De gados e homens

De gados e homens Ana Paula Maia




Resenhas - De Gados e Homens


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@tigloko 22/02/2023

"São todos homens de sangue, os que matam e os que comem. Ninguém está impune."
Gostei do suspense presente nesse livro, daquele tipo sobrenatural que você quebra a cabeça para entender. Ainda que tenha o mesmo estilo de narrativa dos outros da série, em focar no cotidiano e nos “homens-bestas”, essa mudança de tom deixou a leitura mais movimentada.

Novamente acompanhamos Edgar Wilson, dois anos depois de Carvão Animal e alguns antes de Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos. Agora ele é um abatedor de gado( para quem tem estômago fraco, não recomendo. Não são poupados detalhes). Muito interessante acompanhar o antes e depois desse personagem justamente na metade da sua trajetória. As mudanças que ocorreram e ainda vão ocorrer nele.

Um pequeno detalhe que me chamou atenção e gostei da forma como a autora trabalhou foi mostrar a realidade das pessoas que passam fome as margens desses abatedouros, dando graças a Deus pelo mínimo pedaço de carne para alimentar os seus. E ainda mais esse detalhe ser importante para o desenrolar da história, deixou tudo melhor.

Não tem muito o que dizer mais, já virei fã da Ana Paula Maia!
Núbia Cortinhas 22/02/2023minha estante
Parabéns pela resenha, gostei! ??????


@tigloko 23/02/2023minha estante
Obrigado Núbia ???




c a r o l 06/03/2024

"São todos homens de sangue, os que matam e os que comem."
Ana Paula Maia não decepciona NUNCA! Mais uma vez trouxe questões e problemas sociais pertinentes que, em sua maioria, não fazem parte do cotidiano do leitor, ou nem passa pela cabeça dele.

A cada livro saio mais consciente dos meus privilégios (mesmo sendo pobre), mais agradecida e empática. Na mesma medida saio revoltada com o descaso dos nossos governantes e autoridades e dos empregadores por sua insensibilidade e por não darem o básico para os seus empregados. Revoltada com a nossa sociedade como um todo, não dá para sairmos ilesos dessa.

Percebo que é a partir desse livro que a autora se aprofunda mais no sobrenatural e na religião em sua próximas histórias. Também percebi que o título do seu último livro lançado, "De cada quinhentos uma alma", foi retirado daqui!

Um suspense de qualidade, regado a estranhezas, sanguinolência e críticas tanto nas questões sociais quanto na animal. O que faz a gente levar uns bons socos no estômago para que a gente reflita e cair na real da nossa própria hipocrisia.

É sempre um deleite reencontrar o meu caro Edgar Wilson, entre outros personagens que já aparecem em outras obras (mesmo nunca sendo em circunstâncias agradáveis). Gosto muito de acompanhá-los na crueza cruel de sua narrativas, para ver a evolução de cada um e saber como estão seguindo a vida. As atualizações que a Ana Paula Maia traz de personagens anteriores dá a sensação de que eles são reais. Acho isso muito massa!

Assim como Edgar Wilson não saiu indiferente após viver no meio de tanta crueldade e violência naquele matadouro, nós também não sairemos mais os mesmo dessa leitura (ainda bem!).

?Se a civilização não tornou o homem mais sanguinário, decerto o fez mais perversamente, mais covardemente sanguinário que antes... hoje, embora considerando o derramamento de sangue uma coisa abominável, entregamo-nos a essa abominação ainda mais frequentemente que antes.? ? Fiodor Dostoievski,
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Eloiza Cirne 15/04/2020

Inquietante. Tenso
São todos homens de sangue, os que matam e os que comem. Ninguém está impune.
Ferreira.Souza 14/10/2020minha estante
bom




Aline Araujo 29/11/2022

Visceral
Eu fui impactada o livro inteiro!

A narrativa é crua e visceral, chega a ser cruel a maneira como se descreve o dia a dia no matadouro.

