Adeus à Inocência

Adeus à Inocência Drusilla Campbell




Resenhas - Adeus à Inocência


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Fernanda 22/10/2013

Resenha: Adeus à Inocência
Resenha: “Adeus à inocência” de Drusilla Campbell apresenta uma história intrigante e relata um assunto bastante conflituoso e assustador. A narrativa no começo pode ser meio complicada, porém a partir do momento em que você entra na trama e se envolve com os personagens e seus problemas, consegue decifrar cada passo das próximas páginas e consequentemente sobre a sua complexidade.

Madora era muito nova quando adentrou em um mundo solitário, perverso e desconhecido, envolto por drogas e problemas do tipo. Apesar dos problemas familiares e de amigos nem um pouco sensatos, a garota sabia que essas coisas não eram certas e que precisava desesperadamente mudar. Ela estava perdida mesmo, até que Willis entrou em seu caminho e lhe disse que não iria deixar que nada lhe acontecesse de ruim. Será?

Cinco anos depois, e agora com 22 anos, Madora parecia se encontrar melhor do que anteriormente. O leitor é apresentado ao seu cão Foo e de como o encontrou. De cinco filhotes de pit bull ele foi o único sobrevivente e esse fato pode parecer muito leviado, porém passa a sensação de que ele tinha uma missão muito importante a cumprir, com sua presença amigável e esperançosa. Essa é uma das verdades deste livro.

Madora vivera com Wills em uma casa alugada por quase quatro anos, porém sua memória não era muito vívida e as lembranças acabam se misturando. Wills trabalhava como provedor de assistência médica domiciliar e ela vive praticamente isolada de tudo e de todos. Wills é muito exigente e ela faz tudo para lhe agradar. Porém depois que Linda surge em sua vida, Madona começa a se questionar sobre o homem que ela acha que conhece e sobre seu passado duvidoso.

Linda se encontra trancada num trailer, estava grávida, e depois do parto Wills vende o bebê a um advogado. O objetivo é que com esse dinheiro ele possa ir para a faculdade de medicina. Será que Madora não percebe que sua trajetória de vida fora bem parecida com a de Linda? Esses momentos trazem alguns sentimentos de raiva, angustia e até medo, porque é difícil entender como ela pode suportar tudo isso, mas ao mesmo tempo tudo se torna tão compreensível, já que a inocência fora a sua principal inimiga desde o começo. Wills a tratou com carinho, lhe deu atenção e apoio, a escutou e disse que nunca ia decepcioná-la. Claro que ela, sendo tão nova e sem experiências, cairia nesse jogo sentimental, sem nem pensar em duvidar nas intenções dele.

Até que ela conhece Django Jones. Um menino de 12 anos, solitário e inexpressivo, que perdera seus pais há pouco tempo e agora vive sob custódia, com sua tia Robin. E depois do primeiro encontro, os dois começam a se ver com maior frequência, e assim dando ínicio a uma bela amizade. Assim ambos se ajudam e começam a ver a vida com maior clareza, a pensar em estratégias para fuga e também sobre o futuro que os aguardava. Quem sabe Madona poderia até fazer planos para a sua vida... Madora pensava que tinha liberdade, mas mal sabia ela que era tudo fruto de uma prisão escondida.

“Adeus à inocência” possui um enredo emocionante, com uma história tão intensa que torna a leitura ágil e motivadora. Nos faz refletir sobre nossas próprias decisões, bem como o rumo de nossas vidas.


site: http://www.segredosemlivros.com/2013/10/resenha-adeus-inocencia-drusillawrites.html
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Val 28/01/2014

Livro "Adeus à Inocência"
Madora foi resgatada por Willis quando tinha 17 anos..vivia uma vida confusa e cheia de drogas. Agora, 5 anos depois, ela vive no deserto. Ela não trabalha..apenas vive num trailer e suas únicas companhias além de Willis é um cão e uma garota que Willis mantem no trailer.
Sem poder fazer amizades, ela começa a se questionar se é isso o que ela quer mesmo para a vida dela, e aos poucos uma amizade começa a surgir com Django, um garoto de 12 anos que um dia bateu em sua porta.
Não entendi muito sobre o Willis, ele é bem difícil de entender. Senti raiva por ele em alguns momentos, ou as vezes apenas queria o ignorar na leitura. Ele quer ter boas intenções mas não consigo entender as atitudes.
A leitura não me agradou muito, mas gostei de Django apesar de ser novo, "ter o pé no chão". Achei que o livro terminaria de um jeito totalmente diferente do esperado ou até mesmo épico..não foi ruim, mas eu esperava mais.
Com a narrativa intercalada, tivemos a oportunidade de conhecer mais dos personagens, o que eu sempre conto como um ponto positivo.
Pode-se dizer que é uma leitura rápida. Você se envolve na leitura em alguns momentos na busca pela curiosidade de como isso vai acabar, mas ainda assim acho que deixou um pouco a desejar.


Já leu o livro? O que achou?

site: http://www.revistagalaxy.com/2014/01/sinopse-madora-tinha-17-anos-quando.html
Dâmaris 29/01/2014minha estante
Não li o livro, tinha vontade, mas a resenha me desanimou, me parece que as personagens não foram muito bem construídas!


Ruiva 30/01/2014minha estante
Digo o mesmo que a Dâmaris, a resenha me desanimou :S


Fernanda @condutaliteraria 31/01/2014minha estante
Estava doida para ler esse livro. Mas pela resenha não é tão bom quanto eu pensei, vou com menos ansiedade.


grazi34 06/02/2014minha estante
legal o livro,nao conhecia


grazi34 06/02/2014minha estante
legal o livro,nao conhecia


Dani 10/02/2014minha estante
Já li algumas resenhas sobre este livro, mas ainda não o li. Parece ser bom, apesar de não ser muito o estilo de estória que eu gosto, acho bem diferente e fiquei curiosa para saber como será o desfecho.


Julielton 13/02/2014minha estante
Essa resenha curta e desanimadora com certeza tirou esse livro da minha lista de possíveis leituras. Mas livros rápidos são bons de se ler, não marcar o leitor como aqueles cheios de emoção e adrenalina, mas nos diverte e emociona o suficiente para merecer ser lido. A resenha poderia ter sido um pouco mais imparcial. É só minha opinião.


Andréia 16/02/2014minha estante
Muito curta a resenha, não consegui ter uma opinião formada!


