A Lâmina na Alma

A Lâmina na Alma Guy Gavriel Kay




Resenhas - Tigana


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Carf 03/03/2014

Lâmina na alma e na boa literatura
Vi a avaliação deste livro na Amazon e era muito boa, quase 5 estrelas, então resolvi arriscar.
O prólogo parece promissor. Mas apenas algumas páginas depois já podemos ver que há algo errado. A trama não gera empatia, os personagens não são carismáticos nem complexos, ao contrário, são unidimensionais e previsíveis. Os elementos de fantasia são quase inexistentes, o enredo arrastado e quase sem novidade, e de épico esse livro não tem nada. Em alguns momentos o autor menciona que o personagem fará um comentário inteligente ou engraçado, mas no livro inteiro não há uma única passagem inteligente ou engraçada. Acho que o autor não entende que ele próprio precisa ter essas qualidades para só então emprestar a seus personagens.

Então quando a trama já está difícil de engolir, entra a "pornochanchada". Na minha opinião, o livro deveria ser retirado das livrarias e passar a ser vendido nas bancas de jornais, ao lado das séries "Sabrina" e congêneres, pois é esse o nível do livro. As mulheres que o livro apresenta são extremamente inclinadas a copular com qualquer um pelos mais nobres e diversos motivos: para evitar que o sujeito ouça a conversa que se passava na sala ao lado, para que seu irmão não se arrisque a sair à noite, por 12 anos com o homem que quer matar, ou simplesmente porque ela é mulher e um homem estranho veio passar a noite em sua casa. Mas claro, esse é outro universo e a maioria dos costumes medievais de lá são parecidos com os daqui, exceto que a libertação sexual das mulheres de lá ocorreu muito antes... Ao menos percebe-se que o escritor não tentou imitar nenhum clássico, não que a obra seja original, longe disso.
Enfim, com muito sacrifício li o livro até o fim, apenas porque tenho por costume terminar os livros que começo a ler, mas não tenho o mínimo interesse em saber como a série continua.

O único legado que o livro me deixa é o desejo que a mágica fosse real e eu também pudesse esquecer tudo relacionado a Tigana.
Meri 03/09/2014minha estante
Céus! Finalmente alguém concorda comigo! Ganhei esse livro de aniversário e foi uma decepção. A ideia em si é boa,mas muito mal desenvolvida. Particularmente, odiei a Dianora. É uma personagem tola, cheia de auto piedade injustificada e muito cansativa. E que ainda tenta passar uma ideia de heroina sofredora dividida entre o amor e a vingança. Amor? Puro sofisma! Eu gostaria de poder apagar esse livro da minha memória! Essa leitura foi uma lámina
na minha alma!


V 03/10/2014minha estante
Também ganhei de aniversário, e vem só de ver a capa já assustei, sei que dizem não julgue um livro pela capa, mas não foi possível.
Ai comecei a ler e foi uma "surpresa" atras da outra não que seja agradavel essas surpresas.
Achei que a história não flui bem e é muito cansativa.
Espero que a pessoa que me presenteou com ele não me de o segundo ano que vem.


Messias 08/11/2014minha estante
03:27 da manhã, vou fazer enem hoje, e eu maldizendo a maldita hora que peguei esse livro para ler. Eu simplesmente irei dormir com um sentimento de ódio puro pela história de merda. Seja pela história da Dianora que li por cima, por ser totalmente irrelevante as questões que ela levanta, ou as atitudes ridículas dos personagens, como citado "pornochanchada", a falta de profundidade que torna o livro uma leitura superficial salvo o ódio que sentimos pelo autor por escrever essa coisa e nos fazer perder tempo.


Aramati 18/07/2015minha estante
Só para ser diferente digo que ganhei de natal.
Achei ele bem meia boca (e as heroínas muito mal feitas), mas pro que gastei com ele foi um entretenimento.


Doufe 16/01/2016minha estante
Eu sempre abro o Skoob e o Goodreads no celular quando entro numa livraria e procuro uma resenha técnica (uma que faça uma crítica ao desenvolvimento do enredo e dos personagens, ao ritmo, etc). Já me salvou de compras imprudentes.

Vou tentar ler o começo em PDF pra ver se curto. Mas em geral as chances de um livro de fantasia ser muito ruim são altas. Uma pena.


clau 29/08/2020minha estante
Agradeço muito pelo comentário, sei que não quê ler?


Sario Ferreira 03/10/2020minha estante
Carf, geralmente eu não faço isso, mas estou desistindo de Tigana a 60 páginas do fim, justamente por me identificar em completo com suas impressões. É uma pena, porque a premissa teria muito potencial se a narrativa fosse bem executada. Caso queira ler um livro de fantasia que trata bem sobre o tema "Memória", deixo indicação de O Gigante Enterrado, do Kazuo Ishiguro, vencedor do Nobel.




Thiago Araujo 09/08/2022

Por falar em Fantasia Épica?
Tigana apareceu em minha vida como um livro de Fantasia com uma capa feia, assim ele ia ficando pra trás na lista de prioridades.

Mas eis que chega o dia de tirar aquele primeiro livro da série da pilha e ver no que vai dar.

E deu bom! Tramas políticas, famílias rivais, poderes interessantes e a luta de heróis improváveis. Tudo pra ser bom!

E é! Tigana surpreende nos detalhes da trama e nos faz recordar de clássicos da Fantasia Épica, como Game of Thrones e Roda do Tempo.

Personagens primorosos, com estórias e construções diferentes, mas todos bem valorizados, estando onde deveriam estar.

Uma primeira etapa muito bem desenvolvida que tende a entregar um final com muito potencial.

Guy Gavriel Kay ganhou meu coração e espero que não decepcione no próximo livro.
Pedro 09/08/2022minha estante
Excelente resenha, Thiago. Fantasia épica é o meu gênero literário favorito.


Thiago Araujo 09/08/2022minha estante
É bom demais!!! Quando to ficando cansado de ler, basta pegar um livros assim e recarregar as baterias!!!


Pedro 10/08/2022minha estante
Comigo é a mesma coisa. Não sei como tem gente que não gosta de fantasia épica. É o gênero mais completo da literatura.




Albarus Andreos 22/12/2014

Confuso, para dizer o mínimo
Não posso me lembrar da última vez que tive de recomeçar a leitura de um livro, após já ter avançado consideravelmente (no caso, fui até a página oitenta), por não estar conseguindo absorver completamente a narrativa, seja por um estilo um tanto quanto confuso (e aí até credito a falha, parcialmente, à preparação do texto por parte da editora), seja por haver uma série de informações jogadas, de forma muito rápida e sem as conexões necessárias para torná-las mais palatáveis. E afirmo que jamais havia feito isso duas vezes, embora na terceira tentativa as coisas já se mostrassem mais fáceis de absorver (Deus é Pai!). Tigana: a Lâmina na Alma (Editora Saída de Emergência, 2013), vem da primeira leva de livros lançados pela SDE no Brasil, e exige um esforço de interpretação um pouco mais apurado, diferentemente do que está acostumado o leitor de fantasia mediano.