Todos os seres humanos têm sangue nas mãos, a diferença é que alguns estão dispostos a matar e outros só estão dispostos a comer.
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Camila 28/11/2021

Edgar Wilson, você por aqui?!
Ana Paula Maia mais uma vez entregou um livro recheado de informações perturbadoramente crua! A verdade por trás dos frigorífico e a crueldade com os animais que são abatidos recheiam esse livro. Mas, Edgar Wilson como sempre demonstra "bondade" com esses animais que vão para o abate e acaba com a "brincadeira doentia" de um dos funcionários de ver sangue. Esse foi um livro muito difícil de ser lido, não pela morte de algumas pessoas, mas pelo abate dos animais e pelos mistérios que pairam a morte de alguns animais. E a fome no entorno dos abatedouros é difícil de ser encarada.
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Sarah Duarte 13/01/2024

Um bom livro, mas apenas mais do mesmo
De gados e homens não tem o mesmo impacto de Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos, que é um horror mais visceral (não só da morte de animais, mas dos sentimentos mais crus dos homens); assim como também não apresenta o clima de sombrio e taciturno de Carvão animal.
A vida de Edgar Wilson não possui tanto destaque nessa obra. Na verdade, poucas coisas são aprofundadas no livros, tendo o destaque maior apenas pro abate de gado e comparação com os homens. Mesmo com as ótimas palavras de Ana Paula Maia, ao final, é só mais um livro bom, nada de novo.
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Nazrat 21/10/2022

Matar e comer
Após ler "Carvão Animal", fiquei curioso pelos trabalhos da autora, Ana Paula Maia. E aqui, novamente, posso dizer que realmente curti demais a forma como ela trabalha temas pesados com pessoas simples que compõem personagens complexos nos desdobramentos da narrativa. E interessante a continuidade neste livro com um personagem secundário do primeiro!
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Douglas.Bonin 04/07/2023

Uma literatura contra a exploração animal?
Lembro de que quando a ganhadora do Nobel, Olga (sobrenome ao qual não tenho capacidade de escrever), foi laureada, falavam que sua escrita era em combatente à exploração animal.

Aqui, Ana Paula Maia, nos trás uma nova perspectiva acerca da exploração animal ao descrever um ambiente onde o mais combatente gaúcho se sentirá constrangido ao degustar uma boa costela na brasa. Afinal, quais foram as consequências para aquele churrasco de fim de semana?
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Thiago Donato 25/03/2021

Todos são homens de sangue, os que matam e os que comem!
Mais um volume da Trilogia dos esquecidos (nome que eu mesmo criei) contendo 1-Carvão Animal, 2-De Gados e Homens e 3-Entre rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos. Desta vez, o livro nos trás maos uma vez uma história visceral, suja, a margem da sociedade como a autora buscou em todos volumes, a ordem correta de leitura é a apresentada acima, porém a sequência é conectada apenas nos detalhes, não causando um impacto profundo no desenvolvimento da história. A escrita fluente e incisiva da autora está mais presente que nunca apesar de se apresentar de maneira menos impactante dessa vez, vale ressaltar a existência de uma oscilação de protagonismo entre dois personagens, fazendo com que, no momento oportuno, cada um assuma sua posição em nos inserir na narrativa. Quando comparado aos outros volumes, podemos dizer que esse seja o mais fraco dos três, o que não o torna ruim, ja que mantém a mesma qualidade dos demais, inclusive contendo uma crítica social nas entrelinhas como todo bom texto apresentado por Maia.
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Diogo 22/05/2021

Realidade que fingimos não existir.
Assim como em outras obras, a autora retrata vida de pessoas que desempenham o trabalho que ninguém quer fazer.

E mais do que isso, ninguém quer nem saber como é feito: caso dos matadouros.

Tanto que numa passagem do livro um dos personagens pergunta a uma pessoa que desconhece tal realidade "como você acha que o hambúrguer chega no seu prato?"