Belle 21/02/2014minha estante
Acho que o livro parece interessante e se não me engano tem um filme com esse mesmo titulo, é bom dá uma olhadinha pra ver se vale a pena...


Gizeli 24/02/2014minha estante
Eu não tinha ido muito com a cara dele, agora então, vishe. Pela capa e a sinopse tinha tudo pra ser um livro bom em.. Pena :/


territsen 24/02/2014minha estante
quero mto poder ler esse livro. falta tempo!!!


Gabriela 26/02/2014minha estante
ótima resenha, quero muito ler! bjs




Yasmin 17/01/2014

Uma história com lado psicológico ótima, bem desenvolvida e tensa, mas com fim rápido demais.

Quando vi o livro entre os lançamentos da Novo Conceito fiquei na dúvida sobre solicitar com receio de que fosse uma história forte demais, mas por outro lado eu gosto de histórias desse tipo e a autora apesar de ser novo por aqui já havia sido muito recomendada. Por isso quando recebi o livro sabia que seria uma história boa, porém o único problema é que o que era uma história ótima foi brutalmente interrompida. A sensação é de estar assistindo a um filme ótimo quando de repente você descobre que não tem fim, que o rolo estragou e só tinha uma cópia dele. Conheçam e entendam.

A sinopse fala bastante da história por isso não vou me prolongar. Madona vive no meio do deserto desde que foi "resgatada" por Willis. Isolada do mundo tudo o que Willis diz é lei. Ela lava, passa, cozinha, arruma a casa e "cuida" de Willis. Na cabeça de Madora, Willis é um homem forte, mas que começa a sofrer com a dureza do mundo e a obrigação dela como mulher é mantê-lo forte sendo compreensiva, dócil e companheira. Ela acredita em tudo o que ele diz. Que seu pai se suicidou porque a mãe dela não era uma boa mulher, compreensiva e tudo o mais. Na cabeça de Madora ele só quer juntar dinheiro para fazer faculdade de Medicina porque é um ótimo homem e só foi mandado embora dos fuzileiros porque armaram contra ele. Mas desde que Linda chegou e é a nova resgatada de Willis as preocupações de Madora aumentaram. Porque Willis não a libera logo? O que está esperando? E quando ela conhece Django, um garoto de doze anos, que acaba de ficar órfão de pai e mãe, e sair de sua luxuosa vida como filho de celebridade para viver com a tia no meio do deserto, é que Madora a temer, sem saber pelo o que, Madora teme e receia. Começa a enxergar as brechas na fachada de bom homem de Willis. E Django no seu luto acaba ajudando Madora irremediavelmente...

É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e até muito bem. Campbell possui uma narrativa num tom pessoal que aumenta o lado psicológico da trama, com situações e descrições que ajudam a construir o lado duro da história. O cenário também é bastante marcante na história, funcionando junto com a história para criar um ambiente mais vivo e sombrio. O calor escaldante, os animais predadores do deserto e a vastidão foram elementos complementares muito bons. O ritmo da trama e a mudança sutil dos pontos de vista narrativos ficaram bem colocados, e foi bom ter pequenos flashes de Willis como narrador.

Os personagens também são bons, a autora desenvolveu a personalidade de seus protagonistas muito bem, com nuances que pouco a pouco começam crescer. É uma ótima evolução que mostrava como uma pequena peça pode desencadear qualquer situação quando se vive uma mentira, mas quando estávamos chegando no ápice, que seria a mudança, Madora enxergando o monstro que Willis era simplesmente tudo se amarra e um epílogo. O fim foi muito corrido. Foi injusto com tudo o que a autora apresentou encerrar a história de forma tão abrupta. Sim, temos as respostas, mas Drusilla Campbell desenvolveu tão bem o crescimento dos personagens, o lado psicológico, as tramas e a mudança das intenções, porque jogar tudo para o ar e encerrar de forma rápida a história? Não entendi. O fim de Madora e Django foram bons, mas podia ter sido espetacular, poderia ter sido de tirar o fôlego.

Leitura rápida, com uma premissa instigante e personagens que prendem o leitor desde o começo. Drusilla Campbell tinha uma trama e tanto nas mãos e fez o melhor que pode no espaço que se propôs. Ao se limitar em um número de palavras a autora perdeu a chance de fazer uma história estrondosa que marcaria mais, muito mais. A edição da (...)

Termine de ler o último parágrafo em:

site: http://www.cultivandoaleitura.com/2014/01/resenha-adeus-inocencia.html

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Patty 04/05/2020

A história tinha tudo para ser boa, o tema abordado é interessante, mas sinceramente não foi algo que me prendeu. Achei a leitura super cansativa, boa parte e o final não é não foi nada surpreendente. Foi algo totalmente previsível. Mas... Leiam, para poder ter uma experiência e uma percepção melhor que a minha.
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Ju 07/11/2013

Adeus à Inocência
No início de Adeus à Inocência, Madora é uma garota de 17 anos que não tem muita consciência do que está fazendo com sua vida. Uma adolescente que vai mal nos estudos e não escolhe muito bem suas companhias. Até que um dia, em uma festa, experimenta uma droga muito mais forte do que está acostumada, e tem uma péssima reação a ela. É levada para o lado de fora da casa para que se recupere com o ar fresco, e lá conhece Willis. Ele estende a mão a ela e a partir daí se propõe a ser seu salvador.

Nos primeiros meses, a vida da garota parece estar começando a melhorar. Seu desempenho na escola se torna mais que satisfatório e ela abandona as drogas. Mas, poucas semanas antes de se formar, descobre que Willis precisa se mudar e decide acompanhá-lo. Ela não percebe que é completamente manipulada por ele, que usa fatos de seu passado para fazê-la acreditar que, se algo de mal acontecesse a ele, com certeza seria ela a culpada, por não agir da forma devida com alguém que lhe entregou seu coração.

Durante todo o livro, temos esses joguinhos psicológicos desprezíveis de Willis, e Madora os aceita por bastante tempo sem questionar. Até que Django surge. Foi preciso que um garoto de 12 anos aparecesse e jogasse a realidade na cara dela para que Madora conseguisse ter alguma consciência do que sua vida se tornou.

Django foi a única pessoa de quem eu gostei no livro. E esse com certeza foi um dos fatores que me fez não gostar da história. Quem já frequenta o blog há mais tempo, deve saber que, quando eu não consigo me afeiçoar às personagens, é muito difícil (praticamente impossível) que o livro consiga me conquistar. Tive que me obrigar a terminar a leitura, e levei muito mais tempo que o normal para ler Adeus à Inocência - ele tem 270 páginas, e a fonte tem um tamanho bom mas, incrivelmente, levei mais de uma semana para terminá-lo.

