Grande Irmão

Grande Irmão Lionel Shriver




Resenhas - Grande Irmão


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Debora_ribarski 18/12/2013

Eu nunca tinha lido nada da Lionel Shriver, mas, pelo que sei de outro título seu, "Precisamos falar sobre o Kevin", imaginei que esse livro também teria um tema polêmico e seria um tanto "pesado".

No início, fiquei chocada com o preconceito. Fiquei tentando imaginar como seria se estivesse no lugar de Pandora, de Edison, com todo esse desconforto, com todas as implicações que uma mudança dessas traz.
Depois, fui mergulhando na leitura de uma maneira fantástica. Adorei a narrativa e o estilo de Lionel: direta, polêmica, observadora, franca e criativa.

Certas passagens me soaram um tanto estranhas o que se encaixou perfeitamente no final do livro que é surpreendente.

É um livro triste, enfim. Foi o que ficou pra mim depois de tudo.
Me senti um tanto enganada nas últimas páginas, cheguei a ficar chateada. Depois, me senti triste. É um livro sobre o que poderia ter sido, sobre o que não foi, sobre o que geralmente, deixamos pra lá.

A leitura é intensa e há trechos muito muito bons (o livro ficou cheio de marcações).
Não é só uma polemica com a obesidade: a relação entre irmãos no livro é muito discutida. Irmãos, pais, fama, vaidade.

Uma leitura que valeu muito a pena e que me fez ir atrás de outros títulos da autora. Recomendadíssimo!
Jonathas 01/01/2014minha estante
Tem como não gostar da Lionel Shriver? Não! :D


Bruno 28/01/2014minha estante
Comentário bacana. Estou quase na metade, e, gostando.

Sem falar de Precisamos Falar Sobre o Kevin, que é genial, recomendo O Mundo Pós-Aniversário. O universo particular de Irina e como narrador dos dois universos paralelos vai nos trazendo é também genial.


Déia 21/03/2014minha estante
Hehe que legal te ver aqui!! Estou lendo esse livro, por acaso... Beijos!


Ed 11/11/2016minha estante
Bem no finalzinho ele parece rir da nossa cara, mais eu amei assim como amo todos sos outros dela que eu tenho.




Marcello 08/06/2023

Ué!
Me surpreendi aqui agora em descobrir que eu não fiz uma resenha pra esse livro maravilhoso!

É por isso que eu digo: não deixem de ler um livro só pela nota dele, um 3.8 é ridículo. Sério.

O livro é basicamente sobre a relação de dois irmãos. O quanto a gente pode sacrificar da nossa própria vida para ajudar outra pessoa? Tem peso diferente se essa pessoa for alguém muito próximo da gente? Seria mais fácil ajudar um desconhecido do que um irmão? Hmmm, muitos questionamentos! E por último: e se o que nos resta é somente o arrependimento, será se vale a pena reinventar toda a nossa vida para poder nos conformar que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance? Hmmm, é babado!

O final desse livro me pegou muito. Não vou ficar criando espectativa porque ela mata o tesão da coisa toda, mas eu acho o final incrível, sério mesmo.

Só leiam!
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Wania Cris 31/03/2022

E se fosse assim?
Pandora é uma empresária de sucesso com um casamento confortável vivendo em uma pequena cidade de Iowa. Quando um amigo de seu irmão, Edison, telefona para informar que este precisa de apoio familiar, Pandora se dispôe mais por força da obrigação, contrariando a vontade do marido. Quando Edison chega Pandora percebe que está com um problema bem pesado (hahahaha trocadalho do carilho).

Conheci Lionel a partir do blockbuster Precisamos Falar Sobre o Kevin, um dos meus livros favoritos da vida, que me destruiu e devastou na mesma proporção, me levando a querer tudo o que a autora já escreveu (decisão essa deixada de lado para os próximos livros em virtude da boquinha maldita da autora, mas, os que já comprei vou ler), assim comecei Grande Irmão sem qualquer expectativa de ver ali um Kevin II.

O começo foi enfadonho, com muita ponderação e reflexão. A partir de um certo momento a coisa começou a ficar mais animada e, daí em diante, mas, acelerada e, do nada, ploft, tá lá eu no chão! Um plot de derrubar qualquer leitor e que mudou toda perspectiva que eu tava tendo sobre a leitura. A mudança foi tão brusca que fiquei até tonta!!!

