marcilivros 02/02/2014
Tempestades em terra e alto mar
Após a relativa calmaria do primeiro livro, deparo-me, literalmente, com tempestades neste segundo, que começam desde o momento em que Jonathan, o padre, descobre o segredo de Faith e vai até às últimas páginas. Chantagens, assassinatos, desaparecimentos inesperados, brigas pelos mais variados motivos e tórridas cenas de encontros em lugares que deveriam ser, digamos, sagrados, é o que pode ser encontrado nesta trama, que toma um rumo que jamais imaginei.
Sabia que o padre, tinha, sim, um segredo do qual não se recordava, mas nem em meus melhores momentos criativos, pensei que tivesse uma vida tão diferente daquela que foi induzido a levar após seu acidente.
Quanto aos personagens, não podemos procurar por heróis ou vilões: aqui esta dicotomia não funciona. o que temos são homens e mulheres buscando viver seu cotidiano do modo como consideram o melhor para si, algumas vezes de modo egoísta, outras, pensando naqueles que estão em seu entorno, mas o que se pode afirmar é que sempre com grandes emoções, sejam elas de amor, raiva, paixão intensa, luta por alcançar o que almejam....
Alguns, como Tyler, modificam-se um pouco, buscando perceber-se longe de Fayth e Nicole, para minha satisfação, encontra sua voz e começa a escrever sua própria história, escolhendo a trilha que quer seguir. Espero é que ela o faça com suas próprias ferramentas e não queira complicar a vida da irmã para conseguir o que deseja.
Jonathan: um homem que precisa saber quem foi para conseguir definir, agora, quem é e como pode viver com o passado que construiu. De que modo ele irá reconstituir-se, que identidade terá? Seu tio e padrinho, em determinado momento, cita Heráclito e sua célebre frase, mas sabemos que as águas de um rio, ainda que modifiquem-se, carregam sempre a essência, o que a origina.... e então, o que terá mais força? Como conciliar os tempos de uma vida, as escolhas e seguir em frente?
Faith: Será que terá fortaleza para continuar com o homem que escolheu? Será que o amor que ambos sentem dará conta de ajudá-los a enfrentarem os desafios que terão? Ela é alguém livre.... perderá suas asas? Ou, com elas, auxiliará Jonathan a ser alguém melhor?
E os pais de Faith, Mason e Nicole? Conseguirão lidar com as vidas que seus filhos escolheram para si? Perceberão que precisam permitir que eles caminhem por suas próprias estradas?
O final? Não é aqui ainda, ao que pude depreender, ficaram fios soltos a serem encaixados na peça tecida e a história tem aí caminhos para prosseguir e, certamente, ficarei esperando....