A Casa do Céu

A Casa do Céu Amanda Lindhout...




Resenhas - A Casa do Céu


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Beatriz 25/07/2014

Emocionante não de uma maneira boa...
Não existe um único sentimento que descreva como me senti enquanto lia "A Casa do Céu". Amanda Lindhout, uma canadense aventureira - metida a jornalista freelancer - que sobreviveu a mais de 460 dias de cativeiro em terras somalianas, resolveu relatar seus dias e suas experiências vivenciadas antes e durante o sequestro ao longo de 448 páginas (1ª ed. 2013, Novo Conceito).
O livro, ao mesmo tempo em que é assustador, pertubador e realista, é particularmente inspirador; uma característica estranha, se pensar no enredo. A verdade é que a primeira parte do livro - o antes do sequestro - aumentou mais ainda a minha vontade de se lançar ao mundo em busca de lugares novos, exóticos e distantes com diferentes companhias. Mas, inspirador mesmo é a esperança que a Amanda mantém durante todo o tempo e as formas que ela encontra de se manter completamente sã.
Por mais que eu tenha ressaltado o "inspirador", não se esqueça das outras características caso essa resenha o/a faça buscar e se entreter com o livro; durante a leitura cheguei a questionar se era mesmo um relato e não somente uma história inventada. Contive-me e não busquei sobre a autora enquanto lia (o que estou a fazer agora) - não queria estragar o fim.
Ao decorrer da narrativa, conhecemos a precária situação somaliana, a guerra que ocorria (e que ainda ocorre) entre as milícias e o governo e a presente fé na religião muçulmana. Amanda, aliás, chega a se converter para tentar amenizar sua situação como "aquela que sua mão direita possui".
"A Casa do Céu" é um daqueles livros que você não sabe se quer parar de ler por não aquentar o sofrimento, ou se quer chegar logo ao fim.
Uma dica: chega até o fim.
Uma confissão: terminei o livro sem acreditar que eu não havia chorado.
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Sheila 02/08/2014

Resenha: "A casa do Céu" (Amanda Lindhout & Sara Corbett)
Por Sheila: Oi pessoas! Trago a vocês hoje a resenha de um livro que me emocionou muito. Confesso que não é uma leitura à qual eu esteja habituada – me identifico muito mais com os livros de fantasia. No que sou, muitas vezes incompreendida por meus pares! Sou psicóloga, e as pessoas com quem convivo (principalmente profissionalmente) esperam que meu nível de leitura seja mais "cult".

Mas, principalmente, por que costumo pensar que a realidade com a qual entro em contato em minha profissão – atuo na área da assistência social – já me coloca frente a frente com situações-limite demais, para que em meus momentos de lazer eu continue tendo de lidar com situações dramáticas, com tanto sofrimento. Prefiro me perder entre páginas que falam de reinos distantes, lutas entre o bem e o mal, onde o primeiro, finalmente, triunfe absoluto!

Deixando de lado meus preâmbulos, a primeira parte do relato de Amanda é muito interessante, até mesmo leve; até lá pela página 150 (o livro de 444 páginas) ela irá nos relatar sua infância, as vezes difícil, passada em Sylvan Lake no Canadá. Com um padrasto relativamente jovem para sua mãe, o que acaba expondo ela e os dois irmãos a constantes brigas e crises de ciúme.
À noite, Russell abria uma garrafa enorme de uísque ... Minha mãe sentava-se ao seu lado no sofá, em frente à TV, colocando os pés sobre o colo dele (...)
- Você acha esse cara bonito, não é, Lori?
Era uma imagem que todos nós reconhecíamos.
- Aposto que acha – prosseguia Russell, lentamente, com os olhos fixos na minha mãe. – Aposto que você tem vontade de estar com um cara desses.
Uma pausa. Em um instante, o rosto do homem na TV parecia se derreter e se reconstruir em algo mais agressivo e jocoso.
- Certo, Lori? É nisso que você está pensando?
Minha mãe respondia de maneira gentil. Ele já havia lhe quebrado alguns ossos antes. Machucara-a com força o suficiente para deixa-la no hospital durante dias.
A realidade difícil parecia fazer com que Amanda buscasse lá fora, no vasto mundo sem fim, um refúgio: contra as brigas constantes da mãe e o padrasto, o pai que descobriu-se homossexual, e a dificuldade financeira em que sua família vivia, em que as vezes lhes faltava, a ela e os irmãos, o mais básico.

