spoiler visualizarAnderson668 11/03/2020
Questionador
Realmente um livro que traz mudanças importantes sobre a Cultura e como ela vem evoluindo ao longo dos anos, mudando e se adaptando as diversas realidades.
No primeiro capítulo o autor faz algumas anotações, provocações e apontamentos sobre a Cultura. Sendo está como algo que nasce depois do homem caçador, pois não havia Cultura, só havia a perspectiva de caça e sobrevivência, sem influências, moral, costumes e, principalmente, consciência.
O mundo líquido é formado por uma soma profícua de sabezes e costumes praticados e evoluídos durante os séculos que se passaram. O ser humano foi compreendendo alguns dos processos até os dias atuais. O autor além de falar sobre os contextos históricos, traz algumas definições ao longo do livro. A Cultura popular, vulgar ou de massa, por exemplo, ele define como: "pessoas que consomem de maneira onívora um amplo espectro de formas de arte, tanto populares quanto intelectualizadas". P.7
O que mais acreditei como sendo uma definição que transparece todo conceito de Cultura foi na página 10 onde ele define a Cultura como um "agente da mudança do status quo, e não de sua preservação; ou, mais precisamente, um instrumento de navegação para orientar a evolução social rumo a uma condição humana universal". P.10
É com essa afirmação que compreendi a Cultura como algo que vai estar sempre em evolução, um item nunca vai ser igual ao anterior durante todos os dias. O que a Cultura faz com o homem é trazer a importância de entender o passado, mantendo alguns dos alicerces mais importantes do mesmo e, com isso, desenvolver novas perspectivas. Compreenda isso não como algo que irá evoluir somente no viés positivo, mas pode ocorrer também como algo negativo.
No segundo capítulo o autor faz um jogo de comparação cultura-moda-humanidade. É superinteressante como a moda é algo extremamente positivo e, ao mesmo tempo muito negativo para o desenvolvimento da humanidade. Ele demonstra ao longo do capítulo exemplos de ambas as partes. "O David da moda não apenas não perde energia ou ímpeto, mas sua força motora aumenta com sus influência e com as evidências acumuladas de seu impacto. [...] Pois a moda não é um fato físico, é um fenômeno social" p.19-20
A moda é um movimento social que constrói identidades, legítima épocas, constrói impérios e marca a cultura de uma maneira incomparável. Entretanto, a moda também é responsável por "multiplicar e intensificar as distinções, diferenças, desigualdades, discriminações e deficiências que ela própria suaviza e, em última instância, tenta eliminar" p.21
No terceiro capítulo o autor fala sobre o desenvolvimento da cultura de seu nascimento até o dia atuais. Como primeiro março do conceito de Cultura, O autor traz três fases que constituíram a história da migração moderna onde: a primeira foi a migração dos povos Europeu para as áreas não povoadas, exterminando índios e povos nativos; o segundo movimento veio entorno da unificação dos povos, ou seja, a famosa educação ou unificação da população, levando em conta os aspectos cívicos e; por fim, o terceiro movimento.
No quarto e quinto capítulo o autor fala sobre o alinhamento de povos dentro da cultura eurocêntrica e como a unificação das culturas podem ocorrer (na verdade, é complicado dizer que as culturas podem se unir ou conviver sem conflitos, pois para o autor isso não teria condições de ocorrer). Como essa migração acontece, como as culturas podem (ou não) viver em harmonia ou em guerra e como o Estado lida com essa relação.
Ao dialogar sobre o multiculturalismo e como o Estado lida com isso, o autor vai caminhando para o final do livro falando sobre a arte como forma de manutenção do consumo. Não há possibilidade de confeccionar produtos artísticos que não atendam a lógica do consumo. Quais são as artes famosas (entendendo aquelas que possuem uma grande vendagem) e quais as obras que estão fracassadas (que não recebem visitas, vendas e não possuem uma grande presença de público).
O posicionamento do autor ao longo do livro é sempre fazendo ponderações sobre a perspectiva de outros autores, entretanto, colocando seus julgamentos no centro das atenções. Em resumo, o mundo líquido é compreendido pela lógica do consumo/capitalismo e, em suma, a cultura nasce e permanece no mesmo sistema da moda. Há sua criação, manutenção e, logo depois, sua exclusão/troca por outro movimento. A arte não é algo para ser mantido como algo duradouro, e sim, como algo que deve ser curtido dentro de um período e logo depois esquecido, substituído.