Resenhas - Menino de ouro

Fernanda 17/12/2013

Resenha: Menino de ouro
Resenha: “Menino de Ouro” de Abigail Tarttelin apresenta uma história intensa com um personagem diferente, sensível e revelador. É uma trama perspicaz e devastadora, onde o leitor consegue se deliciar com as narrações da autora e ao mesmo tempo, entende suas relevâncias acerca dos assuntos propostos por serem delicados numa condição tão especial.

Max Walker é um menino praticamente completo em tudo que faz, tem as melhores qualificações, sendo considerado muito inteligente, simpático, atraente e amável por todos que o conhecem. É o menino de ouro, exibindo ótimos relacionamentos amigáveis e amorosos, e as mais vastas diversões. Sua família é a base da perfeição e se empenha ao máximo para manter essa descrição.


LEIA A RESENHA COMPLETA NO BLOG SEGREDOS EM LIVROS:

site: http://www.segredosemlivros.com/2013/12/resenha-menino-de-ouro-abigailsbrain.html

Ingrid_mayara 21/11/2018

Impressões de leitura
Não há muito o que dizer sobre essa obra sem dar spoiler, então só deixo registrada minha indignação pela única repetição que me deixou bastante frustrada: as características externas de Max. Achei desnecessário ficar lembrando disso a todo momento, já que nem mesmo o aspecto do cabelo (que é mencionado várias vezes) tem grande importância no enredo. Fora isso, o livro é ótimo e proporciona grandes reflexões.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt

Ander 27/06/2014

Um livro sobre sentimentos, pessoas e emoções que te faz pensar além!
Faz um longo tempo que eu não faço resenhas, mas depois de ler esse livro me senti na obrigação de sentar e escrever algo com meus sentimentos. Digo sentimentos porque o que mais senti com essa leitura foram sentimentos e que sentimentos hein, muitos de uma só vez e nem consigo explicar como isso aconteceu, simplesmente eu senti e senti bastante.
Foi um choque emocional, eu me apeguei muito ao Max, não sei explicar o motivo, fiquei imaginando que o que estava acontecendo com ele poderia ter acontecido na vida de qualquer um em algum lugar no mundo a fora, eu me pegava perguntando coisas do tipo: como isso pode acontecer? Eu não acredito que a autora fez isso? Sério que isso tem possibilidade de ocorrer? Como assim? Não acredito, não acredito.NÃO ACREDITO!
É um livro perturbador em alguns momentos, ele te pega de surpresa e você simplesmente fica sem acreditar que aquilo esta realmente acontecendo. O início do livro é de arrebentar, foi um ponta pé inicial que eu nunca esperava, a autora foi além e não poupou nenhum detalhe, ela conseguiu me fazer imaginar uma cena completamente aterrorizante e eu consegui ver mais do que era pra ser visto e isso foi como uma facada nas minhas costas, a dor foi enorme. Eu não tenho elogios para dizer o quanto eu amei essa autora, ela foi além arriscando tudo e nos deu momentos incríveis, não me deixando respirar em vários momentos!
É aquele livro que você precisa ler em uma tacada só, são muitas informações, muitos acontecimentos de uma só vez e a curiosidade é enorme e cresce a cada página lida, queremos saber cada vez mais, é aquela leitura frenética, sensacional!

Eu vou ser sincero, raramente leio sinopse e tento saber sobre o que se trata os livros, muitos acham isso uma loucura, mas eu adoro e fazer isso com esse livro foi a melhor coisa que aconteceu.
Foi um choque tão grande quando descobri sobre tudo! É incrível quando você não espera algo e de cara toma um susto com a revelação sobre o que vamos lidar no decorrer do livro.
Eu confesso que estava saturada de histórias convencionais e ai quando percebi que esse era um tema tão diferente, tão complicado, difícil e raro que eu sei tão pouco, sou tão leigo sobre o assunto que me despertou uma ótima sensação e acima de tudo aquele desejo de saber mais, muito mais.
Aquela vontade de devorar o livro era maior que eu mesmo. Eu não aguentava ler esse livro antes de dormir, foi aquele tipo de livro que você começa a ler e não quer parar mais, e me tirou o sono por algumas noites. Posso dizer que nos dias de hoje, isso ainda é raro pra mim!

