Thayza Fonseca 28/10/2021
Olá, povo lindo!
Cheguei ao livro para o qual estava tão ansiosa, devido a isso as expectativas estão nas alturas e vocês sabem que isso não é muito bom. Enfim, o livro de Eloise não foi o que eu esperava, porém é muito condizente com a personagem, então minha pequena frustação é injustificada.
Certeza que Eloise é Capricorniana, sério, a bichinha é tão prática que parece alguém que eu conheço (a tá, sou eu). Mas no caso da Eloise essa praticidade vem com uma dose de inconsequência, ainda mais se considerarmos a época em que a história passa, a mulher é literalmente a frente do seu tempo.
"Ela balançou a cabeça, sabendo que parecia tola e mimada. Não, ela não precisava de ninguém perfeito. Só precisava de alguém perfeito para ela. Sabia o que as senhoras da sociedade diziam a seu respeito. Que era exigente demais, que não passava de uma tola. E que acabaria solteirona."
Eu achei a narrativa bem linear, Eloise mesmo prática esboça alguma paixão, é ousada, falante e junto com Amanda e Oliver os filhos de seu até então pretendente movimentam a história, a interação infantil desse trio salvou bastante a história no meu ponto de vista. Porém Sir Phillip é muito metódico e por muitas vezes chatinho, vive ali no seu próprio mundo da botânica, onde encontra não apenas ocupação como uma fuga de sua vida e assim acaba negligenciando seu papel dentro de casa.
Eloise é muito bem resolvida, sempre foi, então não tem aquela margem de crescimento para personagem, ela já chegou na sua história pronta de todas as qualidades necessárias em uma ?mocinha?, não é à toa que eu adoro a personagem, desde o primeiro livro. A evolução de personagem fica por conta de Sir Phillip, ele precisa lidar com o fato de sua esposa anterior ter tido depressão no nível mais alto possível e se culpar por ter sido incapaz de ter a feito feliz, esse medo acaba que atrapalha sua interação social e familiar, mas com o tempo vai se resolvendo e a cor volta a fazer parte da vida não só dele como de todos ao redor.
"Suspirou, afundando no assento. Ele precisava de uma esposa. Praticamente qualquer uma serviria. Não se preocupava em como ela seria. Nem com a sua situação financeira. Também não precisava ser alguém que soubesse fazer contas de cabeça, falar francês ou cavalgar. Ela só precisava ser feliz."
É necessário considerar que realizei essa leitura em pleno 2021, um tempo onde já conhecemos muito sobre depressão e outras condições psicológicas, suas causas, formas de prevenção ou ajuda, mas na época em que se passa a história isso era algo inexplicável. Sendo assim a culpa de uma esposa e mãe tremendamente infeliz recaiu completamente nos ombros de Sir Phillip e seus receios quanto a isso são muito fudamentados, o receio de ser um pai ausente também tem uma razão lógica, mas no fim eu achei o personagem fraco, um bom contraponto com a personalidade da Eloise? Sim. Mesmo assim Sir Phillip não me cativou.
"Ele era seu segredo. Seu. E, como nunca o havia conhecido pessoalmente, pudera criá-lo em sua cabeça, usando as correspondências como base e depois montando o resto de acordo com o que achava interessante."
Como não é um livro que acontece muita coisa, não tem como eu escrever uma resenha enorme. O que posso dizer é que de modo geral a qualidade da história caiu um pouco, mesmo tendo seus pontos altos é um livro que passa um pouco despercebido, ainda mais em meio de tantos outros mais impressionantes. Sinto muito dizer isso da Julia Quinn, pois seu talento é notável, mas acho que a Eloise merecia uma história épica e recebeu um romancinho meia boca apenas para existir um livro sobre ela.
É isso galera, a decepção veio com força, mas seguimos para o próximo Bridgerton. Espero que estejam gostando do projeto.
Beijos e até a próxima!