Outros Tempos

Outros Tempos Leonardo Nóbrega




Resenhas - Outros Tempos


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Mauro 23/06/2023

Um filme Noir na capital alencarina
Outros Tempos de Leonardo Nóbrega é um livro bastante ambicioso e que consegue atingir praticamente tudo o que pretende.
É um verdadeiro "film noir" que se passa na capital cearense nos anos 40. Aqui acompanhamos Ulisses, um jornalista investigativo que busca desmantelar uma conspiração nazista em plena a capital nordestina. O livro possui espionagem, investigação, ação, mistério, traição, e um quê de nostálgico pelo autor recriar um passado fortalezense bastante crível, onde é possível sentir que ele fez uma pesquisa grande.
É uma história muito boa de ler. Único ponto estranho na obra é o plot em que Ulisses é um homem que não sabe se é alguém dos anos 40 ou alguém do presente, e ele busca entender qual dos dois tempos é real.
O livro já possui uma narrativa redondinha, então esse subterfúgio de viagem no tempo, ao meu ver, é sobressalente, não contribui nem atrapalha a trama central, se bem que é um bom chamativo à obra.
Nota: 8,5
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VâniaAkira 11/06/2018

outros tempos mesmo
adorei conhecer minha cidade através desse escritor ... muito interessante a leitura e o romance que tem... Uma história cheia de mistério que surpreende em alguns momentos... o final achei que ficou um pouco a desejar mas não matou a história como ela è ao todo !
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Rubens Rodrigues 02/09/2015

Há tempo para tudo...
Nascido na década de 1960, Leonardo Nóbrega parece o tipo nostálgico que sente falta daquilo que não viveu. “Outros Tempos”, seu romance de estreia, já começa descrevendo ações, personagens e momentos como se o autor tivesse puxando de sua memória afetiva. O estilo é uma espécie de aviso: pode chegar junto, leitor, no aconchego dessas páginas nós vamos voltar no tempo.

Com a capital do Ceará como plano de fundo, retornamos, dos dias atuais, para 1942. O jornalista Ulisses, em uma cidade com ares de Paris, acaba se envolvendo em uma série de eventos relacionados à Segunda Guerra Mundial, com, até mesmo, uma célula nazista instalada no Brasil.

A narrativa é uma aventura pela Fortaleza antiga, passando por lugares conhecidos por cearenses e revisitando a História. Nóbrega lembra de uma Praça dos Mártires divida por classes sociais, além de servir como palco para execuções na Confederação do Equador. A Praça do Ferreira, um dos principais cartões postais, também aparece de forma recorrente, já que é endereço do Diário Alencarino, local de trabalho do protagonista.

A trama começa devagar, situando o leitor no contexto da época, e se desenvolve com mais intensidade no meio do caminho para o clímax. A partir de então, o autor demonstra maior domínio pelo plot que propôs no início, apelando, no bom sentido, para a memória afetiva do cearense. Um dos exemplos mais fortes é o caso do Cão de Itaoca, lenda urbana passada por gerações. Se por um lado isso ajuda a desencadear a empatia do leitor conterrâneo, pode não afetar da mesma forma outros públicos, mas ajuda a apresentar essas particularidades.

Descobrir aos poucos como o escritor trabalha temas como espionagem e o contexto de guerra em terras alencarinas é o mais divertido, diga-se de passagem. A dinâmica escolhida com os capítulos curtos ajuda a segurar o leitor como quem domina o tempo que rege o enredo. Dessa forma, Nóbrega mostra que há tempo para tudo. Até para descobrir quem as pessoas realmente são.

site: www.reporterentrelinhas.wordpress.com
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Amanda Viana 16/09/2014

Resenha postada no blog Geek & Pop
~link ao final

Começamos a leitura sem saber muita coisa ou quase nada à respeito de Ulisses, que aliás, irá descobrir que nada sabe de sua própria vida também. Não a de 2013, mas a de 1942. Isso mesmo! O protagonista desta história possui duas vidas paralelas em tempos diferentes e não sabe como isso funciona, como volta ou avança na linha do tempo. É um mistério absoluto. Uma questão para deixar qualquer um desnorteado que já seria um grande problema para se resolver.

