Exploradores do abismo

Exploradores do abismo Enrique Vila-Matas




Resenhas - Exploradores do abismo


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adriana.sydor 08/06/2016

Exploradores do Abismo, Enrique Vila-Matas
esperava encontrar um rosto mais sincero, mais simpático, com os olhos um pouco arqueados e algumas rugas de um sofrimento existencial. acho que esperava um pouco mais de espelho.

me arrependi de ter procurado foto na internet. quase não tive jeito de continuar a ler, porque aqueles olhos de gato, tão longe dos afetos que eu encontrava em sua escrita mansa, me tiraram a sinceridade das palavras.

não consegui deixar de julgar sua aparência. simplesmente não consegui. sabia que era uma loucura desenhada naquele lugar onde a ficção mora e a gente quer trazê-la para realidade. era um jeito de encontrar empatia na escrita que desmoronou ao ver aquela coisa meio Jack Nicholson com aquelas sobrancelhas muito desenhadas.

por um tempo fiquei assim, vidrada em procurar uma foto com mais generosidade que pudesse me devolver um pouco das humanidades dos textos. não consegui.

voltei ao livro num esforço além do normal. com a frase “é tudo mentira” na minha cabeça, veja só que loucura.

eu havia lido uma coisa ou outra do Enrique Vila-Matas, umas crônicas jornalísticas que lembro de ter gostado na época da faculdade. e também, por aqueles tempos, assisti uma entrevista com ele a respeito de um prêmio que estava a receber (não lembrava do rosto), gravei que Marguerite Duras o havia ajudado em suas primeiras horas. e alguma coisa que devo ter lido em alguma linha de rodapé sobre o lance do Literatura Portátil. nada mais.

me diverti muito. “Exploradores do abismo” é leitura perfeita, me tirou de uma secura de interesse que havia se instalado em mim. nada me chamava atenção além das cinco primeiras páginas…

mas Vila-Matas escreve gostoso, com uma inevitável ironia. precisa. não é todo mundo que a consegue assim no papel. um tipo de humor que adoro e com imagens bem construídas em temas amplos da existência e da especulação humana. as palavras são tão detalhadamente escolhidas e pensadas que se transformam num imenso natural, como se ele só enfiasse os óculos, abrisse a tampa do computador e seus dedos corressem sem esforço. adoro isso.

Exploradores do Abismo, Enrique Vila-Matas, se você ainda não fez este passeio, faça.
Remise 11/10/2016minha estante
Nossa.. que resenha boa.. chega dá vontade de ler. Parece também que você só enfiou os óculos, abriu a tampa do computador e teus dedos escorreram aqui.. eternizados nessa resenha.


Ana 23/09/2019minha estante
Que resenha, Adriana... obrigada.




Lisiane.Dutra 11/03/2020

Não me emocionou. Livro difícil de ser lido e de manter o interesse.
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Stella Paul 11/06/2021

Contos
Alguns contos são bons e fazem sentido e outros são puro devaneio e são chatos demais, mas claro que pode ser pelo fato de eu ser uma leitora mediana? Pode ser também. De qualquer forma: não leria novamente.
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hanny.saraiva 29/07/2018

Alguns bons contos, outros repetitivos
Apesar de gostar muito da forma como Enrique escreve até mesmo nos contos que me parecem repetitivos, o livro tem bom conteúdo, ainda explorando o ofício de ser escritor. Há contos surpreendentes e reflexivos, outros que possuem um quê de Bartleby e Cia e outros com muita repetição de assunto. Rápido de ler.

Frases preferidas:
- Busco a vida que há nos contos.
- A impressão de viver em plena tempestade de calma.
- Isabelle Dumarchey tinha dez anos quando uma cigana vaticinou que ela morreria sedenta e de pé, talvez dançando num dia de inverno muito chuvoso, de um ano impossível de determinar.
- É verdade que tudo passa e nossa sina é passar.
- Um amigo diz que leio demais até torná-los outros.
- Talvez ser um autor seja fazer-se de morto, situar-se no lugar do defunto e não perder de vista certas perspectivas abertas por pensadores como Foucault, para quem o que a escrita põe em questão não é tanto a expressão de um sujeito que escreve quanto a abertura de um espaço no qual o sujeito que escreve não cessa de desaparecer: "A marca do autor está somente na singularidade de sua ausência."
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Marcos Nandi 30/05/2021

Chato!
Se você fosse vazio como um abismo ou estivesse na beira de um abismo? O que faria?
O autor volta ao abismo, ao início, escrevendo contos.

