Numa Terra Estranha

Numa Terra Estranha James Baldwin




Resenhas - Numa terra estranha


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Janice 11/03/2024

Um livro que...
Fala sobre relacionamentos interracial, dor e violência, através da ótica de um baterista de jazz negro, sua irmã, seu melhor amigo, seu ex-namorado e um casal de amigos. Um livro difícil de largar.
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Giovana 14/02/2024

Acho que nada que se escreva sobre esse livro vai fazer jus ao que ele é. A complexidade dos personagens e da trama, as descrições absolutamente poéticas, a fluidez da leitura, tudo éincrível. Uma grandíssima obra, vale cada palavra lida
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Cesar Garcia 23/01/2024

Sobre pessoas
James Baldwin escreve um livro que tem como personagem a cidade de Nova York e seus habitantes.
Questão raciais e de sexualidade são abordadas nesse livro de forma poética e ao mesmo tempo crua.
O livro causa desconforto com os conflitos internos dos personagens e por vezes é detalhista em demasia.
Mas é uma ótima reflexão sobre os sentimentos humanos.
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Miry 30/12/2023

Relações interraciais e bissexualidade são temas íntimos ao autor em que nesse livro também são explorados. Tudo isso, envolto no cenário musical dos anos 50.
É uma leitura densa, não foi fácil terminar. Mas bom.
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arthur966 09/12/2023

O problema de uma vida em segredo é que muitas vezes ela é um segredo para a pessoa que a vive, mas passa longe de ser um segredo para quem ela encontra pelo caminho. ela encontra, porque precisa encontrar, pessoas que enxerguem seu segredo antes de qualquer outra coisa e que extraiam dela esse segredo; às vezes com o intuito de usá-lo contra ela, às vezes com intenções mais benévolas; mas, seja qual for a intenção, o momento é horrível e as revelações que se acumulam são de uma agonia indizível.
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Cris.Is.Online 26/11/2023

'Cada um de nós é todas as pessoas. Nós somos a nossa época'
Dolorosamente atual e emocionante, acho que o que esse livro faz melhor é humanizar e observar pessoas e suas relações com questões raciais e sexuais e não dar respostas simples, só deixar elas viverem, sofrerem e amaram nesses contextos e espaços e a verdade emocional de cada um falar por si só.
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Vi 19/11/2023

Quem sofre mais: uma mulher branca ou um homem negro?
Baldwin NÃÃÃO busca responder essa pergunta, pelo contrário, ele mostra como, muitas vezes, não é tão simples delimitar uma dualidade opressor-oprimido. Cada relação possui nuances únicas e amar numa sociedade racista e patriarcal é uma tarefa extremamente complexa.
Ao tratar de relações inter-raciais, o autor fala sobre como algumas pessoas negras (não generalizando) carregam traumas do racismo e acabam imprimindo isso em suas relações, tornando-as disfuncionais. A pessoa branca nesse relacionamento precisa ter paciência para entender e lidar com esses traumas. Ou não precisa, pode largar de mão. Realmente, absorver tudo isso é uma carga muito pesada, mas ela simplesmente quer, porque ama a outra. Nesse ponto, Baldwin trata da dificuldade que pessoas negras podem ter para entender que são amadas e até reconhecer a sua própria beleza (sempre subalternizada pela sociedade).
Outro aspecto que eu gosto muito desse livro, é como o James Baldwin mostra como a heteronormatividade poda completamente a imaginação amorosa. As pessoas se veem em relações heterossexuais desde sempre e nem imaginam que algum dia poderão amar alguém do mesmo gênero, até que isso, de fato, ocorra e elas precisam decidir se encaram ou não esse sentimento. A bissexualidade é abordada de uma forma completamente natural e eu fico simplesmente encantada de conhecer uma voz tão importante do movimento LGBT como o Baldwin foi em plenos anos 60. Simplesmente o pai de todos nós kkk.
Falei tudo de forma genérica para não dar spoilers, mas vou deixar aqui registrado meu amor pelo Vivaldo, que é um personagem incrível (e cheio de defeitos como todos os outros).
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Tim 31/10/2023

Rufus, um músico fracassado.
Terra Estranha, sem dúvida, é um dos melhores livros que li este ano. Agora, sou um dos admiradores de James Baldwin. Com sua escrita rica e tranquila, o autor nos apresenta a história de Rufus, um músico bem-sucedido que, no entanto, se vê em uma situação de fracasso. Relembrando seu passado glorioso, ele sente saudade e faz de tudo para se manter minimamente vivo e são. Seus amigos, Vivaldo, Cass e Richard, preenchem sua vida dentro de seus limites, mas é Vivaldo quem busca estar sempre próximo do amigo.