Ao decorrer da narrativa, vamos sendo introduzidos juntamente com Ulisses ao seu mundo em 1942. Um jovem jornalista de Fortaleza, capital de Pernambuco. Uma época bem agitada para se trabalhar num jornal, em tempos de 2ª Guerra Mundial e com o Reich esticando seus braços pelos territórios brasileiros com reuniões secretas de nazistas e simpatizantes. Ulisses descobre que tem uma vida bem agitada em meio às investigações jornalísticas, mas ainda mora com os pais e tem uma bela namorada, Lygia. Admite que tem uma estranha sensação de pertencer àquele lugar e saber como se comportar, mas ainda traz costumes, gírias e lembranças do futuro. Além de tudo isso, sabe coisas que ninguém mais sabia sobre o futuro!

Um certo dia se vê envolvido por uma trama misteriosa: o assassinato brutal de uma jovem francesa que trazia uma encomenda endereçada a ele. A partir desse dia, Ulisses se dedica a investigar por conta própria, sendo muitas vezes auxiliado pelo amigo Pedro, pelo padre Genaro (que aparenta saber mais do que diz), a namorada Lygia e o delegado Carlos. Quanto mais vai cavando fundo nesse buraco, descobre que sua vida neste outro tempo está comprometida em combater as influências nazistas no Brasil, como um agente de um grupo secreto.

De vez em quando, Ulisses viajava sem querer para o futuro. Às vezes era um piscar de olhos, como um filme passando à sua frente, outras vezes era um dia todo vivido e depois voltava, não sabia como. O autor descreve muito bem os dois momentos, 1942 e 2013, fazendo uma comparação de como era a cidade de Fortaleza tempos atrás. Sobre as ruas livres do trânsito congestionado, os bares, passeios, praças, a vida pacata em família que conversavam mais entre si e faziam suas refeições juntos à mesa. Esse é, com certeza, o ponto forte deste livro. A capacidade de nos transportar também para àqueles tempos!

Mas também possui alguns deslizes de formatação, como pontos-finais esquecidos e falas de diferentes personagens sobrepostas uma sobre as outras. Em muitos trechos me perdi sobre quem estava falando justamente por não haver uma separação mais demarcadora do que somente aspas após aspas num mesmo parágrafo. Além da separação entre narração e a fala.

Para finalizar, eu queria muito ter entendido mais sobre essas viagens no tempo do Ulisses! O autor só deixou um ponto de interrogação enorme piscando em cima da minha cabeça: ele viaja mesmo no tempo ou é um louco e imaginou tudo isso? Acho que, na verdade, Leonardo Nóbrega deixou uma brecha para cada um interpretar como quiser... mas se eu estiver errada sobre isso, quero mais um capítulo só com a explicação haha!!

site: http://geek-pop.blogspot.com.br/2014/09/resenha-outros-tempos-leonardo-nobrega.html
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Poesia na Alma 17/07/2014

Resenha - Outros Tempos
O livro Outros tempos, do Leonardo Nóbrega, 311 páginas, chegou a mim de forma inusitada e foi tomando espaço na minha estante de clássicos. Em cada página degustada, sim degustada, criei paixão literária pela escrita do Leonardo.
Outros tempos além de ser inusitado em mercado de ‘mesmice literária’, que já conta muito para o autor, tem ‘pegadas’ linguísticas peculiares e capazes de deixar melhor que já é bom. Leonardo não exagerou na medida, soube perfeitamente mesclar mistério, sacarmos, assassinatos, filosofia e psicologia numa narrativa interessante, num espaço físico que amo: fortaleza e bem fundamentada no tempo de Cronos.

Ulisses, um jovem bem-sucedido jornalista que vive na bela e agitada cidade de Fortaleza, tem sua despreocupada vida de solteiro transformada quando acorda, numa manhã qualquer, no ano de 1942. Nessa "nova" vida, no passado, o recebimento de um pacote misterioso deixado para ele pela bela Camille o envolverá em uma série de eventos relacionados com a II Guerra Mundial, com uma célula nazista no Brasil e com a resistência brasileira, que o levará, alternadamente em suas duas vidas, por um labirinto angustiante de segredos, códigos, tradições e mortes, mas também de poesia, festas e romance. Uma história envolvente e surpreendente.

