spoiler visualizarDulce 26/03/2021
Intrigante!
Islândia,1828.
Agnes Magnúsdóttir, foi considerada responsável pela morte de seu empregador e amante, Natan Ketilsson, e sentenciada à morte.
Em uma época em que a cor do cabelo do indivíduo, poderia significar o quanto de maldade ele carregava dentro de si. Agnes, foi condenada!
Nessa mesma época, se uma mulher fosse letrada e inteligente, era considerada um perigo para aqueles que com ela conviviam. Agnes, foi condenada!
Agnes, foi julgada e condenada por ser uma mulher inteligente, madura e extremamente pobre e sozinha!! Lembrando, que: ela não foi ouvida, nunca pode dar sua versão do ocorrido por aqueles que selaram seu destino!
" - Vou lhe dizer uma coisa, reverendo Toti. Por toda a minha vida as pessoas acharam que eu era inteligente demais. Astuta, elas diziam. E quer saber, reverendo? É exatamente por isso que não sentem pena de mim. Porque acham que sou esperta demais, sei demais para estar medida nisso por acaso. Mas Sigga é idiota, bonita e jovem, e por isso não querem vê-la morrer - disse, recostando-se na coluna e apertando os olhos."
Mergulhei no mundo de Agnes, e senti sua solidão, sua tristeza e desespero ao ser condenada!
"APÓS DECIDIREM QUE TENHO DE partir, os homens se Stóra-Borg amarraram algumas vezes minhas pernas juntas à noite, como fazem com as patas dianteiras de cavalos, para garantir que não fujam. Parece que cada dia que passa eu me torno um animal para eles, outra fera de olhos embotados a ser alimentada com o que puder ser misturado, e a ser mantida ao abrigo do clima. Eles me deixam no escuro, me negam luz e ar, e quando preciso ser deslocada, me amarram e levam para onde querem."
Confesso, que meu coração chorou com Agnes do início ao fim, e nenhuma vez me perguntei se ela realmente havia assassinado Natan, ou não!!
"... Ela solta minhas mãos e passa os braços ao redor de meu pescoço. O som de seu soluço é alto em meu ouvido, mas eu me aferro a ela porque seu corpo é quente e não consigo me lembrar de quando alguém me segurou assim pela última vez, quando alguém se importou o bastante para pousar sua face junto à minha."
Agnes, teve sua vida contada pela australiana Hannah Kent, que brilhantemente relatou a vida de Agnes no livro: Ritos de Adeus.