Preciso parar de devagar e colocar meus pensamentos em um só.
O livro é contado por vários pontos de vista de alguns personagens e foi simplesmente necessário para entendermos os sentimentos deles de uma maneira única, o incrível é que todos os personagens se conectam de uma forma ótima, tudo flui muito bem e cada personagem é rico e tão bem construído, eu fiquei fascinado pela identidade única que cada personagem possui, a autora foi excelente em escrever como se ela fosse cada um, é inevitável não elogiá-la só pelo fato que ela me convenceu que eu estava vendo uma visão de cada personagem de uma maneira diferente, nenhum parece com o outro e seus pensamentos são tão diferentes. Eu preciso escrever um pouco de cada personagem, não dá pra deixar nenhum de fora.

Daniel, o irmão.
O livro se inicia com ele, e eu tive uma visão meio retraída por se tratar de um garoto de 10 anos, mas à medida que eu fui descobrindo mais sobre ele foi impossível não gostar, é aquela criança totalmente normal para a sua idade, só que com um jeito e atitudes que faz ele se destacar. O amor que ele tem sobre o irmão e toda a preocupação com o Max é lindo.
Preciso destacar que os diálogos entre ele e o Max são um dos melhores que o livro nos dá, é incrível ver a maneira que cada um deles trata o outro, o jeito que tudo acontecia e a sensibilidade da autora de escrever cada detalhe entre os dois é maravilhosa.
Daniel é uma criança tão inteligente e esperta, isso fez um diferencial enorme e tudo em volta dele fez valer à pena. Ainda que possa parecer exagero algumas coisas, tanto sobre como ele lida com a descoberta e o jeito que ele reage parece surreal, eu discordo porque ao decorrer do livro já sabemos que se ele soubesse de tudo ia entender melhor e identidade dele é muita forte, achei totalmente compreensivo a forma que ele lidou com tudo.
Faz um longo tempo que não curto tanto uma leitura sobre uma visão de uma criança tão boa como essa.

Sylvie, a namorada.
Essa é outra personagem bem construída. De cara já percebi que ela não era qualquer menina, ela tem um jeito diferente e isso me agradou. Todo o jeito que ela lidou com o Max foi ótimo. Apesar de ela não surpreender sobre a revelação, eu achei totalmente humano a maneira que ela reagiu, é um choque muito grande! Até certo ponto ela estava aceitando numa boa e tentando entender as coisas, só que o momento que o Max cruzou a linha sobre um problema ainda maior, foi demais pra ela. Aquilo consome qualquer um, é inevitável ficar sem essa reação, não dá para entender totalmente, porque não conseguimos ter uma visão sobre tudo de uma maneira positiva, ela não estava passando por isso, ela precisava de um tempo e esse tempo fez muito bem para a personagem. Confesso que estava esperando uma cena a mais sobre os dois, mesmo que seja insano, mas eu estava morrendo de curiosidade para saber como seria.
Porém ao todo a personagem se mostrou um par ideal ao Max, e todo carinho que ela trocou com o mesmo foi totalmente engraçado e gostoso de acompanhar. Preciso destacar que a química deles é muito boa, tudo funcionou muito bem.

Archie, a doutora.
O ponto alto dessa personagem foi a descoberta sobre tudo relacionado ao Max, esse é um tema tão pouco abordado pela sociedade, é um tema que eu conhecia tão pouco e nunca entendi direto, e junto com ela tudo se encaixou e toda a pesquisa em cima foi ótima para entendermos melhor sobre tudo! Sem ela nada seria igual, ela foi aquela personagem essencial para a narrativa. Maravilhosa.
Archie é uma boa pessoa, forte e consegue ser aquela doutora que faz seus pacientes se sentirem seguros com ela, e isso é muito importante. Ela até que tenta deixar seus sentimentos de lado e ser profissional com o Max, mas eu sei o quanto foi impossível ela não se envolver emocionalmente com seu paciente e as coisas fluíram tão bem.
Gostei muito do jeito que ela conseguiu lidar bem com tudo ao seu redor, foi ótimo.