Mesmo assim, Amanda olha o mundo por uma perspectiva otimista. E possui um entusiasmo que parece transbordar pelas páginas do livro, principalmente nos momentos em que relata suas viagens, seu entusiasmo com os lugares onde foi, o que conheceu. Mas, acima de tudo, sua coragem em lançar-se ao desconhecido com um guia, um pouco de dinheiro e muita confiança.
Nós dois nos sentamos sobre a borda rochosa da chapada, com os pés pendurados sobre o abismo, sem dizer nada. Mais abaixo, as nuvens espiralavam em tufos e pompons, formando uma cerca estranhamente branca que nos isolava de tudo o que havia abaixo. Era como se estivéssemos sentados na beirada do caldeirão de uma bruxa, ou na proa de um enorme navio no centro de um oceano sobrenatural. Eu vira este lugar na revista, e agora nós estávamos aqui, perdidos nele. Era a afirmação de uma pequena verdade. E era tudo de que eu precisava para continuar a viver.
Só que esta parte “feliz” das viagens de Amanda não me convenceram. Por que eu sabia que ela seria sequestrada. Eu sabia que ela passaria por situações de tensão e de perigo inimagináveis. E eu a via descrever situações em que se colocava cada vez mais em perigo. Mesmo sabendo o que aconteceria, eu me vi sofrendo com ela durante a narrativa, tentando lhe avisar, como seu eu pudesse dizer-lhe “não, Amanda, não faça isso. Não vá para a Somália. Acredite nesse frio na barriga que você está sentindo e volte já para casa!”

Além disso, fui enganada pela capa e o nome do livro, bem como pelo prólogo de Amanda, onde ela explica que “Demos nomes às casas onde nos puseram”. Essa frase me fez pensar que, talvez, não tivesse sido assim tão ruim. E não foi. Foi pior.

“A Casa do Céu” é um relato emocionante e, ao mesmo tempo, aterrador dos meses em que Amanda Lindhout passou em cativeiro na Somália. Sua escrita, que nada mais é que o relato de seus pensamentos e sentimentos enquanto esteve em cativeiro – na verdade os mecanismos dos quais lançou mão para se defender da realidade terrível a que estava submetida, e tentar sobreviver com sanidade a todo esse pavor – cativam e, ao mesmo tempo, impactam.

Ao percorrer as páginas desta história repleta de crueldade, não há como não identificar-se de maneira profunda com a dor sentida pela autora, mas também admirá-la por sua coragem e perseverança no árduo trabalho de não enlouquecer e preservar o otimismo e a perseverança.

É um livro que recomendo, mas com ressalvas. Não pela obra em si ou pela escrita, mas por que é preciso estar-se preparado, por ser uma leitura um tanto quanto pesada. Aos que se aventurarem, tenho certeza de que não se arrependerão, é um livro belíssimo. Abraços à todos e tod@s e até a próxima.


site: http://www.dear-book.net/2014/08/resenha-casa-do-ceu-amanda-lindhout.html
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Letícia 03/03/2014

No limiar da loucura
Creio que esse eu vou ler e reler várias vezes, é um relato incrível. Resumidamente, o livro trata do sequestro da canadense Amanda Linhout (a própria autora) e de seu antigo romance, o australiano Nigel, enquanto ela planejava dar continuidade em sua carreira de jornalista indo à Somália, já tendo passado pelo Iraque trabalhando em uma emissora iraniana. Antes disso, Amanda era viajante, e conheceu diversos lugares do mundo, muitos exóticos, e seu histórico lhe garante certa familiaridade com a cultura do Islã. Este é um dos aspectos marcantes do livro, pois a história toda gira em torno dessa religião. Em 2008 e 2009, época em que Amanda permaneceu na Somália, o país estava enfrentando uma grande guerra civil para implantar um governo que seguisse as regras do Alcorão.

A princípio, Amanda se mantém calma durante o sequestro, e tenta manter sentimentos bons, como esperança, durante os 15 meses de cativeiro. Isso é uma das coisas que eu mais admirei. Provavelmente por estar acostumada a viajar, ela conseguiu lidar com as privações sem comentários mesquinhos ou fúteis, sendo apenas um ser humano e é possível SENTIR isso durante a narrativa. Em vários momentos ela chegou perto da loucura, e nós quase enlouquecemos com ela.