Não consegui torcer por ninguém. A garota aprisionada por Willis mostrou-se completamente irritante; Madora, com sua visão distorcida de tudo, também não era nem um pouquinho mais agradável. Minha expectativa com a leitura era muito alta mas, infelizmente, me decepcionei.

Na contracapa tem uma frase do Library Journal, que é a seguinte: "Campbell traz um novo e maduro apelo para os leitores ao apresentar histórias que parecem retiradas de páginas policiais bastante populares...". Bom, eu não leio essas páginas policiais. Porém, tenho que admitir que o assunto abordado pela autora tem seu valor. Muitas mulheres passam por situações parecidas com a de Madora, são completamente subjugadas por homens em quem confiam, e sei que é muito difícil se libertar de algo assim. Então, embora o livro não tenha me agradado, acredito que possa ajudar várias pessoas que vivem ou já viveram algo parecido. Também pode servir como alerta para que outras pessoas consigam evitar ter uma experiência semelhante. Reconheço que ele pode realmente ser importante na vida de muita gente.

"- Quando uma pessoa sofre uma grande tristeza, alguns de seus amigos não conseguem agir de outro modo, eles simplesmente precisam dar-lhe as costas. (...) Não querem pensar em como isso aconteceu com você porque isso mostra que o mesmo poderia acontecer com eles."

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/11/resenha-novo-conceito-adeus-inocencia.html
Juh 08/11/2013minha estante
Oie Ju. Quando lançaram esse livro eu fiquei morrendo de vontade de lê-lo ele parecia ser tão maravilhoso, eu fiquei mega apaixonada pela capa, mas agora com sua resenha ele não parece ser essa coisa toda. O que mais me chama atenção em um livro são os personagens e é tão chato quando os personagens são sem graça. Tipo tem horas que é meio sem nexo tanto enrola enrola, eu sei que as vezes o "amor" cega as pessoas, mas não com tanto exagero assim!! Beijoos!


Leilane 08/11/2013minha estante
Que bom que ele tem pelo menos a mérito de utilidade pública, pois eu tentaria entrar no livro só para dar uma sacudida na personagem para ver se acordava para a vida, mas é óbvio que esse não é meu tipo de leitura e apenas tenho a confirmação agora de que nunca lerei mesmo.
Obrigada pela resenha!
Beijos


Jess 08/11/2013minha estante
Sei bem como é isso de você não conseguir engolir o livro, mas mesmo assim se obrigar a ler, eu já fiz isso algumas vez e outras tive que abandonar quando a coisa realmente estava ruim. Eu vi este livro e estava muito querendo, mas depois de sua resenha eu vou fugir dele asuahsuahsu


Thaís 09/11/2013minha estante
Ju, eu fiquei realmente interessada pelo livro, pelo menos a sinopse havia me conquistado e eu achei que a história seria maravilhosa. Fiquei triste ao saber que os personagens não são "conquistaveis" pois isso faz toda a leitura desandar, ja passei por isso em alguns livros e isso deixa a história cansativa, quando principalmente o protagonista não era - pro lado ruim - o que pensamos, apesar de tudo achei a história interessante e até acho que eu arriscaria a leitura.


Cris 09/11/2013minha estante
Apesar de você não ter gostado tanto da história e dos personagens, confesso que fiquei bem curiosa. Acho o assunto bem interessante e como você mesma disse, é bem atual.


Michelli Prado 19/11/2013minha estante
Um livro interessante. Temas como amor, sofrimento, dependência, são sempre muito ricos e nos fazem pensar e sentir também. Gosto de histórias assim que dizem tudo. Espero ler este livro em breve!!


Daiane 01/12/2013minha estante
Eu também não consigo aproveitar um livro quando não me identifico com os personagens!


Larissa Haerolde 18/01/2014minha estante
Engraçado, eu já não esperava muito do livro (antes mesmo de ler sua resenha), acho que foi a capa. É, achei o nome do livro bem atrativo, mas a capa não, mesmo assim o tenho. Contudo, espero lê-lo em breve (espero ter mais vontade de lê-lo em breve). Boa resenha.




Cris 29/09/2020

Uma história que choca
"O que a vida espera da gente é um pouco de coragem..."

Madora teve uma infância complicada com sua família. Filha única, seu pai teve uma morte trágica, e a mãe entrou numa depressão, da qual negligenciou os cuidados com a filha.

Assim, Madora entrou na adolescência rebelde, começou  a andar com más companhias, e a se drogar. Foi então, quando tinha 17 anos que ela conheceu Willis, um atraente rapaz mais velho que se aproximou dela num momento em que ela estava muito vulnerável.

Willis atraiu Madora com seu jeito respeitoso e carinhoso, e ela passou a ver nele seu porto seguro. Um dia ela deixa pra trás a casa da mãe e foge com Willis. Eles se afastam da cidade que moravam e foram cada vez para mais longe, até irem parar no meio do deserto da Califórnia.

Ali Madora vivia como prisioneira, apesar de não se dar conta disso: ela não podia sair, passava os dias preocupada com seus afazeres domésticos,  não podia trabalhar fora, não tinha TV nem telefone e o vizinho mais próximo ficava a quilômetros de distância.

Ela só passou a se dar conta de que sua vida estava errada quando Willis traz uma garota grávida para ?morar? com eles no trailer que fica no quintal. Ela então começa a perceber o quão ruim a sua situação era.

Em outra parte da história, conhecemos Django, um inteligente garoto de 12 anos que perdeu seus pais em um acidente de carro e está tentando recomeçar sua vida em um outro lugar  e com uma nova família. O destino destes dois personagens se cruzam de maneira muito decisiva.

Eu comecei a ler este livro sem expectativa nenhuma, porque as avaliações dele são bem fraquinhas. Mas me surpreendi ao me ver presa na narrativa, e torcendo para que as coisas mudassem para estes personagens. A autora conseguiu transmitir bem a sensação de abandono e solidão do deserto, e eu gostei muito de ler uma história que se passasse nesta região.

Essa história é bem dramática e em muitos momentos eu fiquei indignada com as atitudes dos personagens, especialmente a Madora, que sofreu uma lavagem cerebral impressionante, ao pensar que vivia um romance, quando na verdade, ela vivia em um relacionamento abusivo e era encarcerada nas mãos de um sociopata. Além disso, Madora era conivente com os crimes do Willis, e fazia tudo que ele lhe mandava.