Karen, a mãe.
Falar sobre mãe é meio complicado, mas eu consigo entender um pouco seus sentimentos de mãe. Poxa, ser mãe parece ser uma coisa louca, e eu tive de tudo para não gostar da personagem e mesmo assim eu a compreendi em muitas coisas.
Em alguns momentos a reação que ela teve sobre algo foi pra acabar comigo, eu ficava dizendo a mim mesmo que eu reagiria da mesma forma ou até pior, a dor que ela carrega foi de cortar o coração, e sei que às vezes ela ficou com aquele sentimento de O que os outros vão pensar e acima de tudo ela queria seguir o padrão de uma família perfeita e totalmente normal, mas é impossível não pensar nisso também, eu acredito que já passou por quase todo mundo esse tipo de pensamento, não dá é algo do ser humano e não consegui julgá-la por isso até certo ponto.
Algo que me irritou sobre ela foi a obsessão sobre a sexualidade do Max, aquilo ficou maçante e minha vontade era pegar ela e dizer que as coisas não girava em torno disso, que ela precisava olhar para um lado diferente e não ficar focada nisso, ela devia abraçar mais o seu filho, ela precisava compartilhar o sofrimento com ele e eles precisam chorar juntos, gritar juntos, passar por cima disso de uma maneira mais forte.
A decisão que ela toma sobre algo é totalmente compreensivo, e eu concordo e faria exatamente a mesma coisa, ali eu vi o quanto ela realmente estava pensando no Max e na dor que ele ia passar e como tudo seria difícil. E confesso que fiquei um tanto triste com o final que a autora deixou pra ela, destacando o quão fraco a personagem era, apesar de sempre apresentar ser uma profissional em seu trabalho, sem saber lidar bem com a situação e passando por algo que acho que não era preciso, eu realmente torci para que desse certo algumas coisas com ela e sua família.
Também tenho que dizer que eu surtei muito quando ela finalmente entendeu tudo e tentou consertar a situação, foi muito bom a ver a justiça sendo feita de uma maneira certa.

Ahh, Steve o grande pai.
É impossível não comentar sobre ele, eu adorei o quanto o personagem foi forte quando deveria de ser, foi humano quando era pra ser, foi fiel e com atitudes de homem que poucos conseguem ter.
É aquele personagem que lemos pouco sobre e mesmo assim nos apegamos, o jeito que ele tratava as situações ao decorrer do livro foram ótimas e muito compreensivas.
Confesso que nunca conseguiria lidar tão bem com as situações como ele lidou. E eu tiro o chapéu para o personagem, ele é tudo que um filho queria como uma figura paterna e acima de tudo um marido dos sonhos, e não digo por beleza ou algo do tipo, digo pela proteção que ele consegue passar, as atitudes e o seu jeito que mostra um caráter único. Incrível.

Max, o Menino de Ouro.
Não sei por onde começar a falar sobre esse personagem.
É incrível o quanto me apeguei a ele!Eu sofri, eu tive medo, e acima de tudo tive curiosidade sobre tudo e sobre todos como o próprio.
Eu quis gritar com ele, eu quis morrer com ele, eu quis correr de tudo aquilo, quis que ele ficasse bem, quis que tudo acabasse logo de uma vez, eu não quis contar a ninguém nada como ele, queria guardar aquele segredo e pensar que assim nada ia acontecer.
Eu não queria que ele sofresse mais, eu não estava agüentando o que o personagem estava passando e é demais pensar que ele é realmente um menino quase perfeito, olhando pra ele e vendo seu jeito na escola e com seus amigos e as meninas pensamos que não tem nada de errado com ele, só pensamos que ele é muito bom em tudo o que faz.
O começo da leitura onde ele é apresentado eu fiquei me perguntando o que ele tem de errado? E quando tudo veio à tona eu não sabia como me sentir, eu realmente não sabia como reagir!
Além do choque sobre o que ele tinha de errado, a autora me entrega a cena que eu comentei no início, sem palavras aquilo foi para me destruir, foi como se alguém apertasse meu coração e esmagasse com todas as forças. Sei que muitos que já leram pensam que o que o livro tinha pra impressionar foi no começo e depois não foi tudo tão bom, mas eu particularmente amei demais o que foi acontecendo depois da grande noite! Tudo que ele passou tudo que aconteceu depois, a maneira como a autora trabalhou ao redor das situações, sensacional.
Eu não conseguiria lidar com tudo o que ele lidou, ia me consumir de uma forma que eu nem sei explicar, acredito que ele foi forte quando devia ser, perdeu as forças no momento que qualquer um perderia, sendo totalmente aceitáveis algumas decisões dele. A duvida que ele tinha ao decorrer do livro foi forte demais, era muita coisa para processar em tão pouco tempo, é muito difícil viver com tudo aquilo ao seu redor.
Eu não tenho palavras para descrever o efeito que seus sentimentos provocou em mim, eu vou confessar que a vontade de chorar em algumas passagens foi enorme, eu realmente pensei que ia desabar a medida que ele ficava se mutilando, foi difícil eu não me tocar, eu não sentir!
Não sei ainda, mas eu iria aceitar um final com algo chocante. Eu ia compreender que lidar com o que ele lidou seria demais e chegaria a um ponto crucial.
Mas acredito que a autora nos quis poupar sofrimento depois de todos os outros sofrimentos que passamos com o Max. Seria um final de estourar a cabeça de qualquer um e sei que os corações de muitos iam ficar despedaçados, mas porra eu me sinto tão fraco sobre tudo isso. Não tenho peito para enfrentar, então ainda não sei como me sentiria.
Fiquei muito feliz por esse final simples, bonito e sincero.
Vou parar de falar sobre esse personagem, estou extrapolando, mas digo que amo simplesmente esses personagens que me despertam tanta coisa sobre mim.

