Crislaine 01/09/2016Resenha | Mago – As Trevas de Sethanon, de Raymond E. FeistE enfim chegamos ao final da saga do Mago. Foram mais de 1700 páginas acompanhando a trajetória de Pug, Tomas, Arutha e mais uma dezena de tribos, povos, clãs, mundos e seres! Vai ser difícil assimilar que terminou. Que não haverá um novo volume desta recheada história daqui a dois meses para me envolver.
Mais uma vez a obra tem início com o resumo dos três volumes anteriores, contextualizando novamente o leitor no complexo enredo criado por Feist. Acho extremamente válida esta inserção por que, como já citei nas resenhas anteriores, esta saga não é a história de um ou alguns personagens, não é a trama de um ou alguns mundos. É o enredo de uma infinidade de personagens e mundos. Não me canso em dizer: a saga do Mago é uma saga povoada!
O início é bem tranquilo, passa uma falsa impressão de tranquilidade ao leitor. São situações de um reino às vésperas de uma comemoração. Conversas de família, bate-papos soltos e relacionamentos. Quase faz o leitor esquecer que Arutha corre um sério e eminente risco de vida.
Bom, mas é claro que esta calmaria não dura muito e em breve as coisas começam a acontecer, porque um atentado contra Arutha realmente acontece e não se pode deixar por isso mesmo, não é?
Neste volume vivenciamos uma sequência de magia, viagens insólitas, batalhas, trapaças, descobertas, intriga, desencontros e reencontros. Muitas páginas com diálogos que se tornam verdadeiras aulas da história da trama. Muita coisa é esclarecida, muito do passado vem à tona e explica atitudes e embates. Entendemos rixas e desavenças entre mundos, tribos, reis e povos. Ah! E claro, uma pitada de romance, que não rouba a cena mas permeia as páginas vez ou outra, tal qual como aconteceu nos volumes anteriores.
Não é possível falar de personagens, pelo menos não de todos, mas não é possível também não falar de Guy du Bar Tyra. Personagem já conhecido por nome, mas sem que saibamos muito bem quem é e porquê é citado com tanta reverência e temor. Quer falar de guerra? Então fale de Guy du Bar Tyra.
Já Pug é um caso à parte. Em Mago 4 quase não se vê traços do Pug que conhecemos em Mago 1. É uma transformação incrível, mas ao mesmo tempo sólida e coerente. Feist soube fazer o menino virar um Grande, mas sem mudar sua essência. É de tirar o chapéu!
Quem acompanhou minhas resenhas anteriores, sabe que, para mim, a série foi num crescente de agilidade e fluidez. Começou meio que parado, e foi aumentando o ritmo e a frequência de acontecimentos. Posso dizer que este é o mais ágil de todos, mesmo contendo muitas explicações para fechar todas as lacunas e trazer coerência para diversas situações. As batalhas são intensas, longas, com dezenas de páginas e não dá para fazer pausa. O livro praticamente se lê para o leitor.
Como já era de se esperar, não há o que dizer sobre a edição. A Saída de Emergência não deixa a desejar, nem demonstra fazer às pressas. Sabe a impressão que dá? De que cada editor abre e olha detalhe por detalhe de cada livro publicado antes de lança-lo à venda. Uma reverência à SdeE.
Enfim, gostei do final de toda esta colossal aventura que foi conhecer Pug e “companhia limitada” (ilimitada!). É uma aventura épica digna de louvor e especial. Diria que única. Todos que se interessam por literatura fantástica tem um encontro obrigatório com esta saga. Se você não conhecer Mago, certamente sua aventura fantástica não será completa!
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