dani 01/03/2014Tigana – Guy Gavriel KayLogo que li a sinopse de Tigana já fiquei bem interessada na história e toda a trama que ela envolvia, e posso dizer que adorei o livro.
O enredo é baseado no principio da tirania, uma península foi tomada por dois reis magos opostos que comandam cada um uma parte das terras, mas, como ocorre em todas as tiranias, há muita opressão, mortes, regras e a falta de liberdade em vários sentidos, esse é o cenário de governo atual da história. Porém durante a tomada das terras Brandin, um dos tiranos magos teve seu filho morto nas batalhas e como punição acaba por excluir da memória o nome da terra em que residia o povo que foi responsável pela morte de seu herdeiro, Tigana, com isso todos, exceto outros magos e os próprios moradores desse lugar, esquecem da existência dessa península e não conseguem ouvir seu nome. Alessan, príncipe sobrevivente de Tigana irá lutar para mudar isso e trazer o nome de sua terra e seu povo de volta tentado acabar com a tirania.
Logo de princípio a história já tinha me ganhado, adoro essas tramas políticas e jogos de poder, o que ainda faltava comprovar era a narrativa, e ela não me decepcionou, o autor têm um estilo que segura o leitor, ele não aborda os personagens principais por pontos de vista diretos, mas sim por personagens secundários que os acompanham e essa foi uma técnica que me agradou muito, pois além de poder acompanhar o andamento dos fatos há ainda uma aproximação dos personagens, vê-los pelo ponto de vista de terceiros os torna mais humanos, criando uma maior simpatia ou gerando a compreensão de seus atos. Além de tudo o mistério ainda é mantido já que também não sabemos o real pensamento deles.
O livro possui poucas cenas de ação, mas muitas jogadas políticas e planos, Guy Graviel foi abordando os vários pontos de um acontecimento, o quanto ele pode afetar a população, os conspiradores ou os governantes, todo o livro tem um ar de conspiração, poder, magia, vingança e ambições. E uma questão muito profunda abordada de uma forma muito interessante pelo autor é a perda da identidade através da perda do nome, como ele explica no posfácio da obra o nome é a representação da identidade de um povo e essa busca pode representar figurativamente várias situações de nossa história real.
Os personagens são muito bem construídos, e um dos sinais é que é possível identificar o bem e o mal em todos eles, os personagens são complexos, possuem suas motivações e objetivos e sabem o preço que têm que pagar para alcançar o que querem e com isso todos eles são extremamente humanos, Alessan e Brandin possuem suas dicotomias e os seus personagens secundários são regados de personalidades, motivações, sonhos, mas também de dúvidas, medos e vergonhas.
A história foi se desenvolvendo aos poucos, neste primeiro livro Gavriel desenrolou os fios de todas as tramas para poder armar as próximas jogadas com mais ação a partir das continuações (como já é possível perceber pelo trecho do segundo livro disponível ao final). E com isso posso dizer que estou louca para saber a continuação dos fatos.
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