma boa imagem do que se encontrar no livro but... Não é para minha pessoa.


Cris 04/11/2013minha estante
Não conhecia a história, mas me pareceu ser além de um drama. Apesar de tristes, eu sempre gosto de livros que se passam nessa época da História.


Leilane 04/11/2013minha estante
Detesto o contexto das guerras modernas, sobe um raiva incontrolável da raça humana por ser tão hipócrita, mas acho que o problema é que é algo muito recente ainda, pessoas que sobreviveram a esses terrores ainda estão vivas e mal posso imaginar por tudo que elas passaram. Sei que por meio da leitura eu teria um vislumbre desse período tão duro que a humanidade passou, mas ainda tenho de me convencer a lê-lo, ganhei o livro e espero um dia superar um pouco da raiva e abrir minha mente para a história.
Amei a resenha!


Juh 08/11/2013minha estante
Oi Ju! Sua resenha me deixou encantada por esse livro. Primeiro que eu adoro livros com base em guerras e também amo histórias deprimentes porque na vida nem tudo é bom e os finais felizes e perfeitos quase nunca existem, rsrs, gostei também do autor ter baseado o livro em um personagem real, realmente isso faz com que a história se pareça mais real ainda e eu acho massa o Boxe, rsrs. Já add no skoob, quero ler essa obra-prima.


Thaís 09/11/2013minha estante
Oi Ju! Adorei o livro, principalmente pelo fato de alguns personagens serem baseados na vida real! Eu havia assistido um filme parecido com esse e é impressionante como o esporte muda radicalmente a vida de algumas pessoas, é bom ler ou assistir algo desse tipo porque sempre passa uma mensagem para nós, que dá vontade da gente ser diferente. Eu adorei o Livro "O clube de boxe de Berlim" achei bem interessante, e estou morrendo de vontade de conhecer a história de Max.. Ótima resenha Ju!
Beijos!




danda 12/04/2021

Comecei meio desconfiada,pois,tinha relação ao boxe,esporte que não curto muito. Achei que seria o tema central,mas me enganei. Conta histórias de amizade,confiança,família,união,tristeza. Gostei muito.
Li em 2 dias.
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Descontrolados 22/01/2014

UMA FINTA NO NAZISMO
Com o lançamento nos cinemas da adaptação do livro homônimo A Menina que Roubava Livros, o tema do nazismo voltou a ser destaque. Aproveitando esse ensejo, trago a vocês a resenha de um tocante livro, ambientado na Alemanha,

Karl Stern nunca esteve numa sinagoga. Mas para os valentões de sua escola em Berlim a simples ascendência judaica da família faz dele uma vítima da perseguição nazista. Para se defender, o garoto começa a treinar boxe com o campeão Max Schmeling, e logo encontra no esporte uma paixão que o ajuda a ganhar coragem não só no ringue, mas na difícil vida fora dele. Quando Schmeling é cooptado pelo regime nazista, no entanto, Karl começa a se perguntar em quem pode realmente confiar. Mesclando ficção e fatos históricos

Em 1933, o Partido Nazista assumiu o governo da Alemanha. Naquele mesmo ano, o então presidente Paul von Hindenburg nomeou Afolf Hittler, Chanceler. Com a morte de Hildenburg, em 1934, Hittler assumiu o poder. É esse momento histórico que Robert Sharenow, sob a perspectiva de Karl, nos convida a explorar: a Alemanha Nazista, antes da Segunda Guerra Mundial, no período datado entre 1934 e 1938, quando inciaram as ofensivas contra os judeus e demais minorias.

Misturando ficção e realidade, Robert Sharenow, através de uma minuciosa pesquisa de época, recria nesse romance o cenário da Alemanha Hitlerista e os efeitos dela resultantes no comportamento do povo alemão, em resposta a maciça campanha nazista. Karl, o protagonista da história, sofre na pele esses efeitos, vivenciando a violência e a opressão, junto com sua família.

A revolta que cresce dentro de Karl, diante da barbárie praticada pelos alemães nazistas, contagia o leitor de forma arrebatadora, nos levando a experimentar os mesmos sentimentos percebidos pelo personagem.

“Pugilistas lutam com honra, técnica e coragem”.

