Jana 25/05/2018
Sujeitos líquidos e suas identidades fluidas
A "Identidade", de Zygmunt Bauman, é um livro maravilhoso, grande matéria prima para debates e discussões a respeito da nova dinâmica do mundo e das sociedades - que se apresentam "líquidas".
A obra foi realizada a partir de uma entrevista realizada pelo jornalista Benedetto Vecchi ao autor. Deste modo, o livro segue o formato de um diálogo - este repleto de riqueza de pensamentos e teorias que fundamentam a organização da modernidade líquida.
Nessa liquidez, as identidades seguem se construindo e não mais se apresentam rígidas como em tempos de outrora, em que, a nacionalidade, a raça, a religião e a família diziam quem era o sujeito. Agora é O sujeito que compõe sua própria identidade. Mas embora as identidades estejam sujeitas a constante mudança, estas procuram a segurança na estabilidade.
Nesse palco, os atores vão se tornando descartáveis e passam a descartar numa maior velocidade também. As relações se tornam intensas e rápidas. Os homens e mulheres mais parecem itens de supermercado, expostos nas prateleiras - redes - a espera de pessoas que possam obter uma relação de troca de interesses para ambas as partes.
É um livro muito interessante, assim como toda a obra de Bauman, que traz reflexões a respeito das redes, da organização da sociedade moderna e que traz questionamentos que fazem o leitor refletir a respeito do papel das identidades na construção da sociedade, e, paralelamente, no papel do novo modelo de sociedade - líquida - na construção das identidades.