A história, basicamente, inicia-se com um flashback que marcaria profundamente a história nesse mundo fictício, batizado como península da Palma, baseado numa realidade com toques e nomes italianos e nas lutas das suas cidades estado, na idade média. Dito isso, temos que no local travou-se uma batalha sangrenta onde um rei invasor, detentor de conhecimentos místicos, massacrou os locais. Esse rei, Brandin, vindo do império de Ygrath, é inimigo de um outro soberano, Alberico, de Barbadior, e ambos estão subjugando a península, dividindo-a entre si, sob o peso de seus exércitos e sua magia. Bem, isso é o que nos conta o narrador, pois magia mesmo é difícil de encontrar nesse livro. Fico aqui raciocinando se deveria mesmo ser inserido no gênero fantasia, pois ela praticamente não aparece, nem seres fantásticos, nem espadas mágicas ou qualquer coisa do tipo, a não ser pelo fato de que Brandin apagou o nome de uma das províncias da Palma da memória das pessoas, após a morte de seu filho numa batalha.

Misturado a isso temos a introdução do personagem principal, Devin D’Asoli, um jovem fazendeiro com muito talento para a música; ele sai de sua terra, Asoli, no norte da península, e viaja o mundo com uma trupe de artistas. Nessa trupe conhece Catriana, uma linda cantora, um pouco inexperiente na arte, mas extrovertida e geniosa — e linda! Em Astibar, um Duque de nome Sandre, há muito deposto e exilado por Alberico, planeja sua própria morte, com o intuito de invocar o ódio de antigos nobres, inimigos seus, no esforço comum de expulsar ou matar Alberico, o“mal maior”. Esse plano passa pela colaboração de seu filho do meio, Tomasso, um homossexual que finge ser depravado e escandaloso, mas que na verdade é muito ciente de seus deveres e interpreta o papel de bicha louca apenas para que possa assim passar "despercebido", como ameaça aos inimigos.

Devin segue Catriana durante os ritos fúnebres para os quais foram contratados para cantar. Num aposento secreto no andar de cima da casa, ouvem uma conversa entre alguns membros da família Sandrini, em que se afirma que na vigília, que se realizará na parte da tarde, em uma cabana de caça na floresta, fatos importantes que envolvem essa revolta se concretizarão. Catriana, para “enrolar” Devin, transa com ele (!), com o intuito de que não preste atenção à discussão e assim possa continuar com os próprios planos secretos, junto com um grupo que conheceremos depois, na cabana (cara, muito forçado isso!).

A vigília é então realizada após o caixão ser levado para a tal cabana, Tomasso e seus familiares se reúnem lá, com os dois nobres convidados, inimigos de seu pai, e o contexto é revelado a eles, pois assim “planejou detalhadamente o pai”, pois estão às vésperas do Festival das Brasas, e Alberico não poderia impedir que os rituais fúnebres se realizassem e até permitiria que o corpo do antigo Duque voltasse a Astibar, para a visitação final dos seus antigos súditos.

Entendeu? Tudo isso acontece nas primeiras oitenta páginas, e com um rigor de detalhes que ainda inclui as divindades veneradas pelos habitantes da Palma, as bebidas que gostam, os locais que habitam e vários personagens secundários e suas ações, que nem me atrevo a incluir também nessa resenha, por simples questão de espaço. E, claro, como já citei, há certo despreparo com relação à preparação do texto (paradoxal, não é?), que falha em alguns momentos com a pontuação e exagera na prolixidade de algumas passagens. Aliás, as partes internas das capas trazem um mapa lindo da península. Ótimo, se não fosse o erro infantil de atribuírem erradamente o topônimo Barbadior, o império do leste, à capital da ilha de Chiara, que deveria ser Sangarios, como o próprio livro mostra num outro mapa interno. Ao invés de ajudar, o mapa atrapalha, e muito. Tenha dó, Editora!

Ficaria espantado ao saber que alguém chegou a esse ponto com uma só leitura, tendo entendido certinho, concatenado todos os fatos e reunido todas as pontas, sem qualquer problema. Você conseguiu? Uau. Parabéns! Sinto-me aqui uma besta quadrada, mas como quem está escrevendo a resenha sou eu (e você pode fazer a sua também, esmiuçando brilhantemente todos os fatos com sua perspicácia), vou é tentar explicitar do que estamos falando em Tigana, mas sob minha ótica, óbvio.

Que porra é essa de Sandre se matar para reunir os antigos inimigos na cabana de caça? Não tinha jeito mais fácil? Não dava para trocar mensagens usando o velho truque do espião disfarçado, ou informantes? Que planejamento é esse, afinal, que ele engendrou para reunir os dois nobres, sabendo que “um sexto integrante” estaria presente? Como sabia? Não se fala em magia ou premonição até aqui, na história, para corroborar essa possibilidade. Aliás, como Catriana sabia que os familiares de Sandre se reuniriam naquela determinada sala, onde tem um aposento secreto, naquele determinado horário? Como saberia que estariam lá, no exato dia?

Bem, com o decorrer da trama vemos que não é bem assim, mas há pessoas envolvidas que não poderiam ter concordado com coisa toda... O descarte de Tomasso, logo no início é um desperdício de bons personagens, sendo que Guy Gavriel Kay não pode se dar a esse luxo, como vemos no decorrer da trama. Chega a parecer que propor um personagem gay não passa de um mero afago ao público LGBT. E o incesto que avassala as existências de Dianora e do irmão, depois (ótimos personagens que acabam por ser introduzidos)? Para que serviu? O autor parece querer chocar e tirar o leitor de sua zona de conforto, mas não consegue incutir valor a esses argumentos. Na verdade, parece que falta planejamento. Planejamento ruim é a palavra de ordem aqui.

A obra, hora editada pela Saída de Emergência, traz um posfácio à edição brasileira que muito elucida esse certo “descontrole” que noto nas páginas de Tigana. Fiz questão de lê-lo antes e depois de terminada a leitura. Fica claro a intenção de fazer uma história com os contornos medievais italianos. Fica também clara a intenção de mostrar como certos “líderes” usam a prática de tentar “mudar a história” com gestos surpreendentes. O autor cita uma fotografia tirada na Tchecoslováquia, quando da Primavera de Praga, uma revolução massacrada pelo regime soviético, no ano de 1968. Ele cita uma fotografia, com dirigentes comunistas, que após a revolução tem um de seus retratados apagado da foto e substituído por uma planta (!), numa rudimentar manipulação fotográfica, numa época anterior ao advento do Photoshop. Apagar uma pessoa seria então um gesto maior que simplesmente matá-la. Essa prática de manipular fotografias era contudo muito utilizada por Stalin, em seu cruel regime que reduziu a União Soviética a um continente surreal no mundo. Fotos desse tipo há aos montes. Procure no Google para saber mais.

