Mausoléu

Mausoléu Duda Falcão




Resenhas - Mausoléu


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Paulo 25/06/2023

Mausoléu foi um dos primeiros livros por onde conheci o trabalho do Duda Falcão. Na época de seu lançamento, há bastante tempo atrás, volta e meia a coletânea aparecia na minha timeline. Mas, por incrível que pareça, no meio de tantas coisas que lia naquele momento, passou longe das minhas mãos. Anos depois, pus as mãos em Comboio de Espectros por onde pude conhecer os personagens e os mundos imaginados por ele. Quando fui correr atrás de Mausoléu, já era um livro bem complicado de encontrar. Então fiquei muitos anos só na vontade de ler. Agora a Avec Editora traz novamente essa coletânea que tem uma diversidade de histórias, com personagens que podem ou não se repetir. Alguns dos cenários que ele cria aqui vão reaparecer em contos presentes em outras coletâneas como Treze ou Mensageiros do Limiar. Isso aqui é o puro suco do pulp, do weird, do horror cósmico. O leitor vai conseguir ter acesso a todas as referências do Duda como Edgar Allan Poe, Bram Stoker, Mary Shelley, Robert Chambers e tantos outros. Acho até que Mausoléu é a melhor porta de entrada dentre todas as coletâneas.


Como se tratam de histórias curtas, vou fazer alguns breves comentários sobre alguns deles para destacar aspectos da escrita do autor. Poderia começar por Mausoléu, primeiro conto da coletânea e que dá nome a ela, mas vou falar de Museu do Terror, uma das minhas histórias favoritas desse livro e a que muitos consideram como tendo sido o cartão de apresentação do Duda. Nele, somos colocados em uma espécie de museu de horrores dentro de um parque de diversões. Um pai e um filho estão acessando o seu interior e o pai não vê graça e até fica meio preocupado com a estranheza do lugar. Mas, seu filho, como qualquer criança curiosa vai seguindo por entre as salas do local e conhecendo todo o tipo de artefato bizarro. Duda vai mostrando as leituras que fez pelas salas e de onde vem suas inspirações. Tem a Pata do Macaco de W.W. Jacobs, um gato preto falando de Edgar Allan Poe e até uma máquina para prender uma criatura a ser reanimada, retirando a ideia cinematográfica dos antigos filmes de Frankenstein. Tudo é apresentado com calma e o nível de estranhamento vai crescendo pouco a pouco. Aqui a gente percebe uma qualidade do Duda: ele não tem pressa. Parece contraditório em um autor de histórias curtas, mas é bem isso mesmo. O Duda sabe usar bem o pouco espaço que tem. Usa com eficiência e as descrições são precisas o suficiente para instigar a curiosidade e provocar a tensão no leitor. O final é de derrubar a gente bonito. A gente não espera aquilo.


Tem vários contos que nos remetem a Edgar Allan Poe, um autor que está marcado na escrita do Duda assim como H.P. Lovecraft. Poderia citar vários desses contos que trazem lembranças ou de O Corvo, ou de O Gato Preto, ou de A Queda da Casa de Usher. Mas, para mim o conto que define a maneira como Duda pensa Poe é A pena do corvo. Neste conto, um homem compra uma pena que o contrabandista afirma ter pertencido ao próprio Poe. O comprador testa o seu novo brinquedo e começa a ter uma estranha sensação criadora. A pena flutua pelas páginas como se tomada de vida própria. Ele perde a própria noção do tempo e quando ele finalmente sai do cômodo, existe uma estranha obsessão em conseguir outros artefatos de Poe. Será isso um desejo inconsciente do próprio Duda de encarnar a habilidade quase onírica do famoso poeta do trágico? Quantos de nós já não desejamos nos tornar um autor que idolatramos apenas para produzir algo no mesmo nível? É um estranho desejo que este conto consegue entregar com um horror súbito.



O autor gosta também consegue entregar boas histórias pós-apocalípticas. Em Antigos, ele nos leva a um mundo habitado por criaturas de muitas patas semelhantes a aranhas. Uma delas, Quetza, nosso protagonista, ficou incumbido de entrar na Cidade Proibida onde obterá o conhecimento dos antigos, algo reservado apenas a uma casta de sacerdotes. Com essa premissa, Duda usa o protagonista como nossos olhos e ouvidos já que suas observações nos fazem descobrir mais sobre esse estranho lugar e seus mistérios. Mais ou menos no final, o personagem fica sabendo como o mundo chegou ao lugar em que se encontra. A narrativa serve para apresentar Quetza como um guardião do conhecimento, cuja difusão entre seus semelhantes não é interessante já que destruiria boa parte de suas crenças. Quetza fica em uma encruzilhada onde ele precisa pesar se a verdade é realmente necessária; se a ignorância pode ou não ser mais benéfica. Isso se apresenta a ele como um fardo terrível, algo que é contestado depois por um de seus semelhantes. Aliás, será o seu conhecimento sobre a Cidade Proibida que o salvará dos perigos desse estranho novo mundo. Se refletirmos um pouco sobre em que gênero podemos encaixar Antigos, podemos dizer que é a aventura de Duda Falcão pela weird fiction, que ganhou popularidade nos últimos anos graças a Jeff Vandermeer.


