ricardo_22 25/08/2011
Resenha - Blog OverShock
O Mundo de Vidro, Maurício Gomyde, 3ª Edição, Brasília: Porto 71, 2011, 236 páginas.
Simples, envolvente e divertido. É assim que defino o livro O Mundo de Vidro, do nosso parceiro Maurício Gomyde. Paulista, Maurício mora em Brasília desde os seus três anos, e além de escritor, é baterista e compositor, ou seja, gosta de música, que é o que percebemos ao longo de seu livro, que possui citações de diversos cantores e músicas, sendo uma delas do próprio autor, que inclusive já lanço um CD.
Ele (o autor não cita o nome dos personagens principais, e é dessa forma que eles são citados durante a história) é um cara comum, que já havia arriscado ser músico e que em sua vida, de pouco mais de três décadas, havia tido apenas duas namoradas. Vivia sozinho, a não ser com a companhia de um papagaio (ou melhor, papagaia) chamado Horácio. Ela (que como disse, não sabemos o nome) com seus vinte e poucos anos, era uma verdadeira musa, professora, jornalista, além de ser economista. Ambos tinham uma vida distinta e o primeiro encontro seria na primeira virada do milênio (de 1999 a 2000), quando Ela apareceu na TV, beijando seu noivo. O destino havia preparado algo mais para esse casal (Ele e Ela, não Ela e o noivo), e se encontrariam mais tarde dentro de um metrô. Para Ele, foi amor a primeira vista.
Para se aproximar de sua nova paixão, Ele passa a segui-la, com o objetivo de descobrir mais sobre a tão bela mulher. Se matrícula em um curso que não faz a mínima ideia do que seja, e é surpreendido ao descobrir que Ela é a professora, e não uma aluna, como desconfiava. Inventa a desculpa de que precisa de aulas particulares, Ela, como boa professora, aceita ajudar seu aluno, porém, está passando por um momento difícil, e é Ele que a ajuda. Assim acontece o primeiro de muitos encontros, e claro, desencontros. “Cada cena de seu primeiro encontro repetia-se infinitamente, como se fosse um filme que volta ao início sempre que acaba. Os olhos, a boca, o sorriso, os dentes perfeitos, o corpo, a cena dele chegado e a encontrando caída no sofá, bêbada, ou quando estava deitada na cama, como um anjo. Ter insônia pensando nela seria sempre um prazer. E torcia para poder sonhar com aquelas cenas todas as noites. (pág. 66)”.
[...]
O Mundo de Vidro é uma história de amor moderna, com os seus momentos românticos, mas não tem aquela dramatização toda, pelo contrário, tem atitudes que Ele toma que sim, acredito agradar as mulheres (seja uma rosa, ou uma canção). Ela, por sua vez, percebe aos poucos Ele era um cara legal, que apenas completaria a sua vida, mesmo que fosse “baixo, magro e com uma leve barriguinha de chope (pág. 21)“. Acredito que muitas pessoas não vêm aquilo que alguém tem por dentro, e essa mensagem, também acredito ser um ponto positivo do livro, mesmo que essa não tenha sido a mensagem que o autor gostaria de passar. Enfim; um belíssimo trabalho de Maurício Gomyde. Ah, antes que eu me esqueça: a história se encerrar na segunda virada do milênio, ou seja, de 2000 para 2001. (Espero que tenham entendido por que duas viradas de milênio).
Resenha na integra no blog OverShock: http://overshock.blogspot.com/2011/08/resenha-39-o-mundo-de-vidro.html