Num trecho anterior, o autor diz que antes de começar a escrever Tigana, a única imagem que tinha em mente era uma reunião realizada às escondidas, numa cabana de caça, no meio de uma floresta, que tinha uma pessoa a mais, do ponto de vista dos presentes, sentada numa janela. Exatamente a cena retratada no final daquelas oitenta páginas iniciais do livro. Ora, o livro todo foi escrito para arcabouçar essa cena? Sim, foi. Isso e mais a ideia central de que alguém (ou, no caso, um povo inteiro), pode ser apagado da história pela simples vontade de um tirano. O esforço do autor para tornar o livro um objeto coeso e único tropeça continuamente nas intermináveis reflexões dos personagens sobre a perda de identidade dos indivíduos que nasceram em Tigana, no expurgo de uma história, com o simples esquecimento de uma nome, ato da magia vingativa de Brandin. Por que raios o autor foi meter isso tudo numa obra de fantasia, fica no reino no insondável. A intenção pode ter sido boa, mas o ditado já dizia que “o inferno está cheio de boas intenções”.

A mim, parece, que Guy Gavriel Kay não alcançou os objetivos a que se propunha. Temos um livro amarrado, no sentido de que não deslancha, desamarrado, no sentido de ter muitas pontas soltas (que prometem ser elucidadas no próximo volume da série, parece), e personagens complexos demais, que acabam, por si só, retirando a história do foco e restringindo-a a si mesmos. Tigana é um livro de personagens, com uma temática absurdamente densa ao redor de si, com poucos diálogos e sem a desenvoltura da boa fantasia. Como disse antes, inserir a obra na literatura fantástica é estranho, parece até um descuido. Ficaria melhor como uma metáfora, mais a George Orwell, do que ocupando o lado esquerdo de obras como O Senhor dos Anéis, de Tolkien, ou A saga da Espada de Shannara, de Terry Brooks, essas sim, fantasias legítimas.

site: www.meninadabahia.com.br
Ana Vidal 25/05/2016minha estante
comecei a ler hj e estou odiando. leitura difícil e rebuscada. vc tem q pensar MUITO pra poder entender a estória. sorte q o livro me custou R$ 5,00 kkkkkkkkkkk




neo 09/09/2014

Eu me sinto até culpada ao dar uma estrela a esse livro. Certo, certo, não é exatamente culpada, já que acho sim que Tigana mereça essa nota, mas, talvez, um tanto errada. Praticamente todo mundo adorou ler Tigana (é só dar uma olhada no número de resenhas positivas e comparar com o de negativas, já que essas, aliás, quase não existem) e, bem, eu odiei. Talvez a culpa seja, em parte, minha; estou numa maré de azar para livros esse ano e Tigana meio que era a grande aposta de 2014, uma tentativa de elevar a qualidade das minhas leituras. Não funcionou. Tigana piorou tudo, sendo bem sincera.

Meu problema com esse livro começou com os personagens. Faz um bom tempo que não discordo tanto com as resenhas de sites que sigo quando se trata de personagens complexos em livros de fantasia, principalmente porque, para muitos, essa é justamente uma das melhores coisas sobre Tigana. Mas para mim os personagens apresentados e construídos (hm) pelo autor não poderiam ser mais unidimensionais e previsíveis nem se tentassem. Catriana é a básica garota ruiva com um temperamento ruim a quem o autor tentou dar um pouco de profundidade e originalidade (falhou miseravelmente, devo dizer) ao acrescentar um pouco sobre seu passado à história. Alessan é o típico príncipe exilado lutando para recuperar seu lar perdido, Alberico é o já manjado vilão egoísta e sem escrúpulos e Dianora é possivelmente a personagem mais sem sal (ou lógica) de todo o livro. E o protagonista é basicamente uma casca. Os únicos que apresentaram alguma possibilidade de serem bons foram Tomasso e Brandin, e mesmo esses dois não funcionaram para mim. E, devo dizer também, Devin possui a motivação mais fraca que já vi. Entendo Alessan e Baerd serem tão obcecados com recuperar o nome de Tigana porque eles presenciaram a coisa toda, eles sentiram a perda da pátria deles na pele. Devin (e Catriana, de certo modo) não passou pelo que eles passaram, e nada irá me convencer ("isso é uma questão de se identificar com seu lar, de conexão com o lugar" não cola comigo no caso do Devin, me desculpem) de que a lâmina na alma dele é justificável.

Pois bem, meu problema continuou com o modo com que o sexo foi tratado no livro. Não foi pela quantidade (eu sempre me senti meio de escanteio, já que li As Crônicas de Gelo e Fogo e em nenhum momento me senti afetada de modo negativo - ou positivo - pelo sexo presente na série, então, sério, não foi pela quantidade mesmo), mas sim pelo modo. Nunca vi um jeito tão piegas e melodramático de descrever sexo e juro que nunca revirei tanto os olhos enquanto lia cenas desse tipo. Cheguei ao ponto de literalmente pular parágrafos para me salvar um pouco das descrições absurdas usadas pelo autor, e isso é algo que realmente abomino fazer. Mas foi necessário para manter minha sanidade.

Em um debate vi certa vez alguém dizer que o sexo era descrito desse modo por causa do elemento latino na narrativa (para quem não sabe a Palma é inspirada na Itália) e isso me deixou com uma pulga atrás da orelha. Isso não é, afinal, o estereótipo de que latinos = sexo sendo perpetuado? Nós somos latinos, obviamente, então paremos um momento para refletir se isso é realmente tudo o que queremos que seja relacionado a nós em livros, filmes e outros meios de narração de história. Sério.

Outra coisa que me incomodou bastante foi o modo com que as mulheres foram representadas. Super apoio mulheres como seres sexuais e etc, etc, etc, mas os motivos para mulher na cena + homem na cena = sexo nesse livro me pareceram meio bizarras. (Pequeno spoiler!) Catriana tem sua primeira vez com um cara que ela mal conhecia dentro de uma espécie de armário para tentar impedi-lo de ouvir uma conversa (!!!!!), Dianora passa anos e anos sem matar o cara que arruinou sua vida porque ele é bom de cama (não, isso não é amor, minha gente) e praticamente todas as mulheres do livro são sexualizadas de algum modo. Eu não teria problema nenhum com isso se não fosse algo tão na cara feito para que os homens somente (é meio difícil ser uma garota e ler fantasia de vez em quando, já que boa parte dos autores parece se esquecer de que nós existimos). Não é a mulher ser sexual por ela mesma, é ela ser sexual porque os homens gostam e hashtag eu não estou aqui pra isso.