Imagina sentir falta do futuro? Não de maneira psicológica, mas na força de Cronos. Como seria dormir em 2013 e acordar no século passado em meio a uma guerra? É assim a vida de Ulisses, com o presente atrelado ao passado e futuro, e, lógico, vocês pensarão, mas a de todo mundo é assim. E eu digo: com Ulisses é mais concreto.
A questão não é conviver com essa loucura temporal, mas descobrir a sua função, que nem o próprio sabe qual é. Tudo que ele sabe, é que não controla o tempo e, por vezes, acorda em 1942 rodeado de Nazista. Coitado!
O livro ainda tem paixão, espionagem, traição e muito, muito suspense sobre um envelope deixado por Camille - bela mulher que marca um encontro com Ulisses, mas é assassinada - e entregue pelo Padre Genaro.
São muitas informações, não é o tipo de livro de leitura fácil, simplória. Por isso, degustar é mais indicado! Às vezes, me decepciono com alguns autores nacionais; no caso do Leonardo, o acaso do tempo, fez com que eu tivesse a sorte de conhecer sua obra.
Ele foi muito esperto no que concerne a usar o próprio conhecimento técnico no livro, coisa que nem todo mundo sabe fazer, só o escritor maduro. Consegui entrar na Fortaleza de 1942 e não querer sair, na verdade, queria, por vezes, entrar na própria história e ser protagonista.
Abro aqui, pauta para diagramação e revisão e linguagem que foram tratados com delicadeza e excelência. Muitos autores, ou por não saberem ou por acharem que sabem de tudo, não se preocupam com detalhes que são necessários à obra.

Entre retrô e moderno Outros tempos já está entre os melhores de 2014!
http://poesianaalmaliteraria.blogspot.com.br/search/label/resenhas

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Dani Cabral 13/05/2014

A época é relativamente tensa, no meio de uma grande guerra.
O ano? 1942.
Cidade? Fortaleza.
Você saberia como se comportar se de repente acordasse anos antes? Ou pelo menos na transição entre os anos de 2013 e 1942. É de enlouquecer, né?
Isso acontece com Ulisses, jornalista que, a principio, é bem sucedido, acorda em 1942 sem lembrar bem onde está o que faz e nem quem são as pessoas que o cercam.
Quando ele acorda em 2013 ele investiga o ano do passado, mas é tudo muito confuso na cabeça dele.
Leonardo Nóbrega construiu uma história eletrizante, contada em uma linguagem muito formal, que nos transporta para Fortaleza da década de 40, onde os detalhes descritos pelo autor nos passa a nítida impressão de estarmos lá.
Eu não conheço a cidade, mas depois de ler o livro fiquei muito curiosa para conhecer cada cantinho descrito no livro.
A capa é linda, a diagramação muito boa, os capítulos são curtos, isso faz com que a história flua melhor, por conta da linguagem rebuscada.
A história tem muito do que acontece em épocas de guerra, sangue, traições, nazismo.
Eu como historiadora e especialista em segunda guerra mundial, particularmente gostei muito da abordagem dos assuntos pelo autor. Leonardo demonstrou ao longo do livro uma pesquisa muito detalhada da história mundial.
Super recomendado para você que gosta de história, mas principalmente para você com espírito investigativo.
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Arca Literária 23/03/2014

Outros Tempos
O ano era 1942. Fortaleza vivia uma ascensão política e convivia também com o mal da guerra mundial que assolava a Europa. Em um jornaleco simples da cidade trabalhava Ulisses, um poeta e jornalista, atormentado por lembranças de um futuro distante e pela amnésia de seu presente; que foi aos poucos descobrindo quem era e em que estava metido.

O livro traz aos moradores de Fortaleza, em especial, um ar de nostalgia, com suas bem detalhadas descrições de praças e ruas do centro da cidade onde a maior parte do livro é ambientada. Não creio que leitores do Brasil irão ter problemas ao se situar, mas não saberão como eu a importância de um pastel quentinho com caldo de cana em frente à Praça do Ferreira, local onde na época era cercado de intelectuais.