Eu sei, eu sei que exagerei novamente, eu sei que devia cortar muitas partes desse texto, mas não consigo fazer uma resenha convencional, simplesmente não consigo. Então é como um desabafo é algo que eu necessitava fazer, eu precisava escrever um pouco o quão o livro explodiu minha cabeça, e como me fez pensar nesse mundo onde tantas coisas ruins acontecem a muitas pessoas e passamos despercebidos, é impossível salvar a todos e querer que tudo fique bem, mas vontade é o que não falta.
Só queria agradecer muito a autora Abigail Tarttelin por essa leitura maravilhosa, só tenho elogios com a narrativa, a escrita, os personagens e sua maneira de me fazer sentir e sentir muito.

Mas ai as coisas acontecem, e todo mundo decepciona todo mundo. E a gente percebe que os velhos amigos podem ser pessoas más. Que a sua mãe e seu pai não podem consertar tudo. Que não somos os heróis que pensávamos ser. Que apenas não tínhamos ainda nada de muito difícil com que lidar, então não sabíamos como éramos covardes. Que éramos muitos fracos. Não. Não acredito nas coisas em que costumava acreditar.

E com esse trecho do Max que me deu um impacto enorme eu paro por aqui. Com certeza uma leitura que não esquecerei fácil. Talvez jamais esqueça.

little beesly 27/01/2021

Muito interessante na abordagem da intersexualidade, de forma a tornar as pessoas curiosas sobre o assunto, que ainda é tão negligenciado.

Apesar da escrita possibilitar uma leitura fluida, não consegui imergir no livro como gostaria, pois os acontecimentos são um tanto absurdos, ao meu ver (mas como servem a propósitos específicos e trazem à tona reflexões importantes, não acho que tenha sido de todo mal).

Percebo que gostei mais das reflexões que o livro trouxe do que propriamente do livro em si, mas no geral é uma experiência que vale à pena e foge dos clichês.



POSSÍVEIS SPOILERS
???????????-

Particularmente fiquei incomodada com Max chamando Sylvie de maluca por diversas vezes, mesmo que tenha sido com um propósito carinhoso e na insistência dela própria em se mostrar como ?diferente das outras meninas?. Fora isso, achei o envolvimento dela com Max muito fofo de se acompanhar.

Gosto muito das reflexões que as atitudes da mãe de Max nos levam a ter. Em algumas resenhas vi pintarem ela como uma das vilãs da história, quando na verdade ela é somente uma pessoa complexa, que erra, mas erra acreditando estar fazendo o melhor pro filho, em muitas ocasiões. Isso não exime ela de culpa, mas acho uma saída muito monocromática assumir que ela é má ao invés de analisar a sua complexidade e forma de pensar.

Joanderson.Oliveir 03/04/2021

Livro que todo mundo precisa ler!!
Um livro sobre diferenças, sexualidade, amor e respeito. Menino de Ouro é um interrogar-se o tempo todo. Sobre quem somos e como lidamos com a pluralidade sexual. "Max Walker tem uma vida perfeita... Max Walker tem um segredo..."

NatyNatalia 12/01/2024

Ok...
Li esse livro por recomendação de uma professora e amiga da minha mãe e me pergunto hoje por quê?!
É uma leitura boa, que abre a mente, aluga um triplex na sua cabeça, mas a história se arrasta tanto que é difícil engrenar a leitura.
Fora que a mãe do Max estragou o livro.
Enfim, 3 estrelas porque não concordei com algumas coisas. Parece que o único maduro na história é um menino de 10 anos que ama videogame. Controverso, não?!

