Resenhas - A Irmã de Freud

Simone de Cássia 13/07/2020

Livro estranho, pesado. Nunca vi tanto sofrimento, tanta angústia num livro só... traição, abandono, tentativa de suicídio, aborto... misericórdia!!! Achei que o foco seria a estadia das irmãs do Freud nos campos de concentração e em sua fuga . Até que começou assim, de repente o trem descambou pra uma tragédia atrás da outra e quando eu vi estava nessa desgraceira de dar dó...sem falar nas reflexões filosofais sobre o sentido da vida, do certo, do errado ...Muito doido. Cansativo. Deprimente. Parece dia de velório com tempo nublado.

Maluh 17/05/2020

gênio, visionário, assassino?
Essa resenha foi particularmente difícil, demorou bastante pra conseguir chegar em uma opinião porque querendo ou não eu nunca tinha lido nada nesse gênero e fiquei vários dias me questionando sobre os sentimentos que ele me causou.

O livro é daqueles que cutuca a alma com questões que provavelmente não paramos pra pensar como o amor, a dor, o egoísmo e o egocentrismo,e até mesmo sobre o limite entre os loucos e os "normais". Afinal o que é ser normal?

"Todas as pessoas normais são normais da mesma maneira; mas cada louco é louco a seu modo."

Iniciamos com a temática da segunda guerra onde o Sigmund Freud supostamente teria deixado suas irmãs pra morrerem em Viena enquanto ele e a família facilmente deixavam o país para se salvarem.

Porém ao contrário do que parece este não é só mais um livro sobre o holocausto, na verdade o livro narra em primeira pessoa a vida de Adolfine. Acompanhamos durante sua vida repleta de dor e tristeza, através de uma narrativa envolvente e quase poética. o livro não tem capítulos propriamente dito apenas algumas subdivisões entre suas sete partes.

Repleto de dor e morte o livro é um tanto angustiante, contudo ainda assim não conseguia largar. Várias teorias são apresentadas no decorrer do livro, o que na verdade não me incomodou e até me fascinou ainda mais. (Obviamente sou suspeita pra falar nesse ponto, visto minha paixão por psicologia) outro ponto que com certeza dividiu os leitores foi a culpa de Sigmund na morte das irmãs (mais uma vez testando minha imparcialidade) particularmente não acho que seja culpa dele o que aconteceu afinal como nossa própria protagonista falou: "todos nós deixamos de fazer muitas coisas boas na vida. E não somos capazes de avaliar quais delas prejudicarão alguém."

Priscilla Akao 26/01/2015

De grande professor a grande egoísta
Não é um livro para quem quer descrições de campos de concentração...mas nem por isso menos angustiante. No começo é difícil lembrar seu nome: Adolphine. Apenas a irmã de Freud. Depois percebemos que é bem mais que isso, como amesquinha a visão que temos dele (Freud), sua obra, de suas ações ( e isso por que não entrou em detalhes sobre sua relação familiar mais íntima- esposa, cunhada, filhos). Como expõe bem a situação da mulher no século XIX.

Letícia 06/10/2020

"O Alienista" europeu
Freud é um personagem conhecido no imaginário popular como o pai da psicanálise, ele também era judeu e vivia em Viena com sua família quando a Segunda Guerra Mundial teve início. Sendo uma figura importante, Freud conseguiu um visto de saída e fugiu de Viena quando os nazistas chegaram. Ele levou consigo seu médico, empregados, o cachorro, a cunhada e nenhuma de suas quatro irmãs.

Nunca saberemos os motivos dessa decisão, mas Goce Smilevski parte desse ponto para iniciar sua história, quando as irmãs são enviadas para campos de concentração e exterminadas. Freud morreu pouco tempo depois em Londres, pois já estava doente.

A história é contada pela irmã mais nova, Adolfine, desde a infância, quando ela não era capaz de entender o que acontecia ao seu redor. Ela era odiada pela mãe, mas tinha um bom relacionamento com Sigmund e descobrimos um pouco da intimidade e fraquezas desse homem famoso.

Adolfine teve uma vida miserável, que vem acompanhada pela discussão das teorias psicanalíticas de seu irmão e nem sempre eram seguidas por ele próprio.

Ela também testemunhou o esplendor cultural e artístico de Viena no início do século XX, uma de suas melhores amiga era irmã de Gustav Klimt, pintor de O Beijo. Adolfine aspirava uma vida que poucas mulheres de sua época podiam alcançar.
A história de Adolfine é sofrida e comovente, acredito que em certo grau todos os leitores conseguem se enxergar nela, é como se todas as tragédias humanas tivessem acontecido com ela. Smilevski conduz a história de maneira calma, o que permite boas reflexões, até porque os temas são bem pesados.