Realidade bruta e insensível que nossa sociedade finge que não existe:

Animais reduzidos à condição de meros objetos. Pessoas em situações degradantes.
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Sarah 05/01/2022

cada coisa
A vida de abater gado é algo que só posso imaginar, sei que é sujo, cheira forte e, se a pessoa que o faz tiver um pingo de sentimentos, é lamentável.
Penso muito nessa vida de superprodução de gados, no livro Edgar ainda é um bom trabalhador, não maltrata nenhum animal além do necessário, tem respeito e zelo, na vida real é ainda pior, gente muito mais como Zeca, que gosta de torturar os animais, se sentindo superior. E não tô falando que só o trabalhador direto é assim, o chefão que fica no escritório, que dá as ordem é o pior, porque está consumido pelo sistema de dinheiro, pelo belo capitalismo que vivemos.
Quando leio sobre veganismo e a parte que fala de produção familiar ao invés de superprodução do capitalismo, eu me sinto em uma utopia tão desejada, tão querida, tão distante.... queria mesmo essa vida mais digna, tanto para os seres humanos quanto para os animais.
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Lucas.Sampaio 27/11/2021

Um abismo chama outro abismo
Na minha saga de releitura da obra da Ana Paula Maia, reencontro um livro que na primeira leitura foi de difícil digestão. Mas isso é facilmente explicável: diferente dos livros anteriores, aqui nós temos um divisor de águas na obra da Ana Paula Maia. Enquanto o "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" e o "Carvão animal" são obras muito mais violentas, tarantinescas, episódicas e sanguinárias, o "De Gados e Homens" possui um tom muito mais profético (e que profecia...). Aqui o nosso eterno protagonista, Edgar Wilson, aparece abatendo vacas, trabalho não muito estranho a quem já vimos abatendo porcos e trabalhando em carvoarias, e é nesse ambiente sanguinário e fétido do abatedouro em que a ação da história tem base. Inicialmente temos a mesma Ana Paula Maia dos seus livros de estreia, o tom violento ainda está presente, mas aos poucos o subtexto religioso vai tomando conta, e vemos o desenrolar de uma profecia se cumprindo.

Há vários temas nessa obra que são pertinentes atualmente, seja a presença dos miseráveis que procuram os restos dos animais no abatedouro, visão que espelha a sociedade atual, em tempos de Bolsonaro, em que a fome se tornou maior, e que notícias focadas na população "lutando" por ossos para complementar a alimentação se tornaram lugar comum. Seja a discussão sobre o consumo consciente da carne - e para quem tem estômago fraco, esse livro vai ser um soco enorme, já que a autora não poupa NENHUM detalhe sobre o processo de abate dos animais.

É um livro central na obra de uma das melhores escritoras do nosso cenário atual. Uma mensagem forte e necessária.
Ler Ana Paula Maia se mostra cada vez mais necessário para entender a realidade que nos rodeia.
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Andre L Braga 03/01/2022

Entrou para minha lista de melhores autoras!!!
?? Enquanto tiver uma vaca nesse mundo, lá estará um sujeito disposto a matá-la.
? E outro disposto a comê-la.
? Disposto a comê-la sempre terá um monte. Mas pra matar, não.?

Fechei 2021 com ?Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos?. Iniciei 2022 com ?De Gados e Homens?. O próximo da autora será ?Carvão Animal?.

De Gados e Homens traz Edgar Wilson, um atordoador de gado, executando seu trabalho, numa etapa crucial para que, mais tarde, outros possam comer seus hambúrgueres. Edgar simpatiza com suas vítimas, respeita-as e exige respeito. Tem consciência de sua profissão, e sabe que há muita gente disposta a comer, mas muito poucos dispostos a matar. Entre gado abatido, gado morto no transporte, esfomeados em busca de uma carcaça a ser descartada e um vale amaldiçoado pelas mazelas dos humanos, uma série de incidentes inexplicáveis põe à prova a fé daqueles ao redor do protagonista, mas não dele próprio. Edgar Wilson jamais duvidou da providência divina. Edgar Wilson jamais se negou a matar, isso é o que ele sabe fazer. Mas matar aquele que se ajoelha e roga por clemência pode abalar sua frieza aparente.

O livro traz um diálogo entre o protagonista e uma estudante que, quando li, pensei: ?Eu queria ter escrito isso!?

Ana Paula Maia já se tornou uma das minhas autoras favoritas!
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Rafaela.Maria 04/05/2021

Dizer que esse livro é apenas uma crítica social é diminuí-lo de certa forma. Além de uma crítica muito bem construída, De Gados e Homens carrega uma martelada de consciência que dará em cada um que ousar lê-lo. Essa obra tem tudo: universalidade, atemporalidade e pluralidade. Todas as características que um livro 5 estrelas merece.
Virei fã de Ana Paula Maia!
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