Universo dos Le 24/10/2013

Sobre a história:

Max tem 16 anos e é um garoto de ouro: lindo, charmoso, faz o maior sucesso com as garotas, é bom no futebol e tem ótimas notas na escola. Além disso, os seus pais são advogados importantes e conhecidos, o que o torna uma estrela. No entanto, apesar de todas as aparências, ele esconde um segredo que pesa e corrói a sua alma: ele é intersexual.

Apesar da sua dificuldade em se relacionar e compreender o seu corpo, ele é um garoto positivo, que tenta levar uma vida normal. Tudo isso muda quando Hunter, o seu melhor amigo e o único de fora da família que conhece o seu segredo, resolve estuprá-lo para satisfazer a sua curiosidade de viver uma experiência diferente, com um garoto com um corpo diferente.

A atitude de Hunter, além de mudar a forma como Max se enxerga, o conduz a uma situação inusitada e repleta de dificuldades. A partir deste fato, ele tem que questionar a sua existência, o seu corpo, a sua capacidade de amar e de ter um relacionamento comum e até mesmo a relação familiar.

Minhas Impressões:

Menino de Ouro é um livro intenso, árduo, diferente, envolvente e que nos apresenta uma realidade pouco discutida em livros e menos ainda no nosso dia-a-dia. Max é intersexual (hermafrodita) e apesar do apoio da família e da sua vontade de ser forte e levar uma vida comum, as dificuldades existem e o rodeiam a todo o tempo, ficando muito mais intensas após o estupro.

O tema abordado por Abigail Tarttelin é extremamente relevante e abre os nossos olhos para uma realidade triste, mas que conforme estatísticas apresentadas ao longo da história, não tão rara. A escritora foi corajosa ao propor uma temática que foge à esperada pelo senso comum, mas conseguiu atingir a sua meta com louvor. A história é bem construída, sensível e intensa. Não existem passagens desnecessárias, pontas soltas ou detalhes incoerentes - a cada acontecimento e a cada pensamento dos personagens ficamos mais envolvidos com a trama, que vai se apresentando como uma colcha de retalhos diante dos nossos olhos.

Os segredos são muitos, todos escondem algo e todos tem suas razões e suas justificativas, nem sempre plausíveis, mas sempre dignas de seres humanos, repletos de qualidades e defeitos, sempre passíveis de erros e de amadurecimento.

A narrativa é em primeira pessoa, com capítulos alterados entre os personagens principais, quais sejam: Max, o seu irmão Daniel, a sua mãe Karen e a garota por quem ele se apaixona, a sensível e sensata Sylvie. Além desses, também existem capítulos narrados pela médica Archie e pelo pai de Max, o Steve. Com tanta variedade, a escritora conseguiu construir perfeitamente cada um deles, o que é simplesmente incrível!

OUTROS DETALHES, PASSAGENS INTERESSANTES E FOTOS NO BLOG:

site: http://www.universodosleitores.com/2013/10/menino-de-ouro-de-abigail-tarttelin.html

char_benji 20/05/2021

apesar de ser angustiante em diversos momentos, o livro é ótimo, porque a intenção é exatamente essa.
me pergunto apenas se quem escreveu a sinopse da parte de trás do livro realmente o leu.

Oscaraujo 21/04/2023

É a segunda vez que leio este livro. Da primeira me veio com uma pancada no estômago poderosa e amarga, mas daquelas que a gente ainda sente vontade de continuar saboreando por conta das nuances. Dessa segunda vez, ainda achei toda a escrita poderosa, com o capítulo principal ambientado (tanto físico como emocionalmente) de forma extremamente real e tátil. Mas também percebi que o livro se arrasta, por mais que por um tiquinho só, na escrita. Influxo de pensamento do personagem principal avança e retrocede algumas muitas vezes, o que é interessantíssimo, mas as vezes passa do ponto. Mas eu diria que a única crítica poderia ser essa, porque tirando isso, é um livro com uma temática inovadoríssima, poderosa e, principalmente, necessária. Menino de ouro é único.

rafa 18/06/2021

menino de ouro.
não sei muito o que dizer, pq esse livro me deu todos sentimentos, raiva, tristeza, confusão, felicidade, amor, muito MUITO ÓDIO, mas empatia também. o início do livro me deixou quase com ressaca literária, mas no final não pude mais parar de ler. acho que sim podia ter sido melhor descrito AQUELA cena, pq de resto tudo é muito detalhado, tão detalhado que chega ser chato, mas é muito bom pq tu entende cada pedaço das situações. o livro é bom, um pouco confuso as vezes, um pouco cansativo pra ler, mas no final é bom.
eu te amo Max, tu só precisava de espaço, privacidade e que as pessoas parassem de tentar falar por ti, eu te amo Daniel..se eu tiver um irmão igual a ti eu agradeceria, te amo Sylvie, te amo verdadeiramente, a Karen é muito controladora, tem sim problemas psicológicos, mas isso não justifica nenhuma porra de ação que ela fez, o Steve é um pai incrível, mas ele se perdeu um pouco no trabalho, o Hunter é um merda, nojento, praga, monstro, maluco do caralho.

