spoiler visualizarIsa 28/09/2022
Legalzinho
(Tô revoltada porque escrevi uma resenha enorme ontem, mas a internet caiu e não salvou... mas vamos lá).
Esse livro teve alguns aspectos positivos e alguns negativos, mas devo adiantar que é muito melhor do que o primeiro! A narração de Emma e Julian, que dominou a maior parte do primeiro livro e me deixou revirando os olhos a cada vez que Emma descrevia o quanto amava Julian e vice-versa, deu espaço pra personagens como Ty, Kit, Livvy, Cristina, Mark e Kieran.
Ty, Kit e Livvy foram o trio de ouro que toda história de fantasia adora ter. Kit, que no começo da trilogia era praticamente um figurante, se tornou um personagem muito legal e divertido, com seu sarcasmo Herondale que a gente tanto sente falta. A forma que ele se aproximou do Ty, a maneira que ele desenvolveu uma relação forte de amizade com Livvy e o jeito que os gêmeos o incluíram no que antes era apenas uma dupla inseparável foi muito, muito bom de ler! As cenas de destaque para a Livvy também foram muito boas; eu gostei muito dela, apesar do fim trágico e, sinceramente, desnecessário. A morte dela foi um ponto negativíssimo, que me pareceu que foi escrito apenas porque a Cassandra Clare deve ter pensado "poxa, uma guerra vai começar, preciso matar alguém só pra não dizerem que só os vilões morrem na guerra, pessoas inocentes também morrem". Inclusive, pra quem estiver interessado, a própria Cassandra Clare publicou um texto enorme no Tumblr explicando os motivos da morte da Livvy, mas eu achei que, apesar da justificativa ser boa (inocentes morrem, etc), a execução foi PÉSSIMA. Ela poderia ter matado, por exemplo, Tavvy, já que no primeiro livro houve toda aquela tensão para salvá-lo. Ele é um personagem que, sejamos sinceros, não serve pra nada, e seria extremamente significante se ele tivesse morrido. Livvy, por outro lado, tinha um enorme potencial, principalmente por causa do conflito em querer ser parabatai do irmão gêmeo, enquanto ele queria ir para a Scholomance.
Além do mais, querer colar essa desculpa de "ah, inocentes morrem" não funcionou porque ela inseriu nesse livro os tais Cavaleiros de Mannan, supostamente imortais e indestrutíveis. Ela não apenas mostrou que Emma, uma reles mortal, conseguiu MATAR UM DELES de uma forma ridícula, como também mostrou os sete unidos lutando contra cinco crianças e quatro adultos, e nenhum dos Blackthorn morreu nesse momento. Sério, Cassandra? A gente entende que Emma é f*dona, mas peraí, né. Não consegui nem me comover com a morte de Livvy depois dessa.
Enfim, continuando com os pontos positivos (juro que ainda tem), o triângulo entre Kieran, Mark e Cristina começou a ficar super interessante nesse livro. Eu já li o terceiro e não vou soltar spoilers aqui, mas garanto que vai melhorar MUITO mais! O Kieran mudou da água pro vinho, na minha percepção, e é muito bom ver essa relação dos três se desenvolvendo de forma tão boa.
Ademais, a questão dos Dearborn, do Cohort e todas as pautas anti-Acordos estão sendo bem trabalhadas. Dá muita raiva em saber que esse tipo de situação é exatamente o que está acontecendo, tanto no Brasil quanto em alguns outros lugares do mundo, mas o desenvolvimento está sendo razoável e eu gostei de ver que a série assumiu um tom mais político.
Essa trilogia não é a minha preferida da Cassandra Clare, mas é possível tirar muitos aprendizados e uma boa diversão (nos momentos em que não estamos entalando de raiva com a Clave sendo podre). Espero terminar logo a releitura do terceiro livro e começar As Peças Infernais, uma coleção que vale muito mais a pena rsrs.