Reniére 15/08/2015Lottie namora há um bom tempo com Richard e está certa de que ele irá pedí-la em casamento. Afinal, ele deu todos os sinais que que faria isso: a levou a um chique restaurante, perguntou-lhe o que ela pensava de seu sobrenome e, claro, disse que precisava fazer uma pergunta muito importante. Então é óbvio que ela não poderia estar mais certa sobre o maior e mais esperado pedido de toda a sua vida. Só que ela não estava.
Quando descobre que suas expectativas falharam ao extremo, Lottie termina o relacionamento com Richard – afinal, ela achava que o conhecia melhor que ninguém – e passa os dias que seguem muito magoada e desamparada. Sua irmã mais velha, Fliss, que a conhece como a palma da mão, está pronta para a próxima das atitudes inconsequentes de Lottie as quais ela intitulou de Escolhas Infelizes, já que sempre que algum relacionamento da irmã fracassa, ela faz algo sem pensar: um piercing, entra em uma seita etc.
Poucos dias depois do término de seu relacionamento, a estagiária de Lottie a informa de que Ben entrou em contato e pediu para que ela retornasse sua ligação. Como não se lembrava de Ben algum, Lottie continua com sua vida desanimada. É durante uma das palestras que ela faz por causa do trabalho que se lembra quem pode ser Ben. Um de seus ex-namorados. Sua paixão adolescente quando ainda tinha dezoito anos.
Pronta para seguir adiante com sua vida e esquecer Richard, Lottie concorda em reencontrar-se com Ben e o inesperado a atinge: Ben confessa ser apaixonado por ela nos últimos quinze anos e a pede em casamento. Tudo o que ela mais queria acontece: um homem que realmente a ama se dispõe a passar o resto da vida ao seu lado e construir uma vida junto com ela. Sua resposta não poderia ser outra além do tão esperado “sim”.
Mas Fliss está certa de que o repentino pedido de casamento apenas poucos dias depois do término com um namorao de anos é apenas mais uma Escolha Infeliz de Lottie. E Filss não está disposta a permitir que a irmã pise em falso em uma questão tão importante. Ela está em processo de divórcio e não deseja isso para a irmã a quem praticamente criou. Então ela toma uma decisão: irá interferir na lua de mel de Lottie de modo que o casamento não seja consumado e, assim, uma anulação possa ser feita.
A Lua de Mel foi meu primeiro contato com a escrita de Sophie Kinsella e devido aos frequentes elogios aos livros da autora, elevei muito minhas expectativas. Talvez por isso meu descontentamento acerca do livro tenha sido tão intenso.
Neste livro, Sophie nos apresenta duas irmãs que são completamente diferentes: enquanto uma é prática e racional, a outra é desesperada e leva-se pela emoção. Por isso, uma das coisas que mais me fizeram não gostar do livro foi a personagem de Lottie. A protagonista tem 33 anos, uma carreira sólida e uma vida tranquila em muitos aspectos, menos amorosamente. Só que isso a influenciou de tal forma que muitas vezes eu me esquecia de que estava lendo a história de uma mulher experiente e (teoricamente) madura. Isso porque Lottie quase sempre se comportou como uma adolescente inconsequente que pensava precisar unica e exclusivamente de um casamento, de um marido, para ser completa e feliz. Isso me incomodou absurdamente.
Com relação a Fliss, embora suas decisões tenham sido necessárias para desencadear a série de cenas cômicas e hilárias que se desenvolveram a partir de seu envolvimento com o casamento de Lottie, ainda me pareceu muito surreal que alguém chegasse a pontos tão extremos para impedir que outra pessoa fizesse algo que considerasse um erro. Mesmo tratando-se de irmãs. Acredito que se algo semelhante acontecesse na realidade, nenhuma pessoa se portaria como Fliss, mas, mais uma vez, precisei me lembrar de que se tratava de um chick-lit e, por isso, o universo feminino estava tão preenchido de exageros. Contudo, mesmo me lembrando que tudo aquilo fazia parte do gênero do livro que eu estava lendo, não consegui me convencer.
Por outro lado, confesso que a leitura foi bastante prazerosa no sentido de ser engraçada e muito fluida. Sophie realmente tem uma escrita hilária e sua narrativa é extremamente envolvente, o que, em partes, foi um dos motivos que me fez não desistir da autora e optar por outro título para, quem sabe, ser cativada pela história.
Além disso, a autora tem o dom de criar situações tão cômicas ao ponto de sentirmos vergonha alheia das personagens e as cenas que protagonizam, bem como o de desenvolver personagens secundárias muito cativantes e, no caso de Lua de Mel, até mesmo melhores do que as principais.
No mais, o livro é um passatempo gostoso para quem é mais afeiçoado ao gênero, o que não chega a ser muito o meu caso. Indico o livro para os amantes de Chick-Lits e que estejam em busca de uma leitura que será feita rapidamente e que renderá muitas risadas.
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