A partir da página 100 vamos começar a conferir alguns personagens ou cenários mais recorrentes do autor como os reinos de Lyu. Nas próximas coletâneas terão outras histórias passadas neste local. Aqui é o Duda entrando no universo das histórias de capa e espada, e sua pegada lembra demais a de Robert E. Howard (nome este forte nestes cenários recorrentes). Temos três histórias consecutivas neste cenário, mas queria destacar a primeira delas chamada Sem Lembranças daquele inverno. É aquela história típica do gênero com feiticeiros, maldições, mercenários, mulheres tentadoras e mortais. Na história um anão, servo do grande mago Gimedjin, está à procura de um mercenário famoso da região chamado Atreil. O mago deseja contratá-lo para recuperar um artefato de imenso poder roubado por sua discípula. O que parece ser uma tarefa simples se revela complicada já que a aluna se revela uma poderosa domadora de animais e o mercenário precisará de toda a sua habilidade para superar os desafios. É uma grande aventura em que os leitores irão se divertir com uma história bem direta neste sentido. Tem uma virada narrativa lá no final que vai nos pegar de surpresa.


Outro personagem do Duda Falcão que se tornou famoso é Kane Blackmoon, o caçador de recompensas que enfrenta poderosas criaturas sobrenaturais. De certa forma, Bisão do Sol Poente é a história de origem do Kane. Aqui a gente descobre como o personagem acabou se envolvendo com um mundo ao qual ele nada conhecia antes. Na história, Kane está atrás de Hector Calderón, o chefe de um grupo de bandoleiros que tem assaltado bancos e diligências da região. A recompensa é polpuda e Kane precisa de uns trocados para se manter por alguns meses. Só que quando ele chega até o local onde o bando parece ter se escondido, ele descobre que os membros do bando foram mortos junto com toda a população da cidade. Somente Calderon não é encontrado. Seguindo o encalço do líder do bando, Kane esbarra em Sunset Bison, um xamã sioux que parece conhecer mais do legado da família Blackmoon do que Kane poderia ter imaginado. Junto com estas informações, vem o aviso de que Calderon está sendo protegido por forças além de nossa imaginação. Duda cria um mundo baseado no gênero do faroeste estranho que Howard também tornando famoso. Gosto que o Duda moderniza o gênero e dá um rosto próprio ao que está escrevendo. Ele poderia ficar confortável apenas se baseando nos clichês do Howard e conseguindo um sucesso semelhante. Na minha opinião, o que Duda escreve está mais para os roteiros do Gianfranco Manfredi em Mágico Vento do que para o Robert E. Howard.



Mas, Duda também consegue passar pela história e pela cultura brasileira, dando uma pitadinha do estranho em momentos específicos. Massacre na Caravela é um bom conto que se utiliza do choque cultural e da resistência indígena à chegada dos portugueses no Brasil colonial. É até uma maneira de fugir da falsa noção de que os portugueses foram recebidos de forma aberta e igual por todas as tribos indígenas dessa época. A protagonista possui uma característica especial: ela foi empossada por um espírito animal e desde então é dotada de algumas habilidades sobre-humanas. Quando os portugueses chegaram e não obtinham o que desejavam, eles partiam para o massacre das tribos indígenas locais. Algumas das tribos passaram a pegar em armas e a resistir à instalação dos mesmos no Brasil. Só que a diferença tecnológica oferecia uma vantagem devastadora a eles. É então que a protagonista entra: em dias de lua cheia, ela sofre uma terrível transformação e obtém uma força capaz de fazer frente a essa diferença entre colonizador e indígenas. Sim, é a releitura de Duda Falcão ao mito do lobisomem. Uma boa história!


O último conto do qual gostaria de fazer um breve comentário é o último chamado Humanos, Monstros e Máquinas. É a homenagem do Duda Falcão a Mary Shelley. Ele mostra a sua versatilidade criando um universo steampunk marcado por criaturas sobrenaturais. Mary, ainda solteira, adentra em um mundo de homens e mulheres exóticos ao conhecer Percy Shelley. Seu interesse por ciência vem do seu contato com seu mentor, o brilhante dr. Frankenstein. Ao se encantar por Percy, ela não sabe de onde vem essa súbita atração. Ao conhecê-lo melhor, ela se defronta com um mundo obscuro que vive nas margens de Londres. O desaparecimento de seu mentor vai suscitar uma série de desconfianças quanto a esse grupo com o qual ela se envolveu. Duda consegue manter a atmosfera do século XIX, colocando tecnologias avançadas aqui e ali para mudar a visão que temos desse mundo. É um conto bastante original que revisita algumas das histórias mais tradicionais da era vitoriana.


Poderia falar sobre vários dos outros contos, mas acho que vale a pena o leitor descobrir por si só a magia dos mundos e personagens criados pelo autor. É lógico que nenhuma coletânea é perfeita e vão haver aqueles contos menos interessantes ou aquele gênero de histórias que o leitor vai preferir pular. Normal. Aprendi nos anos em que analisei coletâneas que elas são um tema bastante subjetivo para cada leitor. Mas, a magia delas é que elas não tem uma ordem para serem lidas. O leitor pode iniciar por qualquer uma delas, seja indo desde o começo, escolhendo uma com um título interessante ou abrindo uma página aleatoriamente. Vai do gosto de cada um. Mas, admito que sempre consigo curtir as histórias do Duda. E acho que elas vão agradar a quem curte uma boa aventura ou uma história de terror daquelas bem pauleira.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Patrick Rosário 15/04/2016