Trazendo uma temática de guerra e espionagem, onde nazistas estariam aqui para transformar o Brasil em um de seus braços na disputa, uma organização criminosa recrutava jovens com passado escuso para participar desse grupo ou até mesmo manipulavam pessoas para poder fazer teste biológico em crianças. Em contra partida, um grupo antinazismo onde nosso herói Ulisses e seus companheiros Padre, Genaro e uma francesinha charmosa chamada Camille lutavam com todas as garras para manter esses soldados longe de nossa cidade e sempre com os olhos abertos para toda a possível ameaça que surgisse; como um suspeito circo alemão que andava na capital.

Entre idas e vindas do futuro, Ulisses utilizava essas viagens no tempo para poder buscar mais dicas de como ajudar a expulsar os nazistas de sua cidade e permanecer vivo também.

Toda história traz uma linguagem bem formal o que é um ponto forte por se tratar da época no qual o livro se ambienta; um outro ponto positivo são os capítulos curtos, um cuidado muito especial na arte da capa e na gravura que se estendem pelo livro anunciando cada novo capítulo.

No mais, os personagens são muito bem elaborados, cada um com seus minuciosos detalhes e segredos, cada um agindo como proposto, sem que em momento algum você pudesse notar alguém indo de encontro a sua natureza; descrevendo até traços psicológicos dos personagens como exemplo: o Inspetor da polícia Carlos, que tinha sua mania de arrumação de mesa muito peculiar.

Surpresa é a palavra que escolhi para esse livro. Surpresa do começo ao fim, uma grande aventura de tirar o fôlego e de deixar o leitor instigado a devorar capitulo por capitulo até chegar ao “gran finale” que talvez seja a maior de todas as surpresas, e provavelmente a menos agradável de todo o livro (como foi para mim).

Fico por aqui esperando acordar em Outros tempos onde a Vida seja repleta de aventura, e menos dolorida.

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Outros Tempos é livro de minha terra natal, Fortaleza, escrito pelo Cearense Leonardo Nóbrega, que além de talentoso escritor é psicanalista e professor de Geografia. Já em seu primeiro livro me trouxe a certeza de que ele é um grande escritor e que sua segunda obra será uma delicia como essa foi!

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Esta resenha foi desenvolvida por Paulo Carvalho resenhista do Arca Literária e do Blog Vendedor de Rins

site: http://vendedorderins.blogspot.com.br/
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Leitor Sagaz 18/01/2014

Uma obra de tirar o folego, excelente!
Resenha publicada no blog Leitor Sagaz

Na história vamos acompanhar o promissor jornalista Ulisses, residente na cidade de Fortaleza CE 2013, mas em um belo dia ele acorda sobressaltado, sentindo que tinha algo tremendamente errado, e realmente estava, ele não conhecia aquele quarto, aquela casa e ao abrir a janela se deparou com a linda e bucólica Fortaleza de 1942.

Não vou me estender nos pormenores da história, quero passar para vocês apenas o contexto geral e como foi prazerosa a leitura desta obra.

Ulisses mora com os pais, também é jornalista em 1942, sua memória é um dos pontos interessantes da história, pois ele se lembra do futuro e também tem flashes dos acontecimentos daquela época, imaginem a confusão que se passa em sua mente.

Em 1942 nos vemos face a face com o nazismo, a guerra assombra a todos, nem a pacata e bela cidade de Fortaleza está fora do alcance dos braços inescrupulosos do nazismo.

Por ser um jornalista dedicado e já ter desmascarado muitas falcatruas e sempre priorizar pelo bem, Ulisses acaba sendo arregimentado para o grupo de resistência brasileiro, isso o colocará no meio de:
*Espionagem
*Assassinatos
*Traição
*Armas secretas
*Guerra

Como lidar com tudo isso e ainda ter que a cada dia, entender suas próprias memórias, se redescobrir a cada relato do seu tão estimado amigo e companheiro de trabalho Pedro, se deleitar em noites de poesia costumeiras mas que para ele era como se fosse a primeira vez, ver que sua namorada é uma estonteante mulher, a bela Lygia, fascina a todos com sua rara beleza.

Leonardo Nóbrega conseguiu mesclar tudo isso de maneira excelente, os capítulos são pequenos e isso me agradou muito, pois sempre nos deixa naquela de querer ir para o próximo e descobrir como acaba a história.