A Irmã de Freud é um livro emocionante sobre uma mulher que foi esquecida nas sombras da história. Não pude encontrar muito sobre sua história para saber até que ponto o livro de Smilevski é verdadeiro.

Confesso que foi um livro um pouco difícil de ler, tanto pelo tema quanto pela calma e aparente falta de objetivo da narrativa. Contudo, cada vez que eu o abria sentia que algo se mexia dentro de mim, é algo que não sei explicar, foi único.

Realmente não consigo decidir se o livro é bom ou não para recomendá-lo, mas sem dúvida é um livro único

site: https://desafiolivrospelomundo.com/2020/09/27/a-irma-de-freud/

Hannah 11/03/2015

Ótimo livro, capa ruim.
O livro é lindo, aborda com um olhar sutil e delicado o desenvolvimento psicológico da personagem principal desde sua infância, uma mulher reflexiva muito próxima do irmão e que foge dos padrões femininos de sucesso da época.

Entretanto, fica uma crítica à editora (?) pela versão da capa - o livro não tem nada a ver com o Holocausto, e tudo bem! Acho que a frase "Teria Sigmund Freud sido responsável pela morte de sua irmã em um campo de concentração nazista?" é especulativa e sensacionalista.

Wellington.Pimente 07/12/2022

Profundamente triste.
Como curto algo dramático e uma ficção que se mistura com personagens reais, esse livro se tornou uma experiência riquíssima e que me conquistou, como a melhor leitura que fiz em relação a diversos livros. Uma drama profundo de relações humanas, o autor mostra sua habilidade em contar uma história através de muita pesquisa histórica, que acredito que para alguns pode ser chato ou mesmo distante do nosso mundo contemporáneo, eu curti muito.

Nana 22/10/2023

Livro nr 51 do projeto "A volta ao mundo através dos livros"
País sorteado : "Macedônia do Norte"

Esse é para mim um livro difícil de definir, gostei de algumas partes e nem tanto de outros.
Um tema que aborda a loucura, a dor profunda na alma, a tristeza, a rejeição, tudo isso em meio a muitas tragédias.
Como eu gosto muito de psicologia, me interessou bastante o assunto e deixa aquela dúvida entre o limite da loucura e da normalidade. O que é normal e o que é loucura??? Quem decide isso?

É narrado por Adolfine, uma das irmãs de Sigmond Freud. No livro, ela vive a sombra do seu irmão, é rejeitada pela mãe que passou a vida toda dizendo "Teria sido melhor se eu não tivesse parido você".

Pesquisei sobre a vida de Freud e todos os nomes dos personagens do livro (mãe, pai irmãos) são verdadeiros, só não encontrei detalhes sobre a vida de Adolfine para saber até onde os acontecimentos do livro são verdadeiros ou não. O que li é que o fato das quatro irmãs terem morrido em campos de concentração durante a guerra é tudo real.

Um bom livro com várias informações interessantes!

Luciana Sabbag 15/07/2015

Um livro sobre tudo.
Livro 19: Terminado em 15 de julho de 2015.

Três fatores me fazem escolher um livro: o nome, a capa ou o autor. Nunca a história. Eu prefiro não saber sobre o que vou ler para não criar expectativa e para não me decepcionar. Também não gosto de spoiler - e quantas sinopses têm spoiler! Este eu escolhi pela capa. Eu não fazia ideia de qual era o tema do livro e fui lendo, fui lendo... e, a princípio achei que fosse uma história sobre uma judia num campo de concentração. Quase o abandonei no primeiro capítulo. Mas o livro vai muito além disso.
É um livro sobre vida e morte. Muita morte, muita tragédia, muita dor. Um livro sobre loucura, normalidade e sofrimento. Um livro sobre egoísmo e arrogância.
No fim, A Irmã de Freud me surpreendeu. Um livro que tanto me incomodou, mas do qual não consegui me desprender. Um texto tantas vezes pedante e tantas vezes apaixonante.
Ainda estou digerindo o que li. Não sei se amei. Só sei que me surpreendi.

Nota: 4 de 5.

Carolina.Rodrigues 15/02/2020

Este livro nos choca ao ponto de nos perguntarmos se a história criada pelo autor é verdade. No livro Freud fugiu da Áustria em plena ascensão narzista deixando quatro irmãs para trás. Todas morrem no campo de concentração. Freud recebe o direito de fugir levando consigo alguns entes queridos. Os nomes das irmãs idosas são Marie,Rosa,Pauline e Adolfine.Um dos principais temas tratados é a loucura.
Amei a leitura. ?