Embora eu, infelizmente, acredite que ela tenha sofrido muito mais do que conta no livro (quem sabe para não chocar a família? Eles já sofreram muito durante este longo período), a narrativa foi cuidadosa e sem exageros, em nenhum momento foram realçadas passagens repulsivas ou aterrorizantes demais, apenas o que se passava dentro dela mesma. Sua esperança. Acredito que este é o grande mérito dela, dando vida a este drama real e muito comovente. Parte da comoção vem de saber que este livro é de não-ficção e que alguém realmente passou por isso e que agora enfrenta problemas como estresse pós-traumático e alguns ataques de pânico.

Hoje Amanda cumpriu algumas de suas promessas durante o cativeiro, como cursar uma faculdade, e também fundou uma organização para ajudar os refugiados somalis no Quênia, ou melhor, As refugiadAS. Durante o tempo em que passou com os captores, ela sentiu na pele o que é ser mulher entre tantos homens, sendo agredida e estuprada sem remorso. Pensando em uma mulher muito corajosa que tentou ajudá-la em sua tentativa (fracassada) de fuga, a Global Enrichment Foundation (Fundação para o Enriquecimento Global) foi criada.

Como espectadora, eu gostaria de saber se Amanda manteve contato com um de seus captores, o jovem Hassam, que lhe passou seu endereço de e-mail. Eu realmente gostaria de saber.

Após a leitura, eu passei um tempo abraçando o livro. De fato, ele foi muito especial e marcante para mim. Desejo que Amanda e Nigel consigam seguir sua vida felizes, que realizem os seus sonhos e que a GEF ajude muitas pessoas.
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mila antares 08/01/2015

Livro angustiante.
Um relato de memórias, sonhos, desejos e tragédia. Comovente.
Amanda nos presenteia com amor, vida e esperança e ao mesmo tempo, nos traz o horror e a crueldade de extremistas, grupos prontos para massacrar o que a humanidade tem de beleza; a liberdade e a fraternidade.
Uma leitura marcante.
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Isnnar Rainnon 04/02/2014

Libertador
A casa do céu é um livro de te leva para um mundo totalmente novo,no qual nota a história de uma jornalista que foi mantida em cativeiro durante 463 Dias ,e a cada dia o leitor é convidado a aprender uma lição de vida e resiliencia com Amanda. Eu sempre me referi a Amanda como um ser evoluído e superior ,pois se eu me encontrasse na mesma situação dela eu já estaria surtado ,e esse é um dos grandes atrativos do livro ,que é fazer despertar no leitor um sentimento de empatia em todas as páginas .O livro e forte ,denso e libertador ,libertador pois Amanda te faz libertar de manias supérfulas e cria no leitor uma maneira incrível de dar valor a pequenas coisas na vida ,a personagem (se é que podemos chamá-la assim) mostra o quanto a esperança é essencial em casos como esse . O que me mais chamou atenção não foi os episódios vivenciados por Amanda (que eram fortes !!!) mas sim a forma que ela lidava com tudo aquilo. Apesar do livro se tratar de um auto biografia ,há relatos da propia Amanda que te faz refletir sobre a situação sócio econômica da Somália ,o extremismo religioso ,e o negócio lucrativo e comum na Somália que é o sequestro. Uma das coisas que me despertou em mim um desconforto foi a maneira passiva como o Estado trata as vítimas de sequestro ,é um absurdo !!! Mais de um ano para libertar uma prisioneira? Sem nenhuma intervenção enérgica ,sem nenhuma preocupação em acelerar as negociações,realmente quando esse tipo de situação nao envolve nenhum interesse político o estado se mostra apático ,Amanda sofreu 463 dias só pelo fato de ser uma civil comum . Enfim ,o livro é maravilhoso e te ensina muitas lições de vida ,recomendo.
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Taisa 07/08/2015

Nunca entendi porque muitos leitores torcem o nariz para livros de não ficção. Acredito que se uma história que aconteceu com alguém mereceu um livro então ela merece ser lida. A Casa do Céu é esse tipo de história, é angustiante, sofrida e que sem duvida faz alguma mudança, por menor que seja, dentro de você.

