PorEssasPáginas 21/05/2014
Depois que li o primeiro livro da série, Bruxos e Bruxas, confesso que não me animei a ler o segundo. Mas é sempre bom dar uma segunda chance a uma série, nunca se sabe. Bem, no meu caso não foi muito legal…
No final de Bruxos e Bruxas temos uma cena que é um típico cliff-range, daqueles que você fica sentado na ponta da cadeira, não vendo a hora para o próximo capítulo (isso se você gostou, no meu caso, não rolou). Aí, no começo de O Dom temos uma cena completamente diferente e aleatória.
Mas enfim, temos então nesse segundo livro, como é de se esperar, os dois jovens bruxos ainda se acostumando com seus poderes e descobrindo do que mais são capazes e qual o Dom de cada um. Apesar disso, eu não senti qualquer amadurecimento por parte dos protagonistas, principalmente da Wisty. Os autores até tentaram colocar alguma cena mais dramática em determinado momento, mas não foi convincente o bastante para me cativar e fazer entender que os dois estavam amadurecendo.
Para falar a verdade, achei tudo muito forçado e talvez por isso eu considere esse livro mais atraente para uma faixa etária mais jovem (11 a 14 anos), porque me pareceu uma caricatura de uma série de desenhos animados (e deixo registrado que eu gosto de desenhos animados).
Vejam bem: temos dois jovens que são separados dos pais e se descobrem bruxos; os dois tem um poder potencial que pode derrotar a Nova Ordem – que só não proíbe de respirar porque senão ela também morre; temos um vilão estilo super-phoderoso, mas que é suficiente burro para deixar os mocinhos escaparem SEMPRE de alguma forma e temos os coadjuvantes que são amigos dos mocinhos, podem virar a casaca de repente ou podem se tornar o alvo amoroso dos mocinhos ou vice-versa (sendo correspondidos ou não).
Isso é quase uma caverna do dragão, não é não?
Os capítulos continuam curtos, narrados por Whit e Wisty, as cenas de ação são rápidas demais, ainda dando aquele toque de aventura estilo Indiana Jones, tentando também adicionar o lado cômico, a maioria das vezes estrelado pela Wisty, que tenta nos cativar com sua língua afiada cheia de sarcasmo e ironia (comigo não funcionou). Whit tem um jeito mais introspectivo e romântico, até, e também tem seus momentos cômicos, mas também não me convenceu.
Temos mais participações do Único, o vilão com o nome mais estranho que já vi, aumentando minha suspeita acima de parecer mais um roteiro de desenho animado. Além dele, eu destaco aqui o Byron, que mostra a que veio – se bem que eu imaginava outro destino para ele, mas enfim.
Como eu disse acima, as cenas de ação foram rápidas e as sequências entre capítulos às vezes podem confundir a cabeça do leitor, já que muitas vezes não eram sequenciais Então tínhamos muita coisa e ao mesmo tempo nada acontecendo, porque não havia respostas para os mistérios da trama, as dúvidas desde o primeiro livro só aumentaram, tivemos apenas a ação por ação. Foi muita ação para pouco enredo e isso me irritou.
Como o primeiro livro, os protagonistas não me cativaram e se mostraram imaturos e inconsequentes, sem amadurecimento. Foi como se os autores subestimassem os jovens de hoje em dia quanto a sua capacidade de pensar e agir.
Sinceramente, infelizmente essa série não é para mim. Eu sei que muitos gostaram, mas por enquanto eu desisto. Lendo os dois volumes, eu continuo afirmando que esse tipo de leitura seria recomendado para jovens entre 11 e 14 anos (e eu leio muito infanto-juvenil). Para quem quiser se aventurar, a Novo Conceito já lançou Fogo, mas não esperem resenha do terceiro livro por aqui, pelo menos não tão cedo.
site: http://poressaspaginas.com/resenha-o-dom