É difícil acreditar em alguns pontos da  história, mas ao mesmo tempo, sabemos o quão fácil é para as pessoas serem ludibriadas por pessoas manipuladoras.

Apesar dos exageros, foi uma história que me envolveu bastante. Mas infelizmente o final foi bem decepcionante, com um enredo forçado na parte final que não me agradou. Não gostei da forma como a autora concluiu o livro e do destino que ela deu para alguns personagens.

"Madora Welles tinha 12 anos quando aprendeu que algumas garotas têm sorte na vida, e outras nem tanto." Pág. 9
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Paula 02/02/2014

Madora vivia em Yuma, Arizona, uma cidade de edifícios térreos, restaurantes de fast-food em cada esquina, poeira, calor e vento, muitos militares e um time de beisebol muito bom, só isso. Rachel, sua mãe, dizia que Yuma havia matado seu marido e que a cidade também a estava matando. Depois da morte de seu pai, Madora que contava com apenas doze anos, sabia que não era uma garota de sorte. Seu pai fora ao deserto e metera uma bala na cabeça, depois disso sua mãe negligenciara a filha, perdendo-se enquanto entrava na história de outras pessoas assistindo televisão, isso, para Rachel, era a sua salvação. Madora descuidou dos estudos, bebia e atirava-se no rio de drogas que corria pelo centro de Yuma juntamente com sua melhor amiga, Kay-Kay. Mas, mesmo sem um pensamento analítico ou introspectivo, Madora sabia que era diferente da sua amiga e de todos aqueles vagabundos em torno dela. O que ela mais queria era não ser diferente, arrancar de si mesma a parte que era como o pai, a parte sonhadora, esperançosa, aquele tipo de pessoa que faz pedidos às primeiras estrelas.

Em uma festa, com dezessete anos, Madora conheceu Willis Brock.

"Ela viu dois dele, às vezes três, flutuando como uma miragem; mas sua voz era clara e forte. Abaixo desta, a batida estalando e os riffs de teclado enfraquecendo até parecerem vir lá de longe no deserto, onde devia haver uma festa acontecendo, mas nada disso a preocupava mais.
- Não tenha medo, garotinha. Willis não vai deixar que nada de ruim lhe aconteça." (p. 14)

Cinco anos haviam se passado desde a noite em que Willis "resgatara" Madora, agora com 22 anos. Os dois viviam em uma casa no deserto da Califórnia, quase completamente isolados. Madora nutria esperanças de que Willis finalmente se sentisse pronto para casar e ter uma família, mas ele estava juntando dinheiro para terminar a faculdade de Medicina e seu trabalho como provedor de cuidados domiciliares e alguns turnos no lar de idosos não eram o suficiente, ele não estava pronto.

Madora sabia que Willis era estranho às vezes e que existiam partes dele firmemente trancadas, partes que não eram reveladas para ela, mas isso não a impedia de ama-lo. Madora aceitava todas as coisas que vinham de Willis porque seus caprichos e excentricidades eram o preço a pagar por ser amada e ter a certeza de que ao final do dia ele sempre voltaria para ela, afinal precisava dela tanto quanto ela precisava dele, o que ele deixara bem claro desde o começo.

"Pela experiência de Madora, mesmo as pessoas mais atraentes tinham imperfeições, uma saliência no alto do nariz ou uma pálpebra um pouco caída; mas o rosto de Willis não tinha nenhuma dessas assimetrias. Os dois lados correspondiam-se perfeitamente, e esse equilíbrio concedia-lhe não apenas beleza, mas também uma serenidade fascinante por não haver nada que precisasse ser ajustado. Na primeira vez que o viu, ele estava de pé na frente dela, na varanda da antiga casa no deserto. Tão bonito e calmo. Ela pensou que ele devia ser um anjo." (p. 23 e 24)

Os dias eram todos iguais e na memória de Madora os meses e estações se embaçavam: um verão era tão quente quanto o outro; um inverno tão seco quanto o próximo. A vida no campo parecia combinar com ela, mas a brutalidade da natureza a assustava. Ela vivia basicamente fazendo tarefas domésticas e seu único alívio era o viveiro de animais feridos e plantas murchas que cuidava. Foo, um pit bull que Madora encontrara quando filhote era a presença amigável que tornava seus dias menos monótonos, conversava com o cachorro sobre todas as coisas que lhe importavam enquanto Willis estava fora, praticamente o dia inteiro.

Sua rotina muda quando Willis leva Linda para a casa dos dois e a instala no trailer, a garota de 16 anos estava grávida e Madora passou a ser sua babá e empregada. Apesar da surpresa e confusão por ver aquela adolescente maltratada na sua casa sem qualquer aviso prévio, Madora sabe que Willis está exercendo apenas a sua bondade, salvando uma garota grávida e faminta que perambulava pelas ruas pedindo por ajuda.

Willis encontrara Linda em Arroyo, cidade a poucos quilômetros de distância onde Madora se encontrava. Em Arroyo um jovem também tinha sua vida mudada. Django Jones acordava em um quarto quatro vezes menor que o quarto em sua casa, onde vivia com seu pai e sua mãe, agora mortos devido a um acidente de carro. Jacky Jones era um guitarrista famoso e rico, sua esposa, Caro, era uma mãe adorável. Django, com doze anos, vivia com sua tia Robin agora, sua tutora por vontade de seus pais, apesar de Django nunca ter visitado a tia e sua mãe ter uma relação estranha com a irmã. A tia era gentil, mas parecia o tipo de pessoa fria e Django sentia que não apenas seus pais haviam partido, mas o Django que vivia em Beverly Hills também.

Enquanto Robin tenta conhecer sua irmã através de Django, o garoto passa seus dias em negação até encontrar Madora e tentar descobrir qual é o seu segredo.

Adeus à Inocência, de Drusilla Campbell possui uma narrativa rápida, que até confunde um pouco no início, mas que com o decorrer da leitura acaba dando à história um tom ainda mais cru, o que combina com os personagens, lugares e acontecimentos. Um romance cheio de suspense, violência doméstica e manipulação psicológica. Drusilla mostra como é possível manipular alguém através dos seus pontos fracos, seus medos e anseios. Madora é vítima dessa manipulação e cria um laço com Willis aparentemente impossível de ser desfeito. Ele é o seu herói, o melhor homem do mundo, incapaz de fazer o mal, mesmo que suas atitudes sejam suspeitas. Madora é grata e se culpa por pensar mal de Willis.

