Para sempre teu, Caio F.

Para sempre teu, Caio F. Caio Fernando Abreu




Resenhas - Para Sempre Teu, Caio F.


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Wallace17 18/01/2021

Em 1993, quando indagado como é ser considerado um escritor gay, Caio Fernando Abreu respondeu da seguinte forma: "Se o que eu faço é literatura gay, o que o Veríssimo faz é literatura heterossexual? Literatura é literatura, ponto final."

Gaúcho, esotérico, hippie, astrólogo, escritor, redator, elegante, baladeiro, vanguardista, jornalista, dramaturgo, operário da palavra, viajante, jardineiro. Este é Caio F. Viveu uma vida intensa e explosiva. Infelizmente o autor de Morango Mofados; Os Dragões não conhecem o Paraíso; Pedras de Calcutá e muitos outros livros e peças de teatro, foi vítima da AIDS e nos deixou precocemente.

Pra Sempre teu, Caio F. é uma linda homenagem da amiga Paula Dip. O livro é recheado de histórias divertidíssimas de Caio; Toda a dificuldade que ele tinha com amor. A relação com amigos e família; sua agitada vida intelectual e social; As crises existenciais; Os processos criativos; E por fim, quando descobriu ser soro positivo. Amigos e amantes reviveram histórias e momentos do escritor. Adorei as cartas escritas por ele. Caio enviava milhares de cartas para as amigas, amigos, paixões e amores. Só as cartas dariam um lindo livro. Eu amei os relatos sobre as obras, como elas nasciam e floresciam. E o contrário também, quando só existia o vazio e a frustração de não conseguir criar
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Borges 15/07/2020

Para que cada palavra seja lembrado como sangue
Caio Fernando Abreu foi um escritor brilhante, um amigo brilhante, um filho brilhante. Eu amei cada página
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Denize.Dias 14/05/2019

Caio, F.im
Morte. Aids. Dor. Terminal. Terminei. O livro é sobre a vida (e que vida!) e a obra (que ainda conheço pouco) do escritor Caio Fernando Abreu. E no final do livro lá estava ela: a morte. E a aids, ainda na fase pré-coquetel, que ajudaria, nos anos seguintes, num melhor controle da doença. Mas também tinha amor, calor, amizade e me encontrei nos momentos "família": são todas iguais? Só muda o endereço?
Enfim...o livro me pareceu um pouco extenso nas suas quase 500 páginas que li sem muita dificuldade. Daria para "enxugar", cortar? Pensando que também era uma homenagem da amiga Paula Dip, não.
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Aline164 01/11/2016

Para sempre nosso, Caio F.
Eu quis muito ler esse livro depois de ver o documentário homônimo, dirigido por Candé Salles, em um Festival de Cinema em Paraty.
No livro, a figura do "Caio-escritor-melancólico-voz-de-uma geração" é desmistificada e sua face humana é descrita, creio eu, muito próxima da realidade, em depoimentos de amigos e colegas de trabalho. Ele não era santo nem demônimo, embora tivesse essas duas facetas (como todos temos), e tinha um lado muito bem humorado, um humor meio cáustico às vezes.
É inegável a devoção que Caio tinha pela escrita, embora não pudesse viver dela. Pelos depoimentos e cartas, trabalhar com jornalismo, entre outras coisas, eram apenas "biscates" que Caio fazia para pagar as contas, porque, na verdade, o negócio dele era mesmo a literatura.
Achei o livro muito longo, tem umas passagens (para mim, um pouco enfadonhas) em que a autora comenta sobre sua vida pessoal, que não têm relação com o Caio, que bem poderiam ser suprimidas (afinal de contas, o livro é sobre o Caio). Li faz um tempo que a autora está preparando uma nova edição, mais enxuta, desse livro, o que julguei bem pertinente.
Algo que me chamou a atenção no documentário e também no livro foi o fato de que, segundo depoimentos, Caio trabalhava muito, juntava um dinheiro, e depois passava um tempo sem trabalho fixo, se dedicando apenas à sua escrita. Depois disso fiquei achando que todo mundo deveria fazer isso pelo menos uma vez na vida: juntar dinheiro para poder passar um tempo, seis meses, um ano, o tempo necessário, fazendo apenas o que gosta, porque a vida passa muito mais rápido do que imaginamos.
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Manu 27/08/2016

Livro escrito por umas das amigas do escritor Caio Fernando Abreu, Paula Dip. É uma biografia dele, através dos olhos dessa amiga. Quando se conheceram, onde trabalharam juntos, as festas que foram, os amigos em comum. Paula Dip também coloca amigos em comum presta falarem sobre o Caio. É um livro bastante interessante. Principalmente para quem é fã do Caio.
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LaraF 07/10/2012

por meio de cartas e depoimentos de amigos, familiares e colegas de Caio Fernando Abreu, a jornalista/amiga de Caio, Paula Dip, consegue traçar um perfil, nao linear, mas real do autor. Nesse livro, revelaçoes sobre sua vida, seus amores, suas manias e enfim, sobre seus ultimos anos de vida..sao delineados partindo do olhar de terceiros, o que da a figura de Caio uma forma calendoscopica..revelando um ser humano profundo e intenso. As cartas trocadas com Paula e amigos, sao incriveis..humanas, reais, intimas, doces. Um lindo livro sobre um ser humano impar.
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MaxReinert 31/08/2009

Para sempre, Caio F.!
Existem vários motivos para uma pessoa escolher ler um livro. Alguns livros são escolhidos pelo autor, outros pela temática. Alguns porque são “clássicos” e só por esse motivo já entrariam em uma lista de “obrigatórios”. Outros ainda porque está todo mundo falando e você acaba se sentindo “atrasado” se não der pelo menos uma folheada.