(Corujando nos Livros) Resenha: MAUSOLÉU - Duda Falcão
Mausoléu é uma coletânea de 36 contos, onde o autor reuniu seus textos, uns que já tinham sido publicados em outras coletâneas e outros novos. Os contos são bem diversificados nos temas, e carregam referências literárias importantíssimas do gênero. Umas delas é o Edgar Allan Poe.
Alguns contos são relacionados, nos dando outros pontos de vista. Todavia, quero enfatizar o conto Mausoléu, que é um dos meus 11 preferidos, desse livro.
O conto inicia nos apresentando um homem que pretende ir à Gramado, buscar uma mercadoria para seu chefe, e partindo deste pedido, o homem norteia por uma estrada alternativa, uma espécie de atalho que seu amigo o indicou, para encurtar o percurso.
Durante a viagem, ele abre as janelas do carro para sentir a brisa do campo e se depara com um cheiro insuportável. O odor o faz parar e ele decide descer do carro para descobrir o que causava aquele cheiro. Chegando num cemitério, para sua surpresa.
Minhas pernas fraquejaram quando percebi que tinha encontrado um cemitério. Por um segundo, pensei ter visto um menino me encarar por entre os túmulos e correr para trás de uma lápide. Um nevoeiro gelado escorria pelo terreno que supostamente deveria ser sagrado. (Página 13)
Ao encontrar um garoto neste cemitério e fitá-lo nos olhos, intensamente, ele visualiza as lembranças do menino em imagens. Algo sobrenatural.
E, partindo destas imagens, ele vai ter ciência do que fizeram com o menino. Algo demoníaco e aterrorizante, onde a ida àquele cemitério tornou-se oportuna.
Este conto nos apresenta um ritual satânico.
As mulheres da família banharam suas mãos no sangue virginal e desenharam um símbolo complexo no chão. (Página 17)
Nos mostra alguns esqueletos zumbis.
Um dos esqueletos que se aproximou para me agarrar levou uma cotovelada no queixo. Outro tocou meu ombro. Pude sentir o calafrio da morte percorrendo toda a minha espinha... Foi quando um deles conseguiu me alcançar. Com seus dentes podres, mordeu minha orelha. (Página 21)
E nos mostra uma criatura tenebrosa das profundezas.
Algo indescritível, fétido e gorduroso emergia. Sua massa corporal disforme apresentava diversas bocas repletas de dentes afiados e uma série de olhos esbugalhados e vermelhos. Tinha quatro tentáculos em vez de braços. Na ponta deles, havia garras que beliscavam ameaçadoras o ar como se fossem tesouras. (Página 22)
Eletrizante conto, pois tudo é muito convidativo. São muitos elementos em poucas páginas, e isso faz com que o conto fique muito bom. Entre tanto, o que mais me chamou a atenção, foi a nitidez das cenas e fedor do cemitério que pulavam das páginas. Algo muito real. Digno de ser o título do livro.
Esta leitura, com certeza, entrará para as dez melhores leituras de 2016. Me enriqueceu como leitor, me gerou uma nova sensibilidade e me fez viver experiências nunca vividas. Embora saibamos que os contos são histórias curtas, os personagens apresentados são muito bem formatados.
Sem contar as ilustrações de excelência: Introdução, início de capítulo, morcego lateral das páginas em movimento... Percebemos que houve uma dedicação em publicar. Tudo muito bem escrito e realizado.
Focando pra vocês entenderem, esse morcego se move até chegar naquela cruz, ao folhear, rapidamente, as páginas. Melhor dizendo, acompanhamos ele batendo as asas e tudo mais. Muito massa. Genial. Acabou comigo. Por fim, super recomendo. Autor, que tenho certeza, que será muito reconhecido por seus extraordinários textos.

site: http://corujandonoslivros.blogspot.com.br/2016/04/resenha-mausoleu-duda-falcao.html
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Léo 10/03/2016

Fabuloso, terrível, amedrontador e genial
O anfitrião agora lhes convida a entrarem no ''Mausoléu'' de Duda Falcão e conhecerem inúmeras criaturas dos infernos e diversos rituais macabros ditados todos em um livro com 36 contos sinistros e arrepiantes onde o pavor e o suor lhes acompanha durante o processo de leitura. Neste momento, vapores brotam do solo. Esqueletos começam a se materializar das matérias gasosas. E como num filme de horror, tudo acontece muito rápido. Em desespero, todos observam O anfitrião fechar a porta do Mausoléu enquanto olha vocês folhearem esta obra sepulcral tendo visões infernais e pesadelos eternos...

O livro ''Mausoléu'' do autor Duda Falcão pode ser considerado uma boa enciclopédia de narrativas de terror. Observando a definição de enciclopédia: obra que reúne todos os conhecimentos humanos ou apenas um domínio deles e os expõe de maneira ordenada, metódica, seguindo um critério de apresentação alfabético ou temático, se conclui muito bem que Duda realmente expôs os seus conhecimentos sobre o tema terror/horror de maneira criteriosa apresentando para os leitores, contos de excelência terrível e demonstrando toda a sua habilidade, inteligência, domínio do gênero e genialidade. Sim, é preciso afirmar logo de cara que o autor é um gênio. Ele domina perfeitamente o psicológico e o sobrenatural, mescla de forma grandiosa as linguagens como se fizesse parte do mundo das sombras e utilizasse de suas visões e percepções para impulsionar os demais humanos.

A escrita, reproduzida de forma simples, dá a certeza ao leitor de que a leitura será feita de forma rápida e de que será muito bem entendida. É sensacional. Os elementos que Duda joga nas histórias causam sensações mistas; às vezes horror, às vezes náuseas, às vezes confusão mental, às vezes ânsias. É certo que aquele que aprecia o tema não se sentirá em momento algum fora do cenário fúnebre. ''Mausoléu'' é uma ferramenta sinistra que estimula as noções lúgubres em leitores principiantes e inebria os mais experientes, que bestificados com tamanha grandeza da obra se tornam mudos e preferem apenas sentir os calafrios em vez de tentar descrevê-los. Às vezes, tudo parece tão normal e suficiente até que, de repente, o toque de genialismo horripilante transmuta o sentido da história tornando-a ainda mais sombrosa.