(página 116)

Nos tempos em que as artes marciais foram banalizadas pela violência presente em octágonos, onde o grande lutador é aquele que machuca e inutiliza mais o adversário, O Clube de Boxe de Berlim desmistifica a ideia de brutalidade que se criou entorno do esporte, inserindo o leitor na beleza da arte do pugilismo. Acompanhamos passo a passo a evolução mental e física que Karl passa durante seu treinamento, deixando para trás o medroso e franzino adolescente, para se tornar um jovem forte, autoconfiante e determinado. Fica claro o quanto o boxe se torna tão importante para ele, como seu sonho de ser cartunista.

Aliás, deve-se registrar aqui que Max Schmeling não é um personagem fictício. Nascido na Alemanha, em 1905, Schmeling ficou famoso em 1928, ao se consagrar campeão alemão dos pesos-pesados. Em 1936, já com Adolf Hitler no poder, Max derrotou o então invencível pugilista negro Joe Louis, transformando o evento em propaganda para os ideais nazistas. Schmeling nunca se associou ao Partido Nazista e tampouco demitiu seu agente judeu, o americano Joe Jacobs. Em 1938, a SS descobriu que Max Schmeling era colaborador de refugiados judeus, sendo recrutado em 1939 como paraquedista na Segunda Guerra Mundial. Após o fim da guerra, ficou na pobreza e lutou profissionalmente até 1948. Em 1954 enriqueceu novamente ao abrir na Alemanha uma franquia da Coca-Cola. Se tornou grande amigo de Joe Louis, a quem ajudou até sua morte. Schmeling morreu aos 99 anos, em 2005.

O Clube de Boxe de Berlim é inspirado em uma história real, envolvendo Max Schmeling e uma família de judeus refugiados, ligados ao lutador. Dizer algo além disso estragaria toda a surpresa que envolve o final deste impressionante e envolvente livro. Robert Sharenow, em sua nota final, conta um pouco mais sobre Max Schmeling e sua relação com Joe Louis, além de revelar as fontes que o ajudaram a construir esse romance, que é um verdadeiro retrato do sofrimento daqueles que foram oprimidos pelo governo nazista.

“A Aventura está no ar [...] e o bolo espera para ser comido!”

(página 31)

Devo destacar também no livro as divertidas tirinhas criadas por Karl, que se mostra um habilidoso cartunista. Ele cria seus próprios quadrinhos de Winzig und Spatz, inspirados no livro Die Abenteuer von Winzig und Spatz, cujas histórias ele compartilha com a irmã Hildy.

Ao longo do livro, Karl faz desenhos com as formas corretas de praticar seus exercícios de condicionamento e golpes que aprende, além de caricaturas de lutadores famosos e ex-oponentes. Esses desenhos intercalam as páginas do livro, trazendo uma quebra harmônica na tesão existente na trama.

“Um lutador de verdade. Nunca quatro palavras significaram tanto para mim”

(página 186)

Entre jabs, uppercuts e diretos, o livro emociona e instiga ao mesmo tempo. Ao final, somos nocauteados por uma bela mensagem de esperança e pela crença em um futuro livre de opressões e discriminações.

site: http://programadescontrolados.com/resenha-o-clube-de-boxe-de-berlim/
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Claudia Cordeiro 24/06/2014

Livro excelente, prende a atenção, é um prato cheio para quem gosta de lutas e também para quem gosta de romance histórico, mostra bem o que aconteceu com os judeus logo antes da 2a. Guerra Mundial na Alemanha. Pensar que quase não leio o livro porque é da Rocco Jovens Leitores!, putzzzz nada a ver, é leitura adulta, adorei este livro!!!
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Tais 19/08/2020

Suor e angústia: no boxe e no coração
RESENHA: O Clube de Boxe de Berlim || postei essa resenha la no insta @simsenhorlivro

O livro se passa em meados do período entreguerras e conta a historia de Karl Stern, um garoto que apesar de loiro, magro, de faces delicadas, tem parentes judeus na maior parte da família; o que faz com que ele seja perseguido por pessoas que sabem da sua origem.
O seus pais tem uma galeria de arte, e um dos amigos do pai dele era Max Schmeling, campeão de box. Um dia Karl apanha de uns garotos e Max propõe uma permuta, ele "compra" um quadro da galeria e paga com aulas de boxe para o garoto. Karl conhece então, o Clube de Boxe; em que o seu amor pelo esporte acaba mudando sua vida; sua vida e de sua irmã mais nova, que também vai acabar sentindo os impactos dessa "nova vida". Karl também ama quadrinhos, o que deixa o livro mais cômico e consegue efemizar as situações ruins mostradas pelo nazismo. Os quadrinhos também estreitam os laços de Karl com sua irmã.