Amanda Lindhout teve uma criação que pode ser considerada medíocre. Seus pais se separaram quando ela era criança. O Pai assumiu ser homossexual e foi morar com seu parceiro, a Mãe apesar de se esforçar, vivia em relacionamentos conturbados com garotos mais jovens que abusavam de violência. Sempre dividiu a casa minúscula com irmãos ou parentes do atual conjugue de sua mãe, não havia luxo, apenas um lar sempre superlotado, caótico mas que de certa forma eles ainda conseguiam encontrar um pouco de conforto e felicidade.

Ela queria mais, ela queria o mundo, queria conhecer todos aqueles lugares incríveis que ela via por meio de revistas de Viagens e Aventura. Ela queria o que todo mundo quer, queria ser livre, queria ver com os próprios olhos o mundo e suas diferenças. E ela foi atrás, viu e viveu na pele essas diferenças. Conheceu vários países. Até que certo dia em trabalho foi à Somália, e lá foi capturada com seu amigo e feita refém por 15 malditos meses.

Grande parte do livro ela conta sobre sua vida, com muito bom humor explica como as diversas escolhas que ela fez durante os anos convergiram para essa catástrofe. Foi muito prazeroso ler sua história, em como foi relativamente fácil conseguir atingir aquilo que ela queria, que era conhecer o mundo. A maneira com que ela escreve te instiga a se mexer, a querer ir atrás daquilo que você quer o quanto antes. A sensação de liberdade que ela passa é quase palpável.

Quando chega a parte em que ela esta cativa, você chega a pensar que não é tão ruim assim, mas não se engane, pois a coisa piora....e muito. É tenebroso pensar que várias pessoas, principalmente mulheres e até crianças sofrem todos os dias essas coisas absurdas, é inaceitável, é chocante, é triste.

Por outro lado ela faz você perceber que quem agride também é vitima. É vítima da guerra, da miséria, da fome, da ignorância e de tantos outros infinitos fatores. É um círculo vicioso que se alimenta a cada dia. Achei muito bonito a forma como ela encarou tudo, como respondeu a todos os abusos que recebeu. Acredito que ela nunca vai se curar mas sem dúvida ela sobreviveu da melhor forma possível e me ganhou como fã e admiradora.

Eu totalmente indico esse livro, apesar das cenas tenebrosas ele te ensina muita coisa, ela é uma mulher muito forte que soube tirar proveito até das piores situações e tem muito a dividir. É um ótimo livro para dar de presente e para ler quando você tiver meio perdido na vida. Ele para mim foi uma grata lição, eu adorei.
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site: leiturasdataisa.blogspot.com.br
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Hellen @Sobreumlivro 20/10/2015

Um relato dramático sobre relações humanas
Quando penso nesse livro, lembro de um outro livro arrebatador "A Cidade do Sol", de Khaled Hosseini. Amanda, assim como Mariam, mostra um poder indestrutível, de esperança, humanidade e força. Em agosto de 2008, na Somália, Amanda Lindhout foi sequestrada por um grupo rebelde, onde passou 461 dias sofrendo maus tratos, sendo estuprada, maltratada e espancada constantemente. Um relato dramático de como o ser humano pode ser cruel e forte, ao mesmo tempo humano e desumano.

Acima de tudo, mostra a força de uma mulher que, apesar de ter sofrido tanto, ainda consegue demonstrar e relatar momentos generosos e gentis para com os seus sequestradores, mostrando que, eles, assim como ela, também são reféns de uma guerra.

Uma coisa super interessante desse livro é que, como é uma história real, Lindhout mostra fatos reais de uma sociedade real e seus problemas escondidos, como a ligação entre ela e a mãe, interceptada pela polícia canadense, ou os seus escritos que estão no verso da capa do livro.

site: https://instagram.com/sobreumlivro/
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Elizabeth.Grando 16/04/2024

Muito mais que 5 estrelas
Queria poder dar muito mais do que 5 estrelas para esse livro.