Recomendo a leitura apesar da sensibilidade do tema retratado. Longe de ser uma leitura despretensiosa, Lionel levanta algumas reflexões que nos incomodam. Por que uma pessoa gorda é vista com mais repulsa que uma pessoa violenta?

A bicha escreve bem pra [*****]...
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Marina 04/04/2020

Quando vi que média da nota desse livro não era muito alta, dei uma estranhada, pois já li outros livros dessa autora e eles costumam ser muito bons.
No decorrer do livro, achei que tivesse entendido o motivo de muita gente não ter gostado tanto: a autora, ao falar do problema de obesidade mórbida do irmão da protagonista, não poupa em nos detalhar situações extremamente incômodas, e outros comentários bastante degradantes vindo de outros personagens. Apesar de isso não ser um problema pra mim (pois acho que a Lionel Shriver escreve seus livros de maneira bastante realista, com personagens muito bem construídos, e desenvolve temas bem provocativos e muitas vezes perturbadores), sei que muitas pessoas poderiam ficar incomodadas ou ofendidas com o teor da história.
No entanto, foi só no final mesmo que entendi o desgosto de tantos leitores. Me junto ao coro dos que não ficaram nem um pouco felizes com o final (não irei comentar para não dar spoilers), mas a sensação é de bastante insatisfação! Por causa disso, abaixei bastante a nota que daria para o livro, pois até então, estava curtindo bastante a leitura.
Jon O'Brien 08/04/2020minha estante
É, o final é meio que um jogo sujo, do tipo ame ou odeie. Eu particularmente gostei, mas entendo perfeitamente quem pensa diferente.


Marina 16/04/2020minha estante
é verdade, Jon! também senti isso! infelizmente pra mim o final nao funcionou bem! =( e até chegar lá eu tava gostando bastante! Mas enfim, não foi uma leitura perdida! No geral eu gostei!


Jon O'Brien 16/04/2020minha estante
Que bom que gostou no geral. Talvez se a autora tivesse colocado dicas para o leitor desvendar sozinho ficasse melhor.




gleicepcouto 11/06/2014

Escrever resenha de um livro da Lionel Shriver é sempre um desafio. Não só porque essa norte-americana é considerada uma das melhores escritoras da atualidade. Nem mesmo porque seus livros sempre são sucesso de público e crítica. Ou porque seu livro Precisamos Falar Sobre O Kevin teve uma adaptação ótima (e premiada) no cinema. Não, nada disso. Escrever a resenha de uma história dessa escritora é difícil pois mexe com a gente, alcançando alguns lugares que você preferia que ficassem intocados. É praticamente impossível terminar a leitura de uma obra dela e se considerar a mesma pessoa de quando antes de começar. Esse é o efeito Shriver.

E ela não faz isso de modo invasivo, como se te deixasse de castigo em um banco no canto da sala e dissesse: "Ok, vamos falar sobre algo que te incomoda." É algo tão natural a ela, que é como se chamasse para uma conversa na hora do café, sabe? E ali, naquele momento informal, abrisse a mesa de discussões, uma mais polêmica que a outra. Ela vê a sujeira debaixo do tapete e, não satisfeita de apenas mostrá-la aos outros, a tira de lá e assopra, espalhando para tudo quanto é lugar.

Por isso que não tenho receio de soar repetitiva quando digo que Lionel é diva e conseguiu, mais uma vez, acertar. Grande Irmão (Intrínseca) é um livraço. Nem vou perder tempo em análise técnica, pois Shriver, após tantos anos de experiência e demonstrando um talento nato para contar uma história, está acima disso. Não preciso dizer que as personagens são bem desenvolvidas, que a estrutura da narrativa é impecável, muito menos que o enredo é sólido. Isso tudo já é implícito no pacote Shriver: compre um livro e leve um "acorde!" para casa (até porque a autora é bem direta e não poupa a realidade crua). Então, vou me ater às impressões, debates internos e emoções que afloraram em mim durante a leitura. Já aviso que não foram poucas.