A descrição da cidade em 1942 e os diálogos propostos para aquela época, foram os detalhes que me fizeram imergir nesta obra de uma maneira única, nos sentimos transportados para aquela época. Terminei de ler o livro lá pelas 23h e isso me proporcionou uma noite maravilhosa de sonhos na Fortaleza de 1942, realmente foi uma leitura muito prazerosa.

Espero que vocês também mergulhem neste romance, acompanhem o que acontecerá com este grupo nazista infiltrado no Brasil, Ulisses vai continuar em 1942 ou retornará para 2013? Lhes digo o seguinte:

"Você ficará preso nesta história mesmo depois de termina-la. O final é surpreendente."

Alguns quotes:

"Como é tênue e embaçada a fronteira entre o objeto útil e a mortífera arma, o que diferencia os dois lados de um mesmo objeto é apenas o uso feito por aquele que o empunha, seus humores e temores. Isso é terrificante."

"Aquela mulher de preto Simples,
Exuberante Feriu o tempo por um instante
Naquele momento só ela...
Ela e o seu vestido preto
Simples. Exuberante
Como são os vestidos das molas do sertão!
Não sei se aquele perfume,
Cheiro de fêmea que se sabe fêmea,
Exalava das pequeninas flores do vestido
Ou do bustos macio / emoldurado em um decote /
Escondido egoisticamente
Generosamente a mostra"

"Quão tristes são esses seres sem alma e coração que passeiam entre nós em tão grande número. Qual será o recheio que sustenta suas cascas?" Questionou Ulisses. "Será que eles não percebem que não vivem, apenas representam suas pequenas tragédias cotidianas que, no fim, sabemos todos como terminam. Daqui a mais cem anos quem serão eles? Ninguém! Estarão totalmente esquecidos. E o que fizeram para deixar o mundo melhor do que o encontraram? Faria alguma diferença se essas pessoas nunca estivessem estado aqui, entre nós?"

Bem pessoal é neste misto de ação e poesia que me despeço de vocês, espero que tenham gostado da resenha e depois me digam o que acharam do livro. Abraço e até mais.

Diego de França

site: http://leitorsagaz.blogspot.com.br/2014/01/resenha-outros-tempos-leonardo-nobrega.html
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Stark or Snow 21/12/2013

[Resenha] Outros Tempos – Leonardo Nóbrega
O ano era 1942. Fortaleza vivia uma ascensão política e convivia também com o mal da guerra mundial que assolava a Europa. Em um jornaleco simples da cidade trabalhava Ulisses, um poeta e jornalista, atormentado por lembranças de um futuro distante e pela amnésia de seu presente; que foi aos poucos descobrindo quem era e em que estava metido.

O livro traz aos moradores de Fortaleza, em especial, um ar de nostalgia, com suas bem detalhadas descrições de praças e ruas do centro da cidade onde a maior parte do livro é ambientada. Não creio que leitores do Brasil irão ter problemas ao se situar, mas não saberão como eu a importância de um pastel quentinho com caldo de cana em frente à Praça do Ferreira, local onde na época era cercado de intelectuais.

Trazendo uma temática de guerra e espionagem, onde nazistas estariam aqui para transformar o Brasil em um de seus braços na disputa, uma organização criminosa recrutava jovens com passado escuso para participar desse grupo ou até mesmo manipulavam pessoas para poder fazer teste biológico em crianças. Em contra partida, um grupo antinazismo onde nosso herói Ulisses e seus companheiros Padre, Genaro e uma francesinha charmosa chamada Camille lutavam com todas as garras para manter esses soldados longe de nossa cidade e sempre com os olhos abertos para toda a possível ameaça que surgisse; como um suspeito circo alemão que andava na capital.

Entre idas e vindas do futuro, Ulisses utilizava essas viagens no tempo para poder buscar mais dicas de como ajudar a expulsar os nazistas de sua cidade e permanecer vivo também.

Toda história traz uma linguagem bem formal o que é um ponto forte por se tratar da época no qual o livro se ambienta; um outro ponto positivo são os capítulos curtos, um cuidado muito especial na arte da capa e na gravura que se estendem pelo livro anunciando cada novo capítulo.
No mais, os personagens são muito bem elaborados, cada um com seus minuciosos detalhes e segredos, cada um agindo como proposto, sem que em momento algum você pudesse notar alguém indo de encontro a sua natureza; descrevendo até traços psicológicos dos personagens como exemplo: o Inspetor da polícia Carlos, que tinha sua mania de arrumação de mesa muito peculiar.