Esse livro foi um dos melhores livros que já li. Alguns personagens foram baseados em pessoas reais, como Max Schmeling, que é um herói para Karl. Os sentimentos transmitidos nesse livro, que mostra tanto uma visão "inocente" do que foi essa época entre guerras, nos causa uma sensação de incompreensão da história. Incompreensão pois digo que nos dias hoje, existem coisas absurdas que parecem estar se repetindo.

O boxe nunca foi algo que eu decidi saber mais; mas me encantei profundamente ao ver a relação de Karl com o boxe. Max, que o ajudou tanto ao falar do boxe também nos deixa com uma sensação de pertencimento.
Enfim, o livro, apesar de falar sobre coisas tristes, não me deixou triste; e sim, esperançosa por existirem pessoas boas no mundo mesmo em uma situação que remete o caos.
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letica 26/09/2022

não me sinto no direito de criticar livros que tenham a ver com esse assunto então vou apenas dizer que leitura angustiante meu deus... fiquei com medo de falar muito de boxe pq não sou mt fã do esporte mas o livro não focou só nisso.
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Sérgio 09/02/2020

Breve Sinopse e Análise Crítica
O livro relata a história de um jovem judeu que reside na Alemanha enquanto Hitler ainda desenvolve o seu projeto de (des)governo. Se, de um lado, o autor é impecável em demonstrar como a política nazista influenciou na realidade daquele país paulatinamente (para além do genocídio que já é amplamente divulgado em documentários, outros livros, e filmes). A surpresa à medida em que o protagonista encontra obstáculos em sua vida para avançar em seu sonho de se tornar um pugilista profissional. Há, ao longo da narrativa, uma inspiração em fatos reais (notadamente no que toca à postura adotada por Max Schmeling naquele contexto) e que cria um enorme encanto na obra. Particularmente, confesso que o título pode atrair com uma proposta de que a narrativa terá um desenvolvimento mais forte na seara esportiva, mas no decorrer da leitura, esse tema vai, pouco a pouco, sendo colocado em segundo plano (o que não é um defeito, sobremaneira), à medida em que as interferências políticas se tornam ainda mais fortes na vida do protagonista (cujo sonho, depois, passa a se resumir à própria sobrevivência).
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Bianca 05/09/2015

Uma nova perspectiva sobre o nazismo
O autor sobre trabalhar mostrando esse outro lado do Nazismo, envolvendo lutas de boxe e mostrando esse inicio da segunda guerra mundial.
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Leonardo 24/07/2018

‘— O mundo está enlouquecendo, Karl. E quando o mundo está louco, um homem são nunca está bem.’
O clube de boxe de Berlim se passa nos anos de 1934 a 1938 e nos apresenta o drama vivido na Alemanha no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. Acompanhamos a trajetória do jovem Karl e sua família nesse cenário que parecia que a cada momento estava mais próximo de explodir.
Karl, por ser apenas uma criança, se vê em constante conflito, como quando concorda em parte com o discurso de Hitler sobre os judeus estarem estragando tudo, mas por motivos diferentes. Para Hitler, os judeus estavam estragando a Alemanha como ratos, enquanto o protagonista os via como uma ameaça à manutenção de sua vida normal, já que, apesar de não praticante do judaísmo e de não ter características físicas dos judeus, sua família tinha descendência judia, portanto, eles se tornavam alvo dos nazistas.
Ao decorrer da história, o partido nazista vai ganhando cada vez mais seguidores e consequentemente mais poder, com os uniformes da Juventude Hitlerista causando mais inveja do que medo, afinal, que garoto não gostaria de usar um uniforme militar?

‘— Nem todos os alemães são iguais, Karl — disse ele. — Isso vai passar.’

Diferente da vista comumente contada da Segunda Guerra, esse livro tem o diferencial de nos mostrar a ascensão nazista de dentro para fora, com os diversos posicionamentos dos personagens em relação aos acontecimentos servindo para provar que nem todo alemão é nazista ou mesmo apoiava o que acontecia lá. É ilustrado de forma espantosa o aumento à perseguição aos judeus, aos homossexuais, negros e outras minorias, que começam a agir na clandestinidade pois, as agressões a eles dirigidas passam a ser algo corriqueiro, acobertado e até incentivado pelo governo e pelas autoridades.