O assunto da vez é obesidade. Em um mundo onde, segundo pesquisa recente da ONU (Organização das Nações Unidas), 500 milhões de pessoas são obesas e aproximadamente 1,4 bilhão sofre com excesso de peso, nada mais propício para se falar sobre. Ela, porém, não se atém somente a uma questão de ser gordo, de saúde e afins. Trata, antes de tudo, da questão da imagem. Percebemos isso até mesmo no negócio que a protagonista, Pandora, tem: uma empresa que fabrica bonecos personalizados que reproduzem falas escolhidas pelos seus clientes. A questão é que essas falas geralmente evidenciam um lado não muito bacana da pessoa, como se jogasse na cara dela um defeito. Exemplo: imagina dar um boneco parecido com o seu amigo pessimista, e esse brinquedo repetisse frases dele como "Óh, vida, óh azar." e outras que evidenciassem seu pessimismo? Isso realmente seria uma brinquedo agradável? Ou apenas um modo de dizer nada corajoso de que aquela característica da pessoas lhe incomoda?

Um outro ponto que ela faz questão de frisar é o quanto as pessoas se sentem ofendidas por outra pessoa ser gorda. É um problema íntimo e pessoal, que passou a ser social. De repente, todos se preocupam com o que os outros comem, de um modo que faz parecer que a pessoa obesa está fazendo alguma coisa contra terceiros. Quando, na verdade, no máximo, pode estar fazendo algo contra a sua própria saúde. Qual o limite para metermos o bedelho no prato alheio? Claro que, com isso, ela não está levantando a bandeira de "Uhul, 'bora comer loucamente!". Soa mais como um aviso: "Ops, tem que ter um bom-senso aí, gente. Vamos defender a saúde e combater o desperdício, mas sem ultrapassar a linha limite da vida privada de cada um."

Na verdade, a autora dá a entender que há um vazio em todos nós. Concordo muito com isso. Há uma fome, que tentamos, desesperadamente, saciar. Algumas pessoas tentam eliminá-la com a comida, outras, com bebida, milhares com drogas ou esportes (sim, sim!) ou o que for. Todos buscamos algo que preencha esse buraco que há na alma humana. A questão é que não entendemos essa fome de viver, de realizar nossos sonhos, e ficamos batendo cabeça, tentando resolver o problema. No livro, por exemplo, Edison estava em um ciclo vicioso: comia porque estava triste e estava triste porque comia. Como interromper essa rotina?

Ao longo das páginas, somos bombardeados por situações que nos fazem refletir, expandindo a discussão que Shriver propõe. Temos Fletcher, o natureba, viciado em comidas naturais e exercício físico; o enteado é um garoto deslumbrado que se acha genial, quando não sabe nada da vida e nem é tão excepcional assim (olha a questão da Geração Y aí!); o pai de Pandora e Edison, roteirista de tv famoso, que fez fama com um seriado onde escancarava a vida da família, mas hoje é apenas uma pessoa esquecida pela indústria do entretenimento; e, claro, a relação em si dos irmãos Pandora e Edison.

Perto do final, o livro vai se enveredando para um caminho pouco usual da autora, mas de repente, vemos a verdadeira Lionel Shriver. Pena que não posso contar, senão seria um baita spoiler. Só posso dizer que, quando pensei que iria me decepcionar com a escritora, eis que ela me surpreende.

Com coragem, Lionel Shriver fala mais do que obesidade em Grande Irmão. Fala sobre o excesso em nossas vidas, na gorduras que cultivamos aqui e ali e que nem sempre têm relação com a forma física: são apenas resultado de subterfúgios para tentar camuflar uma insatisfação que não conseguimos enfrentar, nem nomear.

site: http://murmuriospessoais.com/resenha-grande-irmao-lionel-shriver-intrinseca/
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Jon O'Brien 25/09/2017

Final arriscado
Grande Irmão é o segundo livro que leio da Lionel Shriver. Eu conheci sua escrita, como acho que a maior parte das pessoas conheceu, a partir do livro Precisamos Falar Sobre o Kevin. Eu o li ano passado, mas não escrevi uma resenha na época — não tinha blog e não era familiarizado em escrever esse tipo de texto —, e fica difícil escrever agora, devido a memória fraca. Amei Precisamos Falar Sobre o Kevin, e amei — de uma forma completamente diferente — Grande Irmão. Quer saber por quê? Acompanhe a resenha!

