Tati Tavares 08/05/2017Jogue seu preconceito literário de lado, dê uma chance à leitura nacional, que te garanto: é um livro excepcional!Ao lermos a sinopse, a história parece ser um emaranhado de personagens dentro de um tema inusitado. Inusitado sim, mas uma escrita linear perfeita que te prende do começo ao fim.
O livro é dividido em duas partes, e gira em torno de várias histórias, em diferentes lugares do mundo. Mas que de algum modo, no desenrolar de tudo, vão se encaixando.
Érica, quem nomeia o livro, é também a personagem principal.
Nas primeiras páginas descobrimos alguns dos personagens.
Érica está prestes a fazer quinze anos, e sua maior preocupação é sua festa de quinze anos. Os pais fazem de tudo pela garota, e cuidam para que a festa seja impecável.
Alguns dias antes, Derek, um agente secreto adentra o quarto de Érica, de supetão mesmo, e anuncia que ela e os pais correm um grande risco, e que algo aconteceria, e ela deveria aproveita-los ao máximo. Sem entender nada, e assustada, a garota seguiu sua vida como de costume. Mas sem tirar a dúvida de que risco seria esse, de sua mente.
Em uma outra manhã, após o aniversário, Érica fora chamada na diretoria. Aflita, a garota tentou se lembrar o que poderia ter feito de errado para tal ato. Chegando lá, a diretora anunciara que um vizinho havia encontrado a porta de sua casa aberta, e seus pais mortos no quarto.
Érica viu seu mundo paralisando: Meus p a i s… M o r t o s! Não podia ser, indagou.
A garota pede então para que a prima Tessália acompanhe-a até a casa. A prima, a pedido dos tios de Érica, nega, alegando que seria uma péssima ideia. Érica friamente debate, e rebate dizendo que não importava se aquela era a cena de um crime, mas sim, que primeiramente era sua casa.
Após conseguir o que queria, dispensou a Tessália no meio do caminho e fora correndo à casa. Desnorteada Érica pega uma faca, e analisa-a. Não queria ser criada por mais ninguém além de seus próprios pais.
De repente uma voz grita: “Não!”. Era Derek novamente. A mais recente órfã logo o questionou sobre o que estava acontecendo em sua vida. Ele calmamente explicou os principais detalhes.
Ele era um agente da Europol, enviado direto de Washington para se infiltrar em uma Ordem clandestina. Contou que a família de Érica era uma ameaça a essa tal Ordem, Ordem das Doze Tribos de Israel. Uma seita religiosa que atraía fiéis, e depois os convertia com a pregação de que eles deveriam se vingar de todos os povos, que um dia fizeram mal aos judeus. Os pais da garota morreram para que ela pudesse viver.
O garoto continuou. E disse que a Europol queria recruta-la para fazer parte do time de agentes, contra a ODTI.
Neste ponto do livro, vemos uma Érica fria (em relação a morte dos pais), mas também uma garota determinada. Ela não questiona nada, e nem faz perguntas. Acredito que dê a impressão de ser uma personagem não muito inteligente, o que posteriormente revela-se o contrário.
Em meio ao velório, decide que irá fazer parte da Europol.
Mente para os tios e amigos dizendo que precisa de um tempo sozinha, e viaja para Alemanha.
Somos introduzidos à novos agentes, também da Europol: Mahara Hakim, Rachel Madison, Mia Lin e Viktoria Dimitriev. Essas quatros mulheres, além de Érica, têm a missão de se infiltrarem na ODTI, e colherem o máximo de informações para tentarem acabar com essa seita maluca de Guy, o mandante da conspiração.
Com isso, acompanhamos as descobertas de alguns casos:
Em Moscou, Natasha morre após um atentado em uma boate. Os poucos amigos que sobrevivem, tentam descobrir qual fora a causa de tanto ódio.
Cairo, uma ONG coordenada por Iasmin, Jamil e o líder Mohammed, tentam escapar de uma armadilha da ODTI.
Em Washington, a filha de um funcionário da Casa Branca é sequestrada, juntamente com seus amigos, em troca de informações privilegiadas do pai da garota sobre o governo.
Pequim. Ling, com o apoio dos amigos tenta descobrir o paradeiro do pai sumido a anos, sem deixar pista alguma.
(…)
Érica trabalhava muito, e não podia voltar a Fortaleza, sua cidade natal. Era estritamente proibido que os agentes da Europol continuassem a ter a vida que tinham antes, pois era preciso esquece-la e viver uma nova.
A partir da segunda parte do livro, tudo começa a fazer sentindo.
– a seguir contém spoiler
Érica estava ficando doente, e após ir ao médico, é diagnosticada com leucemia. E mais uma vez, a garota age com frieza e não expressa reação nenhuma. Isso me incomodou ao longo da leitura, como já descrevi.
Após a primeira sessão para uma possível recuperação, Érica resolve viajar para a cidade onde nascera. Deixando apenas um recado à Derek de onde se hospedaria. Ele fica louco de preocupação, e resolve falar com Arnold, seu chefe, para que fale com um de seus amigos (um deles anteriormente havia tentado contato com o homem para saber sobre Érica, mas ele mentira e negara saber de alguém com esse nome), agora a informação seria útil.
Larissa escreve os detalhes da dor e agonia de Érica; jorrando sangue pela boca, com muita maestria. O que deixa o leitor preso e ansioso para o desfecho da história.
Érica sabe que vai morrer. Então decide escrever cartas aos amigos, e colegas de trabalho. As entitula de “isso não é uma carta pós suicídio”.
Então descobrimos o improvável: Érica era Mahara Hakim, Rachel Madison, Mia Lin e Viktoria Dimitriev, em diferentes disfarces!
O ÂPICE DA HISTÓRIA!
Sem mais… Escrever o final, seria demais com os spoilers. Mas essa é uma história merecedora de cinco estrelas e mais a ida para os favoritos. Larissa tem o dom de uma autora renomada. Sua escrita não é primária, embora não seja de difícil entendimento.
Imagino esse tema e personagens em um filme com uma super produção. Não seria incrível?
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