Marselle Urman 05/01/2015
Li os volumes 2 a 6 em menos de 48 horas, porque simplesmente não conseguia parar. A estória e as imagens ficavam ruminando na minha mente. Como mergulhei de cabeça, não foi possível para mim resenhar cada volume individualmente.
Não tenho nenhuma dificuldade em afirmar que essa foi a melhor graphic novel que li desde Sandman. O universo criado na mente de Joe Hill é insano e delicioso ao mesmo tempo. Encontrei aqui aquela graduação de mergulho na magia e na insanidade que tanto aprecio: num instante temos uma família totalmente comum que passou por uma tragédia... momentos depois a magia começa a despontar, e logo toda uma cidade está afundada nela até o pescoço.
Há temas sociais que são tratados de forma sensível e natural, sem se tornar aborrecedores. Temos a angústia da adolescência e o turbilhão de sentimentos exacerbados, o bullying na escola, o preconceito racial, o preconceito de opção sexual, o preconceito com portadores de deficiência; entre várias outras nuances. Tudo isso está lá, numa comunidade comum, assim como na nossa vida.
Fiquei absolutamente encantada com as personagens. Todos eles tem uma profundidade e uma naturalidade que não tenho encontrado nos romances ultimamente - OK, o formato objetivo da graphic novel ajuda, mas pra mim o mérito é de Hill e Rodriguez que criaram seres muito reais. Por isso mesmo todos são apaixonantes ( exceto a mãe de Ellie Whedon) e fiquei profundamente encantada com todos, especialmente Bode Locke, Rufus Whedon e, claro, Lucas Caravaggio.
O pincel de Rodriguez deu vida e forma às idéias insanas e maravilhosas de Hill.
O conceito das chaves é original e fantástico.
Não tenho absolutamente nenhuma crítica ou sugestão de melhora aqui.
Foi perfeito.
Pena que acabou tão rápido.