Surpresa é a palavra que escolhi para esse livro. Surpresa do começo ao fim, uma grande aventura de tirar o fôlego e de deixar o leitor instigado a devorar capitulo por capitulo até chegar ao “gran finale” que talvez seja a maior de todas as surpresas, e provavelmente a menos agradável de todo o livro (como foi para mim).

Fico por aqui esperando acordar em Outros tempos onde a Vida seja repleta de aventura, e menos dolorida.

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Outros Tempos é livro de minha terra natal, Fortaleza, escrito pelo Cearense Leonardo Nóbrega, que além de talentoso escritor é psicanalista e professor de Geografia. Já em seu primeiro livro me trouxe a certeza de que ele é um grande escritor e que sua segunda obra será uma delicia como essa foi!

site: http://vendedorderins.blogspot.com.br/2013/12/resenha-outros-tempos-leonardo-nobrega.html
Caroline 31/12/2013minha estante
Ótima resenha.
Estou começando hoje o livro e tenho boas expectativas sobre ele! :)




Neyara 11/12/2013

[Livro] Outros Tempos - Leonardo Nóbrega
Outros Tempos tem cheiro de nostalgia, mesmo que você não tenha vivido o drama de 1942, sente-se uma saudade de uma Fortaleza “em preto e branco” com ar de Paris. Leonardo Nóbrega relembra em seu primeiro livro, o drama de um mundo aterrorizado pelo Nazismo da 2ª Guerra Mundial, dando destaque aos agentes que propagavam o movimento em todo o mundo.

Ulisses começa a viajar no tempo de forma involuntária, hora ele acorda em 2013, sendo um jornalista solteirão e bem sucedido, hora acorda em 1942, um jornalista envolvido no nazismo. Ele não se lembra de boa parte de sua vida, todos parecem desconhecidos e assustadores, não sabe ao certo em quem confiar ou no que pode falar com tais pessoas; em tempos de guerra, todo cuidado é pouco.

Quando Ulisses está no futuro, ele tenta encontrar qualquer pista sobre o seu passado, algo que o faça entender o caos de 1942, mas seu futuro está ficando cada vez mais escasso. Quando volta ao passado, ele tenta entender qual o seu papel na organização; reconhece que é uma peça importante e que guarda valiosos segredos, mas o que exatamente, ele não sabe.

Camille é uma francesa de tirar o fôlego de qualquer um, marca encontros misteriosos com Ulisses e lhe entrega diversos pacotes sem sentido. Padre Genaro está envolvido, mas não se sabe no que e como. Pedro é um amigo de trabalho, alguém confiável que sabe tudo sobre a vida de Ulisses. Lygia é sua namorada, um espetáculo de mulher, linda e compreensiva, se encaixava perfeitamente na charmosa Fortaleza de 1942, época em que a cidade ensolarada recebia grande influência comportamental e estética da França, a Belle Époque.

A história é toda ambientada em Fortaleza, mais necessariamente no centro da cidade, local onde os mais influentes da época se encontravam para discutir assuntos relevantes da cidade. A descrição da cidade é feita de forma bem detalhada e pontos exatos, com direito a nome de rua, igrejas, pastelarias famosas (e deliciosas), farmácias da época, fazendo com que você consiga imaginar cada passo dos personagens. Algo que me deixou em dúvida, é se o leitor que nunca veio a Fortaleza, também teria o mesmo entendimento emocional e histórico, que eu tive dos locais que os personagens passaram.

O livro possui uma linguagem bem formal, mas não é um ponto negativo; a formalidade te faz se ambientar ainda mais em 1942, com capítulos curtinhos, e uma diagramação linda. Achei o final um pouco improvisado, com algumas pontas soltas; porém, o livro é bem interessante, fiquei me imaginando acordando em plena 2ª Guerra, sem saber quem são os meus amigos e inimigos, e quais seriam os segredos que eu guardo. #tenso

site: http://capsuladebanca.blogspot.com.br/2013/12/livro-outros-tempos-leonardo-nobrega.html
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