Rose 06/11/2013

Um dos melhores romances que já li na vida
"Menino de Ouro" é, sem dúvida, um livro que vai muito além das questões da sexualidade de um indivíduo. Abrange assuntos como o diálogo entre pais e filhos, convívio social, preconceito, dúvidas e início da vida sexual de um adolescente.

Há momentos em que a situação abordada é tão forte que chega a nos trazer as mais diversas reações (frio na barriga, angústia, tristeza, emoção, etc). Sim, Abigail Tarttelin, a jovem e talentosa escritora, consegue tudo isso em Menino de Ouro.

Além disso, traz narrativas de diferentes personagens, onde os capítulos são divididos em diversos pontos de vista de cada um, fazendo com que a leitura torne-se mais dinâmica.

É com facilidade que vemos por aí assuntos relacionados à dúvida sobre ser gay, lésbica, bi ou afins, mas é a primeira vez que vejo abordar um tema tão profundo.

Simplesmente demais!

João Vitor 06/02/2021

NINGUÉM ESTÁ ACIMA DE MENINO DE OURO. MAS ELE ESTÁ ACIMA DE MUITOS.
QUE LIVRO FODA, INCRÍVEL, SENSACIONAL!!!

O livro aborda um tema muito original que eu nunca tinha lido: pessoas intersexuais (que nasceram com genitálias masculina e feminina - de forma bem resumida e "grosseira").

A gente conhece o Max, que é intersexual, e toda a trama se passa ao redor dele. Sua família é bem conhecida na cidade onde moram, então eles fazem de tudo para que esse assunto relacionado ao filho não se torne conhecimento de ninguém além deles. Além disso, o irmão mais novo de Max também apresenta algumas condições psicológicas que dificultam a relação dele com outras pessoas e, por muitas vezes, ele é taxado de "retardado". Dessa forma, a gente observa uma dificuldade imensa e até um certo negligenciamento dos pais ao tratar ambos os filhos. Várias vezes eu me peguei com muita raiva, principalmente da mãe, pela forma que as aparências valem mais do que a relação com os filhos.

O livro toca em assuntos MUITO delicados e EXTREMAMENTE pesados como abuso sexual (explícito, então fica aí o aviso de gatilho), o aborto, a depressão, a gravidez, as doenças sexuais, etc. Por conta disso, é um livro que te prende aos personagens de forma muito intensa, porque você sofre (muito) e se angustia com tudo o que acontecem com eles, principalmente com o Max.

O livro tem 6 narradores: o próprio Max, seu irmão Daniel, sua mãe, seu pai, sua "namorada" e sua médica. Isso foi um dos pontos altos do livro, porque por causa dessa troca de perspectiva, a gente conseguia entender a fundo como cada um lidava com a intersexualidade do Max. Os personagens são construídos de forma fantástica e extremamente real.

Para concluir, como eu já falei, é um livro INCRÍVEL, mas muito pesado, então tomem muito cuidado para ler, porque até eu que não costumo me incomodar tanto com gatilhos, fiquei enojado e passando mal de verdade com algumas partes do livro. Mas é uma história singular, brilhantemente bem escrita e que eu recomendo demais.

Psychobooks 30/11/2013

Resenha Dupla

Expectativa x Realidade

Alba: A gente esperou muito por esse lançamento. Desde o release que recebemos da Globo Livros apresentando a obra da autora Abigail Tarttelin estávamos loucas pela leitura.
Às vezes a expectativa e a realidade são como água e óleo: não se misturam.
Às vezes elas vivem um lindo caso de amor. Almas gêmeas, mesmo.
"Menino de ouro", para nosso deleite, se encaixou no segundo caso.

Enredo: conhecendo Max

Alba: Max é um garoto prestes a completar 16 anos. Max é diferente, e vamos conhecendo suas diferenças - e entendendo como ele lida com elas - no decorrer do enredo. Ele é calmo, um filho obediente, um irmão atencioso, um ótimo aluno e esportista. Superchegado aos amigos e supernamorador. Esse é Max, um "menino de ouro". Um garoto perfeito.