Duda Falcão não deixa nada a desejar se comparado aos grandes mestres do gênero. Ele faz referências a Edgar Allan Poe, Mary Shelley, John Polidori em alguns contos, denotando a sua admiração pelos autores.

No conto ''Relíquia'', o gato preto Pluto me fez recordar outros tantos gatos diabólicos, inclusive, vistos por mim várias vezes durante cenas de horror vividas em minha existência. O autor consegue arrancar essas recordações e sentimentos com a sua narrativa. Ele parecia viver cada momento de seus contos! Em ''Desfile'', um dos meus preferidos, o horror se concentrou em meus olhos, trêmulos, em minha mente, perturbada e em meu corpo, que inquieto denunciou os arrepios que as aberrações do circo causaram em mim. Foi um acontecimento fantástico e terrificante. O ''Desfile'' foi narrado de uma forma real e assombrosa que desencadeou em mim a sensação de medo a cada parágrafo. Senti que parte de mim era levada a força pelas aberrações e me sinto ainda preso em seus horrores noturnos. Sem sombra de dúvida, este foi um dos contos que mais me causaram pânico e arrepio no corpo, na alma e na mente.

As mensagens em ''Mausoléu'' são obscuras e horrendas, onde o anfitrião em noites tenebrosas se diverte ao ver o desespero de seres comuns envoltos a bruxarias, rituais, sangue, podridão, espíritos famintos, mortes, entre outros tantos quesitos da academia do medo. Serve, na verdade, para estimular o campo vasto de sensações e imaginação que o ser humano pode sentir e ter. Duda vaga desde os tempos mais precedentes aos derradeiros dias, comunicando entre uma sombra maligna e outra, fatos históricos sobre artefatos valiosos, lugares sagrados, lendas locais, rituais e magias e templos e lugares pagãos, deixando a obra ainda mais completa, reafirmando a excelência literária do terror.

Assassinatos e atos psicopatas também fazem parte da enciclopédia ''Mausoléu'', No conto ''Teoria Prática'' um jovem assassino demonstra sua frieza e peculiaridades nas práticas assassinas.

A capa do livro é formidável. As ilustrações são fantásticas. A diagramação escolhida pela Argonautas Editora é simplesmente perfeita. Os detalhes nas páginas deixam a obra com o ar sombroso que ela representa. Os contos nem sempre terminam de forma arrepiante, mas Duda arrasa, agora sou mais um a entrar para o seu fã clube. Muitos contos levam o leitor a questionamentos racionais que se defrontam com a sensação do medo. Me envolvi na história de forma fácil. Meu conto preferido é o que intitula o livro. ''Mausoléu'' - (o conto), desponta terror, e carrega o ar do sobrenatural, fez-me sentir ao verdadeiramente ao lado de espíritos. Eu adorei! Outros que entram para a lista de favoritos são ''Relíquia'', ''A pena do corvo'', ''Desfile'', ''Réu'' e ''Máscaras''.

Os fãs de terror certamente definirão o livro como um dos melhores do gênero. Que os espíritos das sombras no ''Mausoléu'' destaquem esta obra sepulcral com 5 estrelas. Terríveis contos que demonstram a vida dos seres das profundezas e daqueles que por aqui os permitem a convivência, agindo de forma tão semelhante às suas criaturas adoradas. Parabéns ao Duda Falcão pela obra, sem dúvida merece o prestígio de todos os fãs e leitores. Muito respeito com esse cara, ele tem conhecimentos elevados sobre o mundo da escuridão.

E então, o que vocês acharam, amigos? Se arriscam a sentir o frio do ''Mausoléu''? Fiquem a vontade, o anfitrião lhes receberá muito bem. He, he, he, he...

''É hora de voltar para suas tocas debaixo da terra maculada. Retornem para cá amanhã, meus filhos, meus herdeiros. Enquanto tiver forças, não me cansarei de lhes contar memórias.''


site: http://leootaciano.blogspot.com.br/
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Fernando Nery 22/02/2016

Resenha: Mausoléu, de Duda Falcão, publicado pela Argonautas Editora
Olá Cadavéricos Leitores!
Invoco as forças malévolas para que elas tomem posse de minha razão. E assim possesso pelas forças imperiosas de Lúcifer, eu consiga dar o tratamento estético às minhas palavras e dessa forma resenhar a portentosa obra intitulada Mausoléu, escrita por Duda Falcão e publicada pela Argonautas Editora da maneira mais excelsa que ela merece. Entrego meu corpo e minha alma! Que as forças demoníacas ajam em meu ser e conduzam minhas mãos para que elas teclem os vocábulos adequados que aclarem as mentes leitoras de meu blog, sem no entanto deixar de anuviar seus pensamentos. De posse dessa maldição, faço um ilustre convite a todos que estão presentes nessa sôfrega leitura.
Eis que o Espírito Maligno do Anfitrião vem ao meu encalço. Sinto turvar minha visão e incorporado de sua pérfida presença, meus lábios proferem sua invitação, enquanto minhas mãos transcrevem tudo que pronuncio na mais altiva voz: "Eu sou o Anfitrião! Fico muito contente que você tenha chegado até aqui para conhecer a arquitetura do my master! Nesta obra sepulcral sua ótica humana será ofuscada por visões grotescas. Folheie as próximas páginas... Abra a porta e entre na cripta dos insanos.. Durma na pedra fria do Mausóleu e tenha pesadelos eternos, he, he, he, he

