Breve sexta-feira

Breve sexta-feira Isaac Bashevis Singer




Resenhas - Breve sexta-feira


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Andre.28 02/09/2020

Um tanto repetitivo
Escrever contos é uma arte que demanda trabalho, criatividade e um repertório especial de habilidades. Podemos acrescentar a essas especialidades o caráter cultural e religioso no fazer escrito; representações criativas de uma cultura religiosa. É isso que Isaac Beshavis Singer, prêmio Nobel de Literatura de 1978, apresenta o seu livro de contos sobre a cultura e religião judaica ?Breve Sexta-feira? publicado em 1963.

O livro aborda dezesseis histórias, todas marcadas pela cultura judaica, particularmente o caráter comunitário sobre as crenças, mitos, e visões sobre a religião (judaica). O livro bate bastante na tecla do caráter sobrenatural, retratando a visão popular religiosa sobre o diabo, fantasmas, demônios, feiticeiras, anjos e homens santos. As personagens  tem uma carga muito forte de superstição, onde até apresenta a visão conservadora da religião, o forte apelo ao preceitos do judaísmo. Bashevis Singer apresenta uma mescla entre escrita criativa com as experiências pessoais de sua vida como judeu que veio de um vilarejo da Polônia.

É perceptível a intenção de Bashevis Singer de tentar representar a visão popular judaica sobre os demônios, expondo os demônios em cada ação ?errada? dos seres humanos.  Apesar do cuidado do autor apresentando um estilo elegante e peculiar da escrita e pelo inusitado das historias, de um fantástico e fantasmagórico humor, particularmente é uma leitura repetitiva. Os contos vão ?além da conta? na escrita, onde é perceptível a ?encheção de linguiça?. Muitos das histórias poderiam ser mais enxutos, e o excesso de texto e passagens pouco relevantes torna a leitura cansativa. Os únicos contos que me chamaram a atenção foram ?Sozinho? e ?Breve Sexta-feira?; simplesmente por apresentarem traços um pouco diferentes dos da maioria dos contos do livro. Enfim, poderia ser mais econômico e variar a temática, mas no geral soou muito repetitivo para mim.
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Jumpin J. Flash 27/05/2010

Um dos melhores contistas que conheci até agora!
Há excelentes contos neste livro! Recomendo especialmente "Zeidlus, o Papa", "Grande e Pequeno", "Breve Sexta-feira" e "A Faca".
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NathyNathy 12/05/2010

eu abandonei pq,na verdade eu qria(e ainda qro)ler um livro de terror,me recomendaram esse livro e não senti medo e nem suspensse nem uminha vez,aí já era!
Jumpin J. Flash 14/06/2010minha estante
Você quis sentir "medo" e "suspense" lendo uma obra de um escritor laureado com o prêmio Nobel de Literatura? Isso seria o mesmo que querer se emocionar até as lágrimas com um filme protagonizado pelo Didi Mocó!


Dom Ramirez 30/07/2014minha estante
excelente resenha




Isotilia 28/08/2017

É o terceiro livro que eu leio deste autor!
Confira mais no blog.

site: https://500livros.blogspot.com/2017/08/livre-nos-deus-de-tudo-que-possamos-nos.html
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Franc.Assis 04/02/2018

Humor & impacto
São contos que nos chamam a atenção pela elegância e peculiaridade da escrita e pelo inusitado das historias, de um fantástico e fantasmagórico humor, que surpreende e às vezes impressiona.
O autor Issac Bashevis Singer ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1978.
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Julio.Argibay 16/03/2018

Iidche
Uma seleção de contos do autor ganhador do Nobel, Singer. Muito bom, estórias bem contadas com personagens bem diversos e interessantes.
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Nathalia Almeida 13/09/2018

Nem tudo que parece necessariamente é
"[...] Você dirá: grande, pequeno, qual a diferença? O homem não se mede por fita métrica. O fundamental é a cabeça, não os pés. No entanto, se uma pessoa adquire uma ideia ridícula, nuca se sabe até onde persistirá [...]"
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jota 28/11/2019