Por último, o livro não tem clímax. Sim, eu sei que a obra original foi dividida em dois volumes aqui no Brasil, mas Tigana - A Lâmina na Alma continua sem clímax do mesmo jeito. Foi um erro da editora, obviamente, mas no momento em que um livro é publicado ele está sujeito a receber críticas relacionadas ao conteúdo que chega ao leitor. E o conteúdo que chegou até mim não tem nem rastro de clímax, infelizmente.

Em conclusão, sim eu odiei praticamente todos os aspectos de Tigana. Não, vou, porém, chegar ao ponto de dizer que ninguém deve ler esse livro, já que muitas (e quando digo muitas realmente enfatizo o muitas) pessoas adoraram a história, então quem sabe você que está lendo essa resenha agora não goste também. Ou seja, é sempre uma boa ideia ler para ter sua própria opinião.

site: http://lynxvlaurent.blogspot.com.br/
Jaqueline 16/08/2021minha estante
Concordo




@APassional 28/01/2014

Tigana - A Lâmina na Alma * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
“...alguns homens devem fazer escolhas por aqueles que não podem fazê-las, seja por falta de vontade ou de poder...” (Sandre, Duque de Astibar)

Com vocês o genial e surpreendente Guy Gavriel Kay.

A trama de Tigana foi dividida em dois volumes na edição brasileira. Neste volume um, TIGANA - A Lâmina na Alma, somos introduzidos aos antecedentes da maldição que foi lançada sobre a província de Tigana, ou seja, na batalha do Rio Deisa e portanto somos bruscamente iniciados em acontecimentos que podem parecer estranhos e desconexos, entretanto farão todo sentido no decorrer da leitura repleta de descobertas a cada capítulo.

Mapas com riqueza de detalhes nos fazem mergulhar... A Saída de Emergência caprichou hein? Amei!

A narrativa em 3ª pessoa tem um jogo interessantíssimo, pois nos lança em uma polaridade de pontos de vista, na parte um temos uma visão da invasão tanto sob ponto de vista dos invasores como dos invadidos, pois as conspirações são constantes e elaboradíssimas.

Como vencer dois feiticeiros sem usar magia?????

Alessan é realmente um oponente a altura dos dois conquistadores Barbadior e Brandin, que disputam entre si as províncias do continente, enquanto os dois últimos usam feitiçaria e terrorizam o povo que é dominado através do medo e da corrupção, Alessan com sua astúcia e poder de manipulação vai tecendo uma rede de tramas que pouco a pouco colocarão em dúvida o poder dos dois tiranos, logo é um jogo perigoso, ardiloso e repleto de sustos que nos faz devorar os capítulos.

Paixão, aventura, honra, vingança, amizade, memória, amores impossíveis, proibidos, libidinosos, eternos... tirania, crueldade, intrigas, traições, ganancia, submissão... companheirismo, lealdade, identidade, passionalidade:

“...Um caldeirão fervia dentro dela, devastador, varrendo tudo diante de si como um mar de lava. Estivesse Brandin naquele quarto, naquele momento, ela arrancaria seu coração com as próprias unhas e dentes...” (Dianora di Certando)

Quem é Dianora? Hummmmm! A parte dois nos dirá e preparem-se, essa belíssima mulher esconde muiiiiiiiitos segredos que provavelmente farão tremer as nove províncias hahahahaha! Aliás, todas as mulheres da trama são ultra mega passionais, ou seja, mulheres simmmm, portanto preparem-se para conhecer as personalidades das beldades exóticas e complexas: Catriana, Alienor e da “por enquanto” doce Alais.

Os homens da trama são caixinhas de surpresa à parte, personalidades absolutamente distintas unem-se em busca de dois ideais: Vingança e Liberdade. Alessan é “o príncipe anti-herói” para quem os fins justificam os meios, Sandre ainda carrega no coração o juramento dos cavaleiros, Baerd é um cavaleiro, Erlein ainda é um enigma, perigosíssimo por sinal, agora Devin hummm! Creio que esse é o queridinho de Kay, e por simbiose o meu, afinal no decorrer da trama observamos o seu desenvolvimento intelectual, moral, psicológico e... sexual hehehe, de menino a homem, nosso Devin, o cantor de voz celestial da trupe, descobre suas origens, decide lutar por uma causa e transforma-se a cada capítulo, creio que Devin nos promete muiiiiiiito no livro dois, afinal ele é o caminho do meio e voz do autor, vamos aguardar e ver se minha intuição confere.

“Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que você não sabia que teria de percorrer.” Devin – recordando ensinamentos de um velho sacerdote de Morian)

Então Simmmmmmmmmmmm! É tudo verdade!
Tigana é uma das melhores fantasias já editadas.

O posfácio fecha com chave de ouro e presentifica a genialidade do autor.

Estradas, tavernas, montanhas, florestas, magia, rotas de fuga nas “distradas” poeirentas, cantigas de honra e amor ao pé da fogueira. Que erga-se a terceira taça de vinho azul a Guy Gavriel Kay e façamos um brinde: Que venha “A Voz da Vingança”.

Magnifico, Sensacional... Esplêndido!
Beijos tiganeses! BANG! Rosem Ferr .:.

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 28/01/2014.

site: http://www.arquivopassional.com/2014/01/resenha-tigana-lamina-na-alma.html
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RaissaNantes 03/02/2014

Um livro adulto de personagens fortes e expressivos.
A estória é narrada diante da visão de vários personagens diferentes. Começa dezoito anos antes da busca pela liberdade e vai de um personagem a outro sem perder o foco do que está se desenrolando, nos mostrando personagens cada vez mais fortes e decididos. Os tiranos, por mais bárbaros e sanguinários que sejam lá no fundo tem sua humanidade, seus amores, suas dores. Nossos heróis por sua vez, não tem nada de heróis, são tão humanos e falhos quanto nossos 'vilões' o que torna todos os personagens da trama críveis.

Acredito ainda que Tigana vai muito além da liberdade de um povo ou o renascimento de um nome. Em suas entrelinhas temos temas muito mais complexos e, talvez, ainda mais importantes que a liberdade da cidade esquecida. Honra, amizade, esperança, determinação, sacrifícios e fé. Muita fé nos é passada pelas páginas deste livro, e não é a fé que estamos acostumados, é uma fé muito mais importante, um poder imensurável que só pode vir de dentro de você, da sua determinação e da sua vontade de fazer algo.
Enquanto segredos vão sendo revelados, mortos ressurgem das tumbas e uma cidade volta a pulsar em segredo na memória de alguns poucos patriotas e toda a trama vai se desenrolando de forma coerente e arrebatadora. A cada virar de página é uma surpresa diferente, um detalhe a mais que espero ser maestralmente atado no final do último livro.