No presente momento, as almas leitoras adentram comigo no Mausoléu. Experimentamos a força sepulcral e tétrica dessas páginas com uma diagramação perfeita e detalhes artísticos impecáveis. Cumpre a mim, antes de dar prosseguimento a minha recensão, clarificar o significado e a origem do termo Mausoléu neste exórdio.
Mausoléu é uma tumba grandiosa. A origem do nome deve-se a Mausolo, um sátrapa de Cária do Império Aquemênida do século IV a.C. O seu túmulo ficou conhecido como Mausoléu de Halicarnasso (moderna cidade turca de Bodrum) e era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Confesso que essa pesquisa com tantos nomes intrincados me causaram sentimentos fúnebres.
Nesse sentido, torna-se perceptível que o título Mausoléu traduz perfeitamente as características lutuosas que tanto trazem aprazimento aos fãs do terror. O título revela o caráter simbólico da obra. O livro Mausoléu, de Duda Falcão é a Tumba Grandiosa, pois os 36 contos contidos em suas páginas são funestos, mórbidos com uma força imperiosa que devasta a mente do leitor.
Durante a nossa jornada dentro do Mausoléu, vocês verão imagens tétricas no corpo dessa postagem que revelam a aziaga arte da suprema obra da qual eu discorro. A exceção é a gravura que representa o Mausoléu de Halicarnasso e a foto do Duda Falcão.
A imagem da capa nos lembra as pulp fictions do passado. Notarão que a obra não é apenas bonita por fora, mas a arte gráfica do interior é perfeita. Verão a contracapa e a lombada do livro. Notarão a possibilidade de fazer cinema de papel. Aliás, já fizeram cinema de papel? Não sabe o que é isso? Veja o que há de belo e assustador no interior da obra:

Para conferir o vídeo e figuras dessa postagem, terão que acessar essa materia pelo blog

Sem delongar mais no preâmbulo de minha exibição, poderei partir para a próxima etapa da resenha. Começo afirmando que Mausoléu me trouxe uma incomensurável alegria, pois sou um grande apreciador dos livros de terror. São 336 páginas de horror com 36 contos que envolvem bruxas, zumbis, lobisomens, vampiros, fantasmas, alienígenas e monstros bizarros. Com o decorrer da leitura vai se tornando evidente a admiração do autor pelas obras de Edgar Allan Poe, de Mary Shelley e John Polidori. Num bate-papo através do inbox do Facebook, o escritor Duda Falcão declarou: "O Mausoléu tem uma pegada meio Poe/Lovecraft. O Pessoal tem gostado bastante, espero que você goste também." Respondendo a expectativa do autor, é claro que eu amei.
Apesar da brincadeira realizada na introdução da postagem, na qual faço uso de palavras difíceis visando dar um toque de terror, mas que no fundo sei que vocês riram, Duda Falcão trouxe um diferencial bem bacana em relação às obras de terror que tenho lido ultimamente. Percebo que os autores por mim conhecidos procuram se remeter ao uso de vocábulos difíceis que algumas vezes parecem ininteligíveis.
Duda Falcão vai em sentido oposto sem fazer uso exagerado de uma linguagem rebuscada como costumo ver na maioria dos livros de terror. Há poucos termos dificultosos e não encontramos palavras estapafúrdias, entretanto sua narrativa bem articulada consegue transmitir a sensação de medo ao leitor. Em nenhum momento, necessitei de recorrer ao dicionário para compreender o sentido de alguma palavra, coisa que já me aconteceu em outros livros. Duda Falcão sabe explorar as palavras mais simples para construir contos apavorantes. Engana-se quem pensa que somente através de um vocabulário íngreme poderá criar um terror de dar calafrios. O livro é medonho, excitante, provocante, aterrorizante e bastante atrativo. Em pouco tempo, devorei suas 336 páginas. Quando comecei a ler a obra, ficou difícil largá-la, pausei apenas o necessário para fazer alguns lanchinhos ou beber água. Acabei por devorar meus alimentos rapidamente para logo saborear esse fenômeno literário. Creio que esse livro foi a leitura mais acelerada e prazerosa que realizei em minha vida. Gostei tanto do estilo do autor que anseio ter em mãos outros livros de sua autoria e deleitar-me com eles.
Conforme foi mencionado anteriormente, existem 36 contos de terror no livro. Não discursarei a respeito de todos. Vou fazer um breve relato dos meus dez contos prediletos. O fato de não resenhar conto por conto não importa. Você está dentro dos pesadelos de Duda Falcão que, "a partir de agora, vão também assombrar as noites dos valentes que se aventurarem em seus meandros". Mais uma vez, pronuncio uma invitação que está expressa na gravura abaixo:
Você aceitou! Você escolheu! Contemplem os pequeninos escólios realizados por mim! Apavorem-se!!!
- Mausoléu: O que pode acontecer, quando um homem a pedido de seu patrão sai em busca de uma mercadoria em Gramado e encontra um fantasma que lhe traz uma mórbida visão? A resposta é totalmente tétrica!
- Museu do Terror: Um pai, a contragosto, leva sua filha para conhecer o Museu do Terror. O que eles encontrarão? O que haverá de tão assustador no museu?
- Relíquia: Faz referência ao conto chamado de "O gato preto", de Edgar Allan Poe. Não vou dizer mais nada!
- A pena do Corvo: Um homem compra a pena por um preço ridículo. O contrabandista garante que a relíquia pertencera ao renomado poeta. Ocorre um estranho processo. As palavras começam a se ordenar em frases prontas. A pena do corvo liberta as palavras mais precisas do escritor e as arranja de forma ordenada nas orações, nos parágrafos, no enredo e na trama. Por outro lado, é sorrateira, engana o infeliz que acredita escrever por conta própria. A pena do corvo, ao mesmo tempo em que concede as virtudes das belas letras, também leva à degradação do humano. Descubra o final da história!
- Sem Controle: É um dos mais curtos contos do livro. Alguém dorme em qualquer lugar, desde que esteja protegido do sol. Quem será ele?
- Desfile: Um desfile é promovido pelo Circo dos Horrores. Que elementos horripilantes encontramos nesse conto?
- O Escolhido: Alguém percorre por mais de meia hora, com seu automóvel, uma estrada embarrada até chegar em um lugar ermo. Localiza um casarão decrépito. Por se tratar de uma festa, não tem receio de entrar. Presenças frias deixam-no intranquilo. Uma porta se abre para a entrada de alguém alto e corpulento. Não veste máscaras, somente um capuz que pouco pode disfarçar os cornos retorcidos e pequenos despontados na testa. A figura hedionda aponta para o protagonista dessa história. O que está reservado para ele?
- Rito Necromante: Criar Zumbi: Um grupo se reunia sempre. Unem-se por um mesmo objetivo. Para isso, necessitam conhecer o oculto. A partir de leituras profanas, fizeram certas descobertas. Não detalharei mais nada.
- Passagem: Dor. Agonia. Escuridão. Diante dela, um barco. Por quê? Não irei contar!
- O Serviço: Alguém acorda em um lugar quente. Bonecos derretem no calor quase vulcânico. O desenrolar da história é bem interessante.