Amanda Garcia 21/08/2021

Memorável e provocante
A irmã de Freud conta a história de Adolfine, irmã de Sigmund Freud.
Na Viena ocupada pelos nazistas, Sigmund Freud, recebeu o direito de fugir para o exterior e levar consigo alguns entes queridos . Mas ele não escolheu suas irmãs : Marie,Rosa,Pauline e Adolfine para fugir junto consigo. É Adolfine que conta sua vida nesse livro, conta sua infância, sua adolescência, o amor que viveu, o filho que foi tirado do seu ventre pelo pedido de seu irmão . Sua internação na clínica psiquiatra Nido, a sua volta pra casa e sua morte num campo de concentração.

Faluz 08/10/2021

A IRMÃ DE FREUD - Goce Smilevski
Baseado em fragmentos da vida de FREUD o autor constrói a estória de uma mulher rejeitada desde quando se entende uma pessoa na sua família.
Sem marido, sem filho a mulher só se encontra como irmã e filha.
A narrativa apresenta a vida em sociedade na Viena do início do século XX. Sociedade conturbada, descobertas científicas, guerras, extermínios sob o olhar dessa mulher que se refugia numa loucura que ela mesma se impõe diante da sua impossibilidade de exercer os papéis principais determinados nessa sociedade.

Dani(ela) 30/03/2024

Não funcionou pra mim. É uma tragédia em cima da outra, só coisa triste e angustiante.
Achei que seria um livro para conta um pouco da história sobre a perspectiva da vida da irmã de Freud, até foi, mas a maneira como foi escrito, o livro é confuso, sem uma linha de tempo que faça sentido (pelo menos para mim), não tem um fechamento, é enrolado e tudo fica subentendido.

Marcia 15/04/2014

A narrativa é bem bonita, um pouco poética. Minhas 4 estrelas vão para essa qualidade na narrativa. No entanto, acho que o livro poderia ter abordado a questão do holocausto de maneira mais profunda, ainda que como uma nota do autor.

Mon 13/05/2015

Excelente
Na Viena ocupada pelos nazistas, Freud tem o direito de fugir para Londres e levar algumas pessoas, listou seus filhos, a mulher, a cunhada, assistentes, seu médico pessoal e a família deste e seu cachorro. Fora da lista suas 4 irmãs idosas. Adolfine relata uma história trágica, relações repletas de amor e ódio, perdas, morte e uma loucura autoimposta. Se refugia num hospital psiquiátrico pra fugir da relação conflituosa com a mãe e viver sem suas dores. Um livro eletrizante, curioso, onde você não sabe o que é ficção e o que realmente aconteceu. Uma das grandes surpresas foi encontrar Klara KLimt, amiga de Adolfine, que por sua vez era irmã de Gustav Klimt.

Adriana.SzT 29/12/2019

Contém spoiler do livro!
Livro permeado de reflexões e teorias da psicanálise, cuja personagem principal é Adolfine, irmã de Freud, uma mulher que desde o início da vida tem como sentimento marcante a dor, pelo distanciamento da mãe, a perda do amor, o desejo inalcançável de ser mãe, o abandono do irmão...

''A dor esteve presente desde o início da minha vida. Como um silencioso gotejar de sangue de uma ferida oculta. Uma gota após a outra. Sofri muito durante a infância, não tanto pelas minhas doenças quanto por causa da minha mãe.''

Em alguns momentos fiquei um pouco entediada com tantas teorias, queria saber apenas o que aconteceria com ela no final. Entretanto cabe ressaltar uma frase em especial da personagem que achei brilhante e com a qual eu concordo plenamente: ''a minha dor é sempre a minha dor, a minha felicidade é sempre a minha felicidade, por mais que eu a compartilhe com os outros; já a dor e a felicidade do outro nunca poderão ser plenamente minhas. Para os seres humanos, o ego é sempre o ego, e Eu não posso ser Você, e Você não pode ser Eu''.

O fim já está posto na sinopse do livro: ela morre no campo de concentração. ''meu irmão partiria para Londres com as pessoas cuja vida decidiria salvar; nós, as suas irmãs, seríamos deportadas primeiro para um e, depois, para outro campo de concentração (...). Essa será a morte. Esquecimento.''

Uma leitura triste e angustiante porque é esperado que algo de bom aconteça a ela, o que não acontece. Indico a leitura, sobretudo para quem gosta da área relacionada à psicologia.