Vê 06/04/2014Essa foi a única série na qual comecei diretamente a leitura pelo terceiro volume; mas, preciso logo deixar claro que não há motivo para se preocupar, pois não há nenhum elemento no livro que deixe dúvidas ou ponderações sobre o que deve ter acontecido nos volumes anteriores. Portanto, podem ler sem culpa!
Não sobrou muito a Roselyn Longworth além do orgulho depois que seu irmão, Timothy, roubou o dinheiro de diversas pessoas que investiram em um banco onde ele era sócio e fugiu com tudo, deixando muitas pessoas arruinadas. Renegada pela sociedade e falida, Rose não vê muita alternativa a não ser viver na simplicidade, recusando toda e qualquer ajuda de sua prima Alexia e de seu marido, Lorde Hayden, a não ser no que diz respeito a sua irmã mais nova, Irene, que ainda pode sair com a reputação imaculada dessa confusão toda.
Desamparada por ver sua família destruída, ela pensa ter encontrado o amor nos braços de lorde Norbury, mas, quando suas exigências na cama não são atendidas por ela, ele encontra uma forma cruel e humilhante de livrar-se dela. Assim, ela cai nos braços de Kyle Bradwell. Kyle não é o que a sociedade da qual Rose faz parte poderia chamar de cavalheiro; sua origem humilde se sobressai a todas as suas conquistas feitas na base de honestidade e muita força de vontade.
Ainda assim, o Sr. Bradwell parece estar melhor do que Rose e seu salvamento poderia gerar comentários nos círculos sociais que a arruinaria por completo. Envergonhada por tudo o que fez e decidida a não arrastar o resto de sua família para a desgraça, inclusive sua querida e amada prima Alexia, Rose se isola em uma das propriedades dos Longworth e, sem perspectiva alguma, sofre em silêncio, principalmente por ainda amar seu irmão que, agora, tem a cabeça a prêmio por todos os nobres que roubou.
Kyle vê em Rose uma oportunidade para salvar a reputação da moça ao mesmo tempo em que estaria sendo agraciado com a companhia de uma bela mulher, por isso, faz-lhe uma proposta irrecusável. Preocupada que seu fim esteja cada vez mais próximo, Rose aceita a ajuda de Kyle, mesmo que ele seja um completo estranho. Encorajada por Alexia e sua família, a jovem começa a perceber que, talvez, ainda não seja tarde demais para encontrar o amor e que ele pode acontecer, sim, independentemente de quanto se tem no banco ou de quem sua família é. Roselyn compra a luta de se restabelecer perante os círculos sociais que uma moça de sua descendência deveria frequentar, ao mesmo tempo em que encontra muitos outros obstáculos.
Mas ela não estará sozinha. De uma forma ou de outra, ela contará com a ajuda das pessoas que a cercam e, por um momento, deixará o orgulho de lado para sair em busca da própria felicidade e liberdade. Poderá o amor nascer entre dois completos estranhos?
A escrita de Madeline Hunter é uma delícia; muito tranquila e leve, a história que ela teceu em Jogos do Prazer é de uma fofura sem tamanho! A relação entre Rose e Kyle vai evoluindo de tal forma durante o livro que eles ainda fazem progressos, da primeira à última página, tendo muitas barreiras e cordialidades para transpor. Dois completos estranhos, aparentemente sem nada em comum a não ser uma reputação duvidosa.
O que mais gostei foi a retratação de duas pessoas que, a seus modos, possuíam problemas. Nenhum deles tinha uma família perfeita e rica, nobre e importante. Mas o livro acabou mostrando que, às vezes, ser exatamente tudo isso pode estar no lado errado da moeda. Kyle tem origem humilde e a todo momento é lembrado disso por descendentes da nobreza que, em sua maioria, se acham superiores a ele. No entanto, não podemos ignorar que ele é um homem de posses, que construiu seu patrimônio do zero, com muito esforço e dignidade. E isso, sem dúvida, é excepcional. Por outro lado, temos a família Longworth, falida e arruinada por um escândalo de fraude. Rose e sua irmã Irene são os alvos mais próximos do que seu irmão Tim fez e Rose tenta a todo custo proteger a irmã de tudo isso, defendendo o irmão e aceitando martirizar-se com ele.
Duas pessoas tão diferentes e, ainda assim, tão semelhantes. Rose e Kyle veem nessa união improvável diversas oportunidades de se reerguerem aos poucos, principalmente para a jovem srta. Longworth. É incrível como ambos tem segredos, principalmente Kyle e, aos poucos, vamos descobrindo um pouco mais desse jovem simples, mas de grande caráter! Outra coisa impressionante é o apoio que a família dá a Rose, principalmente a começar de sua prima Alexia e seu marido, Lorde Hayden que já ajudou os Longworth por demasiado, chegando a deixar Rose sem jeito. Esse apoio e generosidade é de aquecer o coração!
Eu adorei a história, pois foi de uma delicadeza maravilhosa. Um romance que, aos poucos, foi sendo construído e descoberto; uma relação de confiança e apoio mútuo, proteção e carinho, amor e desejo. Simplesmente linda demais! Fiquei completamente maravilhada com a leitura, simples, mas emocionante. Temos segredos sendo descobertos o livro inteiro, então em momento algum a narrativa cai na mesmice. Muitas coisas a descobrir e muitas intrigas a serem resolvidas.
Apesar de ter encontrado alguns errinhos de revisão, a capa, mais uma vez, é lindíssima, mas eu preciso ressaltar que não vi motivo para a tradução do título ser Jogos do Prazer. O original, Secrets of Surrender (Segredos da Rendição, em tradução livre), acho que faz muito mais sentido. De qualquer forma, a história é valiosa e muito delicada. Uma leitura leve, deveras divertida, que te faz torcer desde o início por Rose e Kyle.
Uma história apaixonante sobre redenção, esperança, liberdade, confiança, família e, é claro, a descoberta do amor. Devo dizer que os patifes encontrados nesse livro, como Lorde Norbury, terão justiça, fazendo prevalecer o mais inocente e verdadeiro sentimento nascido entre dois jovens adultos que, de alguma forma, encontrarão segurança um no outro para se permitir entregar-se inteiramente.
Algo peculiar que encontrei na narrativa foi a ausência de datas. Nas outras duas séries que já li, havia datas do século XIX. Acabei sentindo um pouco de falta, embora saiba, pelas demais descrições, que Jogos do Prazer deve se passar mais ou menos na mesma época. Simplesmente encantadora e traiçoeira essa sociedade tão atenta às descendências e títulos de nobreza!
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