Depois da leitura desse espetáculo literário, tornei-me um erotomaníaco em relação ao terror. Muitos me acompanharão´na Síndrome de Clérambault ao lerem o livro.


Resenhar essa portentosa obra foi algo elucubrativo. A sensação que tive é bizarra. A pena do corvo veio até mim, cadavéricos leitores. Adquiri o artefato que é pior do que qualquer outro vício. Estou com medo, pois não consigo parar de escrever. Já faz horas que estou em frente à mesa, sem me alimentar ou pensar em fazer outra coisa. A pena do corvo não é somente uma simples pena. Ela pode ser meu celular, meu tablet ou notebook. Vocês também possuem alguma pena do corvo? Cadavéricos leitores, peço desculpas, mas pressinto que serei assassinado pela pena do corvo. Encontrar-nos-emos no Inferno. Até mais!
Adquira o seu exemplar, clicando aqui! Deixem seus comentários fúnebres para não serem atacados por alguma infausta criatura.

Dedicatória e autógrafo do Autor
Momento de Seriedade: Agradeço de todo meu coração ao Duda Falcão por ter-me convidado para resenhar um de seus filhotes. Ele não imagina o bem e a alegria que me causou. Amei a dedicatória presente no livro, cujo conteúdo será compartilhado agora com vocês:
Para o Amigo Leitor, Fernando Nery!
Palavras do Anfitrião:
"O Mausoléu sempre
aguarda pela próxima
Vítima!"
Um
Abraço Tentacular
Duda Falcão
2016

No Skoob, classifiquei a obra dentro do limite permitido que são Cinco Estrelas. Minha vontade era classificar com um número infinito.

Duda Falcão e Cadavéricos Leitores, muita força para vocês. Tchau, meus queridos! Irei tomar banho de água benta para exorcizar o mal invocado (risos).
Lúgubres Beijos no Coração Medonho de vocês!!!

site: http://filosofodoslivros.blogspot.com.br/2016/02/resenha-mausoleu-de-duda-falcao.html
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Desenhando em Letras 12/06/2015

Resenha: Mausoléu
A temática do terror sempre despertou nos leitores os mais diversos sentimentos. Os corajosos são tomados por algo que se assemelha a admiração, se inspiram na forma de escrita de seus autores prediletos e continuam espalhando o pavor entre os mais temorosos.

Mausoléu, obra de Duda Falcão, tem como intuito restaurar o terror no âmago dos mais covardes - e não só dos covardes, acredite.

A obra não se deixa prender apenas pelo "terror" propriamente dito e mescla também a ficção científica e a literatura fantástica. A essência dos contos que foram reunidos, em certos momentos, se mistura a tal ponto que a obra toda parece ser um livro contínuo e não somente a junção de diversas pequenas histórias.

Meu próximo comentário pode parecer capcioso, todavia os contos de terror apresentam uma analogia a Edgar Allan Poe; em alguns, podemos sentir mais diretamente essa ligação porque o próprio autor brasileiro se espelhou no americano. E, devo salientar, o fez com maestria.

Desmentindo algumas origens e reforçando outras, Duda Falcão conseguiu reunir em apenas um livro tudo o que mais assombra a mente humana; do horror sobrenatural ao psicológico.

Não me baseio em nada específico para tal afirmação, mas notei que a intenção do autor não era a de apenas apavorar os seus leitores, pois Mausoléu estabelece uma reflexão, mesmo que tênue, sobre tudo o que o homem mais preza; seja a vida ou bens materiais.

Um conto que chamou bastante a minha atenção foi Fantasmas do Tempo, uma história narrada em um mundo futurista e que apresenta uma ligação profunda tanto com a sede insaciável de vingança como a curiosidade por si só. Nesse mundo criado pelo autor, os personagens desenvolvem pílulas capazes de transportá-los através do tempo, entretanto nem todas as pessoas têm direito a desfrutar desse privilégio e ficam à mercê de uma sociedade imperialista – Aqui devo observar que tal sociedade já está presente em nossa realidade e que em um período histórico anterior essa mesma associação já regeu a Terra com mãos-de-ferro.