Grande Irmão é um livro de peso escrito com maestria por uma autora que gosta de alfinetar o modo como as pessoas dos Estados Unidos tratam as próprias pessoas dos Estados Unidos. A capa, apesar de ser simples, já deixa claro sobre o tema que será abordado — a obesidade mórbida. Acredito que pelo fato de apenas mostrar a silhueta do personagem, o que deixa a capa ainda mais simples, enaltece o fato de que é nisso que as pessoas costumam reparar em primeiro lugar ao ver alguém bem cheiinho: na silhueta.

O livro conta a história de Pandora Halfdanarson, uma mulher de meia-idade que mora com o marido, Fletcher, e os enteados, Tanner, um rapaz de dezessete anos, e Cody, uma menina de treze. Ela trata os enteados como seus próprios filhos, e sua vida é aparentemente boa. Ela é dona de uma empresa chamada Baby Monotonous, que faz bonecos personalizados caríssimos. Por ser uma mulher bem-sucedida, dá a entender que ela vive uma vida desgastante, mas ainda assim boa. A parte do “desgastante” é totalmente verdade.

Um dia, Pandora recebe a ligação de um amigo do irmão dela, dizendo que Edison não tem onde morar. Ele, antigamente sendo um concertista em ascensão, agora aparentemente está no fundo do poço, e precisa recorrer à irmã porque não tem mais ninguém. Contrariando Fletcher, Pandora envia uma passagem de avião para Iowa, e se surpreende ao encontrá-lo no aeroporto, aparentemente com mais de 100kg acima do peso! Em casa, Fletcher se irrita com o comportamento devasso de Edison, e depois de algum tempo Fletcher dá um ultimato: ou Pandora escolhe a ele ou escolhe ao Edison. Pandora escolhe o irmão, fazendo um proposta para ajudá-lo a emagrecer. O livro fala sobre a comida e o uso que fazemos dela para preencher vazios emocionais. Esteja preparado para refletir.

Assim como a Gillian Flynn tem o estilo de pesar cada palavra nos nossos ombros, nos obrigando a sentir a dor que o personagem sente, Lionel Shriver também faz isso, mas de uma forma mais indireta. Em Precisamos Falar Sobre o Kevin, nos deparamos com um livro pesado, e em Grande Irmão não é diferente. A narração da Pandora é tão brutal e honesta que nos faz pensar que aquilo está acontecendo na nossa frente, mas que não podemos fazer nada em relação a isso. No início, fiquei chocado com o tamanho do preconceito contra Edison, e fiquei ainda mais chocado quando percebi o quanto seu sofrimento era grave.

Lionel Shriver mostra de forma sincera como a obesidade afeta toda uma família, e nos faz questionar se realmente somos capazes de proteger aqueles que amamos deles mesmos. A narrativa pode parecer, em alguns momentos, enfadonha, mas se você for fã de se sentir no ambiente onde se passa a história e estiver disposto a encarar uma história pesada, esse é o livro para você. Lionel Shriver ambienta sua história em um espaço e tempo realmente existentes, onde é até citado catástrofes naturais que realmente existiram. Isso apenas faz com que a história pareça ainda mais bruta e honesta e perturbadora e tudo mais de chocante que você pode imaginar.

Eu pude perceber que os livros da Lionel são difíceis de serem engolidos, mas num sentido que não estamos acostumados a ver. Justamente pelo fato de a escrita da Shriver ser pesada, você não se sente confortável para ler vários livros dela, um seguido do outro. Cada leitura precisa de um preparo mental antes do início, e precisa também de um momento de calmaria para só depois partir para algo do gênero.

Foi o final que muitas pessoas não aprovaram, e eu até mesmo entendo o argumento delas. A reviravolta que a autora vez foi absurdamente arriscada, tão arriscada a ponto de eu pensar que é daqueles livros que ou você ama ou você odeia. Depois de terminar a obra, fiquei me perguntando se tinha realmente gostado, porque eu não conseguia dizer exatamente o que senti em relação àquele final. Entretanto, depois de pensar por algum tempo, deduzi que o livro foi inteiramente honesto e tanto o começo, como o meio e como o final fizeram sentido.