"Tudo o que Madora sabia do mundo era o que ela vira de detrás de Willis, na ponta dos pés, olhando por cima do ombro dele. O que ele disse fazia todo o sentido." (p. 28)

Linda, mesmo revoltada por sua situação, age docilmente com Willis e descarrega seu ódio em Madora. Com punições e recompensas, Willis controla Linda, numa relação doentia que acaba envolvendo Madora.

Tanto Django e Madora tiveram suas vidas apagadas e Robin, tia de Django, está no meio dessa teia em que encontramos os personagens envolvidos, tendo seu passado "roubado".

Manipulação, vulnerabilidade, decisões erradas e segredos. Drusilla consegue desenvolver uma trama densa e instigante, um livro que não dá para parar de ler!

"- Ó meu Deus, você está de brincadeira comigo. Você é muito estúpida. Sou uma prisioneira, Madora, sou a maldita de uma prisioneira. - Exibiu os pulsos algemados como para provar. - E você quer que eu agradeça? Corta essa. Diga onde está o meu bebê. Não podem simplesmente roubar uma criança. Há leis contra isso." (p. 85)

site: http://www.electricbeans.blogspot.com.br/2014/02/adeus-inocencia.html
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Marisa 26/01/2023

Gostei da leitura, no início é meio entediante depois que se pega o fio da meada, passa a ser um bom possatempo.
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Luana 21/06/2014

Resenha Adeus à inocência
Madora Welles tinha apenas 12 anos quando seu pai morreu de uma forma bem desagradável, após isso, sua mãe se trancou em seu próprio mundo e esqueceu que tinha uma filha. Sua vida mudou de uma forma radical, até ela conhecer Willis aos 17 anos, um sociopata, que depois do que aconteceu a sua irmã, queria salvar todas as adolescentes perdidas, que viviam no mundo das drogas, porém de um jeito muito estranho. Ela o viu pela primeira vez numa festa, e ele praticamente a salvou. Aparentemente Willis foi o anjo que a resgatou, apesar de algumas objeções de sua mãe, ela se entregou a Willis de corpo e alma, transformando-o na pessoa mais importante da sua vida.
Madora viveu 5 anos com Willis numa casinha no meio no meio do nada, tinha esperança de se casar e ter filhos, no entanto ela descobriu que as coisas não iriam ser bem assim. Ele a deixava sozinha o dia todo e suas únicas companhias era um cachorro pitbul que ela havia salvado chamado Foo, um coelho, e um coiote. Ela perdeu o contato com sua mãe, não tinha mais amigos, seu namorado não a deixava sair de casa sozinha, tinha uma vida solitária, mas nada importava se ela estava com Willis e ele a amava. Um dia Willis levou uma jovem de 16 anos, grávida para sua casa, alegando que estava salvando-a, assim como a salvou, fez Madora submeter-se aos caprichos da menina. Nesta mesma época Madora conheceu Django, um menino de 12 anos que apareceu misteriosamente nos arredores de sua casa e tornou-se a única companhia enquanto Willis estava fora. Django acabara de perder seus pais em um acidente de carro, seu pai era um famoso guitarrista que tinha lhe deixado uma grande fortuna, no entanto ela tinha que morar com sua tia, pois seus pais a haviam nomeado tutora.
Assim eles começam uma amizade, Django a faz enxergar o quão vazia é sua vida, e ver o monstro que Willis é, Madora começa a ver Willis com outros olhos, ela planeja abandoná-lo, no entanto, ela descobrirá que não vai ser tão fácil se livrar do sociopata que até então ela jurava ser o homem mais perfeito do mundo.
Adeus à inocência é uma história com romance, suspense, e um pouco de aventura. Drusilla Campbell, narra uma história que te prende do começo ao fim, mostrando partes de uma realidade, com uma pitada de ficção. Com personagens intrigantes, que perderam sua inocência, de formas tão diferentes, Madora, Willis e Django, são apenas vítimas das circunstâncias, que endureceram e os amadureceram para a vida, e tão cedo, deixando “crescer uma pele que não sangrava tão facilmente como outrora”.

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Polyana 23/02/2014

Resenha Adeus a Inocência
Madora tinha 17 anos quando Willis a “;resgatou”;. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos…
Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?





RESENHA:



Eu não sou dessas que se apaixonam a primeira vista! Mas quando li a sinopse de “Adeus a Inocência” eu realmente achei que depois de semanas com um bloqueio de leituras (por problemas pessoais) eu conseguiria voltar à ativa! A premissa é muito interessante e nos instiga a ler. Fiquei um pouco decepcionada, pois esperava mais ação, mas isso não quer dizer que não gostei do livro.

No livro acompanhamos em terceira pessoa quatro personagens: Willis, Django, Robin e Madora. Willis mostra como as pessoas podem ter dois lados, tendemos a culpá-lo, mas também conseguimos aos poucos entender sua personalidade. Django tem 12 anos que perdeu seus pais em um acidente de carro, e quando vai morar com a tia, perde toda a referência que tinha e se apoia na relação com Madora e seu cachorro. Robin gosta da vida pacata que leva, e a chegada de Django mexe com ela mais do que esperava. A verdade é que o Django mostra a ela que a vida pode ser muito maior do que a realidade que ela conhece.

Madora perde o pai com 17 anos e depois do fato, e a mãe praticamente esquece que tem uma filha. Começa a beber e a se drogar, e em uma dessas festas ela conhece Willis e foge com ele para o meio do deserto. Ela vive bem com ele, até Willis trazer uma menina grávida para o lugar onde eles moram. A semelhança de situações chama a atenção de Madora que começa a perceber uma realidade diferente do que ela imaginava.



A história é rica em detalhes e descrições e os personagens vão amadurecendo aos poucos, e eu demorei a entender o que a autora queria – mostrar que ninguém é feito apenas de defeitos ou qualidades, que todos possuem tanto um lado bom quanto um mau. O livro nos faz refletir em como a dor nos muda, no amadurece.

Adeus a Inocência traz a realidade de um relacionamento abusivo, onde o sequestrado cria laços com o sequestrador. E embora a história prometesse ser excelente, a riqueza de detalhes por vezes tornava a história maçante. Mesmo assim, é um livro que eu indico, que nos move a entender o sentimento das pessoas em situações adversas.



adeus à inocência



“(…) Ela imaginou como seria falar com ele num tom audacioso. Então se deteve. Imaginar já era perigoso, pois ela podia ficar tão à vontade em suas próprias opiniões que um dia se esqueceria e as falaria em voz alta.”