Alba: Por trás dessa fachada perfeita, Max e sua família escondem um segredo: Max é intersexual, e um acontecimento chocante trará à tona perguntas e situações que farão com que o garoto enfrente as verdades sobre ele e como quer se enxergar e viver a partir de agora.

Narrativa e desenrolar do enredo

Alba: A narrativa corre por meio de visões. Enxergamos os acontecimentos através dos olhos de 6 narradores. Max; Karen, a mãe de Max; Sylvie, uma garota da escola de Max; Daniel, irmão caçula de Max; Archie, médica de um clínica que atende Max; e um personagem surpresa, no final do livro.

Mari: Em alguns livros, essa quantidade de narradores pode ser confusa, no caso de Menino de Ouro, é importante saber como cada personagem está se sentindo e lidando com a situação. No começo da leitura, fiquei um pouco perdida e esquecia quem era quem, o problema foi resolvido em poucas páginas quando eu me afeiçoei a cada um deles.

Alba: O enredo cresce por meio das ações de Max e do que isso vai gerando nas pessoas que o rodeiam.

Mari: O amadurecimento dos personagens e crescimento do enredo é feito gradualmente, com elementos críveis, que deixa a leitura acelerada e instigante.

Alba: Há uma ruptura logo no começo do livro. Um acontecimento que coloca todas as certezas de Max à prova. Seu amadurecimento e autoconhecimento são provenientes desse fato. O enredo é divido em três partes, cada uma delas acrescenta um novo acontecimento e um novo modo de lidar com a intersexualidade do protagonista. A fluência da escrita é absurda e a enredo prende tanto que é impossível largar a história.

Mari: Essa ruptura acontece por volta da página 21, não seria spoiler se contássemos para vocês, mas não queremos estragar a sensação de 'choque' ao ler essa passagem, que é um soco na boca do estômago, incomoda; enquanto eu lia, ficava pensando em como aquilo poderia estar acontecendo e acredito que alguns leitores irão ficar com os olhos cheios d'água.

Alba: Abigail Tarttelin ousou DEMAIS nesse livro. Poderia ter se contentado com o tema central proposto, a intersexualidade do garoto, mas foi além e acrescentou inúmeras camadas ao seu texto. Durante a narrativa, o personagem fica dividido entre a fina casca que todos conhecem e admiram e seu verdadeiro eu, com dúvidas e questões não muito bem-compreendidas por ele por falta de informações.

Mari: A ousadia da autora foi o que mais me conquistou, jogar uma cena forte enquanto ainda apresenta os personagens foi muito corajoso da parte dela e, felizmente, funcionou muito bem. Essas camadas de enredo e a construção de personagens, deixam a sensação de uma história tridimensional, onde o leitor é capaz de acreditar que tudo poderia ter sido baseado em um fato real e não apenas fruto da mente imaginativa da autora.

Alba: O contraponto dessas duas camadas entre o Max que todos conhecem e o Max como realmente É, é o segredo para o livro ser tão perturbador e mágico. O personagem e as pessoas que o cercam, questionam o tempo todo suas próprias consciências acerca dessas diferenças e como elas afetam a vida do protagonista e suas próprias. Essa verdade crua que a autora resolveu trilhar é a culpada pela verossimilhança incrível do livro. Os personagens não têm vergonha de seus pensamentos e não escondem nada do leitor.

Alba: Durante boa parte da leitura, me questionei sobre decisões tomadas pelos pais de Max quando ele nasceu e os motivos para terem recuado ou imposto alguma coisa. Juntando todas as peças, percebi a verdadeira intenção da autora: a necessidade de apresentar verdadeiramente o assunto, sem barreiras.

Mari: Max pode ser o centro do enredo, mas os outros personagens são igualmente importantes. Daniel, irmão caçula de Max, é um garoto encantador, muitas vezes incompreendido e até mesmo um pouco negligenciado nos deixa de boca aberta com seu discurso para o irmão no final do livro. Sylvie, amiga de Max, chega de mansinho e vai ganhando importância com sua personalidade e atitudes. Até mesmo a médica, Dra. Archie, tem importância fundamental na história.


Vale a pena, meninas?

Alba: Muito, muito, muito! Não conhecia nada sobre intersexualidade e suas consequências físicas e psicológicas. A autora soube me informar tudo isso por meio de um narrativa de ficção profunda e tocante. Todos os personagens são ricos, a história é maravilhosa e o final é simplesmente perfeito.
Super-recomendo.