Recomendo a leitura para quem quer refletir sobre um problema tão social, mas ao mesmo tempo tão pessoal.

CITAÇÕES

“A indústria da dieta é o único negócio lucrativo do mundo com um índice de insucesso de 98%.”

“[…] e, quando alguém não confia na sua autoridade, na verdade não a tem.”

“Talvez o maior favor que um cônjuge possa fazer ao outro seja fechar os olhos para o que o parceiro não consegue relevar.”

“[…] querendo ou não, somos um o quê para as outras pessoas. Você pode não reconhecer suas coxas grossas ou seus olhos de centáurea azul, mas elas reconhecem, e a interação competente com o resto do mundo envolve a manipulação dessa imagem irrelevante e arbitrária do não eu até o limite máximo.”

“E a verdadeira dificuldade não é algo que a gente procure e ache, mas uma coisa ou alguém que nos encontra. Não a escolhemos. Isso é parte do que a torna difícil.”

“Grande parte do ato de comer é a expectativa. Repetição e memorização. Em tese, a pessoa deveria poder comer quase inteiramente na cabeça.”

“O fracasso permite a libertação.”

“Mas não acho que o fundo do poço seja terapêutico porque finalmente se chega ao ponto em que as coisas não podem piorar. As coisas sempre podem piorar.”

“Ficava pensando em por que as pessoas tentavam realizar fosse o que fosse, já que a consecução de qualquer objetivo trazia implícito um desolado Bem, e então? O que vem agora?”

“Talvez seja impossível habitarmos nossas próprias realizações, por nos prendermos à busca em si, a seu ímpeto, a sua viciadora carga de anfetamina e a seu potente senso de propósito, de modo que o cumprimento de qualquer missão traz uma sensação de perda, na qual toda essa energia e direção são substituídas por uma calma em cujo halo os esforços logo se inquietam.”

“Quando reverenciamos alguém, fechamos os olhos para as informações mais complexas ou desanimadoras que o fazem baixar um pouquinho de nível, mas que também o transformam numa pessoa real.”

“Por mais incômoda que seja uma deficiência, a saciação é pior.”

“É impossível medir o que devemos às pessoas. A qualquer uma, é claro, mas sobretudo aos parentes consanguíneos, porque, tão logo começamos a calcular quanto somos obrigados a dar, tão logo começamos a fazer o monitoramento, a fracionar a benevolência distribuída, estamos fritos.”

site: https://redipeblog.wordpress.com/2017/09/25/resenha-grande-irmao-lionel-shriver/
Esdras 26/09/2017minha estante
Ótima resenha! Parabéns!
A escrita da Lionel é maravilhosa. Ela sabe como "incomodar" o leitor de várias maneiras diferentes. Amo esse tipo de escrita. haha.


Jon O'Brien 26/09/2017minha estante
Exato! Estou apaixonado pela escrita dela!




Carlos Wilker 01/02/2014

. . .
Só li dois livros dessa autora, e já é das minhas favoritas.
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jessicalimao 27/09/2021

TW: GORDOFOBIA
Não sou entendida sobre emagrecimento, mas imagino que não seja fácil, depois que a pessoa desenvolve uma compulsão alimentar, voltar a ter uma relação saudável com a comida.
É o primeiro livro da Lionel Shriver que li, e gostei bastante da escrita dela, fluida, leve, mas ela expôs conceitos tão problemáticos sobre alimentação, sobre compulsão, que não consigo terminar este livro feliz. Ao contrário, estou put@.
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Pâmela. 04/06/2017