“Ela queria erradicar de si mesma a parte que era como o pai: um sonhador, um esperançoso, uma pessoa de fazer pedidos ás primeiras estrelas”.

site: http://miscelaneadasofia.com.br/
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Quel 24/06/2014

O que a vida espera da gente é um pouco de coragem
Lançamento do início do ano , Novo Conceito .

Acompanhei o lançamento desse livro , vi resenhas , comentários e muitas críticas , eu não conseguia entender , um livro com uma boa sinopse , capa bonita , bem elaborado .

Ganhei ele e decidi logo ler , e então entendi o porque de tantas pessoas falarem mal da história . Esse é aquele livro que começa bem e tem um final ruim , meio sem sentido , e que nos deixa perplexa , como se o tempo paraci , e a vida passasse a não ter mais sentido por conta do final que a autora fez . Não que tenha sido bom , é o contrário .

O livro é narrado por Madora Welles uma garota com muitos problemas , sua família nunca foi aquela que costumamos ver em comerciais de " margarina " , seus pais não tinham um bom relacionamento e tudo era motivo de briga , e logo aos 12 de idade viu a realidade diante de seus olhos , seu pai não aguentou a pressão que vinha de todos lados e acabou de suicidando . Madora perdeu o sentido de viver , seu pai sempre foi tudo em sua vida . Sua mãe deixou o papel de mãe , já não ligava mais para nada e se viu a mudança de Madara , nada fez .

Em uma de suas travessuras durante a noite conheceu o lindo Willis Brock em uma festa , um jovem com sonhos elevados, só um pouco mais velha que ela , ela a essa altura já tinha 17 .

Desde do encontro , passaram a se encontrar e logo entraram em um relacionamento , mas um relacionamento mais amigável , ele sempre a respeitou e o encanto que ela sentia por ele só fez crescer mais e mais , até que eles acabaram decidindo ir morar juntos .
Sua mãe Rachel ( minha chará ) não gostou nada da ideia , ela de cara não gostou de Willis , algo a incomodava , sabe aquele alerta de mãe ? pois é .

Madora não desistiu da ideia , e foi viver sua fantasia com Willis , prometeu visita-la sempre , mas isso com o tempo mudou .

Willis e Madora foram morar em um local bem distante , e meio deserto , Madora não estranhou nada , já estava bem apaixonada , e viveu sua vida " livremente " ao lado dele .

Cinco anos se passam , Madora agora tem 21 anos .

Ao lodo de Willis sempre foi feliz , mas surgi uma jovem , Willis aparece em casa com uma jovem grávida , a " Linda " .
Madora aceita a explicação de Willis , que segundo ele , foi por pena , e quis ajudar , já que ela não tinha um lar . E como ele tem experiência em alguns áreas da medicina poderia ajudar a jovem no seu processo de gravidez e até mesmo na hora do parto.

Neste meio ela conhece o Django um garoto de 12 anos , bem esperto , inteligente, que esta passando um tempo na casa da tia , que mora um pouco perto de Madora .

Em uma de suas explorações no lugar , acaba encontrando a casa de linda , e logo Django sabe que a algo estranho acontecendo , mas desconfia que nem Madora sabe , ele estranha o fato dela morar em uma área deserta , estranha e desconfia de Willis , do mesmo modo que a mãe de Madora sentiu que a algo estranho em Willis , ele também sentiu isso ao encontrar com o Willis pela primeira vez ( Willis é o " medico " que esta cuidado de sua avó ) .

Django é teimoso , e apesar de Madora sempre o mandar ir embora , mas para a alegria dela ele aparece para ela quase todos os dias , ele é a sua única companhia durante o dia , aliás não única , Madora tem um cachorro , o Foo , um Pit Bull muito fofo , mas Django sempre volta pois teme por Madora .

Surge uma amizade entre eles , mais o clima sempre parece tenso , e Madora começa a estranhar tudo aquilo .
Linda quando não esta histérica pedido socorro , as vezes conversa com ela e diz coisas horríveis de Willis para ela . Mas ela se recusa a acreditar nas acusações que linda faz de Willis .

Porém aos poucos ela vai descobrindo quem é o homem que ela havia imagino sendo o pai de seus filhos .

O final não é o que imaginei , não tem sentido nenhum .
É como se tudo tivesse sido um sonho , ela acorda , e segue sua vida como se nada tivesse acontecido .

Senti muita dó de Django , a autora não soube fazer um final digno para essa história .

site: http://raquel-ebooks.blogspot.com.br/ e http://irmandadeliteraria.blogspot.com.br/
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Maressa 15/04/2014

Adeus à inocência - Drusilla Campbell
Aos dezessete anos Madora enfrentava um período difícil. Após a morte do pai, a rebeldia e consumo de drogas passaram a fazer parte de sua vida. Numa noite tragicamente delineada, bebidas, cigarros, anfetamina e uma silhueta misteriosa mudaram o rumo das coisas. Willis a retirara daquela situação para lançá-la numa prisão ainda maior. Residindo durante anos numa casa isolada e distante de qualquer possibilidade de uma vida normal, Madora e Willis constroem uma estranha relação. Para Willis, Madora devia ser grata uma vez que ele a havia salvo - o que implicava nunca questioná-lo. E embora na maior parte do tempo ele fosse agradável, algo de obscuro ainda se escondia nos olhos de Willis.

Aos poucos, Madora se acostumou com a rotina. Esperançosa assim como o pai, ainda sonhava com o dia em que Willis a pediria em casamento. Porém, a chegada de uma garota trazida por ele lhe desperta desconfiança. Embora as circunstâncias mostrassem que havia alguma coisa errada, o discurso de Willis era convincente: sua retórica sempre fazia Madora se sentir egoísta e culpada. Um jogo de chantagem eficaz que a lançava de volta ao silenciamento e à obediência. No fundo Madora acreditava em Willis, realmente queria acreditar. Só mesmo a chegada de Django - um garoto inteligente e obstinado - para transportá-la de volta à realidade.