Em suma, Mausoléu é um livro indicado para os amantes de terror, de fantasia e para todos aqueles que desejam se aventurar pelos pensamentos mais sombrios que permeiam a mente humana.

site: http://desenhandoemletras.weebly.com/blog/resenha-mausoleu
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Rusbis 10/12/2014

Confiram a vídeo-resenha de "Mausoléu" do Duda Falcão no canal literário do youtube, Ler Vicia. Venham!!!

site: https://www.youtube.com/watch?v=eJk_5AxNfCM
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Leitora Viciada 14/11/2014

O Anfitrião apresenta: Mausoléu, do autor Duda Falcão, publicado em 2013 pela Argonautas Editora. É uma coletânea com trinta e seis contos de horror. A maioria foi publicada em antologias, porém muitos são inéditos. Abrangem diversas vertentes da Literatura Fantástica e cumprem a promessa de trazer bruxas, zumbis, lobisomens, vampiros, fantasmas, alienígenas e monstros... E mais!
O Anfitrião é a personagem que apresenta a obra, gostaria que o livro tivesse um conto dele, que me lembrou o sarcástico apresentador de Contos da Cripta, série de sucesso dos anos 1990. É esse clima de terror e humor negro que Mausoléu possui.
A capa, as ilustrações e a diagramação combinam com a proposta e com certeza agradam ao público-alvo. As fontes dos títulos dos contos são estilo histórias em quadrinhos, as folhas são levemente amareladas e o trabalho gráfico e de revisão estão perfeitos. Senti falta apenas de orelhas no exemplar. Em cada margem lateral há morcegos; se você passar as folhas rapidamente, o morcego parece que "voa".

O horror é o destaque, mas Duda Falcão é um autor amplo e transporta o leitor em diversas viagens pelo melhor que os gêneros fantásticos podem apresentar.
As histórias estão em formato de microcontos, contos, e noveletas. Gostei da organização, porque, embora sejam histórias diferentes, o conto atual sempre possui algo em comum com o anterior, seja o estilo, uma referência, o mito... Essa ligação faz a leitura fluir! As histórias mais longas são divididas em partes e nomeadas com subtítulos.
Já conhecia o trabalho do autor, justamente por contos em antologias e também resenhei seu primeiro romance (Protetores, 2012, Editora Underworld). Geralmente leio coletâneas temáticas de autores variados, então adorei a rara experiência de ler contos de um único autor.
Este é o melhor livro nacional de contos de horror que já li, muito variado. Mausoléu deve ser apreciado aos poucos, mesmo sendo dinâmico. Aconselho a leitura desse modo para que se absorva melhor as histórias.

É uma homenagem às antigas publicações Pulps, ao período Weird da Literatura Fantástica, ao cinema Trash e aos clássicos e consagrados escritores, como H. P. Lovercraft, Mary Shelley e Edgar Allan Poe. É uma celebração ao horror, a Ficção Científica e a Fantasia em geral, dando ênfase ao sobrenatural e à Fantasia Urbana.
Utiliza a ironia, o sarcasmo, o medo e os sentimentos profundos do indivíduo sobre sua existência e seu papel na sociedade. Ou simplesmente diverte - o leitor escolhe!
O melhor que a Literatura em contos pode apresentar ao leitor fanático pelos gêneros fantásticos, do mesmo modo que introduz leitores novatos nesse mundo diversificado, interessante e de infinitas aventuras.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2014/11/mausoleu-duda-falcao-e-argonautas.html
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@paty_bookaholic 01/11/2014

Muito Bom!!!
Eu como fã de terror, vampiros, bruxas e todos os seres sobrenaturais tenho que dizer antes de qualquer coisa: Que livro perfeito!

A coletânea de contos nacionais, Mausoléu ganha de muitos livros importados. Como é uma coletânea muito grande eu não tenho como falar de cada conto individualmente. Vou comentar os que mais gostei.

No conto RELÍQUIA tive uma grata surpresa, ao encontrar um personagem de um dos contos que mais gosto, de um dos melhores autores de contos extraordinários. Não sabe de quem estou falando? Encontrei o gato Pluto, do conto O gato Preto de Edgar Allan Poe, o autor Duda Falcão conseguiu trazer uma novidade do conto, e dentro do museu do terror tem muitos artefatos da literatura que são muito interessantes.

Eu trouxe Pluto de um livro. Resgatei o pobre bichano de um conto de Edgar Allan Poe, O Gato Preto. Você já leu? Espero que ao menos tenha ouvido falar desse grande mestre das letras.

Outro conto que me deu arrepios foi o ANTIGOS, neste conto o autor descreve um mundo onde a sociedade se desfez. Existe uma nova raça, melhorada. Porquê? A raça humana foi devastada por um terrível vírus e um cientista desesperado resolveu que não a inteligencia humana não deveria se perder. A nova sociedade é pacata e cultiva a paz, mas quanto tempo a ganancia levará para dominar esses seres?

Os Mestres da Teia guardavam o derradeiro segredo sobre a extinção daquela civilização passada. Quetza cumpriria seu papel durante os dias vindouros, conheceria a verdade, a verdade que somente os da estirpe sacerdotal poderiam saber. Nesse sentido, a verdade significava acima de tudo poder.

E por fim o melhor de todos os contos, que deixei para comentar no final, é o conto DESFILE. Este conto descreve a passagem de um circo dos horrores por uma pequena cidade do interior, a população fica encantada com todas as bizarras atrações, tentam se convencer que são fantasias, que tudo não passa de encenação. Somente poucos acham tudo aquilo muito horrível, e não tem o interesse de assistir a apresentação.

Com a rua principal e a praça cheias, os cidadãos batiam palmas ou simplesmente riam incrédulos da quantidade de seres fantásticos que desfilam diante deles. Alguns apontavam para a procissão e comentavam o quanto tais fantasias eram ridículas. As mascaras, então, de uma insensatez absurda.

Para melhorar tudo a primeira apresentação é de graça! Como a população poderia faltar a esse grande espetáculo? Na noite da apresentação um vento estranho sopra, para uns parecem gritos, para outros grunhidos. O que acontecerá depois do show? Não conto! Você vai ter que ler para saber!