Que eu esperava uma ótima leitura já era sabido desde que li sobre o livro na primeira edição da Revista BANG!, mas nada pode me preparar para o que as páginas desse livro tinham guardadas para mim. Estou simplesmente arrebatada pela trama e mal vejo a hora de ver onde essa rebelião terminará.

Eu gostaria de revelar cada um desses segredos a vocês, mas acho que a magia deste livro está na surpresa de cada descoberta entre essas páginas o bem escritas e amarradas.

Se prepare também e deixe que o nome de Tigana seja como lâmina em sua alma... E que venha A Voz da Vingança, pois já estou preparada para ouvi-la.

LEIA A RESENHA COMPLETA NO LINK ABAIXO:


site: http://livrosromanticos.blogspot.com.br/2014/02/tigana-lamina-na-alma-guy-gavriel-kay-12.html
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Jessica Oliveira 10/02/2014

Tigana: A Lâmina na Alma
Falar de Tigana é quase impossível, estou em frente ao computador e nada que eu consiga colocar em palavras parece ser suficiente para exemplificar o que senti ao terminar de ler essa magnífica obra. Sabe quando você termina a leitura e fica completamente absorvido pelo mundo retratado no livro? Quando você não consegue parar de pensar nos personagens e os imagina como se eles realmente fossem reais? Pois então, é assim que me senti ao final da leitura do livro que conta a primeira parte da história de Tigana.

Guy Gavriel Kay transporta o leitor para o país fictício da Península da Palma, um lugar que com seus vinhedos e bosques de oliveiras nos lembra muito a Itália. Nesse primeiro volume, - sim, por que diferentemente da publicação original a edição brasileira foi dividida em 2 volumes-, somos apresentados ao que leva os tiganeses a serem amaldiçoados. Nesse início de leitura, confesso que fiquei um pouco confusa, eram muitos nomes estranhos e a história não estava se encaixando corretamente na minha cabeça. Mas para minha grande alegria e surpresa, a partir da página 100, 120, a história começa a engrenar e tudo entra nos eixos.

A narrativa em 3° pessoa é muito descritiva o que para mim no início se tornou um pouco maçante, mas que ao decorrer da história pude perceber que a descrição passada nos mínimos detalhes era de suma importância para o entendimento da trama. O autor nos mostra os dois lados da moeda, pois cada parte da história é focada em algum personagem. Assim sendo podemos conhecer o íntimo de cada personagem, descobrir o que os move e os seus mais íntimos segredos, por assim dizer.

Alessan bar Valentin, príncipe de Tigana, é um homem que faz de tudo para que o seu povo a muito castigado possa, como a fênix, retornar das cinzas. Mas ele sabe que para isso acontecer ele deve derrotar não um, mas dois magos. Sem ter magia ao seu lado e tendo que usar apenas a sua sagacidade, ele vai em busca de vingança.

Apesar de Alessan ser o personagem principal, o enredo gira em torno de outros personagens como Baerd, filho do amigo e servo do pai de Alessan. Catriana, uma mulher forte que se junta a Baerd e Alessan para vingar a sua terra natal. Dianora uma mulher de fibra mas que guarda muitos segredos, e por fim mas não menos importante, Devin, um jovem homem que tinha a sua vida completamente resolvida mas que com as revelações que Alessan faz, acaba embarcando junto nesta jornada.

Posso dizer sem a mínima sombra de dúvida que Tigana é o melhor épico já publicado. É um livro que traz consigo muitas reflexões, coisas ruins feitas por bons homens e isso faz com que o leitor fique com a sua lealdade dividida. Aqui ninguém é cem por cento do bem e muito menos cem por cento do mau. Outro ponto que o autor nos traz é a forma como as pessoas se rebelam quando o mundo que conhecem saí do eixo.

Não posso terminar essa resenha sem ressaltar que a Saída de Emergência Brasil está de parabéns! O capricho que temos nessa edição é de tirar o fôlego, para quem não sabe o meu fraco são livros com mapas, adoro. E Tigana tem muitos, começando pela arte interna da capa onde temos o mapa colorido da Península da Palma. Espero que a editora continue assim em suas próximas publicações. E para quem ainda não percebeu, a leitura de Tigana é muito bem recomendada. Deixo aqui as minhas 5 estrelas para essa história de arrepiar.

site: www.booksandmovies.com.br/
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Lucas 17/02/2014

Polêmico é uma palavra que poderia definir a obra de Guy Gavriel Kay – um livro que te conquista aos poucos. Mas calma isso passa longe de ser uma critica desconstrutiva da obra, a suposta confusão no inicio do livro é apenas um pontapé para as descobertas que surgem adiante.

Um grupo amistoso liderado pelo Príncipe Alessan tem como objetivo destronar dois grandes poderosos reis que governa o continente e libertar seu povo de um feitiço - o nome de sua terra não pode ser pronunciado ou se quer lembrado. Até aqui já temos uma poderosa história, mas Tigana guarda muito mais que isso.

O que dizer dos personagens criados pelo o autor? Emblemáticos e do tipo que as aparências enganam. Tanto homens quanto mulheres estão em conflitos com sua própria personalidade e claro com a dos outros também. Alessan faz o gênero astuto e que não se importa com o que deva fazer para atingir seus fins, talvez, até se importa, mas não deixa se abalar por isso. Catriana é exuberante e exala sensualidade, não aceita ser subjugada por ninguém.

Baerd é corajoso e inteligente, mas por debaixo de toda bravura também esconde suas feridas. Devin, sem dúvidas é o grande trunfo da estória, é ousado e uma metamorfose ambulante. Não por ser volúvel, mas por está em constante aprendizado. Dianora é uma mulher cheia de segredos e determinação, que aos poucos vai ganhando confiança do leitor.

São tantos personagens e cada um de suma importância na história que é impossível falar sobre todos, mas deixo aqueles que neste primeiro livro ganharam mais destaque. Personagens bons pedem cenários excelentes e Kay nos oferece: características que se viajássemos no tempo para a península itálica, identificaríamos facilmente os locais retratados no livro.

Confesso que fiquei com muito medo de me decepcionar com o livro, porque ele vinha com uma promessa incrível de que era marcar minha vida para sempre. Posso dizer que ele acaba de cumprir essa promessa e se me perguntarem uma dica de literatura épica, prontamente responderei Tigana.
O livro traz tudo que uma literatura épica precisa: magia, honra, conspirações, tavernas, lealdade, aventura, paixão, amizade e neste caso acompanhado de um bom vinho azul.