Incrível como a Amanda foi forte em todo esse tempo. Eu, por diversas vezes, pensei se eu no lugar dela teria essa força para suportar tudo que ela passou.
É bizarro pensar que essas coisas acontecem de verdade, que tudo que foi escrito neste livro, de fato aconteceu. Parece, e é tão absurdo, tão surreal e ao mesmo tempo por lá, isso é tão comum...
É difícil ser mulher! Em todos os lugares do mundo é difícil, mas na Somália... Eu não tenho nem palavras do que é ser mulher por lá.
Por fim, uma leitura necessária, que te enche de angústia, esperança, medo, dor e muitas outras emoções.
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Mandy 09/07/2016

A Casa do Céu
"Uma das melhores coisas em que alguém pode acreditar sobre o mundo é que sempre, não importa como, há alguém que vale a pena querer ter ao seu lado." pág 55

O livro conta a história de Amanda Lindhout, de uma garota simples do interior do Canadá, à mochileira pelo mundo e finalmente a jornalista, visitando lugares dos mais lindos e exóticos até os mais caóticos e pobres, sua história começa com um sonho de criança em conhecer os lugares que antes ela apenas via através de fotos da revista National Geographic, até 15 meses de angustia em cativeiros pela Somália e outros países que seguem o regime islâmico e que vivem em constante guerrilha.

"É óbvio que você nunca vai conseguir olhar para o seu próprio futuro com clareza, ou para o futuro de qualquer outra pessoa. É impossível saber o que vai acontecer, até que a coisa aconteça. Ou talvez você perceba naquela fração de segundo que antecede o fato, quando consegue vislumbrar o seu próprio destino." pág 115

A narração é toda em primeira pessoa, então é como estar na cabeça de Amanda, desde o começo de suas viagens, quando tudo era simples e divertido, até os momentos de terror e demonstração de coragem em sua situação terrível de cativa. O livro é muito pesado, as autoras não poupam os detalhes na hora de narrar todas as coisas lindas e atrocidades vividas ao longo dos anos que a história ocorreu, conforme a leitura vai ficando mais densa com o passar das situações, o leitor vai se ligando cada vez mais à Amanda e sua história, é quase inevitável não sentir raiva em certas decisões tomadas, o sentimento de que você precisa alertar ela que aquilo não pode terminar bem, é como se eu visse um amigo relatando esses acontecimentos.

Em vários momentos me senti impotente e quase desisti da leitura, não por ser um livro ruim, mas por todas as coisas relatadas, torturas, fome, miséria, abusos, violência, toda a angustia que o livro passava, nada do que já tenha lido ou ouvido falar chega perto dos relatos nesse livro, o mais impressionante é que a leitura flui de uma forma incrível, você vivencia todo momento o sentimento de querer parar a leitura, mas simplesmente não pode abandoná-la ali, é um livro muito vívido, nunca tinha lido nada parecido.

"Eu viveria e voltaria para casa. Não importava o que viesse a seguir ou as coisas pelas quais tivesse que passar. Eu conseguiria sobreviver. Acreditei nisso com uma certeza que não sentia desde o início." pág 412

Essa história é mesmo muito inspiradora, a coragem com a qual Amanda passa por todas as situações e ainda sim, consegue ser uma pessoa melhor e manter firme o desejo de ajudar aqueles que também sofrem com as guerras e lutas santas. Só posso chegar a conclusão que ela é realmente um ser iluminado por passar por todas essas provas de vida e ainda ser capaz de amar ao próximo, e lutar e fazer de tudo para ajudar esse povo que no fim é apenas um instrumento das circunstancias, de uma religião e costumes. Não entro em muitos detalhes do que realmente ocorre com ela durante o cativeiro, apesar de serem coisas terríveis, são coisas que apenas quem lê o livro entende as decisões dela, sua posição em relação aos captores, apesar de todas as coisas, e também com Amanda, aprende que as pessoas são apenas vitimas das situações e que somos todos seres humanos no fim das contas.

"Uma única possibilidade surgiu entre todas as outras, e uma das mulheres a circulou com giz branco. Rajo foi o nome que escolhemos para a escola. É a palavra que, no idioma somaliano, significa esperança. E todos nós concordamos que a esperança é a melhor coisa do mundo." pág 439

"Jihad, em árabe, significa "a luta". Há dois tipos de jihad no islã, a maior e a menor. Ambas são consideradas nobres. A jihad maior é interna, a busca incessante que qualquer mulçumano para ser uma pessoa melhor, para afastar a tentação e os desejos terrenos, para manter a fé. A jihad menor é externa, comunal e violenta, quando necessário - a luta para defender e afirmar essa fé. Para os nossos captores, essa jihad envolvia combater os etíopes, embora o nosso sequestro estivesse incluído naquela causa. Não somente nós vinhamos de países "maus", como Ali dizia, mas qualquer dinheiro que recebessem pelo nosso resgate seria redirecionado para financiar a luta." pág 202

site: http://www.pequenosvicios.com.br/2015/11/a-casa-do-ceu-amanda-lindhout-e-sara.html
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Gisele.Maravieski 19/07/2016