Cuidado com gente que tem pés de ganso...
Único livro de Isaac Beshavis Singer (1904-1991), prêmio Nobel de Literatura de 1978, que li até o momento. Embora conhecesse o escritor através de dois filmes baseados respectivamente num conto e num romance de sua autoria, Yentl (1983) e Inimigos, Uma História de Amor (1989). De autores com ascendência e temática judaica, caso de Singer, Philip Roth (1933-2018) é de quem mais aprecio ler romances. Histórias curtas Roth escreveu poucas, no início de sua carreira: elas formam o volume Adeus, Columbus, muito bom.

Quanto a contos envolvendo judeus ou questões judaicas mais profundamente, acho que os melhores foram escritos por Bernard Malamud (1914-1986), e podem ser encontrados no excelente volume O Barril Mágico. Mas Singer, neste Breve Sexta-Feira, também vai fundo no tema, mesmo se valendo de muitos elementos fantásticos para tal. Desse modo, suas histórias não dialogam tanto assim com as de Roth ou Malamud; seu humor excessivamente mordaz tem pouco a ver com, por exemplo, aquele das narrativas de Woody Allen, onde os judeus e suas idiossincrasias aparecem de forma menos sombria do que aqui, são mais cosmopolitas e muito menos envolvidos com espíritos e ou coisas fantásticas.

As dezesseis histórias de Breve Sexta-Feira são carregadas de cultura judaica, especialmente nos seus aspectos religiosos, mitológicos e sobrenaturais. O diabo, fantasmas, demônios, feiticeiras, anjos e homens santos aparecem em quase todas elas. A maioria traz personagens carregando uma enorme carga de crenças supersticiosas (e até mesmo preconceituosas por vezes) ao lado dos preceitos do judaísmo, especialmente aquelas passadas há muitos anos, nos inícios do século XX, em vilarejos da Polônia, onde nasceu o autor. Só para citar uma curiosidade: muitos acreditavam que se um familiar, vizinho ou amigo tivesse pés de ganso tratava-se, sem dúvida, de um demônio. Que, claro, faria de tudo para esconder esse detalhe anatômico de todos...

Alguém já afirmou que Singer tentou humanizar os demônios e demonizar os humanos. Talvez por isso é que em O Último Demônio, um dos pontos altos do livro, a frase inicial do conto seja exatamente a seguinte: “Eu, demônio, dou minha palavra: não restam mais demônios. Por que demônios, quando o próprio homem é demônio? Por que arrastar para o mal alguém já convencido do mal?” Pois é. O Holocausto comprovou isso devidamente, não? Os nazistas não eram humanos nem animais, portaram-se como verdadeiros demônios durante a guerra...

De todas as histórias uma é bastante conhecida: Yentl, o Rapaz da Yeshiva, teve uma versão cinematográfica décadas atrás (um tanto estranha, pois se transformou num musical), que fez bastante sucesso. Yentl é uma moça com comportamento pouco feminino e que deseja fazer seus estudos da Torá e do Talmude, coisa proibida pela religião. Depois da morte do pai deixa seu vilarejo, disfarça-se de homem, passa a se chamar Anshel e entra para uma yeshiva, instituição judaica (ou faculdade) onde se estudam os textos religiosos tradicionais. Ela conhece um rapaz (Avigdor) e uma moça (Hadass), seus sentimentos mudam e as coisas saem um tanto fora do que planejara...

Bem, pensei que fosse apreciar mais os contos de Singer, mas o excesso de demônios cansou um pouco (a capa da edição do Círculo do Livro é perfeita ao indicar seu conteúdo: por sobre as torres de uma sinagoga paira um rabo de capeta). Ainda assim recomendo, além dos citados, os seguintes: Grande e Pequeno, Sangue, Debaixo da Faca, Zeidlus, o Papa e claro, aquele que dá título ao volume e o encerra, Breve Sexta-Feira, uma das histórias mais leves e interessantes do volume.

Lido entre 21 e 27/11/2019. Minha avaliação: 3,5.

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