"Adeus à inocência" foi uma grande surpresa. Drusilla Campbell conseguiu explorar de maneira precisa a complicada relação entre Madora e Willis. A narrativa descreve a tensão de cenas cotidianas: a carência e fragilidade de Madora, a iminência de uma reação violenta por parte de Willis e a sensação de sufocamento mediante um cenário tão claustrofóbico. Ao mesmo tempo, as descrições de Madora ajudam a entender como uma jovem pode desenvolver amor por seu próprio sequestrador (o que parece caracterizar um caso de Síndrome de Estocolmo¹, embora não haja no livro qualquer referência quanto a isso). Na história, o temor e atração por Willis dividem os sentimentos da jovem. Como Madora poderia abandonar Willis se durante muito tempo ele foi sua única companhia? Como poderia acreditar que Willis pudesse ser algo além de um homem generoso?

Em meio a tudo isso, aparece Django: um personagem fantástico! Com a língua afiada, Django está sempre preparado para questionar e soltar meia dúzia de verdades. Aliás, Django parece bastante maduro para sua idade diga-se de passagem. Madora não poderia ter desejado melhor companhia que o garoto: nos momentos menos "graves" do livro confesso ter rido bastante das conversas entre os dois. Django é extremamente esperto e mesmo enfrentando a trágica perda dos pais, consegue ser bem divertido. O garoto representa ainda um ponto de conexão entre Madora e o mundo real. Por esta razão, definitivamente Django me conquistou.

Os capítulos finais do livro são mais agitados em contraposição ao ritmo mais lento da maior parte da narrativa. Embora uma ou duas coisas tenham ficado mal resolvidas, de modo geral o desfecho me deixou satisfeita. A diagramação do livro é simples e confortável (as letras estão num tamanho ótimo). A capa tem cores quentes e na parte central há a sombra de duas pessoas e um cachorro caminhando errantes por um deserto. Enfim, para quem gosta de histórias com uma pitada de suspense e drama "Adeus à inocência" está recomendadíssimo. Um livro despretensioso e na medida.

site: http://desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br/2014/04/resenha-adeus-inocencia.html
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Marcela Pires 14/11/2013

Recomendo
“Quanto mais conhecia Madora, mais sentia que havia nela solidão e tristeza que correspondiam aos mesmos sentimentos que havia nele e que, quando conseguisse encontrar uma maneira de conforta-la, isso o faria sentir-se melhor também. Ele não sabia como faria isso, mas estava determinado a inventar algo mais cedo ou mais tarde”. P. 149

Eu já li muito livro por achar a capa linda, mas quando vi a capa de “Adeus à inocência” confesso que tive que ler a sinopse para me interessar. Pela capa pareceu-me que a estória seria algo como “Morte e Vida Severina”, no entanto no decorrer da leitura vi que as únicas semelhanças eram o cão e o deserto.

“Adeus à Inocência” conta a estória de Madora, Willis e Django e se passa em Yuma/Arizona.

Madora é uma menina de 12 anos quando seu pai suicida-se com um tiro na cabeça no meio do deserto. Tal fato fez com que a família se desestabilizasse.

Passados 5 anos do ocorrido, sua mãe continua em depressão e a menina parou de estudar e se envolveu com más companhias.

Até que conheceu Willis Brock, um rapaz de cabelos compridos, bonito e extremamente respeitador. Ele coloca Madora na linha novamente e depois de alguns anos vão morar juntos numa casa abandonada no deserto. Madora é extremamente apaixonada por ele. Ela é capaz de todas as loucuras em nome desse amor, pois acredita em Willis cegamente, e deseja montar uma família com ele.
No terreno onde moram, além do casebre e de muito ferro velho espalhado, existe um trailler que serve de abrigo para a Linda, uma garota grávida que Willis sequestrou e aprisionou. Willis tem um dom de persuasão muito forte e convence Madora que esse é o melhor que eles podem fazer por uma garota grávida e perdida.

“Mesmo as jovens ainda com gordurinha da infância. As mais velhas, as magrelinhas, usavam jeans abaixo dos quadris estreitos, ostentando tatuagens de borboletas e os T das calcinhas fio dental. Havia 2 ou 3 que ele seguira até em casa no passado para certificar-se de que estariam a salvo. Ele queria jogar casacos e cobertores sobre todas elas, sair com elas embrulhadas, trancá-las até que caíssem na real e encontrassem alguma dignidade, algum amor-próprio”. P. 137

Nesse meio tempo, conhecemos Django, um garoto de 12 anos que perdeu o pai e mãe num acidente de carro. Ele é de família extremamente rica, pois seu pai era um guitarrista astro de rock, porem agora sem eles, o garoto teve que ir morar numa cidade desértica com a tia Robin, uma mulher um tanto fria que ele mal conhece.

Django e Madora começam uma amizade e aos poucos ela consegue perceber que nem tudo é como imagina/parece.

“Quem teria imaginado que Madora fosse desenvolver pensamentos próprios?” p. 144

A escritora mostra 3 personagens completamente diferentes, conseguimos entrar na mente de cada um deles e até mesmo entendê-los.

Madora sofreu demais a perda do pai e de certa forma coloca Willis no lugar dele, este tem alguns motivos que o levaram a uma ideologia fanática de “salvar meninas”. Django apesar de ser um menino ainda, tem uma forte visão do que é certo e errado. Ele é a consciência que faltava a Madora.

=> Será que conseguirá resgata-la do fundo do poço?

A narrativa é em 3ª pessoa, as estórias se intercalam, ora ficamos com a estória de Madora ora com a de Django.

A leitura é rápida, dinâmica, tem momentos de suspense e o que mais me deixou intrigada é que mesmo tendo lido o livro inteiro, ainda não consigo ter um posicionamento sobre Madora, e é exatamente esse mesmo sentimento que a permeou o livro todo.

=> Será que ela é tão culpada quanto Willis?

O deserto em que vivem não é só físico, como também emocional e psicológico. Todos personagens vivem numa desolação, numa falta de esperança. Achei sensacional a escritora conseguir nos mostrar tão bem essa ligação.

Gostei muito da estória, principalmente porque é muito atual e o mais interessante é como a escritora conseguiu humanizar cada uma das personagens.

site: www.mulhericesecialtda.com
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Psychobooks 21/07/2014

Classificado com 3,5 Estrelas

Eu estava com as expectativas superbaixas. Já li resenhas supernegativas do livro e não esperava um enredo com muitas reviravoltas nem uma escrita muito refinada.

Adoro me surpreender!

Esperava um livro enfadonho e o que encontrei foi uma história super-real e emocionante, que demonstra com muita verossimilhança a vida de muitas mulheres que vivem assombradas e subjugadas por seus parceiros.

