Uma história de crescimento pessoal, um futuro plausível e ricamente construído.
Desde o ano passado quando a Rocco lançou o primeiro livro que tive certeza que adoraria a trilogia, por isso não esperei muito para comprar e resenhar o primeiro. Quando vi o segundo na lista de lançamentos mal acreditei que ele já estava saindo. Com capa descasada, mas ainda assim belíssima em mãos o livro chegou e o li de uma só vez. Gabrielle Zevin amadurece seu mundo, com uma trama marcada por bons personagens e ritmo forte.
O verão está acabando e Anya está acabando de cumprir a pena acordada entre ela e o promotor Charles Delacroix. Ela não sabe o que vai fazer quando sair do Liberty, mas sabe que sua vida está um caos. Não tem colégio que a aceite depois de tudo o que aconteceu. Seu namorado Win agora desfila com outra desde que Anya terminou com ele. E para ficar fora de problemas com o promotor, pai de Win, ela precisa ficar longe dele. E para piorar a Balanchine Chocolates está em péssimas mãos e as pressões começam a aumentar para que ela tome um lado dentro do negócio. Depois de semanas sem saber o que fazer e uma doação anônima Anya consegue voltar ao colégio, mas graças a uma foto em que ela está próxima a Win acaba sendo presa por Charles Delacroix por quebrar o acordo que fez com ele de ficar longe do filho dele em troca da liberdade. Anya sabe que precisa fugir. Não quer passar o ano presa esperando as eleições da promotoria terminar. Por isso com a ajuda de seu advogado e da esposa do primo Anya foge para o México e lá conhece Theo. O herdeiro de uma família do chocolate, mas a grande diferença é que no México o chocolate ainda é legal. Lá Anya vai descobrir a paixão pelo qual o pai sempre lutou. O amor em cada pé de cacau e cada nova receita. Porém quando sua estadia é interrompida por uma tentativa de assassinato, Anya sabe que está na hora de voltar, enfrentar seus problemas e lutar por uma vida longe das sombras. Ela quer resgatar o chocolate da marginalização e a Balanchine Chocolates, não só por ela, mas pelo pai.
É a partir dessa premissa que a história de Anya se desenvolve, enfrentando adversários improváveis e desconhecidos Anya cresce e amadurece nesse segundo livro, tornando a trama da trilogia mais rica e interessante. A autora opta por desenvolver o ano da protagonista em uma cadeia de acontecimentos que acordará a verdadeira Anya, e através de uma voz narrativa cada vez mais marcante a história se desenvolve. Com um ritmo forte e descrições pontuais a autora investe nos personagens, mostrando novas faces, construindo uma história os têm como forte base e à medida que eles revelam novos lados a história ganha complexidade e riqueza.
O futuro apresentado pela autora ganha mais detalhes nesse volume, se tornando ainda mais crível ao percebemos que os argumentos que ela usou para construir o cenário são muito críveis e assustadoramente plausíveis. Apresentando um quadro maior Zevin situa não só o leitor como a própria Anya em toda a questão da proibição do chocolate e o despertar de Anya para o amor ao chocolate foi muito acertado, acontecendo gradualmente, atrelado a trama central até ganhar destaques nos últimos capítulos. O fim, aliás, foi a coroa da história. A aposta de Anya no futuro é empolgante e seu novo aliado uma incógnita. No que isso tudo vai dar eu não sei, mas estou muito curiosa. Anya cresceu tanto, é uma das melhores protagonistas que já conheci e passou por tanto por causa de terceiros que merece um fim monumental.
Leitura rápida e instigante, que cativa o leitor logo nas primeiras páginas e nos leva junto com Anya a descobrir um novo lado do chocolate. A escrita de Gabrielle Zevin tem uma entonação deliciosa e a voz narrativa de Anya idem. É impossível não se deixar levar pela prosa da autora e os comentários sagazes de Anya só deixam a leitura ainda melhor. A edição da Rocco está ótima, tradução leve e fonte agradável. É uma pena que eles não lançaram o livro um seguindo este modelo de capa, porque ela é linda. É impossível ficar com raiva da capa diferente quando vemos o livro ao vivo. Ele é tão lindo quanto o primeiro. Os livros não casam, mas pelo menos as lombadas sim. Adoraria ver a (...)
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