Não posso finalizar esta resenha antes de dizer que a Editora Saída de Emergência caprichou mais uma vez em um de seus livros publicados aqui no Brasil, temos um mapa bem elaborado e colorido dentro do livro. E isso só afirma minha ideia de que todo livro que tem mapa é bom.

Que venha o próximo livro que pelo visto guarda boas doses de surpresas e aventuras.
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Café & Espadas 23/02/2014

Resenha Tigana
Tudo na nossa memória é ligado a nomes. Nome do lugar onde você cresceu, viveu a sua infância, nome das pessoas que de algum modo foram importantes na sua vida, até mesmo datas especiais possuem uma nomenclatura especial. Um nome dá identidade, personalidade e algo para lembrar depois que aquilo se vai, e basta ouvir o nome sendo pronunciado e tudo ligado a ele flui, em uma onda de sentimentos arrebatadora, seja para o bem ou para o mal.

Mas e se de repente alguém apagasse o nome (e todas as lembranças) de algo importante para você, não só da sua mente, mas da de todas as pessoas? E se de repente, tudo aquilo que você ama e guarda na memória simplesmente fosse obliterado? Essas são as primícias de Tigana: uma história sobre memórias, vingança e a tentativa de reconstrução da dignidade de um povo que perdeu o seu lar.

Guy Gavriel Kay nos leva nesse primeiro volume da sua saga a conhecer a Península da Palma; um importante território repleto de províncias e magia, que se encontra dominado por dois feiticeiros poderosos: Alberico de Barbarion e Brandin de Ygrath (que lançou a maldição sobre Tigana), ambos de impérios exteriores à Palma, ao ocidente e oriente.

No prefácio feito para a edição brasileira é mencionado que a história se passa em uma “Itália medieval”, mas durante a narrativa não temos uma descrição mais precisa dos ambientes, o que poderia nos assegurar disso. O que permite que a história se encaixe facilmente em qualquer ambiente medieval. Mas isso não prejudica a história em nada.

Outro ponto forte na Península da Palma é a religião e o tradicionalismo.

A Tríade (o conjunto dos três deuses que regem toda a criação e o destino dos humanos) é cultuada em todas as províncias, e o clero possui uma forte influência no governo e até mesmo nas ações tomadas pelos dois feiticeiros dominadores. Há também os grandes festivais tradicionais e as datas importantes como o Festival das Vinhas e o Dia das brasas.

E é em um dia do Festival das Vinhas que a história de Tigana começa.

Devin é um jovem cantor que viaja com um grupo de artistas que faz apresentações em festividades, cerimônias religiosas e até apresentações particulares para os poderosos de Palma. É nesse grupo que ele conhece Catriana, uma linda e exuberante ruiva de olhos azuis profundos, que tem por ele um possível amor incubado e uma antipatia fria e provocante. Outro personagem importantíssimo para a narrativa é Alessan, o último príncipe de Tigana, que também está no mesmo grupo de artistas que Devin, sob um disfarce conveniente as suas ambições.

Eles são escolhidos para uma importante apresentação no funeral de um poderoso duque. Após a apresentação, o grupo se reúne em uma sala e Catriana lança um olhar suspeito para Devin e em seguida sai pelos corredores do palácio, e Devin, movido pela curiosidade e pelo desejo que sente por Catriana, a segue, sem saber que estava se envolvendo em uma elaborada trama para derrubar os dois tiranos que dominam a Península e reconstruir o nome e a memória de Tigana.

Na outra parte da história (o livro é dividido em duas), conhecemos Dianora. Ela é uma concubina de Brandin e assim como Alessan, é uma sobrevivente de Tigana. Ela planeja também uma forma de vingança contra o feiticeiro, mas aos poucos, ela percebe que está acomodada a vida na saishan (um palácio para concubinas) e que desenvolveu um sentimento por Brandin.

Temos aí um prato cheio para uma boa história e um enredo muito bem elaborado.

Em Tigana o autor nos apresenta um mundo fantástico que vai muito além da magia, dos mitos e das lendas. Ele possui um elaborado sistema político, que pode abrir um leque de intrigas por poder e cargos importantes na corte. As similaridades com eventos da nossa história podem ser encontradas também, como a relação entre invasor e invadido, a passividade e falta de senso de unidade entre as províncias da Palma, que facilita a dominação de Brandin e Alberico e o genocídio cultural que foi imposto em Tigana, semelhante ao feito por alguns países ao longo da história.

Se você, leitor, é fã de uma história de fantasia épica com cenas empolgantes de ação, espadas desembainhadas e grandes batalhas, certamente você ficará um pouco desapontado com esse livro. A narrativa, dependendo do ponto de vista, é meio “parada”, e o final não deixa uma boa tensão para o segundo volume, apesar de ser muito bem escrita e ter ótimos personagens: envolventes, inteligentes e ávidos para o amor e o sexo.

Outro ponto positivo dos personagens é o fato de todos, todos mesmo, terem uma dualidade de caráter. Ninguém é totalmente bom, nem totalmente mau. Como, por exemplo, Alessan, que pode ser visto como uma vítima que viu sua cidade ser apagada da memória de todos, para que não pudesse ser lembrada por ninguém, mas ele leva o seu desejo de vingança até a última e mais baixa consequência, chegando ao ponto de tirar a total liberdade de um homem para concretizar seus planos. Já Brandir, mesmo sendo um tirano, mostra em várias partes da narrativa um comportamento brando e, algumas vezes, misericordioso. O leitor mais atento irá perceber como os personagens vivem na filosofia do “Os fins justificam os meios”.

A edição feita pela “Saída de Emergência” é belíssima, com mapas detalhados, página amareladas e uma boa diagramação e revisão. O que me desagradou foi só a capa, que poderia ter recebido uma bela ilustração de alguma suntuosa cidade da Palma, ao invés de uma foto de um homem fantasiado de sabe lá Deus o que...

Fiquei muito curioso sobre o futuro dos planos de Alessan e de como as outras tramas paralelas irão se desenvolver. Quem adquirirTigana – A lâmina na alma com certeza vai ter um bom livro em mãos. Aguardando aqui, ansiosamente, Tigana – A voz da vingança.