O mês de maio li praticamente apenas um livro, por alguns motivos pessoais, e também pelos péssimos contos contidos nesta coletânea. Segunda obra do autor que não consigo me identificar. São histórias rasas e com finais medíocres.

Fiz sinopse sem spoiler de cada conto e com nota de 0 a 5 usada para fazer uma média.

Outro conto hassídico: não há narrativa nesse conto, tem estranhamente apenas dois parágrafos. Nota 0

A modéstia: Um homem "modesto" usa o ônibus da linha 24, para anotar frases aleatórias colhidas ao ouvir conversas alheias, até que encontra uma mulher que não é nem bonita e nem feia. Nota 3.5

Das tripas coração: são só devaneios do autor. Nem sei se considero conto. Nota 0

Menino: esse conto relata uma relação conturbada entre um pai e seu filho que está preste a se operar e que espera que o filho morra. Nota 5

Os autistas são assim: Luc é uma pessoa estranha. Sozinha. Tímida. Sem amigos e que trabalha nos correios. Até que "ganha" num sorteio uma viagem para Estocolmo, mas que é impedido por causa de sua cirurgia. Interessante análise da síndrome de Estocolmo, nota 5.

Matéria escura: Um casal espionado por um vizinho. Nada demais acontece. Conto chato. Nota 0

Nunca fez nada por mim: Um microconto, apenas uma página. No caso, o narrador está iniciando um conto. E só. Nota 0

Fora daqui: É um conto estranho. Andrei é um promotor russo, viúvo (por duas vezes) que quer se casar com a governanta e tem seis filhos. Dois deles problemáticos. Nota 3.

O dia assinalado: Uma jornalista recebe o vaticinio que iria morrer num dia chuvoso, em pé, próximo de um álamo. Essa profecia lhe persegue até que a mesma recebe a oportunidade de ser jornalista no México para cobrir um furacão. Nota 4, pois, não gostei do final.

Amei bo: a pessoa mora há 17 anos em outro planeta e resolve voltar para a Terra. Começa bem e termina chato e confuso. Nota 2.

Iluminado: Iluminado é um menino estranho que fará amizade (também estranha) com o narrador da história. Conto bonito. Nota 5

Vida de poeta: conta a história de uma viagem. Não desenvolve. Nota 0

Vazio de poder: Outro conto chato e sem história, que vai tentar narrar a história de um personagem de outro conto famoso. Nota 0.

Exterior de luz: Relato de uma amizade. Chato. Nota 0.

Um tédio magnífico: Uma reflexão breve sobre a morte. Nota 5.

Porque ela não pediu isso: Achei confusa a estrutura desse conto que foi dividida em três histórias.


I. A viagem de Rita Malú: Rita é uma mulher querida por todos, mas que nunca namorou. Muito parecida com uma escritora de romances ( Sophie Calle), ela tenta abrir uma agência de investigação e de depara com uma suposta cliente e um suposto desaparecimento. O conto é o mais regular até agora. Não se perde ao longo do texto. Nota 5.


II. Não brigue comigo: Aqui é meio que a explicação da origem do conto anterior, mas não sei até que ponto é história real. O autor tem um encontro com Sophie Calle e ela pede pra o mesmo fazer uma história em que ela pudesse "viver na vida real". Muito legal ver os desencontros desse conto. Nota 5

III. O próprio imbróglio: Aqui o autor está com um problema renal e começa a falar sobre um suposto diário. Estragou a beleza dos dois outros contos. O autor não sabe finalizar os contos. Nota 3

A glória solitária: É mais um ensaio sobre o ostracismo e como a glória da fama pode ser ruim. Chato. Nota 0
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