Mia Fernandes 04/05/2020
jogos do prazer - madeline hunter
Tudo ocorreu de maneira tranquila e esperada. O casal de protagonista não se apaixonaram a primeira vista e correram para a cama mais próxima. A autora preservou o desenvolvimento do enredo e o crescimento dos personagens. E obviamente, nos presenteando com Sr. Eastebrook.
“O crime foi dele. Erro dele. Você é inocente. Além de uma das vítimas. Você e sua irmã sofreram muito por causa dele, não foi?”
Roselyn Longworth já tinha sofrido no primeiro livro. Mas, o buraco fica mais fundo no seu livro. Aguentando as consequências do roubo que seu irmão fizera, ela agora não tem mais nada. Seus sonhos pueris de amor romântico e um belo casamento se desmantelaram, e sobrara somente a sua beleza. Que acabou se tornando uma armadilha. Caíra nos braços de um dos lordes que fora lesado por seu irmão e agora ela está sendo leiloada, como se fosse uma prostituta de quinta categoria. E tudo poderia ser ainda pior se não fosse por Kyle, tê-la arrebatado por 950 libras.
“Pensou se ela havia entendido as consequências daquela noite. Tinha escapado dos abusos de um homem, mas não escaparia dos danos ao seu nome quando todos soubessem da festa e do leilão. E não tinha dúvidas de que todos saberiam”
Em vez de ficar agradecida como uma dama da sociedade ficaria, Rose tenta logo fugir do seu salvador.
Kyle Bradwell é um homem comum, filho de mineiros, que cresceu com o suor do seu trabalho e com a ajuda de um lorde conseguiu se formar como arquiteto. Para salvar Rose, ele literalmente ficou na pindaíba. Mas isto não o impediu de salvá-la daqueles cafajestes e assim devolvê-la em segurança para a casa da prima.
E tudo ficaria por assim. Rose e Kyle nunca mais se encontrariam já que ambos estão em posição desigual na sociedade londrina. Isto se não fosse pelo estratagema de Lorde Eastbrook, no qual transformou a péssima realidade de Rose e seu salvamento em uma história de contos de fadas, na qual ela se torna uma moça indefesa salva pelo príncipe no seu cavalo branco. Não é preciso de muita persuasão e chantagem para convencer Kyle a comprar a história e assim ele consegue envolver Rose no mesmo arranjo.
“Calcule seus ganhos e perdas, Srta. Longworth, e deixe que eu calcule os meus. Se eu não a quisesse, não me casaria por nada, independentemente de sua fortuna, família ou pureza.”
Só que o casamento não é como eles imaginavam. Eles são ambos estranhos entre si, contando somente com o orgulho para se precaverem. Rose não consegue se perdoar pelo o que aconteceu com o seu irmão e Kyle tenta a todo custo protegê-la. Porque o irmão dela não é flor que se cheire. O relacionamento deles fica por um fio quando mentiras e verdades veem a tona e quem será que irá ganhar o amor ou o orgulho?
“Diga-me uma coisa: se não fosse aquela noite horrível, se não fosse a minha situação, você precisaria ser tão cuidadosamente respeitoso? Se tivesse casado com uma moça ingênua daqui do vilarejo ou com uma mulher que nunca foi chamada de puta, pensaria nisso o tempo todo? Se você não tivesse nascido neste vilarejo, mas numa grande mansão e me pedisse em casamento em outras circunstâncias, acharia tão importante me tratar como uma dama?”
A autora tem uma maneira peculiar de escrever. Ela não apressa os acontecimentos, deixa os personagens crescerem a sua maneira. Tem horas que dá vontade de matar Rose por sua obsessão em salvar o irmão – que não merece ser salvo. Ponto positivo está em Kyle por não ser um homem perfeito e ideal, ele é real com suas qualidades e defeitos, passíveis cometer erros. Mostrando os altos e baixos que toda relação passa e o que é necessário para seguir em frente.
“Percebi que não me achava no direito de erguer a cabeça. Meu orgulho tinha virado uma armadilha pesada. Eu ficava de pé, mas, por dentro, só havia confusão e culpa pelos erros da minha família. Até aquele caso... pensando agora, mal reconheço a mulher que ficou tão desapontada. Não era a Roselyn Longworth de dois anos atrás, nem a de hoje. Aquela mulher era uma estranha, que só fazia más escolhas e que achava que não merecia nada melhor.”
p.s: Eu só não entendi o porquê do título ser Jogos do Prazer, porque eu não vi nenhum tipo de jogo por ali...
xoxo
mia fernandes.