O grupo de amigos artistas passa por dinâmicas diferentes após um grande acontecimento, abordando temas como saúde mental, violência doméstica e a exploração da sexualidade como algo fluido e mais relacionado ao aqui e agora do que a ideia de uma experiência sexual para o eterno.

Leona é uma personagem super importante que traz muita discussão sobre até onde podemos nos permitir ir por uma obsessão que chamamos de amor. Com a chegada de Eric, um jovem ator que havia fugido para Paris, mas retorna a Nova York em busca de oportunidades, surgem diversos questionamentos sobre sexualidade e responsabilidade.

Ida, irmã de Rufus, desafia-se a buscar uma vida melhor e, por isso, também se envolve com os amigos do irmão, que se tornam seus únicos contatos no mundo branco. Ida e Vivaldo são os únicos negros na história, o que marca suas vidas e influencia a percepção dos outros em relação a eles.
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Andrei Arthur Fahl 28/10/2023

Arrebatador
Fantástico como James Baldwin consegue desvendar a terra estranha de Nova York. É sobre esse ambiente hostil que os personagens do romance são postos, onde seus encontros e desencontros moldam seus ideais, suas experiências e suas próprias identidades. Terra estranha é um livro vasto, que quer discursar sobre o peso da cidade sobre os indivíduos, mas mais que tudo, é um livro que quer falar sobre a natureza humana e aquilo que nos divide como humanos. Nas entrelinhas, há espaço para discussões sobre relacionamentos, confiança, raça, classe, solidão, promessas, sonhos, drogas, companherismo, transcendência, ódio, e sobretudo, amor.

Fiquei maravilhado pelo mundo apresentado por James Baldwin, e pelo seu domínio completo da trama. A história parece viva, os personagens agem conforme suas próprias convicções, sem interferência do ator. É um romance de complexidade tremenda, que explora as nuances de estar vivo e viver em sociedade. Ótimas reflexões, com um ótimo desenvolvimento de personagens. A terra estranha é o lugar que é alienado a presença de seus indivíduos, onde há um desconforto que só pode ser superado através do afeto humano do outro.
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Flávia Menezes 03/10/2023

AQUI JAZ QUEM UM DIA FOI BLUES.
?Terra Estranha? é mais um romance do aclamado romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta e crítico social estadunidense James Arthur Baldwin, publicado em 1962, e ambientado nos anos 1950, mostrando o melhor e o pior da face de uma América liberal.

A história tem como pano de fundo três cenários: O Harlem, o Greenwich Village (ambos bairros de Nova Iorque) e a França, onde seus personagens, um grupo pequeno de amigos, são despidos de suas máscaras, trazendo temas fortes como os conflitos amorosos, o ciúmes, os abusos físicos e psicológicos, o preconceito e a segregação racial que tanto afeta a saúde mental da população negra.

Seu título original em inglês é ?Another Country? (Outro País), e é exatamente essa a mensagem que esse livro nos passa: o quanto somos como uma ilha, isolados uns dos outros por causa do gênero, raça, cultura e nacionalidade, e não por uma solidão existencial que é inerente a nossa condição humana. E para que a minha ilha (ou país, como sugere o título do livro) possa se encontrar com a ilha que é o outro, é preciso um grande esforço para que a comunicação entre nós seja clara o suficiente (ou seja, falemos a mesma língua) para que a compreensão se dê.

Ler ?Terra Estranha? foi como ouvir um blues: pura poesia, intensidade, paixão e melancolia, e não posso negar que seu efeito em mim foi algumas vezes um tanto desconfortável, pois toda essa liberalidade contida nessas páginas causa um duro impacto quando se depara com os valores tradicionais que residem em mim.