‘— Pense nesta cesta de maçãs como a Alemanha. Existem muitas maçãs lindas, firmes e fortes. São os arianos, como você, papai e eu. Mas, de vez em quando, você acha uma maçã podre como esta.
Ela tirou uma maçã do fundo da cesta.
— Vê como está escura e mole aqui? A polpa está podre. Você não ia querer uma dessas maçãs na sua torta, ia?
“Os judeus são como maçãs podres. Assim como uma maçã estragada, elas têm marcas, como nariz curvo, lábios vermelhos e cabelos escuro encaracolado. Você deve estar sempre atenta e evitá-los.”
— Mas, e se a maçã... Quero dizer, os judeus, por fora, se parecem conosco?
— Esses são a pior espécie de judeus — respondeu a mãe. — São como uma maçã com um bicho, que penetrou através de furinho que você não pode ver pelo lado de fora.
— O que podemos fazer? — perguntou Elsa, assustada.
— Bem, o que você faz se encontra um bicho na sua maçã? — perguntou pacientemente a mãe.
— Tiro com uma faca?
— Exatamente – disse a mãe. — E isso é o que o Führer está fazendo com os judeus: tirando-os da Alemanha, para que possamos ser puros e livres.’

São nessas condições que Karl se vê obrigado a amadurecer encontrando no boxe seu único refúgio na tempestade e, em grandes homens, a inspiração para seguir seu incerto caminho sem se dar conta que os homens mais corajosos e valorosos o cercavam o tempo todo. A narrativa faz uso do esporte para ilustrar os conflitos dentro e fora do ringue, como quando uma simples revanche não era mais apenas entre dois homens, mas sim entre duas nações e duas visões de mundo: fascismo X democracia.

‘— Está com medo de lutar com ele?
— Nunca tenho medo de entrar no ringue — respondeu ele com um sorriso.
— Por que não?
— Já me machuquei antes. Sei o que é a dor. Mas existem regras e códigos de honra no boxe sob os quais vivi minha vida inteira. Uma derrota é uma derrota. Todo mundo passa por isso. É o mundo fora do ringue que está ficando cada vez mais desafiadora.
— O que quer dizer?
— Parece que agora o governo todo se interessa por meus adversários. O ministro do Reich, Goebbels, deixou muito claro que não quer que eu lute com Louis.
— Por que não?
— Tem medo que eu seja derrotado. Um alemão perder para um negro prejudicaria suas teorias de superioridade germânica.’

Um livro bastante rápido e apesar do tema, não força um drama que atrapalhe a fluidez da narrativa, me incomodando apenas quando, ao meu ver, o autor resolve se aproveitar de certa inocência e esperança do protagonista de um mundo melhor e acaba espelhando esse sonho de paraíso nos Estados Unidos, onde o autor insiste em pesar a mão sobre como é um país livre e que “ama” sua diversidade étnica.
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LetAcia297 01/02/2022

Não eh mole
O clube de boxe de Berlim foi uma leitura especial para mim, pois foi o 1° livro, em muuuito tempo, que consegui terminar a leitura de uma forma tranquila, sem pressa pra acabar, curtindo o máximo que eu podia daquele universo (na verdade não era lá exatamente feliz para a curtição ser constante kkkkkk mas acredito que vocês entenderam o que eu quis dizer.)

O livro se passa nos anos anteriores e durante a 2° Guerra mundial. O protagonista é um menino chamado Karl Stern, de descendência judia, mas aparência "normal", o que o ajudou até certo ponto a sofrer menos os preconceitos contras os judeus durante a época, mas depois quando as coisas começaram a se intensificar ainda mais, não teve para onde correr. Eu achei lindo como pude ver o crescimento desse personagem ao decorrer da leitura. Ele foi um menino forte, inteligente, que mesmo apesar de tudo o que aconteceu sempre encontrava forças e esperanças para seguir em frente mesmo quando tudo parecia perdido. As reflexões que ele teve a respeito dos seus pais, principalmente de seu pai, foram muito especiais.

Outra coisa que achei incrível foi quando descobri que o Max realmente existiu na vida e que também ajudou mesmo duas crianças judias a fugirem da Alemanha nazista, em busca de esperança e um futuro melhor.

Não acho que o nazismo seja um tema fácil de ser tratado, justamente pelo tamanho da tragédia que foi. Mas fico feliz, que a esperança nunca deixou de alimentar alguns e que aquilo teve um fim.
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Felipe 13/04/2022

De longe um dos melhores livros que já li
A história e o contexto são incríveis, não obstante, a condução e o timing da mesma é expetacular. Pra quem gosta de livros de histórias reais? recomendo
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