- Enredo e desenrolar da história

Drusilla escreveu sua história dentro de 12 anos. De início conhecemos Madora com 12 anos. Seu pai acabou de se suicidar e sua mãe ficou meio fora do ar e a negligenciou. Madora cresce e passa a participar de festas e a abusar do álcool e das drogas. Quando sua mãe percebe o caminho que ela está tomando, já é tarde. Madora conhece Willis e então sua vida tem uma reviravolta. Aficionada pelo homem, a garota passa a fazer tudo o que ele manda. Cinco anos passam e voltamos ao ponto de vista de Madora, dessa vez mais velha e mais subjugada.

Willis a leva no cabresto e faz dela o que bem entende. Afastada de tudo e de todos, sua visão do namorado começa a mudar quando ele, num dia de chuva, traz Linda, uma garota de 16 anos que está grávida, e a prende em um trailer na propriedade.

Nessa mesma linha de tempo conhecemos Django. De início seu papel na história fica meio confuso. Ele tem 12 anos e acabou de perder os pais em um acidente de carro. Django também teve sua vida completamente mudada e agora tem que morar com a tia Robin, com a qual nunca teve nenhum contato. Filho de um astro de rock e acostumado a viver com regalias, Django terá que se acostumar a viver numa cidade pequena.

- Narrativa e mote do enredo

Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu raptor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma serie de doenças psicológicas aleatórias.

Não sei quanto da síndrome pode ser característica do que Madora passou, mas acredito que era isso o que a autora tinha em mente quando compôs sua personagem. A narrativa corre em terceira pessoa, sob o ponto de vista de quatro personagens: Madora, Willis, Robin e Django. Madora e Django são os personagens com mais destaque, mas a visão dos outros dois é essencial para o bom entendimento do enredo.

Mas a personagem central é Madora. Há cinco anos ela vive com Willis. Há cinco anos ela se anula por ele e um momento é tudo que precisa para passar a enxergar sua vida sem o tapume que seu namorado colocou sobre seus olhos. Mas o foto de ela enxergar que há algo errado em seu relacionamento, não significa que a personagem já está mudada e é nesse ponto que acredito que o gosto dos leitores diverge.

Drusilla vai, com muita calma, narrando a rotina entediante de Madora e aos poucos mostrando seu amadurecimento e as pequenas revelações que vai tendo com seu cotidiano. Cada ação que a personagem tem, por mais boba que pareça, é uma nova pedra que ela assenta para sua liberdade.
Essa forma de escrita foi, para mim, superverossímil. A personagem não podia sair do estado de resignação de uma hora para a outra, ninguém acorda um dia e enxerga todos os defeitos que sua vida tem. Madora fica numa briga interna durante toda a narrativa, com a consciência brigando com seu coração. O certo e o errado se misturam; a luta contra a lavagem cerebral que sofreu durante tantos anos é longa.

- Personagens e sua importância na narrativa

A autora criou apoios à essa libertação de Madora. Django é um deles.
O menino tem seu próprio embate interno e vê em Madora a possibilidade de restabelecer sua vida. Ele é peça importante em seu crescimento e adorei a forma como a autora o compôs: um menino criativo, fantasioso que está sofrendo muito e faz de tudo para conseguir se distrair.

Robin, para mim, foi o que tirou estrelas do livro. A tia de Django também está passando por um momento de mudanças. Solteira com 43 anos, não esperava ter sob seu teto o filho da irmã. Mas a forma que a autora a abordou e as revelações que têm na narrativa me deixaram bem desgostosa. Achei desnecessário.

- Vale a pena, Alba?

Achei a leitura fluída e atraente. Entendo quem não gosta por ser um enredo mais parado, mas adoro a forma como o livro foi centrado em Madora, uma vítima que alguns podem não achar tão vítima assim.

Os títulos tanto em inglês quando em português ficaram perfeitos. "Little girl gone" sumariza tudo o que a história quer contar e "Adeus à inocência" trata mais do momento vivido por Madora ao perder a inocência de sua visão de contos de fadas que tinha de seu captor.

Não espere grandes cenas de ação nem revelações investigativas bombásticas. É uma história intimista sobre uma mulher que se perdeu e dentro da dor, se reencontrou.
Recomendo.

"(...) Ela imaginou como seria falar com ele num tom audacioso. Então se deteve. Imaginar já era perigoso, pois ela podia ficar tão à vontade em suas próprias opiniões que um dia se esqueceria e as falaria em voz alta."
Página 41


site: www.psychobooks.com.br
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Dani Cabral 15/04/2014

Tá, calma, você leu a sinopse do livro? O que você pensa?

Eu pensei: Nossa, um livro policial, estilo Mentes criminosas!!!

Vamos lá. O livro começa com a protagonista, Madora, com 12 anos. Com uma história de vida conturbada, suicídio do pai e uma mãe que não está muito a fim de ser mãe, ela mora em uma cidade pequena.

Como toda cidade pequena sem muitas oportunidades de diversão, ela entra numa vida de álcool, drogas. Como diz Renato Russo, festa estranha com gente esquisita.

Um dia seguindo a amiga, que não era nada gente boa, ela conhece Willis.

Ao se declarar a ela e dizer que vai cuidar dela, Madora se sente protegida e amada e resolve fugir com ele.

Há um pulo de cinco anos na história e a menina ainda mora com Willis e um cachorro.

Depois de tanto tempo morando com seu teoricamente amado, Willis aparece com uma garota grávida e a tranca num trailer ao lado de onde eles moram e pede que a menina cuide da grávida.

Em um momento conturbado da vida ela, Madora, conhece Django. Um garoto que ao perceber que Willis não era nada legal começa a investigar ele.

A história é narrada pelos personagens, várias visões, o olhar do psicopata, da amada/refém, do garoto investigador e da tia dele, com quem ele mora.

Sabe, a gente escuta muita história de meninas que veem em alguns homens como a proteção para seus males e ao mesmo tempo tem medo de deixa-lo por se tratar de pessoas de difícil convivência, achando que um dia poderá “curá-lo”.

A narração te prende, apesar de ser um livro grande, você não fica cansado de ler.

Esse livro foi o primeiro da autora e é mais um dos “book tour” que participo da Arca Literária.

Super recomendo para você que gosta de um livro que te deixa com o coração acelerado a cada página.

site: estantedomanuel.blogspot.com
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