Adriana Scarpin 12/03/2022Hoje é o centenário do Jack Kerouac, estava guardando o Livro de Haicais, edição bilíngue que saiu pela L&PM com tradução do grande Claudio Willer, para essa ocasião.
Tudo que Proust me influenciou no início dos meus vinte anos nos 2000, Kerouac fez o mesmo a partir de meados da mesma década, The Dharma Bums foi uma virada no meu modo de pensar a vida e a partir daí comecei a me interessar por budismo.
Os koans zen tem muita influência na escrita de Kerouac, mas é sobretudo nos haicais clássicos e nos senryu que o autor tira sua energia poética seja nas poesias propriamente ditas seja na sua prosa a partir das experiências narradas no Vagabundos do Dharma.
Aparentemente essa edição não comporta os rascunhos mais ruinzinhos de sua coleção de haicais, o que torna o livro bom de cabo a rabo, mas que empobrece nossa visão da evolução poética de Kerouac.
Mas o que importa mesmo é a grande quantidade de haicais sobre gatos, nenhum grande ailurófilo estaria completo sem odes poéticas aos bichanos.