Mari: Menino de Ouro é um livro que engana à primeira vista, por ter um personagem central com 16 anos, pode deixar alguns leitores receosos, mas não tenham medo, esse livro é forte, profundo, tocante e - ainda que com uma linguagem simples -, incrivelmente bem escrito. Leitura mais que recomendada que já ganhou suas 5 estrelas logo na página 21.


"Essa merda toda é demais para mim."
Página 280

"É quando o choque se dissipa, e eu percebo o que está por vir. Parece que se leva muito tempo para compreender a situação. Quero dizer, coisas como essa nunca acontecem. Elas acontecem com outras pessoas, mas não com você, não comigo. (...)"
Página 21

site: http://www.psychobooks.com.br/

Vitor 03/12/2013

Incrível.
Abgail Tartellin foi esperta, muito esperta. Choca seus leitores com uma grande reviravolta nas primeiras 20 páginas do livro. No começo, me perguntei se a autora realmente havia escrito tal cena. Por quê? Porque pensava que se tratava de um YA, não de um livro que abordasse um tema tão delicado.

A história é a seguinte: Max Walker é um garoto basicamente perfeito: inteligente, legal, divertido, e adorado por todos. Mas por trás do manto de falsa perfeição se esconde um segredo que consegue devastar sua família. Max é intersexual e apenas seus parentes e um amigo sabem disso. Mas ao invés de algo simples de entender como a homossexualidade, sua sexualidade fica o mais distante possível dos holofotes, por causa da inabilidade dos pais de abordarem o assunto.

Após o acontecimento que transforma sua vida (que não relatarei, espero que leia e tenha suas próprias impressões), ele passa por um turbilhão de emoções. E o mais difícil é lidar com seus pais. Steve, o pai, um homem bastante conhecido devido seu cargo, se encontra mais ausente na maior parte do tempo. O destaque vai para Karen, uma mãe que espera sempre o melhor dos filhos e busca apoiá-los, mas é a pessoa que mais se abala depois da ''tragédia'', se denominado incompetente como mãe, e que agora simplesmente não poderá esconder a sexualidade de Max como sempre fez.

Outros personagens centrais da trama são Daniel, o irmão de Max, que é esperto e sagaz como apenas uma criança pode ser; Sylvie, que se torna muito importante para nosso protagonista; e Archie, que ajudará Max a passar por alguns problemas.

A escrita da autora é ótima: rica e fluida. O livro é contado em primeira pessoa por 6 narradores, e, devido a personalidade diferente de cada um, é fácil distingui-los. E o que mais me admira no relacionamento entre os personagens, foi a facilidade que a autora simplesmente devastou, aos poucos, a perfeição que julgavam existir. Expondo os podres de cada um na mesa, os personagens são levados a situações que nunca tiveram de enfrentar.

Outra coisa que me admirou bastante, além da ousadia de Tartellin, foi a habilidade de abordar tão bem um assunto pouco debatido. No meio de tantas histórias sobre coisas tão recorrentes da vida, me deparei com um livro singular a respeito de algo tão delicado que todos sabem da existência, mas nunca foi o centro de debates.

Menino de Ouro certamente foi um dos livros que mais tive o prazer de ler. Recomendo fortemente para todos.

Talita.OBlathmhaic 15/10/2020

Que livro foi esse hahahaha
Eu AMEI esse livro, eu comprei ele no último minuto, depois de assistir um vídeo no YouTube.

Comecei o livro me preparando para um relacionamento entre o Max e o Hunter, já estava suspirando, sorrindo bobo, até...

Eu gostei da construção dos personagens. A história e o enredo são maravilhosos, não é um livro chato e a leitura flui muito bem.

O livro é construído por vários pontos de vista, o que eu amo, mas me irritou porque eu queria saber o que estava ou ia acontecer com o personagem, mas ia, ás vezes, para um outro personagem em uma cena diferente.

Não sou de chorar fácil, mas logo nos capítulos iniciais, eu estava quase chorando.

Até o meio do livro, eu me identificava um pouco com o Max e a mãe dele. Um capítulo depois do meio, eu já odiava os pais do Max. O único daquela família de quem eu gostava, além do Max, era o irmão dele, Daniel. A cena da escola onde o Dani estava fazendo um cartão e chega a professora, é ótima.

O final também foi muito bom. Faltam elogios para esse livro.