Tenho que parabenizar a editora e ao autor, me apaixonei por cada pagina desta coletânea maravilhosa. Cada conto é único, e os detalhes das páginas lindos. O que mais gostei é que o livro forma um flipbook único, um morcego literalmente passeando pelas páginas!

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/mausoleu-resenha-argoedit
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Marcos Pinto 14/08/2014

Terror para todos os gostos
Eu já conhecia a escrita do Duda Falcão, mas esse livro me apresentou outras facetas do autor. Mausoléu é um compilado de contos de terror, indo dos alienígenas e zumbis às bruxas. Nesse livro, encontramos vários contos pequenos e alguns um pouco maiores. Por serem muitos, é impossível falar de todos. Desta forma, falarei dos que mais me chamaram a atenção.

É improvável não começar falando do conto chamado Desfile, o meu favorito de toda a obra. O enredo começa com o Circo dos Horrores chegando a uma cidade do interior. Os moradores, acostumados com a vida pacata, ficam abismados e encantados com o circo. Porém, o que ninguém imagina é que existe um ar maligno e bizarro por trás do espetáculo.

Esse conto me chamou a atenção por motivos variados. A começar por usar um circo como fonte de terror; a premissa pode até não ser totalmente original, mas me agrada totalmente. O segundo ponto positivo foi a descrição bem elaborada que te transporta para dentro do texto. Em muitos momentos, eu conseguia visualizar com uma perfeição assustadora o que estava acontecendo. Por último, mas não menos importante, o final misterioso foi perfeito.

“No interior da carruagem, percebia-se apenas uma luz esverdeada, o vidro da porta estava embaçado e fechado. Ninguém soube garantir o que estava ali dentro, apesar de um dos habitantes afirmar ter visto uma coisa nojenta, sem forma definida, musgosa, repleta de raízes e folhas no lugar de um rosto, um verdadeiro muco escarrado, gerado em algum pântano fétido” (p. 177).

Outro conto que eu gostei imensamente foi A Pena do Corvo. Tudo começa quando um escritor resolve comprar a pena utilizada Edgar Allan Poe para escrever seus textos. Porém, ao começar a escrever, o personagem percebe que aquela não era uma pena normal. Assustado e compenetrado, ele começa a escrever exaustivamente.

Esse conto me chamou mais a atenção pelo tributo a Poe e pela originalidade do que pelo terror empregado. A narração não dá qualquer medo, mas te encanta pela premissa incomum e pelo brilhantismo. Duda, nesse conto, mostra que sua escrita vai além de dar sustos no leitor; ele sabe variar e conquistar seus leitores de outras formas.

O terceiro conto que mais me agradou foi Rito Necromante: Criar Zumbi. Nesta narração, Duda discorre sobre um grupo de estudiosos necromantes que buscavam, através de seus rituais, o poder da cura. Após testar em duas pessoas vivas, membros do grupo, com aparente sucesso, eles resolvem dar um passo a mais, testando em mortos. Porém, algo dá muito errado e a situação sai do controle.

“Mastigou a carne suculenta. Depois, cravou os dentes na cabeça do outro que só fazia gritar. O cheiro do cérebro o deixava mais excitado. Entendeu, a partir daquele momento, que carne humana era um combustível vital para sua existência” (p. 215).

Novamente o autor chama a atenção pela criatividade e pela originalidade. Depois das diversas explicações sobre as criações dos zumbis que já li – e eu li muitas, pois adoro livros do gênero –, Duda conseguiu inovar. De uma forma bem diferente, os nossos queridos mortos-vivos vieram à vida para assolar a humanidade. Certamente, mais um ponto para o autor.

Mausoléu chama a atenção do leitor de muitas maneiras, pois tem contos de diversos tipos de terror; dos mais leves aos mais pesados; do épico ao moderno. Assim como nos outros trabalhos do autor que eu li, ele demonstra uma escrita fluída, deixando que o texto corra de forma mais natural possível.

Não obstante, o autor também faz diversas homenagens a escritores famosos durante a obra, seja reutilizando personagens, seja criando contos baseados em situações descritas por esses autores. Mausoléu acaba sendo também um tributo ao terror clássico.

“Fui atrás do gato preto, era tudo que me interessava. Pluto olhou para trás somente uma vez. Seu único olho me fitou, parecia me convidar para que eu fosse testemunha do seu ato. Em um miado agudo, afiado, penetrante e intenso, ele iniciou o ataque” (p. 33).

Se a qualidade da obra é grande, a beleza do livro não fica atrás. Dos livros de terror que já li, esse, sem dúvidas, é um dos que tem a melhor diagramação. Há ilustrações, imagens no começo dos capítulos, desenhos e todo tipo de arte gráfica aterrorizante. Além disso, as letras são grandes e o espaçamento é ótimo, contribuindo por uma leitura ainda melhor.

Se você gosta de terror, horror e suspense, indico esse livro; será paixão imediata. Para quem não está acostumado com o gênero, também indico a obra. Por conter contos de diversas intensidades, você pode ir lendo aos poucos, se acostumando com o ritmo. Certamente o livro tem tudo para agradar a todos os amantes da boa literatura de terror fantástico.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/05/resenha-mausoleu.html
DomDom 20/08/2014minha estante
Eu simplesmente adoro histórias de terror/horror. E se forem contos, melhor ainda.
Não conhecia nem o autor, nem sua obra, mas, depois dessa resenha, esse livro acabou de entrar pra minha listinha de desejados. A capa está sensacional, e a parte de dentro também. Enfim, quero ler o mais rápido possível.




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