Recomendo a todos essa ótima leitura.

site: http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/02/titulo-tigana-lamina-na-alma-livro-um.html
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dani 01/03/2014

Tigana – Guy Gavriel Kay
Logo que li a sinopse de Tigana já fiquei bem interessada na história e toda a trama que ela envolvia, e posso dizer que adorei o livro.
O enredo é baseado no principio da tirania, uma península foi tomada por dois reis magos opostos que comandam cada um uma parte das terras, mas, como ocorre em todas as tiranias, há muita opressão, mortes, regras e a falta de liberdade em vários sentidos, esse é o cenário de governo atual da história. Porém durante a tomada das terras Brandin, um dos tiranos magos teve seu filho morto nas batalhas e como punição acaba por excluir da memória o nome da terra em que residia o povo que foi responsável pela morte de seu herdeiro, Tigana, com isso todos, exceto outros magos e os próprios moradores desse lugar, esquecem da existência dessa península e não conseguem ouvir seu nome. Alessan, príncipe sobrevivente de Tigana irá lutar para mudar isso e trazer o nome de sua terra e seu povo de volta tentado acabar com a tirania.
Logo de princípio a história já tinha me ganhado, adoro essas tramas políticas e jogos de poder, o que ainda faltava comprovar era a narrativa, e ela não me decepcionou, o autor têm um estilo que segura o leitor, ele não aborda os personagens principais por pontos de vista diretos, mas sim por personagens secundários que os acompanham e essa foi uma técnica que me agradou muito, pois além de poder acompanhar o andamento dos fatos há ainda uma aproximação dos personagens, vê-los pelo ponto de vista de terceiros os torna mais humanos, criando uma maior simpatia ou gerando a compreensão de seus atos. Além de tudo o mistério ainda é mantido já que também não sabemos o real pensamento deles.
O livro possui poucas cenas de ação, mas muitas jogadas políticas e planos, Guy Graviel foi abordando os vários pontos de um acontecimento, o quanto ele pode afetar a população, os conspiradores ou os governantes, todo o livro tem um ar de conspiração, poder, magia, vingança e ambições. E uma questão muito profunda abordada de uma forma muito interessante pelo autor é a perda da identidade através da perda do nome, como ele explica no posfácio da obra o nome é a representação da identidade de um povo e essa busca pode representar figurativamente várias situações de nossa história real.
Os personagens são muito bem construídos, e um dos sinais é que é possível identificar o bem e o mal em todos eles, os personagens são complexos, possuem suas motivações e objetivos e sabem o preço que têm que pagar para alcançar o que querem e com isso todos eles são extremamente humanos, Alessan e Brandin possuem suas dicotomias e os seus personagens secundários são regados de personalidades, motivações, sonhos, mas também de dúvidas, medos e vergonhas.
A história foi se desenvolvendo aos poucos, neste primeiro livro Gavriel desenrolou os fios de todas as tramas para poder armar as próximas jogadas com mais ação a partir das continuações (como já é possível perceber pelo trecho do segundo livro disponível ao final). E com isso posso dizer que estou louca para saber a continuação dos fatos.


site: http://olhosderessaca25.blogspot.com.br/2014/02/livro-tigana-guy-gavriel-kay.html
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sagonTHX 04/03/2014

Muuuuito ruuuuuuim!

Infelizmente o livro não me empolgou. Faltou muita coisa do que se diz "fantasia". Além do mais, achei muito pretensioso quererem eleger o autor herdeiro legítimo de Tolkein, considerando-se que Gavriel Kay não usa nenhum dos elementos "fantásticos" do gênero Dungeon & Dragons, ou seja: Orcs, Trolls, anões, dragões, elfos, seres mitológicos, lutas épicas do tipo espada e magia, que fizeram de Os Sonhores do Anel épico que ainda não foi superado.

Faltou isso e algo mais no livro. Passei mais da metade lendo diálogos atrás de diálogos. Tá bem escrito, com narrativa adequada para uma trama de conspirações palacianas, política e religião, assassinatos e traições, mas é só. Para isso, temos o excelente George Martin com sua fabulosa saga Crônicas de Fogo e Gelo, que recomendo.

Tigana foi publicado em 1990 e, do meu ponto de vista, deve ter feito muito sucesso naquela década (não sei por que). Hoje, com a enxurrada de livros de fantasia aportando nas livrarias todas as semanas, fica difícil ler um livro que não sai do morno. Dei duas estrelas por conta da belíssima capa do livro e da excelente arte gráfica da Saída de Emergência. De resto, creio que há livros melhores do gênero par ler, inclusive lançamentos nacionais de autores amadores.

Hoje em dia ser escritor é fácil. O difícil mesmo é fazer sucesso. Stephen King que o diga. Ele não é o maior escritor de todos dos tempos por nada. É só olhar pra trás e ver a longa estrada que ele percorreu, e nem por isso ele se acha o Tolkein da literatura.


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Cath´s 21/03/2014

Resenha Tigana.
As primeiras 100 páginas de Tigana podem te deixar confuso (e devem), pois é como se fosse a introdução que a história precisa, mais depois, é uau, a cada página você tem um novo desenrolar para deixar sua cara no chão.
Eu me peguei pensando em como fazer essa resenha sem fornecer spoiler, já que o livro começa num mistério que você vai desvendando pedaços até o final dele, que dai vem o capitulo do próximo livro que chega com mais surpresas.
Imagine uma nação que tem dois tiranos (que obviamente não gostam um do outro), um é o Brandin e o outro o Barbadior.
Mas vamos começar pelo inicio, o livro começa 18 anos antes em um batalha que sela o destino de Tigana (eu não direi o que acontece, para não perder a graça), depois vocês vão conhecer personagens que vão te acompanhar durante o livro: Alessan, Devin, Baerd, Sandre e Catriana.
Devin, Catriana e Alessan fazem parte de um grupo de músicos da companhia do Menico, só que durante os ritos da morte de Sandre se descobre que Catriana e Alessan não são somente isso.
E a parte um é para você conhecer a história desses personagens e da busca que eles irão enfrentar para recuperar sua liberdade.
Na parte dois você conhece Dianora (que eu adorei) e no final dessa parte você descobre que ela tem relação com o outro grupo anterior, mas também serve para entender que mesmo a vingança pode ter obstáculos e que Brandin teve os motivos dele para fazer o que fez e que dentro desse limite não é uma má pessoa.

