Camille 06/09/2014Uma tentativa de desapego literário - Beletristas.comEu sei o que você está pensando. “O que você pode acrescentar ao resenhar Destrua Este Diário?” E eu sei a resposta: nada. É verdade, oras. Vocês já sabem como é o livro, o que você tem que fazer, e como você tem que fazer. Então por que estou resenhando?
Porque se você ainda não foi convencido a comprar, este é meu momento de convencê-lo. Digo isso por experiência própria, afinal, eu era o tipo de pessoa que pensava que a ideia era brilhante, mas não pagaria um centavo por ela. Pense comigo: comprar um livro para destruí-lo? Não pode ser normal!
Mas a verdade é que ser normal é para os fracos. E odeio ser considerada fraca, então uni minha coragem e resolvi realizar a experiência. Começo admitindo que não, não consegui realizá-la por completo – e jamais conseguiria.
A angústia veio logo no início, quando Kari me diz para arrancar a lombada. Decidi não fazer por motivos de: quero minha estante bonita. A ordem que segui foi: suba aqui, esfregue os pés e dê alguns pulinhos. Meus pés estavam imundos, então comecei de fato o processo de destruir o diário.
Como Kari Smith deixou claro que não precisava seguir as ordens, fui dando aquela olhada esperta em tudo. Escrevi meu nome diversas vezes, das formas que ela pede (foi divertido, admito), numerei as páginas, tracei linhas e escrevi palavrões.
Destrua Este Diário não foi exatamente uma surpresa. Eu sabia o que esperar, já estava convencida e ninguém precisava mais gravar vídeos – sempre muito divertidos – falando que era para eu comprar. Mas algo que Kari disse me fez pensar: “dedicados a perfeccionistas do mundo inteiro”.
Posso estar indo muito além, provavelmente estou, entretanto a autora fez um desafio. Muita gente do mundo inteiro aceitou, pessoas que até mesmo aceitaram colocar insetos na página específica para isso. Por quê? Será que estamos mesmo muito ocupados tentando ser perfeitos que, quando nos é dada a oportunidade de estragar algo, fazemos isso com um sorriso no rosto e risos contidos?
Na realidade, sim. É exatamente isso. Pelo menos para mim. Então, obrigada Kari por me mostrar a perfeição na imperfeição. E Intrínseca, por me permitir essa loucura.
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