O livro é tão múltiplo em seus assuntos e personagens que é difícil sair ileso. O tópico principal, o da comida, é indiscutivelmente unânime. Todos serão atingidos. Sejam os gordos, caminhando para a morte sem reflexão; sejam os magros, contando as calorias e perdendo o contato real com a comida.
Não li nenhum livro dela até o momento que me faça terminar feliz. Ao me sentir bem e com um sorriso, só fiquei imaginando a que horas levaria uma rasteira. Dito e feito. Rasteira. O livro é uma dor para quem tem irmãos com problemas, já que de alguma forma o livro tanto te chama para a responsabilidade quanto te faz encarar a inutilidade de qualquer ação. As pessoas são autônomas e estão presas a laços insolúveis de solidariedade e compartilhamento, e o livro torna claro o quanto essas afirmações não são contraditórias.
Pandora está tragicamente determinada a ser infeliz desde o instante em que seu irmão decidiu ser gordo. Ela será infeliz se ele permanecer gordo e ela não tentar reverter o processo. Ela será infeliz caso ela decida ajudá-lo. Ela será infeliz porque o laço insolúvel da fraternidade a puxará pesadamente para o fundo do poço, e seu irmão é autônomo o suficiente para não sair do poço caso não o queira.
A vida miserável de fartura e fama na infância é apenas um exagero de qualquer infância, um estereótipo agressivo e paspalhão do tipo de história que todos enfrentamos: nenhuma infância é perfeita. Os irmãos seguem a todo tempo respondendo aos momentos de formação. Estamos todos vivendo para superar a vida que tivemos até a idade adulta. Todos falharemos.
Alguns falham se tornando suicidamente gordos. Outros falham se prendendo a relações disfuncionais, tentando desesperadamente se desculpar por qualquer sucesso.
Perdemos a habilidade de comer. Isso é uma afirmação que cala fundo como sociedade. Magros e gordos, não sabemos mais a diferença entre um prato de comida e uma lista de calorias e vitaminas.
Somos sempre fadados a compartilhar a infelicidade daqueles que nos cercam, e nada do que façamos diminuirá esse aperto, seja ajudar, seja permitir. Essa afirmação atinge em cheio qualquer um que possua vínculos familiares ou de amizade.


E não tem nenhuma lição depois disso. Para aqueles que buscam esperança: afastem-se desse livro, afastem-se dessa autora.

Por outro lado, ela continua a me oferecer espelhos e reflexões necessários. Eu me sinto profundamente atingida.

Venha disposto a levar um soco no estômago, venha experimentar a carnificina das relações familiares e esteja preparado para a falta de apetite inevitável ao final desse livro que, apesar do amargor, é um deleite indiscutível para quem gosta de boa literatura.
Patricia Dias 30/06/2017minha estante
Amei sua resenha!




Allef.Lucena 13/04/2021

Um bom plot ?
Primeiro contato com a autora, desde já registrado que gostei da leitura, em muitos momentos me fez refletir se sentir fome e comer tem alguma relação mais profunda de fato, me fez sentir que tudo isso é superficial demais. Em alguns trechos a autora traz uma narrativa pesada, detalhista demais, onde passa uma sensação de pura realidade, nos ajuda a sentir o mesmo do que a personagem está narrando, mas também nos passa a sensação de que o livro poderia ser definido com uma quantidade menor de páginas. De uma forma, geral, recomendaria o livro. Amei meu primeiro contato com a Lionel, serviu como uma preparação pra sua principal obra até o presente momento que é "Precisamos falar sobre o Kevin".
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Bruna 21/05/2021

Grande Irmão
Bom, esse livro perturbou minha cabeça de uma forma, que ontem eu demorei pelo menos duas horas a mais pra conseguir dormir.
De alguma forma a autora conseguiu juntar dois assuntos que me deixam varada de tanta ansiedade: saúde de alguém que amo + não ter um relacionamento saudável com a comida.... por essa eu não esperava.
O livro é simplesmente muito, muito bem escrito. Me senti na pele da Pandora o tempo todo e foi difícil largar o livro.
Em algum momento, só larguei o livro porque estava me sentindo desolada de uma forma insuportável, e acho que isso mostra o quanto a história foi bem escrita e os personagens muito tridimensionais.
Livros estão aí pra causa, sobretudo, desconforto e esse foi perfeito nesse quesito.

Acredito que realmente não existe um ser humano no mundo que tenha um relacionamento saudável com a comida ou com si mesmo e esse pesadelo foi muito bem retratado nesse livro!
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iaritza 23/06/2020

a indústria da dieta é o único negócio lucrativo do mundo com um índice de insucesso de 98% ?eatingdisorderfoundation.org

Não tenho nem palavras pra descrever o quanto eu amo a escrita da Lionel Schriver. A forma como os personagens são construídos, como a narrativa se desenvolve, a mistura entre o real e o ideal...
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