Vale a pena a leitura
Livro autobiográfico de Amanda Lindhout que retrata o período em que ficou refém de um grupo islâmico, na Somália, em meio à guerra civil intensa. Livro denso mas incrível.
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Poesia na Alma 23/07/2014

Resenha - A casa do céu
Gente; tem um tempinho que li A casa do céu de Amanda Lindhout, Novo Conceito, 445 páginas; contudo a força da narrativa ainda está viva na minha mente! Não vamos encontrar um drama romântico e tolinho; o livro promete uma história forte, penosa e dolente!

O sofrimento de criança foi capaz de dar força a Amanda para lutar por algo diferente; algo que preenchesse o vazio que sentia. Conhecer a infância dela; nos fará refletir e sofrer junto.

Quando criança, Amanda escapava de um lar violento folheando as páginas da revista National Geographic e imaginando-se em lugares exóticos.
Aos dezenove anos, trabalhando como garçonete, ela começou a economizar o dinheiro das gorjetas para viajar pelo mundo.
Na tentativa de compreendê-lo e dar sentido à vida, viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia. Encorajada por suas experiências, acabou indo também ao Sudão, Síria e Paquistão. Em países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma carreira como repórter de televisão. Até que, em agosto de 2008, viajou para a Somália — “o país mais perigoso do mundo”. No quarto dia, ela foi sequestrada por um grupo de homens mascarados em uma estrada de terra.
Mantida em cativeiro por 460 dias, Amanda converteu-se ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu “lições sobre como ser uma boa esposa” e se arriscou em uma fuga audaciosa. Ocupando uma série de casas abandonadas no meio do deserto, ela sobreviveu através de suas lembranças — cada um dos detalhes do mundo em que vivia antes do cativeiro —, arquitetando estratégias, criando forças e esperança. Nos momentos de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram impostas.
De maneira vívida e cheia de suspense, escrito como um excepcional romance, "A Casa do Céu" é a história íntima e dramática de uma jovem intrépida e de sua busca por compaixão em meio a uma adversidade inimaginável.

Depois de uma infância com uma família descontrolada e violenta; aos dezenove anos, Amanda vai morar em Calgary. Cheia de sonhos e perspectivas, que a violência não fora capaz de roubar, Amanda sonhou com o emprego dos sonhos, mas teve que se contentar em ser garçonete!

E se a National Geographic foi capaz de fazê-la esquecer dum lar violento na infância; também foi capaz de fazê-la querer conhecer o mundo. E com o dinheiro que ganhava no trabalho, ela consegue se tornar uma viajante e inclusive lucrar com isso!

Inicialmente parecia um sonho realizável, material; mas depois Amanda já trabalhando com jornalista e conhecendo realidades de países em conflitos, narra e volta mais uma vez para a violência dos homens. Na Somália, ela chegou a viver em um cativeiro por mais de 1 ano.


A tortura relatada no livro; a violência e a angústia começam a nos adentrar como o ar que adentra em nossos pulmões. É um livro marcante e muito bom!

http://poesianaalmaliteraria.blogspot.com.br/
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Nívea 26/08/2016

Jornada de uma garçonete/mochileira
O livro narra a jornada inacreditável de uma garçonete que em uma de suas viagens é sequestrada por um grupo de terroristas. Além de contar como foi o período do sequestro, o livro também fala das outras viagens que Amanda Lindhout fez.
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Mari Balestero 28/08/2016

Amanda Lindhout começa a trabalhar como garçonete e começa a economizar as gorjetas para poder viajar pelo mundo. Em uma de suas viagens se torna jornalista. Foi sequestrada na Somália e passou 15 meses em poder dos sequestradores.
Nesse livro ela narra seus dias em cárcere, os horrores pelos quais passou e como fez para aguentar os 460 dias desse pesadelo.
Eu tive que parar de ler algumas vezes porque não aguentava mais ler os sofrimentos pelos quais ela passou.
Um livro pesado e surpreendente. Recomendo muito a leitura.
"Na verdade, minhas experiências haviam me ensinado que, embora o terror e os conflitos dominassem as manchetes internacionais, sempre havia - sim, sempre - um pouco de esperança e humanidade por baixo de tudo aquilo. O que você imagina sobre um lugar é sempre diferente do que você encontra quando chega lá: em cada país, em cada cidade, em cada quarteirão, é possível encontrar pais que amam seus filhos, vizinhos que cuidam uns dos outros e crianças prontas para brincar." - A Casa do Céu, Amanda Lindhout.
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Nina 24/06/2014