Por isso mesmo é que alerto que esse é um romance de momentos viscerais, onde a escrita, o sexo, as conversas, as descrições das ruas de Nova Iorque ou da França pulsam nessas páginas como órgãos tão cheios de vida, traduzidos nesses diálogos encharcados pela violência dos segredos que se recusam a ser revelados. Aqui, o afeto atravessa cada um de nós ao acompanharmos essa busca desordenada pelo amor (seja do outro ou por si mesmo ).

James Baldwin é uma experiência única, mas é preciso compreender que seus discursos nascem de uma alma liberal, que nos faz lembrar de todos os artistas (sejam eles músicos, ou escritores) que fizeram seus nomes e deixaram sua arte baseada em momentos como aqueles vivenciados em épocas como a do Woodstock.
Fabio 04/10/2023minha estante
Flávia, meu anjo, que resenha primorosa!
Esse novo formato de suas resenhas, nos incentivam ainda mais a lê-las e a degusta-las... estou fascinado com essa sua resenha!
E a melhor parte da resenha foi: Ler ?Terra Estranha? foi como ouvir um blues: pura poesia, intensidade, paixão e melancolia..."
Perfeito!!!?
Seu fã!?


Flávia Menezes 04/10/2023minha estante
Meu lindo, ler isso aqueceu meu coração agora. Até porque Baldwin é um poeta que escreve como se ouvíssemos uma canção, mas sua narrativa é intensa e repleta de temas polêmicos.
Que bom ler que me saí bem nas alterações das resenhas. Demorou, mas com persistência e muito incentivo eu acho que começo a conseguir me expressar sem ter que estender demais. ?
Sou sua admiradora, sua fã e não me canso de dizer isso. Você é inspirador! E que honra, hein? Receber um elogio do melhor resenhista do Skoob? ??


Gabriela_Sut 06/10/2023minha estante
Gostei muito da resenha! Sempre muito completa e bem argumentada. Esse é um autor que eu nunca li, mas tenho interesse de conhecer.


Flávia Menezes 08/10/2023minha estante
Muito obrigada, Gabi! ??
Se me permite, deixo a dica para começar por ?Se a Rua Beale Falasse?. Um grande romance do Baldwin, além de muito tocante. Espero que goste! ?


Ana Sá 21/10/2023minha estante
Me anima saber que qdo eu finalmente ler Baldwin, eu vou poder trocar figurinhas com vc!! :) Suas resenhas estão subindo o nome dele na minha lista de próximas leituras!!


Flávia Menezes 21/10/2023minha estante
Ana, amiga! Eu acho que você vai gostar muito do Baldwin. Indico até você começar por esse! ??
Ansiosa pra saber sua opinião sobre ele! ?


Ana Sá 28/10/2023minha estante
Amigaaaa, posta históricos do Tommy Orange, tem criança doente!!! Nunca te pedi nada (mentira, pedi, mas vou pedir de novo!!).

Tô cansada de vir aqui procurar e não encontrar nada!! haha - disse a criança doente.

(juro que se vc postar, eu apago esse comentário-poluição da sua resenha! rs)


Flávia Menezes 28/10/2023minha estante
Amigaaaaa, ai estou até com vergonha!! Estou em dívida com você com esse livro!! E eu estou tentando sair de uma ressaca literária e vai ser justo com esse mesmo!!! ?
Mas esse é um que vale mesmo postar, porque esse autor me surpreendeu demais. Primeiro livro publicado, com um tema tão importante e pessoal para ele, e pensa em uma escrita gostosa! ??
Vou postar logo, amiga! Prometo!!! ??
Obs.: não vamos apagar esses comentários não. O Baldwin não vai se importar de um marketingzinho para o livro do Tommy Orange! ?Lá não existe lá? é um livro que merece mesmo ser lido! ??


Ana Sá 24/11/2023minha estante
Amiga, eu disse que apagaria meu comentário de #voltaFlavia se você voltasse, mas agora, em protesto, acho que vou poluir mais seus posts antigos! hahaha AMIGA VOLTA A CRIANÇA TÁ DOENTE AINDA!


Flávia Menezes 24/11/2023minha estante
Ana, você é demais! Como eu te falei pelo WhatsApp, logo eu redefino umas coisas e volto!! ? Saudades das interações por aqui! ??




