hanny.saraiva 29/07/2018Alguns bons contos, outros repetitivosApesar de gostar muito da forma como Enrique escreve até mesmo nos contos que me parecem repetitivos, o livro tem bom conteúdo, ainda explorando o ofício de ser escritor. Há contos surpreendentes e reflexivos, outros que possuem um quê de Bartleby e Cia e outros com muita repetição de assunto. Rápido de ler.
Frases preferidas:
- Busco a vida que há nos contos.
- A impressão de viver em plena tempestade de calma.
- Isabelle Dumarchey tinha dez anos quando uma cigana vaticinou que ela morreria sedenta e de pé, talvez dançando num dia de inverno muito chuvoso, de um ano impossível de determinar.
- É verdade que tudo passa e nossa sina é passar.
- Um amigo diz que leio demais até torná-los outros.
- Talvez ser um autor seja fazer-se de morto, situar-se no lugar do defunto e não perder de vista certas perspectivas abertas por pensadores como Foucault, para quem o que a escrita põe em questão não é tanto a expressão de um sujeito que escreve quanto a abertura de um espaço no qual o sujeito que escreve não cessa de desaparecer: "A marca do autor está somente na singularidade de sua ausência."