Quando a editora Record, através da Bites, com a curadoria da SaMta propôs a realização de um Book crossing e apresentou ao blogueiros da rede MdeMulher uma lista com alguns títulos interessantes, meus olhos logo brilharam sobre “Para sempre teu, Caio F.” por diversos motivos.O principal deles é a ligação dele com o Teatro (minha profissão “oficial”) e sua orientação sexual (o que lhe linkaria diretamente com meu blog NoGhetto, embora ele não goste de ter seu trabalho rotulado pela sua sexualidade). Também entrou na conta meu “complexo de culpa” para com a obra de Caio fernando Abreu. Desde que me conheço por gente de teatro já devo ter visto umas várias montagens do texto “A Maldição do Vale Negro” (comédia melodramática interessantíssima, que eu já li e reli milhões de vezes) e tenho como um dos livros de cabeceira o “Inventário do Ir-remediável“. Meu blog pessoal não se chama Pequeno Inventário de Impropriedades à toa.

E, só! Nem uma linha a mais. Nem uma linha a menos. Minto, talvez um conto ou outro na web, ou ainda citações aqui e acolá. Mas isso não é porque não admirava a obra do Caio. Ao contrário, talvez fosse até um medo de encontrar coisas muito pessoais e assustadoras em seus textos. Assim, Caio passou a ser para mim, aqueles autores que sabemos que amamos, mesmo sem saber muito bem porque! Imperdoável, eu sei. Mas são as fraquezas humanas, apenas uma das que eu carrego comigo.

Ao ler o livro de Paula Dip, várias de minhas suspeitas sobre Caio se confirmaram. (Percebam a intimidade com que já falo sobre ele!) Por trás daqueles textos amargos e doloridos, escondia-se um homem que amava a vida, à sua maneira. Por trás da profundidade de seus contos, havia um homem que sabia fazer as brincadeiras mais fúteis e que gostava de rir, às vezes. Entre esses contrastes entre autor e obra, me identifiquei com Caio. Aproveitei com ele (e conduzido pelas mãos de Paula) de todo o desbunde dos anos 70 (eu estava acabando de nascer e só pude viver/compreender este época agora), das implicações políticas que era viver nos 80 (eu era uma criança, não via nada!) e da melancolia das perdas dos anos 90 (já um jovem adulto eu descobri o sexo numa época difícil em que o medo da “infecção” empurrava as experiências sexuais para dentro de uma neurose sem fim).

E talvez esse seja o grande mérito do livro de Paula Dip. Ela nos torna íntimos de Caio, ao mesmo tempo em que nos dá um painel histórico de um período sob o viés daqueles que “viveram” intensamente aquela época. E nós, vamos junto… voyeurs! Ansiando viver junto com eles, aquelas experiências que não são nossas, mas mesmo assim sentimos imensas saudades. Nostalgia mitológica, obviamente! Talvez se tivéssemos realmente vivido naquela época consideraríamos tudo muito “normal”. Mas a distância histórica nos dá a dimensão das revoluções que ocorreram naquele momento. (Provávelmente alguém sentirá o mesmo daqui há vinte anos quando narrarmos como a comunicação via web transformou nossas vidas.)

Assim, somos seduzidos pela “persona” de Caio Fernando Abreu. Vibramos por reconhecer certas expressões criadas e/ou difundidas por ele. Quantas “saias-justas” já passamos na vida? Quantas “lasanhas” já desejamos provar em nossas noitadas por aí? Nos deliciamos com os “muuuuuito” e “claaaaaaaaro” que nos dão a exata medida das pessoas ampliando uma idéia via comunicação escrita. (Aliás, prática muuuuuuito difundida em tempos de comunicação online!) E mesmo seus estrangeirismos, hoje em dia já tão fora de moda, são deliciosos.

Essa dimensão humana do “escritor marginal” é a grande contribuição do livro. Suas cartas enviadas para a amiga Paula Dip, principalmente as dos capítulos finais do livro, são, por que não dizer, emocionantes. A maneira como ele dá uma dimensão poética aos fatos mais banais e cotidianos nos demonstra que Caio era exatamente o que escrevia. Zen Budismo? Homem/Obra? Meta-ficção? Re-ler suas obras após a leitura do livro é uma experiência interessantíssima. (Fiz isso com Morangos Mofados através do GoogleLivros. Li antes e depois de “Pra sempre teu…”)

O único porem do livro, são certas reiterações que a autora parece fazer a todo o tempo. Em alguns momentos a estrutura do livro se mostra um pouco repetitiva, contando a mesma história várias vezes em momentos distintos. Nada que atrapalhe em muito a leitura, mas alguns cortes poderiam ser feitos sem diminuir em nada as qualidades e/ou a narrativa.

De qualquer forma, é uma leitura super interessante. Diverte, emociona e dá uma nostalgia imensa! O exemplar que eu recebi já tem um destino certo: uma lista de amigos que se inscreveram durante a minha leitura. De mão em mão, a escrita de Caio Fernando Abreu vai sendo divulgada. Amém!
Andressa 26/07/2011minha estante
Me emocionei lendo o seu texto. O que você escreveu foi exatamente o que eu senti ao ler.


Carolina Uflaker 05/09/2011minha estante
maravilhosa resenha.


Sandra Smith 24/10/2011minha estante
Amei a resenha. Pôs em palavras meus sentimemtos.




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