Aline 19/01/2014A Segunda Vez que te AmeiA Segunda Vez que te Amei é o primeiro livro dessa autora que eu leio, mas a Leila Rego já lançou os títulos Pobre Não tem Sorte, Pobre Não tem Sorte 2 e Amigas Imperfeitas. Esse livro conta a história de dois casais: André e Juli - Raquel e Alberto. De uma forma surpreendente eles se encontram no pior momento de suas vidas.
André e Juli se casaram há seis anos, são sócios em um restaurante italiano, não tem filhos, mas o casamento passa por uma crise. André sente falta da esposa contente e alegre que ela foi um dia e luta para manter seu casamento vivo, mas a esposa não facilita. Juli é a típica personagem criada para que os leitores a odeiem, pois apesar de todo esforço do marido, ela sempre ficava de mau humor em casa e nunca queria passar momentos especiais com ele. O que mais me incomodou era que ela sempre afirmava que não havia nada de errado, mas suas atitudes diziam outra coisa.
"Aquela não era a sua Juli. Sua Juli não tinha uma expressão "estou-de-saco-cheio-e-já -não-me-importo-com-nada" tatiada na cara, como esta tinha. O que aconteceu com ela? O que havia mudado? Quando ela se tornou uma estranha para ele?" (pág. 15)
André é um cara romântico, marido dedicado, talentoso e apegado a família. Confesso que fiquei apaixonada pelo personagem porque ele luta muito para que seu casamento se recupere da crise. Ler sobre isso é bem interessante, pois estamos em uma época onde o divórcio é cada vez mais comum. Em um casamento é preciso acima de tudo doar e aceitar. Doar compreensão, paciência, amor, carinho e aceitar diferenças, manias e dias de raiva. Esse livro aborda em diversos pontos da narrativa a importância dessas atitudes em uma união conjugal.
O outro casal da história é formado por Raquel e Alberto. Os dois vivem uma vida confortável em São Paulo, possuem uma ótima casa, possuem um bom emprego e são pais de Pedro. Eles são felizes até que uma situação diferente acontece e a vida toma um rumo totalmente inesperado. Os casais dessa história tem suas vidas interligadas e isso acarreta em uma série de decisões complicadas e faz o próprio leitor refletir sobre o assunto. Eu pensei muito no meu casamento ao ler esse livro (não que esteja ruim, Deus me livre!), mas pensei sobre o funcionamento de um relacionamento e como pequenas coisas são importantes para manter o interesse do seu parceiro.
"Ser feliz dá trabalho. André não sabia quem era o autor dessa frase, mas ele sabia do que ele estava falando quando a criou. Não bastava ter boas intenções. Não bastava querer, se não tivesse atitude e colocar em prática as pequenas ações que fazem toda a diferença no dia a dia." (pág. 70)
Alberto é bem sucedido, mas às vezes sente um vazio que não consegue ser preenchido pelo casamento feliz que possui. Raquel é uma ótima pessoa, uma boa mãe e gosta do conforto em que vive. Ela teve uma educação autoritária e foi privada de muitas coisas pelo pai ao longo da vida, mas eu fiquei com a impressão de que ela mesma se privava de certas coisas pelo bem dos outros. Ou seja, ela não pensava no próprio bem e acabava sofrendo por isso por isso.
A narrativa da autora me agradou e a leitura fluiu sem grandes problemas. Os capítulos são narrados por personagens diferentes: em alguns é apenas Raquel ou o André; em outros também há capítulos narrados por André e Juli, Alberto e Raquel, apenas Alberto, etc. Dessa forma foi possível entender o que se passava com cada personagem e o recurso deixou a leitura mais dinâmica e pessoal. Me lembrou bastante a narrativa do livro Questões do Coração, da Emily Giffin.
"O que tiver que ser, será. E isso é muito verdadeiro. Não no seu tempo, nem no meu, mas quando estivermos prontos. Não se assuste com a distância ou com a ausência. Se houver amor em nossos corações, haverá uma força nos unindo. E tudo voltará. E quando voltar, será ainda mais forte, mais maduro e com a certeza de que foi cumprido no seu tempo." (pág . 261)
Eu gostei muito desse livro, pois esse tipo de história me prende por causa do romance e pelos temas tratados. Os personagens são humanos com seus problemas cotidianos e te levam a refletir. Em alguns momentos eu suspirei, em outros senti raiva, mas a autora escreveu a história de uma forma coerente e soube dar um ótimo desfecho.
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