A Casa do Céu
Quando recebi esse livro da Novo Conceito, o coloquei bem no final da fila porque tinha a sensação de que não iria gostar: é uma biografia (estilo literário que eu particularmente não gosto) e ainda fala sobre violência contra mulher, tema que me incomoda muito. Me revolta demais histórias em que mulheres são abusadas pelos simples fato de serem mulheres. Serem julgadas e condenadas como inferiores por homens que, em geral, são desprovidos de qualquer noção de valor ou ética.

Mas, o recente sequestro das estudantes nigerianas por um grupo fundamentalista islâmico me comoveu muitos e as semelhanças entre o caso das jovens com o de Amanda Lindhout me fez ter muita vontade de ler o livro, mesmo imaginando que seria uma narrativa cansativa e sem muitos diálogos. Porém, devo ressaltar que me enganei redondamente!

A narrativa é mesmo bem forte, e em vários momentos eu me vi angustiada e revoltada pela violência e constantes humilhações às quais Amanda era submetida, mas as descrições claras, diretas e muito objetivas conseguiram prender minha atenção, mesmo sofrendo demais com tudo aquilo. Somos transportados para um universo completamente novo e diferente do nosso, onde atitudes cruéis são justificadas pela religião e pela fé em um Deus que com certeza reprova todas elas!

Na visão dos sequestradores, a unica função da mulher é cuidar do seu homem e de sua família, e para tentar se proteger um pouco da violência, Amanda e Nigel (seu ex-namorado e companheiro no sequestro) se convertem ao islamismo e estudam o Corão, na esperança de conquistar a simpatia dos "garotos". Eles chamavam seus sequestradores assim porque eram todos muito jovens, contratados para tomarem conta de deles e que só estavam ali pelo dinheiro; não que isso os transforme em menos culpados, apenas nos mostra o quão caótica e miserável é a situação do povo daquele país.

E aí você pensa: "Depois de tudo isso, ela nunca mais vai querer voltar lá". E é aí que a gente se engana e aprende uma grande lição. Amanda não só voltou à Somália como fundou uma ONG, a Global Enrichment Foundation, para levar educação às mulheres somalianas e quenianas, tentando assim combater o terrorismo nesses países.

A Casa do Céu não é uma leitura fácil, mas é com certeza muito impactante, pois é impossível você se manter o mesmo depois de conhecer a história de sobrevivência de Amanda frente aos mais tristes e sofríveis dias de sua vida. É uma história bela e marcante pois conhecemos o pior que um ser humano pode suportar, e ainda assim, mantendo viva a chama da esperança, da fé, do perdão, da vontade de viver e ser livre e da própria sanidade. De forma geral, essa é uma leitura inesquecível, que vai do que há de mais belo ao mais feio e triste no mundo, e que não pode ser ignorada.

Em setembro do ano passado, Amanda contou sua história em uma entrevista à revista Época que vale a pena ler (clique aqui), e se você quiser saber mais sobre o sequestro das jovens nigerianas ou somente tirar suas dúvidas sobre o caso, o G1 publicou uma matéria da BBC com algumas respostas às perguntas mais frequentes sobre o caso e que nos ajudam a entender a complexidade do episódio (leia aqui).

Aliás,está rolando uma mobilização na net pela libertação das meninas nigerianas e vários nomes famosos como Michelle Obama, Madonna, Alicia Keys, Cara Delevingne e Ellen Degeneres tem postado fotos com a hashtag #BringBackOurGirl em suas redes sociais como forma de apoio. Inclusive, Anne Hathaway pegou um megafone e foi às ruas de Los Angeles protestar, ao lado de um grupo de pessoas e do marido Adam Schulman.

site: http://www.quemlesabeporque.com/2014/05/a-casa-do-ceu-amanda-lindhout-sara.html#.U6m12vldVqU
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