Ique 04/05/2021Premissa muito boa, o livro chega a dar medo, mas peca no desenvolvimento...O Cavalo Amarelo é uma obra menos conhecida da Agatha Christie que despertou a curiosidade de muitos leitores (como eu) após o lançamento pela Harper Collins na nova coleção de livros da autora. Nesta história, que é narrada em primeira e terceira pessoa, nos deparamos com um ar sobrenatural que rodeia algumas mortes que vêm acontecendo num vilarejo.
Tudo começa quando um padre, muito querido por todos, acaba sendo brutalmente assassinado após uma mulher ter confessado seus pecados lhe dando uma lista de nomes. Apesar do assassino ter roubado todos os pertences, ele não contava que o religioso estivesse com a lista guardada em seus sapatos parando posteriormente nas mãos da polícia, que passa a investigar o caso.
De maneira análoga, conhecemos o narrador protagonista Mark Easterbrook que acaba sendo envolvido na história e começa a buscar por quem está por trás de tudo aquilo. Com o apoio da polícia, Mark acaba descobrindo uma casa apelidada de Cavalo Amarelo (o livro explica o motivo do nome) que é habitada por três bruxas que aparentemente utilizam magia negra para assassinar as pessoas.
Seriam as bruxas as responsáveis pelas mortes? Quem de fato está por trás de tudo isso? As pessoas do bilhete recebido pelo padre estão envolvidas e vão morrer? A resposta para essas e outras perguntas podem ser bem perigosas, custando até mesmo a vida de pessoas próximas de Mark. Além disso, o tempo neste caso é um inimigo.
Sem trazer nenhum de seus detetives principais, Agatha se aventura em trazer uma história um pouco diferente e um tanto sombria que funciona muito bem. A ambientação é boa assim os seus personagens. Há uma descrição de uma suposta magia negra, por exemplo, que chega a dar um pouco de medo de tão bem detalhada e escrita. Ou seja, o(a) leitor(a) acaba emergindo na narrativa e ficando com muita curiosidade para saber seu desfecho.
Falando em desfecho, posso citar que o achei bastante previsível fazendo com que a história acabasse sendo bem linear, resultando em poucas reviravoltas e vários momentos de tédio. Não foi uma leitura rápida pelo menos até a metade, mas que se compensou bastante conforme ganhava o ritmo.
O livro é bom, divertido e até ganhou uma adaptação pela BBC. Não considero como uns dos melhores da autora por isso classifico-o como mediano uma vez que é fácil encontrar histórias mais instigantes. Por fim, termino com uma curiosidade: temos a aparição de Ariadne Oliver, uma personagem que aparece em muitos livros de Agatha Christie. No entanto, embora ela foi importante para que a charada fosse desvendada, nos momentos em que apareceu foi como se fosse uma planta mesmo, uma pena.