P.mateuss 10/09/2023

James brabissimo, leitura super empolgante, drogas, jazz e afins. Os personagens sempre imersos em culpas e receios e desejos pulsantes e impulsivos. Resultando em uma trama de auto descoberta caótica e necessária.
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nanaths 14/05/2023

Eu não sei o que eu estava fazendo com a minha vida antes de conhecer a escrita do James Baldwin, esse homem capta a essência humana de uma maneira que eu nunca vi antes.
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Otávio - @vendavaldelivros 07/05/2023

“Afinal, todo policial era inteligente o suficiente para saber para quem ele trabalhava, e nenhum deles trabalhava, em lugar nenhum do mundo, para os que não tinham poder.”

O outro é um território desconhecido. Sempre tive para mim que ninguém é capaz de compreender plenamente o outro, mesmo que passem anos juntos, mesmo que se amem louca e perdidamente. É provavelmente por isso que esse livro me marcou tanto, porque a terra estranha é, na verdade, o outro.

Publicado em 1960, “Terra estranha” do americano James Baldwin tem como base a história de um grupo de amigos, negros e brancos, que vivem em Nova York no fim dos anos 50. É impossível dizer que esse livro é apenas isso. Ele é um tratado sobre as relações sociais entre homens e mulheres da época, e todas as questões raciais, de gênero e orientação sexual que já naquela época se mostravam muito mais complexas do que o conservadorismo tentava esconder.

O livro começa acompanhando Rufus, um baterista negro nascido no Harlem, sua ascensão e queda, seu relacionamento violento com Leona, uma mulher branca do Sul, e sua relação com seus amigos Vivaldo, Cass e Richard. Depois acompanhamos sua irmã Ida e sua relação com esses amigos, além de Eric, um amigo de Rufus que retorna de um tempo vivendo na França.

É o racismo estrutural que sufoca, as dores dos amores, das frustrações em relação ao outro, das frustrações em relação às próprias convicções. Raça, sexo, paixão e isolamento do “eu”, tudo isso junto, em uma potência de escrita gigantesca, imersiva, que muitas vezes é tão densa de sensações que faz com que a gente sinta todo o peso que está ali, mas não queira largar.

A questão racial nesse livro é tratada de maneira tão potente que escancara as feridas que existem ainda hoje na sociedade, uma força que não surpreende quando lembramos quem foi James Baldwin. O outro ser uma ilha, um país estrangeiro que nunca será completamente desvendado, enquanto sofremos na tentativa de buscar um amor pleno que nunca acontecerá, é algo impossível de tirar da cabeça. Somos todos terra estranha para alguém. Livro marcante e inesquecível, facilmente uma das melhores leituras desse e de muitos outros anos.
Alê | @alexandrejjr 22/09/2023minha estante
Pra muitos, o grande romance do Baldwin. A Companhia das Letras fez um bom trabalho com ele por aqui.


Otávio - @vendavaldelivros 22/09/2023minha estante
Minha vontade agora é ir para a não-ficção dele.




Luciana.Raquel 03/03/2023

A ?terra estranha? de cada um de nós
Ao longo da leitura, é possível perceber que a ?terra estranha? que nomeia a história vai para muito além de Nova York. A cidade é descrita pelo autor em toda a narrativa como um lugar hostil. Todos os personagens possuem uma relação conflituosa e angustiante com a cidade, singular a cada um. Mas não é só esse espaço geográfico que é estranho, incômodo e infamiliar. Ao abordar as nuances das relações humanas e sociais, Baldwin vai nos mostrando que quase tudo é marcado pelo estranhamento. Os personagens negros da história, com destaque para Rufus e Ida, carregam consigo as marcas de uma cor ?estranha?: estranha aos olhos da cidade, da polícia, dos brancos. A sexualidade também é trazida como elemento que provoca estranhamento: quase não há binarismo. Os personagens, muitos deles bissexuais, vão descobrindo os próprios desejos, os próprios corpos e os próprios prazeres ao longo da história. Esses últimos são estranhos a eles em diversos momentos; não só a eles, mas também aos olhos do mundo, da sociedade, do Outro. Na primeira página do livro, o autor diz sobre Rufus: ?nada nele seguia sendo dele?, e acredito que esta é a jornada percorrida por cada personagem na história: descobrir o que segue e o que não segue sendo de cada um.

Termino dizendo que só há um único momento em que o autor transforma a Nova York hostil em um lugar possível de ser um lar. O que torna isso possível é o amor. E isso é bonito demais! ??
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