No posfácio exclusivo para essa edição o autor fala que tentou demonstrar a tirania, o nunca existir, segredos, dissimulação e lealdade. E eu digo que ele conseguiu isso, os heróis não são só heróis, dependendo do ponto de vista eles podem muito bem ser os vilões, e o tirano Brandin não é só tirano, é um pai que perdeu o filho e até hoje não superou a magoa.
O autor joga com itens que temos e tivemos no nosso mundo, só que em um ambiente de ficção. Eu adorei isso de não serem separados em heróis e vilões, pois é assim que os humanos são, inconstantes.
A história é muito bem feita, sem deixar rastros. Você tem surpresas e reviravoltas o tempo todo e quando chega ao final fica a vontade de ler logo a continuação, pois aqui no Brasil a Editora dividiu em dois livros. Então você vai para o capitulo do próximo livro e só fica mais curioso ainda.
Os personagens são bem feitos, cada um com seu jeito, gostei muito da Catriana, da Diadora, do Baerd e do Brandin.
Eu adorei o livro e estou me roendo porque quero o final, ainda mais agora que sei que vai ter mais uma surpresa durante a última parte.
Quanto a arte da editora novamente ela vem com os mapas da nação no livro, com todo um cuidado e cores fantásticas na combinação, e a capa também, a arte é muito linda como vocês mesmos podem ver.
Então fica aqui meu dizer: vá descobrir o que é Tigana.

Classificação: 05/05.

"Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que você não sabia que teria de percorrer."

"Forçou um sorriso. Ela estava ali há muito tempo; era boa em dissimular, em sorrir, quando preciso. Mesmo para Scelto, a quem odiava enganar. E especialmente para Brandin, a quem precisava enganar, ou morreria."

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/02/resenha-tigana.html
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cotonho72 29/04/2014

Excelente!!!
Nesse excelente livro de fantasia a trama ocorre na Península de Palma, inspirada numa Itália medieval onde são comercializados vinhos, cereais e especiarias por terra e mar, que era governada por dois poderosos feiticeiros.
Alberico de Barbadior é governante e tirano das províncias do oeste (Astibar, Tregea, Ferraut e Certando). Ele exilou o antigo governante da cidade de Astibar, o Duque Sandre d’Astibar, que acabara de falecer e teve seu último pedido concedido por Alberico, passar uma noite e um dia na cidade que ele governara, onde iria ocorrer o tão esperado Festival das Vinhas.
Brandin de Ygrath era o governante e tirano das províncias do leste (Chiara, Asoli, Corte e Baixa Corte). Na luta pelo domínio das províncias com Alberico mandara seu filho Stevan de Ygrath para lutar na província de Tigana (Baixa Corte hoje), mas esse fora morto pelo Príncipe Valentin e com isso a sua ira se ascendeu de tal maneira que ele os aniquilou e esmagou sem misericórdia. Com sua poderosa magia ele apagou o nome da província definitivamente das mentes de cada homem e mulher que não tivessem nascido naquela cidade, ele fez com que todos os que estavam vivos não pudessem ouvir e se lembrar do nome daquela terra.
Ambos feiticeiros ainda lutam pelo domínio da total da Península e disputam o único território não ocupado, a decadente Senzio, mas a conquista não será fácil, pois um pequeno grupo de sobreviventes lutará contra esses dois tiranos.
Ainda temos como protagonistas dessa trama um grupo de músicos que se apresenta em diversos lugares e que viajam por toda a península em busca de aliados para tentar recuperar a sua nação. Devin d’Asoli bar Garin um jovem de 19 anos, estatura baixa e rosto pálido de criança, era tenor e cantava na companhia de Menico di Ferraut. Catriana d’Astibar, uma bela jovem de gênio difícil também é cantora, e o misterioso Alessan di Tregea (Alessan bar Valentin, príncipe de Tigana) tocava flauta de pastor de Tregea, e irá liderar esse grupo.
O autor Guy Gavriel Kay nos presenteia com um fantástico livro, pois possui uma narrativa impressionante, cheia de surpresas e reviravoltas, que envolve a busca pela liberdade de um povo e resgate de um nome. Outros personagens incríveis e importantes aparecem, tais como Baerd, um homem forte e muito corajoso que carrega muitas feridas e Dianora uma mulher sofrida que esconde muitos segredos, ambos enriquecem essa bela obra.
Assuntos como religião, amizade, honra, política, amor e ódio são fortes nessa incrível aventura cheia de magia, batalhas incríveis e sanguinárias e claro um grande romance, um prato cheio para os apreciadores da literatura fantástica.

site: devoradordeletras.blogspot.com.br
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Leitora Viciada 09/05/2014

Tigana foi dividido em dois livros ao ser publicado no Brasil: Volume 1, A Lâmina na Alma e volume 2, A Voz da Vingança. Pesquisei sobre o autor canadense e descobri que originalmente o livro é na verdade um volume único. Esta resenha, portanto, é referente à A Lâmina na Alma.
O lado positivo de Tigana estar em dois volumes é que temos duas capas lindas. Mas acho que eu preferiria um volume só, pois o livro termina de forma abrupta. Fiquei com a impressão de não ser um final. Depois da descoberta vejo agora como um corte e talvez outros leitores tenham essa mesma ideia. Concluo que só poderei ter uma opinião sobre Tigana após ler a obra completa, visto que não é uma série, e sim um livro.

A capa é bela, assim como o trabalho de toda a equipe da Saída de Emergência Brasil, editora que já conquistou o meu coração com Tigana e Mago. Estou muito impressionada com todo o material até agora apresentado. O cenário ao fundo é o que se destaca para mim, após terminar a leitura e observar a imagem. A cidade nela representada é tão próxima das descrições do autor, Descrições que marcaram minha imaginação.
A série é apresentada ao público brasileiro como "um épico sublime que mudou para sempre as fronteiras da fantasia." Concordo, porque é uma obra publicada em 1990 e após esse marco, o autor concretizou na elaboração de histórias fantásticas certas características. Estas, que incluem uma demonstração mais realista das personagens, se foram sendo utilizadas com maior frequência posteriormente.
As personagens de Guy Gavriel Kay seguem seus instintos, se entregam às paixões, à luxúria e possuem suas próprias convicções. Não podem ser catalogadas criteriosamente como "heróis" ou "vilões"; não podem ser julgadas com facilidade pelo leitor, pois são personagens complexas. E mesmo quando avaliadas pelos leitores, cada um terá sua própria visão.
O autor mantem o clima de magia naturalmente, através de um mundo com feiticeiros, mitologia exclusiva e uma história completa e convincente. Este mundo é totalmente crível e bem-elaborado. A política, a geopolítica, as crenças e tradições - todos os fatores necessários para um épico perfeito estão presentes na apresentação de Tigana. As intrigas e reviravoltas também fazem parte.

O começo do livro foi um pouco confuso para mim e a história efetivamente só fez sentido definido após a leitura de um terço dele. Agora compreendo: O fato do volume único ter sido dividido no Brasil.
Em compensação eu embalei na leitura, construí minha visão e me apeguei à trama. Foi como uma explosão de descobertas. Eu ligava cada vez mais os fatos e me encantei com A Lâmina na Alma. Foi extremamente satisfatório ter insistido na leitura.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2014/05/tigana-volume-1-lamina-na-alma-de-guy.html
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